Esquerda critica nomeações para empresas e administração pública
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DATA: 2012-01-20
SUMÁRIO: O tema das nomeações para cargos públicos voltou esta manhã ao debate no plenário, com críticas do PS, Bloco de Esquerda e Os Verdes. O BE atacou sobretudo a escolha, para a EDP, de Eduardo Catroga, mas sem nunca o nomear.
TEXTO: Francisco Louçã ironizou sobre as nomeações para altos cargos públicos dizendo que os ministros tiveram um "elevado sentido de equilíbrio que só pode ser elogiado": a ministra da Agricultura nomeou, para a Águas de Portugal, duas pessoas do CDS e duas do PSD, ao passo que para a a Caixa Geral de Depósitos foram três ou quatro para o PSD e um para o CDS. Louçã realçou que é por o país "estar pior" economicamente que "a coisa pública deve ser gerida com cuidado". Daí que não faça sentido que o "Governo se transforme numa loja de empregos", que até militantes social-democratas de relevo, como Marques Mendes e António Capucho, criticam abertamente. "Houve um conselheiro seu que recomendava que se baixasse o salário a todos os portugueses. Esse seu conselheiro vai receber 700 mil euros por um part-time de sete reuniões por ano. E diz que a solução para o país é que se todos ganharem 700 mil euros e pagarem os seus impostos, o Estado vai recuperar", apontou o líder do Bloco de Esquerda. Essa pessoa, continuou, "falhou três em sete reuniões. Se fosse outro trabalhador, o que lhe aconteceria? Despedimento por inadaptação?", questionou, rematando com a ideia de que este Governo, mais do que de "job for the boys" é de "joys for the boys" [alegria para os rapazes]. Passos Coelho acusou Louçã de estar a tirar conclusões com "cinismo e hipocrisia", e garantiu que "o Governo não nomeou ninguém para a EDP", devendo antes perguntar "aos investidores privados portuguese e estrangeiros qual a sua estratégia e quanto querem pagar, assim como quais as regras que vão usar para despedir qualuer administrador"Foi com também com ironia que Louçã replicou: “Os representantes chineses, quando chegaram à Portela sabiam que havia aí um rapaz muito competente. Não tinham outra ideia senão encontrar aquele jovem tão promissor para um part-time tão interessante. ” A questão das nomeações fora introduzida pelo líder do PS, que pediu a Passos Coelho que “diga solenemente” se é verdade que o Governo já nomeou 1193 pessoas, das quais mil serão reconduções, e “onde estão os despachos que as originaram”. O primeiro-ministro não se cansou de repetir que o Governo fez sobretudo reconduções e que “nunca, em nenhum caso, o critério partidário foi tido em conta para” as fazer. Lembrou que o executivo elaborou uma proposta de lei, que ainda está em análise no Parlamento, que fará com que “todos os que foram agora nomeados terminarão mesmo o seu mandato porque passará a haver concurso público para esses lugares”. PCP quer Passos a visitar urgênciasJerónimo de Sousa aproveitou a sua intervenção para criticar algumas medidas na saúde, realçando a “situação caótica” nas urgências dos hospitais de Santa Maria e São José, em Lisboa, com o encerramento do mesmo serviço no Hospital Curry Cabral. “Anda sempre por aí em viagens, vá lá ver: é um espectáculo dramático, com pessoas idosas a esperarem horas e horas para serem atendidas”, disse o líder do PCP. E rematou, citando o presidente do BES Saúde: “Melhor que o negócio da saúde, só o negócio das armas. ” Passos justificou medidas com a necessidade “indispensável de alocar recursos”.
REFERÊNCIAS: