Afeganistão: número de civis mortos aumenta pelo quinto ano consecutivo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2012-02-04
SUMÁRIO: O número de civis mortos no Afeganistão aumentou pelo quinto ano consecutivo, revela um relatório da missão das Nações Unidas. A maioria das mortes é atribuída aos rebeldes – responsáveis por ataques cada vez mais mortíferos –, mas regista-se também um aumento das vítimas dos ataques aéreos, um dos principais factores de tensão entre a NATO e o Governo de Hamid Karzai.
TEXTO: “O que tem sido feito não é suficiente”, lamentou Jan Kubis, representante especial do secretário-geral no Afeganistão na apresentação do relatório anual. “Há demasiado tempo que os civis estão a pagar o preço mais alto desta guerra. As partes em conflito precisam de fazer mais e melhor para que em 2012 não haja um novo aumento”. Segundo os dados divulgados hoje, um total de 3021 civis foram mortos no ano passado, ou seja, mais 231 do que em 2010 e quase o dobro do registado em 2007. Só nos últimos cinco anos, perto de 12 mil civis perderam a vida em acções relacionadas com a guerra que se arrasta no Afeganistão desde 2001. Dois terços das mortes (2332) foram atribuídos a forças “anti-governamentais” – designação que abrange os taliban, mas também os aliados da rede Haqqani, com ligações ao Paquistão e à Al-Qaeda –, que cada vez mais tomam os civis como alvo na sua guerra contra o Governo de Cabul. “A explosão de bombas artesanais foi a principal causa de morte de crianças, mulheres e homens no Afeganistão em 2011, reclamando a vida de 967 civis, ou seja quase um terço de todos os civis mortos”, adianta o relatório. O documento sublinha ainda que, apesar de o número de atentados suicidas não ter aumentado em relação ao ano anterior, “a natureza destes ataques mudou, tornando-se mais complexa, por vezes envolvendo vários bombistas, com o objectivo de provocar o maior número de mortos entre os civis”. As Nações Unidas adiantam ainda que, apesar de terem morrido menos afegãos em resultado das operações militares da NATO e das forças nacionais (410), voltou a aumentar o número de vítimas dos bombardeamentos aéreos. Só nos doze meses de 2011, 187 pessoas perderam a vida nestes ataques, o que representa um aumento de 9% face ao ano anterior. Os ataques aéreos, a par das operações nocturnas, são uma das principais causas de tensão entre os aliados e o Governo de Cabul, que acusa a NATO de negligência na protecção dos civis afegãos. Nos últimos anos, os comandantes militares adoptaram regras mais apertadas para as situações em que os militares podem pedir apoio aéreo, mas continuam a ser frequentes casos em que civis são tomados por alvos inimigos.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO