Presidente sul-africano pede suspensão do ultimato feito aos mineiros
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-21
SUMÁRIO: A presidência sul-africana pediu à Lonmin, empresa que explora a mina de Marikana, onde na passada quinta-feira 34 mineiros em greve foram abatidos pela polícia, que suspenda a ameaça de despedimento feita aos grevistas caso não voltem ao trabalho nesta terça-feira. A empresa parece ter recuado.
TEXTO: A direcção da mina de platina situada no norte da África do Sul tinha dado um prazo até esta terça-feira às 7h locais (6h em Lisboa) para que os cerca de 3000 mineiros em greve voltassem aos seus postos de trabalho. Caso contrário, seriam demitidos. A empresa, que é o terceiro maior produtor mundial de platina, também pressionou os outros 25. 000 trabalhadores para voltarem ao trabalho, dizendo que estava garantida a sua segurança. Mas o gabinete de Jacob Zuma pediu à Lonmin que suspenda o ultimato até que estejam identificadas e enterradas todas as vítimas do massacre de quinta-feira. E a empresa parece ter recuado. Em declarações ao início da manhã à rádio sul-africana 702, o vice-presidente da Lonmin admitiu que demitir os grevistas que recusam voltar ao trabalho não irá contribuir para resolver a situação. “Não vai ajudar em nada se a Lonmin avançar com o despedimento de tantas pessoas por não virem trabalhar hoje. Isso vai levar-nos de volta à violência, vai impedir a construção de uma relação de confiança”, disse Mark Munroe, vice-presidente da empresa responsável pelas operações mineiras. “Não vamos efectivamente tentar despedir ninguém, mas haverá consequências para quem não vier trabalhar”, acrescentou Munroe. Na segunda-feira, cerca de um quarto dos mineiros regressaram ao trabalho depois da violência mortífera da semana passada, que causou 44 mortos – dos quais 34 no massacre de quinta-feira. Ainda assim, segundo o vice-presidente, a produção de minério está praticamente parada e, por isso, a empresa não deverá atingir os objectivos de produção traçados para este ano. Quando estava prestes a expirar o prazo dado aos trabalhadores, o secretário-geral da presidência sul-africana, Collins Chabane, pediu à Lonmin para suspender o ultimato. “Nas nossas conversas com a administração, sublinhámos a nossa posição e pensamos que eles nos ouviram. Nesta fase, acho que devemos tentar acalmar os ânimos de cada lado e tentar chegar a uma solução razoável”, disse o responsável. Ainda falta identificar seis dos 34 mineiros abatidos a tiro pela polícia na quinta-feira. As autoridades esperam concluir o processo na quarta-feira, um dia antes das cerimónias que assinalam o fim de uma semana de luto decretada pelo Presidente Jacob Zuma. Nesta terça-feira de manhã, os trabalhadores foram chegando aos poucos à mina, escoltados por carros de polícia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência luto