Ana Gomes dá a cara pelos "Monólogos da Vagina"
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-07
SUMÁRIO: Nove deputadas europeias de várias nacionalidades, incluindo a socialista portuguesa Ana Gomes, representaram na noite desta terça-feira a peça "Monólogos da Vagina" no quadro de uma campanha mundial de alerta e mobilização contra a violência sobre as mulheres.
TEXTO: Com muito humor mas sobretudo muita emoção, as nove deputadas - originárias de Portugal, França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Áustria, Suécia, Finlândia e Roménia - partilharam entre si os textos da célebre peça da americana Eve Ensler, escrita a partir de entrevistas a mais de 200 mulheres sobre os diferentes aspectos da sua sexualidade. Desde a sua primeira representação em 1996, a peça já foi representada em mais de 40 países e traduzida para 35 línguas. A ideia de representar a peça no Parlamento Europeu partiu de duas deputadas - a conservadora finlandesa Sirpa Pietikäänen e a verde alemã Franziska Brantner - que há pouco mais de um mês desafiaram todas as eleitas do PE a associarem-se ao projecto. Sete deputadas responderam ao convite - três verdes, duas conservadoras, duas liberais, uma socialista e uma comunista. Eve Ensler, que acompanhou pessoalmente todo o processo de preparação da peça e os escassos ensaios, adaptou alguns textos à actualidade - nomeadamente para alertar para as violações em massa que continuam a acontecer no Congo. No final da representação perante uma sala à cunha e que ovacionou de pé as "actrizes", Ensler felicitou-as calorosamente enquanto "mulheres corajosas, brilhantes e visionárias". A representação destinou-se a lançar "um alerta para a violência feita contra as mulheres do mundo inteiro, da violação - incluindo enquanto arma de guerra - à mutilação genital feminina, passando pela violência doméstica", afirmou no final Ana Gomes aos jornalistas. A deputada admitiu que "gostava muito de a ver representada no parlamento português" - tal como já aconteceu nos parlamentos inglês e filipino, segundo disse - o que considerou aliás "muito apropriado, de modo a que o próximo 8 de Março não sirva só para as habituais declarações bem intencionadas ou hipócritas sobre a necessidade de combater a violência e a discriminação contra as mulheres". Ana Gomes disse ainda que a iniciativa de hoje gerou uma nova dinâmica entre as nove deputadas, que pretendem constituir um "núcleo para dar mais visibilidade às questões da violência contra as mulheres". A mobilização vai manter-se pelo menos até à celebração do "dia V" - V-Day - previsto por Eve Ensler para 14 de Fevereiro de 2013 em que é suposto mulheres e homens de todos o mundo descerem à rua para dançar exigindo o fim da violência contra as mulheres.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra violência violação mulheres doméstica sexualidade feminina discriminação