Primeiro-ministro turco diz que lei francesa sobre genocídio arménio é "abertamente racista"
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DATA: 2012-01-24
SUMÁRIO: A lei que transforma em crime a negação do genocídio arménio aprovada ontem pelo Senado francês é "abertamente discriminatória e racista", afirmou hoje o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Este genocídio foi cometido pelo Império Otomano, de que a Turquia é herdeira, contra cidadãos arménios durante a I Guerra Mundial.
TEXTO: A França já tinha anteriormente reconhecido estas mortes . - entre um milhão e 1, 5 milhões como genocídio. Mas esta nova lei - que deverá ser assinada pelo Presidente Nicolas Sarkozy até ao final de Fevereiro - prevê que qualquer pessoa que negue a existência deste massacre poderá enfrentar um ano de prisão e o pagamento de uma multa no valor de 45 mil euros. A Turquia reconhece ter havido um massacre, mas não de mais de 500 mil pessoas. Os analistas consideram que esta decisão da câmara alta do Parlamento francês (a câmara baixa já tinha dado luz verde a esta lei no mês passado) abre um grave incidente diplomático entre França e Turquia, ambos membros da NATO. O embaixador turco em Paris, Tahsin Burcuoglu, indicou que este voto poderá causar uma “ruptura total” nas relações entre Paris e Ancara. Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco divulgou um comunicado em que se pode ler que esta decisão é “um exemplo de irresponsabilidade” e uma medida “fortemente criticada” por Ancara. “A Turquia vê-se obrigada a tomar todos os passos necessários contra esta disposição injusta que reduz os valores humanos básicos e a consciência pública a zero”, indica ainda o mesmo comunicado. O Governo turco argumenta que aquilo que aconteceu no leste da Turquia em 1915-16 deverá ser deixado para a avaliação dos historiadores, indica a BBC, e que a nova lei francesa irá limitar o direito à liberdade de expressão. França tem laços históricos fortes com a Arménia e estima-se que vivam em território francês cerca de meio milhão de cidadãos arménios. Este país, por seu lado, já apelidou esta lei de “histórica”. “Este dia ficará escrito em ouro, não apenas na história da amizade entre os povos arménio e francês, mas também nos anais da história da protecção dos direitos humanos”, disse o ministro arménio dos Negócios Estrangeiros, Edward Nalbandian. Na semana passada o Presidente Sarkozy tinha escrito a Erdogan dizendo que a França também reconhece o “sofrimento do povo turco” nos últimos anos do Império Otomano.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO