As Pussy Riot cantaram contra Putin e vão continuar detidas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-14
SUMÁRIO: O Nadejda Tolokonnikova e Maria Alekhina, da banda punk russa feminina Pussy Riot, que interpretou uma canção anti-Putin dentro de uma igreja, foram detidas em Fevereiro. Agora o tribunal de Moscovo decidiu que ficarão em prisão preventiva. Poderão vir a ser condenadas a sete anos de prisão.
TEXTO: O grupo tem no seu repertório várias canções com críticas ao Presidente russo eleito Vladimir Putin e tocou um desses temas dentro de uma igreja moscovita, no mês passado. As duas mulheres acabaram por ser detidas, acusadas de vandalismo, e agora o tribunal decidiu que irão manter-se na prisão até à próxima audiência, no final de Abril. As duas mulheres são mães de crianças pequenas e poderão ficar na prisão até sete anos se forem condenadas por “hooliganismo”. A banda ganhou notoriedade nas últimas semanas ao interpretar canções anti-Putin durante a campanha eleitoral em que o ainda primeiro-ministro voltou a ser eleito Presidente após um mandato de interregno em que este cargo foi ocupado por Dmitri Medvedev. Durante esses dias as Pussy Riot deram “concertos” na Praça Vermelha ou no telhado em frente a uma prisão onde se encontrariam diversos opositores a Putin, sublinhou a BBC. De rosto coberto, chegaram a gritar “Putin mijou-se” na Praça Vermelha, antes de a sua intervenção ser interrompida pela polícia. E na Catedral Cristo Salvador de Moscovo, a 21 de Fevereiro, cantaram “Nossa Senhora, leva Putin daqui”. Na altura os membros do grupo fugiram, mas mais tarde Nadejda Tolokonnikova e Maria Alekhina foram detidas por suspeitas de pertencerem à banda. A igreja ortodoxa russa condenou o incidente na igreja e considerou-o uma blasfémia. Cerca de uma dezena de apoiantes das Pussy Riot juntaram-se nesta quarta-feira em frente ao tribunal e chegou a haver uma altercação com opositores do grupo. As autoridades efectuaram algumas detenções, segundo a agência noticiosa russa Interfax. Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, disse numa entrevista ao canal de televisão Dojd que o Presidente eleito tem “uma opinião negativa” sobre as Pussy Riot. A pena máxima para o crime de que as duas mulheres são acusadas é de sete anos de prisão, mas um conselheiro do Kremlin para os Direitos Humanos, Mikhail Fedotov, defendeu em declarações à Interfax, citadas pela AFP, que Nadejda Tolokonnikova e Maria Alekhina deverão ser condenadas a 15 dias de detenção. O advogado de defesa, Mark Feiguine, considerou, por outro lado, que a detenção das duas mulheres tem “motivações políticas” e que “é provável que o julgamento não seja imparcial”. O vídeo da banda a tocar numa igreja de Moscovo
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos humanos tribunal prisão mulheres