MPLA: manifestações durante campanha eleitoral são “uma irresponsabilidade”
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DATA: 2012-08-24
SUMÁRIO: O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) considera que a convocação de manifestação enquanto decorre a campanha para as eleições gerais de 31 de Agosto é “uma irresponsabilidade política”.
TEXTO: “É uma irresponsabilidade política fazer uma manifestação neste momento, pois o povo angolano está com o MPLA e, no dia 31, ninguém vai impedir este de ir as urnas e votar no partido”, afirmou Bento Bento, cabeça de lista do MPLA por Luanda e primeiro secretário partidário nesta província, citado pela agência noticiosa Angop. Bento Bento falou aos jornalistas no final de reunião do partido para preparar uma marcha de militantes do MPLA e o encerramento da campanha eleitoral, na mesma noite em que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) considerou infundadas as queixas da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) sobre alegadas fraudes eleitorais em curso. A UNITA ameaçou realizar uma “manifestação popular” em Luanda, no dia 25, caso a CNE não recuasse em relação às exigências do maior partido de oposição, e admitiu impedir a votação no dia 31. A direcção do partido do Galo Negro esteve reunida em Luanda após ser conhecida a decisão da CNE e convocou para a manhã desta sexta-feira uma conferência de imprensa para formalizar o anúncio do protesto. Em reacção aos últimos acontecimentos, Bento Bento elogiou o trabalho da CNE e disse que o povo angolano está maduro e não aposta em “confusionistas ou intriguistas”. “Para Angola e para os angolanos, o partido sério é o MPLA e o candidato é o Presidente José Eduardo dos Santos”, declarou o dirigente do partido maioritário, acrescentando que “as manobras dilatórias de manifestações perpetradas pela oposição não passam disto”. No sábado, Bento Bento disse à Lusa que se a UNITA confirmasse uma manifestação, o MPLA iria responder com uma contramanifestação. Para o dia 25, está previsto em Luanda um protesto de ex-militares angolanos contra alegados incumprimentos no pagamento de pensões, subsídios e vencimentos e também um comício da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral, que é considerada uma terceira via entre o MPLA e UNITA e que também contesta a acção da CNE. A CNE anunciou na quinta-feira em Luanda que considera “infundadas” as reclamações da UNITA e apelou ao partido para que colabore para que o processo eleitoral decorra com toda a normalidade. O anúncio foi feito pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, após cerca de cinco horas de reunião para discutir queixas do principal partido da oposição angolana sobre os preparativos para as eleições gerais. “O plenário da CNE considerou não existirem razões, não existirem motivações ancoradas na Constituição e na Lei para fundamentar as questões suscitadas pelo partido político UNITA no memorando que submeteu à apreciação da CNE”, referiu Júlia Ferreira. Segundo a porta-voz da CNE, foram feitas vários apelos no sentido de a UNITA “pautar a sua conduta em conformidade com os ditames da Constituição e da lei”. O atraso na divulgação dos cadernos eleitorais e da acreditação dos delegados na lista nas mesas, a falta de auditoria ao sistema informático de registo eleitoral, e alegadas irregularidades na produção das actas síntese e transmissão dos dados estão no centro das queixas da UNITA à CNE.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei negro