Morreu o dissidente cubano Oswaldo Paya
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-23
SUMÁRIO: O dissidente cubano Oswaldo Paya, prémio Sakharov para os direitos humanos do Parlamento Europeu 2002 e um fervoroso católico que desafiou o regime comunista de Cuba durante décadas, morreu este domingo num acidente de viação, confirmaram as autoridades do país.
TEXTO: Fundador em 1988 do Movimento Cristão de Libertação, Oswaldo Paya, 60 anos, morreu num acidente ocorrido na localidade de Gavina, perto de Bayamo, cerca de 750 quilómetros a sudeste de Havana, a capital. As autoridades cubana adiantam que além de Paya, no mesmo acidente perdeu a vida uma outra pessoa e duas outras sofreram ferimentos ligeiros. Engenheiro de profissão, Paya presidiu ao Movimento Cristão de Libertação (organização ilegal, mas tolerada pelo regime de Havana) e esteve na origem do Projecto Varela, uma petição que reclamou um referendo sobre a realização de eleições livres e reformas que mudassem o sistema político unipartidário e concedessem mais liberdade de expressão, o direito a ter um negócio próprio e uma amnistia para prisioneiros políticos. O documento conseguiu reunir 11. 000 assinaturas mas foi ignorado pelo Parlamento cubano. Em 2011, Oswaldo Paya eleborou com outros dissidentes “O caminho do povo”, plataforma política apresentada como um projecto de transição democrática. Paya foi o segundo dissidente cubano a morrer em menos de um ano. Laura Pollan, fundadora e directora das Damas de Branco, grupo de mulheres e familiares de prisioneiros políticos, morreu no Hospital de Havana em Outubro de 2011, vítima de insuficiência respiratória. Casado e pai de três filhos, Oswaldo Paya é lembrado como um dos nomes fortes pró-democracia em Cuba. “Ele deu muito para a democratização de Cuba, através da mobilização e da coesão da oposição em torno dos seus projectos”, sublinhou o opositor Guillermo Fariña, também ele prémio Sakharov 2010. “Um homem irrepreensível morreu. Sem Oswaldo Paya, todos nos sentimos um pouco órfãos”, afirmou, por sua vez, Yoani Sanchez, autora do blogue Generáción Y e uma das vozes mais críticas para com o regime cubano de Raúl Castro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem mulheres ilegal