ONU nomeia Kofi Annan como enviado especial para pôr fim à violência na Síria
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DATA: 2012-02-24
SUMÁRIO: O antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan foi nomeado como enviado especial desta organização e da Liga Árabe à Síria, com o objectivo de resolver a violência que se instalou no país há um ano.
TEXTO: O anúncio foi feito na noite de quinta-feira através de um comunicado das Nações Unidas. Kofi Annan era, juntamente com o ex-presidente da Finlândia e Nobel da Paz Martti Ahtisaari, um dos nomes mais falados para desempenharem esta função. No comunicado conjunto da ONU e da Liga Árabe, é feito um agradecimento a Annan por ter “aceitado esta importante missão num momento crucial para o povo da Síria”, esperando-se que “exerça a sua boa influência para conseguir o fim da violência e da violação dos direitos humanos” naquele país. Em reacção à sua nomeação, num comunicado citado pela AFP, Kofi Annan disse esperar a “plena cooperação de todos os actores envolvidos”. O responsável, que está em Genebra, acrescentou que este é um “esforço conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe para contribuir para o fim da violência e das violações dos direitos humanos e para promover uma solução pacífica para a crise síria”. A nomeação surge no mesmo dia em que a ONU divulgou um relatório sobre a Síria, no qual diz que o Presidente Bashar al-Assad tem quase todas as suas forças militares empenhadas na repressão aos sírios que ousam manifestar-se contra o seu regime. Seguindo ordens dadas "ao mais alto nível", estas unidades têm assassinado mulheres e crianças, bombardeado áreas residenciais e torturado feridos em camas de hospitais, denuncia a ONU nas conclusões de uma investigação pedida pelo Conselho dos Direitos Humanos da organização. Annan nasceu no Gana em 1938 e foi secretário-geral das Nações Unidas durante quase dez anos, entre 1997 e 2006, tendo vencido o Prémio Novel da Paz em 2001, numa nomeação conjunta com a ONU. Enquanto enviado especial, o objectivo do seu trabalho passa por realizar “amplas consultas” com todos os interlocutores possíveis, tanto dentro como fora da Síria – tentando alcançar uma solução de paz duradoura e que envolva o povo sírio. Uma das primeiras metas é conseguir que entre no país ajuda humanitária internacional. A escolha de um enviado especial era um dos pontos que faziam parte da simbólica resolução de paz para a Síria que a assembleia geral da ONU aprovou apesar dos vetos da China e da Rússia. De acordo com algumas fontes ouvidas pela AFP, Kofi Annan terá ainda esta sexta-feira um encontro com o actual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que está em Londres para participar numa conferência internacional sobre a Somália. O nome de Annan foi anunciado apenas algumas horas antes de um encontro que arranca nesta sexta-feira e que reúne mais de 70 países e organizações que vão tentar conseguir apoios para impor um cessar-fogo na Síria. Mas já se sabe que tanto a Rússia como a China – que no Conselho de Segurança já vetaram uma resolução a pedir a saída de Bashar al-Assad – vão boicotar a conferência de hoje em Tunes, na Tunísia, organizada pela Liga Árabe. Da conferência espera-se que saia uma declaração que apele ao cessar-fogo no país e à entrada imediata de ajuda internacional, esperando-se sanções ao país se tal não acontecer. Estima-se que desde o início da repressão, em Março de 2011, já tenham morrido 7600 pessoas, segundo as organizações sírias de defesa dos direitos humanos. Notícia actualizada às 10h32. Acrescenta reacção de Kofi Annan.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU