O mais procurado dos criminosos nazis vive tranquilamente em Budapeste
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.116
DATA: 2012-07-16
SUMÁRIO: Laszlo Csatary, o criminoso de guerra nazi mais procurado vive tranquilamente em Budapeste há 17 anos, sob a sua verdadeira identidade, apesar de o Centro Simon-Wiesenthal ter informado a justiça húngara sobre o seu passado já há dez meses, denunciou esta organização.
TEXTO: Num prédio do XII bairro da capital húngara há uma caixa de correio com dois nomes: “Csatary/Smith”. Mas correspondem na verdade à mesma pessoa, diz a AFP: um homem de 97 anos, que foi chefe da polícia do “ghetto” da cidade de Kosice, que hoje fica na Eslováquia mas, na altura da II Guerra, era território húngaro e designava-se Kassa. Csatary era conhecido pelo sadismo. Usava um chicote à cintura e, segundo a AFP, que cita documentos descobertos pelo Centro Wiesenthal, gostava de o usar nas mulheres do “ghetto” de Kassa, chicoteando-as até fazer sangue, e obrigava-as a cavar trincheiras só com as mãos. Foram assassinados 15. 700 judeus de Kassa. A grande maioria foi deportada para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polónia, durante a ocupação pela Alemanha nazi do que viria a ser o território da Checoslováquia. Em 1948, embora estivesse em fuga, Csatary foi condenado à morte na Checoslaváquia. Segundo o Centro Wiesenthal, refugiou-se no Canadá, em Montréal e Toronto, sob uma falsa identidade, onde se tornou negociante de arte. Mas em 1995, as autoridades canadianas descobriram a sua identidade – foi nessa altura que fugiu para a Hungria. Quem descobriu o paradeiro de Csatary na Hungria foram jornalistas do tablóide britânico “The Sun”, usando informações do Centro Simon Wiesenthal. Tocaram-lhe à campainha e ele veio à porta: “Não fiz nada, vão-se embora”, disse-lhes, antes de lhes bater com a porta na cara. O procurador adjunto de Budapeste, Jenö Varga, prestou declarações lacónicas à AFP: “Estamos a estudar as informações que nos foram transmitidas, nomeadamente pela imprensa. ”Mas Serge Klarsfeld, presidente da Associação de Filhos e Filhas de Deportados Judeus de França, minimiza o papel desempenhado por Csatary no Holocausto. “Hoje pode encabeçar a lista dos mais procuradso, porque os que restam têm entre 90 e 100 anos. Mas há 30 anos, havia 35 mil pessoas na lista”, disse na rádio Europe 1. “Restam muito poucos criminosos nazis em fuga. E os que sobram eram jovens na altura, portanto tinham poucas responsabilidades”, sublinha o francês. “É bom que nos empenhemos em perseguir os criminosos até ao seu último fôlego mas, por outro lado, estes não são mais do que comparsas ou figuras subalternas. ”Notícia corriga às 15h59: foram assassinados 15. 700 judeus de Kassa e não em Kassa
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra campo homem mulheres