Valerie Amos e Crescente Vermelho sírio entraram no bairro de Bab al-Amr
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-08
SUMÁRIO: Há seis dias que as equipas humanitárias aguardavam autorização para entrar no bairro sírio de Bab al-Amr, em Homs, bombardeado durante um mês pelas forças leais a Bashar al-Assad. Nesta quarta-feira a responsável da ONU para os assuntos humanitários e uma equipa do Crescente Vermelho puderam finalmente aceder ao bairro.
TEXTO: A entrada em Bab al-Amr foi confirmada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha, no dia em que a chefe do gabinete da ONU para as questões humanitárias, Valerie Amos, chegou à Síria para negociar a entrada da ajuda humanitária nas regiões mais afectadas pelos confrontos, uma semana depois de lhe ter sido negada a entrada no país. Valerie Amos deslocou-se ao bairro de Bab al-Amr acompanhada por membros do Crescente Vermelho sírio. Ficaram no local cerca de 45 minutos, adiantou o porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha Hicham Hassan. "Verificaram que grande parte dos habitantes deixaram o local para sítios que já foram visitados pela Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho na semana passada", adiantou. Não foi ainda levada comida ou medicamentos para o bairro, considerado um bastião dos opositores sírios. Após a visita, a porta-voz de Valerie Amos, Amanda Pitt, disse aos jornalistas que a responsável da ONU para as questões humanitárias encontrou o bairro de Bab al-Amr "bastante devastado" pelos bombardeamentos. "A segurança continua a ser uma preocupação, obviamente. Eles ouviram tiros enquanto lá estavam", adiantou Pitt. A entrada da ajuda humanitária tem sido bloqueada pelas autoridades sírias, que os opositores acusam de ter estado, nos últimos dias, a eliminar vestígios do que aconteceu em Bab al-Amr, e que garantem ter sido um massacre. Jornalistas estrangeiros que se encontravam no bairro e já conseguiram escapar da Síria relataram bombardeamentos sistemáticos e indiscriminados. Segundo dados da ONU, a violência na Síria, que começou há um ano com a repressão por parte das forças do Presidente Bashar al-Assad contra manifestantes contra o regime, já causou mais de 7500 mortos. O bairro de Bab al-Amr foi alvo de bombardeamentos durante 27 dias. E foi para Homs que Valerie Amos se deslocou para se encontrar com o responsável do Crescente Vermelho na Síria, Abdulrahman Attar. A responsável para as questões humanitárias da ONU esteve durante a manhã em Damasco, onde o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallim, lhe garantiu que o Governo irá “cooperar e procurar ajudar os civis”, adiantou a agência estatal Sana. Nos próximos dias deverá também deslocar-se à Síria o enviado da ONU e da Liga Árabe, o antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan. Segundo o Alto Comissariado da ONU para os refugiados, desde o último fim-de-semana mais de 1500 pessoas, grande parte mulheres e crianças, fugiram da região de Homs e atravessaram a fronteira para o Líbano para fugir à violência. De várias regiões do país continuam a chegar relatos de repressão. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, nesta quarta-feira a violência causou mais sete mortes nas cidades de Idlib e Aleppo, no Norte do país. Notícia actualizada às 21h50 com declarações da porta-voz de Valerie Amos
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU