ONU diz que ataque a vila síria teve por alvo casas de rebeldes
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-15
SUMÁRIO: O grupo de observadores da ONU na Síria regressou neste domingo à vila de Tremseh, na Síria, para continuar a investigar as denúncias de massacre. Num ataque há três dias terão morrido entre 200 e 300 pessoas. Por aquilo que viu, a ONU diz que o ataque “pareceu visar grupos e casas específicas, a maioria de rebeldes".
TEXTO: A equipa da ONU, que esteve ontem em Tremseh para investigar as denúncias do massacre de quinta-feira para sexta-feira, disse ter visto uma escola queimada e casas destruídas, com vestígios de incêndios em cinco delas. Além disso, os observadores das Nações Unidas dizem que “havia sangue em várias casas”. Sausan Ghosheh, porta-voz da missão, salientou em comunicado que “numerosos tipos de armas foram utilizadas no ataque, nomeadamente artilharia e morteiros”. Um grande número de vítimas foi “executado sumariamente” e 17 pessoas, entre elas mulheres e crianças, foram mortas quando tentavam fugir daquela aldeia, no centro da Síria. Ainda assim, a missão da ONU diz que ainda há incertezas quanto ao número de vítimas dos bombardeamentos do exército e execuções das milícias leais ao regime do Presidente, Bashar al-Assad. “A equipa da ONU prevê voltar a Tremseh amanhã (domingo) para continuar a sua missão de avaliação”, garantiu Sausan Ghosheh. Damasco critica carta "apressada" de AnnanAs autoridades sírias vieram entretanto hoje negar as acusações feitas pela missão – e já avalizadas pelo enviado especial das Nações Unidas e Liga Árabe à Síria, Kofi Annan – de que foram usados helicópteros e artilharia pesada em Tremseh. “As forças do Governo não usaram aviões, nem helicópteros, nem tanques ou artilharia. A arma mais pesada usada foram RPG [granadas lançadas por rockets]”, insistiu o porta-voz do Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, Jihad Makdissi. Pela primeira vez, as autoridades reconheceram a morte de civis, tendo Makdissi feito um balanço de mortos na operação militar contra Tremseh de “37 terroristas”, usando a terminologia do Governo para se referir aos combatentes da rebelião, e dois civis. Esta mesma fonte frisou ainda que a operação das forças governamentais visou combater os rebeldes “que estavam a lançar ataques em zonas circundantes”. Makdissi avançou ainda que Annan enviara ontem mesmo uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid al-Moualem, na qual era apontado que o exército usara meios de combate pesados. “O mínimo que pode ser dito sobre o que esta carta diz sobre o que aconteceu em Tremseh é que não se baseia nos factos. Tão diplomaticamente quanto nos é possível, afirmamos que esta carta foi feita de forma apressada”. Relatos de oposicionistas dão conta que a aldeia esteve horas sob cargas da artilharia pesada – tanques e helicópteros de combate – após o que a milícia Shabiha entrou no local, começando a executar pessoas, com tiros na cabeça. Segundo os activistas a maior parte dos mortos são civis. O Governo sírio insiste, porém, que o que se passou em Tremseh foi uma operação militar contra combatentes rebeldes que se tinham refugiado na zona e nega a ocorrência de mortes de civis. A aldeia, que fica a cerca de 25 quilómetros para noroeste da cidade de Hama, é habitada por sunitas e está rodeada de localidades alauitas (a comunidade religiosa de Assad e do regime). Sendo confirmada a vaga de mortes, denunciadas por activistas no terreno e residentes, este terá sido o mais grave massacre desde o início da revolta em Março de 2011 e já o quarto no país atribuído às tropas de Assad nos últimos quatro meses. Ban Ki-moon apela à ChinaO secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou ontem ao ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, para pedir a Pequim que "use a sua influência" para fazer cumprir o plano de paz do mediador Kofi Annan, informou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky. Ban e o seu interlocutor "debateram a situação na Síria e a necessidade imperiosa de fazer cessar a violência imediatamente", disse Nesirky. “Ban pediu à China para usar a sua influência a fim de fazer aplicar totalmente e imediatamente o plano em seis pontos [de Annan] e o comunicado do Grupo de Acção sobre a Síria", que prevê uma transição política.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU