Síria: Rússia denuncia reacção “histérica” do Ocidente
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 3 | Sentimento -1.0
DATA: 2012-02-06
SUMÁRIO: O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, denunciou hoje a reacção “indecente e histérica” do Ocidente, depois do veto russo e chinês à resolução do Conselho de Segurança da ONU que condena a repressão na Síria.
TEXTO: “Algumas vozes no Ocidente que reagiram ao voto na ONU são indecentes e quase histéricas”, disse Lavrov hoje em conferência de imprensa. Vários diplomatas e especialistas ocidentais consideraram ontem que o veto da Rússia e da China à resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU vai encorajar o Presidente Bashar al-Assad a continuar com a repressão feroz aos opositores sírios. “As declarações histéricas querem apenas dissimular aquilo que se está a passar, nomeadamente o facto de existirem várias origens de violência na Síria”, acrescentou Lavrov, referindo-se a “grupos extremistas armados” próximos da oposição. “É por esta razão que defendemos em Novembro a iniciativa da Liga Árabe sobre a necessidade de fazer parar a violência onde quer que ela surja”, salientou Lavrov. O ministro russo lembrou que esta disposição estava presente no projecto de resolução votado no Conselho de Segurança mas que não continha “medidas concretas para a pôr em prática”. A Rússia insiste no facto de que a oposição síria “se deve manter distante dos extremistas armados”, acrescentou Lavrov. Esta foi a segunda vez que Moscovo e Pequim impediram o Conselho de Segurança de quebrar 11 meses de silêncio sobre a Síria. Desde Março do ano passado que grupos de cidadãos sírios se revoltaram contra o regime de Assad contagiados pela Primavera Árabe que decorria em vários países muçulmanos do Norte de África. Até agora, morreram 5400 pessoas no país (estimativas da ONU) e cerca de 7500 sírios já fugiram para a Turquia, na sequência de contínuos confrontos entre as forças do regime de Bashar al-Assad e a população revoltosa. Lavrov viaja amanhã para Damasco, na companhia do chefe dos serviços secretos exteriores russos, Mikhaïl Fradkov – a pedido do Presidente russo Dmitri Medvedev –, e deverá reunir-se com o Presidente sírio Bashar al-Assad. “Pedimos aos co-autores da resolução para esperarem mais alguns dias para que pudéssemos discutir a situação” depois da visita a Damasco. Lavrov lamentou que tal não tenha acontecido. Hoje, recusou revelar qual a mensagem que quer transmitir ao Presidente sírio.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU