Tribunal egípcio absolve médico acusado de fazer testes de virgindade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-11
SUMÁRIO: Um tribunal militar do Egipto absolveu um médico das Forças Armadas que tinha sido acusado e julgado por ter forçado a realização de testes de virgindade a mulheres, em 2011, durante os protestos que levaram à queda do ex-líder egípcio Hosni Mubarak.
TEXTO: Segundo notícia neste domingo de manhã da agência Reuters, o médico Ahmed Adel, pertencente aos quadros do exército, conduziria esses testes em mulheres que tinham sido apanhadas no meio das manifestações que durante dias tomaram a Prala Tahrir, no Cairo. Segundo a mesma fonte, o tribunal ilibou o médico com o argumento de que houve contradições nos relatos das testemunhas, não tendo por isso formado uma convicção forte para condenar Adel. A realização destes testes de virgindade em mulheres que se manifestavam no país a favor de uma mudança de regime no Egipto deu origem a uma contestação enorme, e pôs em maré baixa a reputação dos militares. De acordo com a AFP, que cita informações veiculadas pela agência local Mena, este julgamento foi suscitado após queixas de Samira Ibrahim, 25 anos, uma dessas mulheres que teria sido sujeita aos exames forçados. E segundo relatos da altura, terão sido pelo menos 18 mulheres sujeitas a este tipo de tratamento. É pelo menos esse o número referido por um historial feito e publicado pela Amnistia Internacional, que acompanhou o tema desde o primeiro momento. Segundo esse historial, há um ano, a 9 de Março de 2011, militares egípcios intervieram na Praça Tahrir tentando dispersar os manifestantes que ocuparam este local que acabou por se tornar icónico na história dos movimentos pró-democracia em países árabes e que ficaram conhecidos como a Primavera Árabe. "Durante essa intervenção, pelo menos 18 mulheres foram detidas, 17 delas assim ficaram quatro dias. Algumas contaram à Amnistia Internacional que soldados masculinos bateram-lhes, deram-lhes choques eléctricos e obrigaram-nas a despirem-se para realizarem vistorias. depois foram obrigadas a fazer um teste de virgindade e ameaçadas de serem acusadas por prostituição. Antes de serem libertadas, foram presentes a um tribunal militar, que as condenou por diversas acusações, com pena suspensa por um ano. "A mesma organização internacional recorda que, recentemente, outras mulheres apresentaram queixa contra estas actuações e defendeu que todas elas, incluindo Samira Ibrahim "devem ser distinguidas pela sua coragem e as autoridades devem-lhes o julgamento dos responsáveis".
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes