Arma do ataque à escola judaica de Toulouse foi usada em atentado a militares
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2012-03-20
SUMÁRIO: Três crianças e um adulto foram abatidos a tiro à porta de uma escola judaica de Toulouse, no Sudoeste de França, por um homem que se pôs em fuga numa "scooter". A análise balística revelou que a arma usada foi a mesma que a utilizada em dois ataques distintos contra quatro homens, três militares e um paramilitar, durante a semana passada, e que fizeram três vítimas mortais.
TEXTO: Testemunhas oculares afirmam que um homem abriu fogo sobre as pessoas que se concentravam à porta da escola Ozar Hatorah, numa altura em que os pais deixavam os seus filhos no estabelecimento de ensino. As quatro vítimas mortais são um professor de religião, de 30 anos, e seus dois filhos, de seis e três anos, bem como uma outra criança, de dez anos, indicou o procurador da República Michel Valet. Um adolescente de 17 anos ficou também gravemente ferido. O ataque ocorreu pouco depois das 8h (menos uma hora em Portugal continental), numa altura em que os alunos daquele colégio-liceu – frequentado por cerca de 200 crianças e adolescentes – e respectivas famílias se concentravam à porta do estabelecimento de ensino, que fica numa zona residencial. O atirador de Toulouse “disparou contra tudo o que tinha à frente, crianças e adultos, e algumas crianças foram perseguidas no interior da escola”, disse à imprensa o procurador Michel Valet. Imediatamente após os disparos os alunos procuraram segurança no interior do estabelecimento, ao passo que os alunos de uma escola primária judaica adjacente foram retirados do perímetro da escola. Em fuga numa scooterO atacante, que usou duas armas do mesmo calibre, pôs-se em fuga numa scooter. Este ataque acontece dias depois de três militares terem sido mortos a tiro, em dois ataques distintos, perpetrados por um homem montado numa scooter na mesma região de França. Primeiro, um paramilitar de 30 anos foi baleado fatalmente numa área residencial de Toulouse a 11 de Março. Quatro dias depois, a 15 de Março, dois soldados foram mortos e um terceiro ficou ferido quando usavam um multibanco na localidade de Montauban, a cerca de 50 quilómetros de Toulouse. A análise às munições revela que a mesma arma foi usada na escola e em Montauban, avança a rádio Europe 1. O Presidente Nicolas Sarkozy considerou tratar-se de "uma tragédia nacional". Tinha já comentado existirem "grandes semelhanças entre o ataque à escola judaica e o levado a cabo contra os militares" na semana passada. Mais tarde o Presidente francês adiantou que, apesar de não se conhecerem os motivos do criminoso, “ao atacar crianças e um professor judeus, a motivação anti-semita parece evidente”. Na ausência de pistas sobre a motivação destes homicídios, é fácil também ver neles uma motivação racista — anti-semita ou anti-islâmica, devido à identidade das vítimas, uma vez que os militares mortos eram de origem magrebina. Foi aberta uma investigação no tribunal antiterrorismo de Paris sobre os ataques contra a escola e contra os militares, adianta o jornal "Ouest France". O Ministério do Interior pediu às prefeituras de "toda a França, particularmente do sudoeste" que reforcem a "vigilância em torno dos estabelecimentos de ensino judaicos", anunciou à AFP um porta-voz da tutela, Pierre-Henry Brandet. A campanha eleitoral para as eleições presidenciais foi suspensa e estão previstos vários serviços religiosos hoje em memória das vítimas, tanto judaicos como de outras confissões religiosas. Na vizinha Bélgica, a ministra do Interior também ordenou, por precaução, que se faça uma “vigilância particular” dos interesses judaicos no país, em particular junto a estabelecimentos de ensino. Notícia actualizada às 21h37 com novas declarações de Nicolas Sarkozy
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola tribunal ataque homem adolescente criança racista