Ministro da Economia considera Novas Oportunidades “um falhanço total” em termos de emprego
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.06
DATA: 2012-07-07
SUMÁRIO: Álvaro Santos Pereira considera que a produtividade e a competitividade são os maiores problemas de Portugal e, neste sábado, numa entrevista, afirma que também por causa disso a economia “não cresce há 12 anos”.
TEXTO: O país “exagerou nos incentivos que não levavam ao empreendedorismo”. “Durante anos baseámos esse modelo numa política fontista do betão. Apostámos no betão, em auto-estradas. Foi uma estratégia irresponsável”, afirma o responsável pela pasta da Economia, nessa entrevista ao suplemento de Economia do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias. Sobre o papel do Estado, argumenta que “o ajustamento é difícil” e avalia de forma muito negativa programas como o Novas Oportunidades, instituído pelo Governo Sócrates com o objectivo de dar mais qualificações à população portuguesa. “O Novas Oportunidades foi um falhanço total. De empregabilidade. Os resultados foram medíocres. Por outro lado, o desemprego começou a crescer há dez anos – era 3, 9% em 2000 e quando tomámos posse era de 12, 7%”, frisa o governante, sustentando que “quem pensa que o desemprego é um fenómeno recente, não se lembra do que aconteceu na última década”. E “só não é mais elevado porque começámos a emigrar”, conclui. Este problema, considera o ministro da Economia, deve-se essencialmente a duas realidades: ausência de “reformas estruturais” e de “aposta na valorização dos nossos recursos”. “Não são programas como as Novas Oportunidades que resolvem. Não é por darmos um diploma que qualificamos alguém”, insiste Santos Pereira, resumindo que “dois grandes problemas são a competitividade e a produtividade – que está a cair há dez anos”. O governante defende, por isso, uma agenda para o emprego “com três pilares”: “reforma laboral para dinamizar o mercado de trabalho; políticas activas de emprego; e a formação”. E neste sentido argumenta que faz todo o sentido a questão do emprego estar no ministério por ele tutelado, porque olham para o tema numa lógica de produtividade e não numa lógica assistencialista.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave desemprego