Presidente sul-africano abre inquérito à morte de mineiros pela polícia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-18
SUMÁRIO: O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou a abertura de um inquérito oficial à morte dos 34 mineiros durante um protesto numa mina de Marikana, no Noroeste do país, em que a polícia abriu fogo sobre os manifestantes que se encontravam em greve há mais de uma semana.
TEXTO: Descrevendo aquelas mortes como “trágicas”, Zuma disse sentir-se “entristecido e consternado” com os acontecimentos “chocantes” na mina de platina, que ocorreram na quinta-feira. “Estou convicto que a Comissão de Inquérito vai descobrir a verdade e os factos vão ser revelados”, sustentou, após ter-se reunido com a polícia assim como com alguns dos mineiros feridos. O incidente saldou-se com a morte de 34 pessoas, e pelo menos outras 78 ficaram feridas, muitas com gravidade, além de terem sido detidas 259 pessoas (por violência, homicídio e tentativa de homicídio, posse de armas perigosas, reunião ilegal), no que a comissária da polícia sul-africana Riah Phiyega descreveu como um acto de legítima defesa por parte dos agentes, "para se defenderem do grupo [de manifestantes] que os estava a atacar". Zuma, que interrompeu uma visita a Moçambique, defendeu que este não é o momento para “apontar o dedo”, mas prometeu também que se certificará de que uma tal perda de vidas não se repetirá. O Presidente sublinhou ainda que o direito de manifestação pacífica constitui “um pilar da democracia ganha a muito custo” no país e adiantou também que “este é um dia para fazer o luto, juntos, como uma nação, e um dia para reconstruir e sarar”. O incidente ocorreu na mina de platina de Marikana, propriedade da empresa Lonmin, onde os cerca de 3000 mineiros que ali trabalham se encontravam em greve desde a semana passada, exigindo melhores condições de trabalho e aumento de salário para o triplo do que ganham actualmente – à volta dos 350 dólares. Imagens que já correram mundo mostram a polícia a carregar sobre os mineiros, disparando indiscriminadamente sobre a massa de grevistas que corria em direcção aos agentes, não sendo claras as circunstâncias que levaram as autoridades a abrir fogo. Outras dez pessoas, incluindo dois polícias, tinham já morrido nos protestos na mina antes dos confrontos de quinta-feira, considerado já como o pior derramamento de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores na África do Sul desde Sharpville (16 de Junho de 1976) e Boipatong (17 de Junho de 1992).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homicídio violência luto salário ilegal