O misterioso homicídio de Annecy: um crime ‘particularmente horrível’ e ‘fora do normal’
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.41
DATA: 2012-09-07
SUMÁRIO: O que aconteceu na quarta-feira em Annecy, nos Alpes franceses, tem tanto de macabro quanto de misterioso. Para já conhecem-se poucos detalhes da história do homicídio dos britânicos, um homem e duas mulheres, que passavam com duas crianças férias num parque de campismo na região, e de um ciclista local (que ao que tudo indica terá apenas estado no local errado à hora errada). Mas perante o cenário encontrado, o procurador Eric Maillaud não tem dúvidas: “O que é certo é que eles quiseram matar.” Com vídeo
TEXTO: Quiseram matar porque as vítimas tinham, cada uma, uma bala na cabeça, excepto uma das mulheres. Acredita-se que se trate de uma família dos subúrbios de Londres. Ao lado do BMW com matrícula britânica foi encontrada uma menina de sete ou oito anos, que se supõe filha de uma das mulheres, ainda com vida, mas com sinais de ter sido “violentamente atacada”: vários traumatismos cranianos, uma bala num ombro. Um crime “particularmente horrível” e “fora do normal”, uma “selvajaria”, descreveria Maillaud, na conferência de imprensa em que deu as explicações possíveis para o crime nos Alpes. O diário francês Le Monde descreveu o crime como um massacre. Uma criança entre os corposTinham já passado oito horas quando os investigadores puderam começar a abrir o carro, para retirar os cadáveres. Descobriram uma menina de quatro anos, que ninguém tinha visto porque não se tinha mexido, escondida aos pés das duas mulheres, que serão a mãe e a avó. “Aterrorizada, imóvel, no meio dos corpos. ”Quando a retiraram do carro sorriu. Contou que ouviu barulho e gritos e que teve medo, mas mais nada. Depois perguntou pela família. Foi internada num serviço de psiquiatria infantil. A polícia disse que irá interrogar “delicadamente” as duas meninas, as únicas testemunhas do crime, e já reconheceu que falhou ao não ter conseguido encontrá-la mais cedo. A mais velha, gravemente ferida, já não corre perigo de vida, mas continua em coma induzido, no hospital de Grenoble, para uma nova operação. Como se estes ingredientes não bastassem, foi um ciclista britânico, um ex-RAF (força aérea britânica), com uma propriedade nas proximidades, que descobriu os mortos. Colocou a criança em posição lateral de segurança antes de chamar os bombeiros. Terá sido isso que lhe salvou a vida. Depois avançou, contornou o BMW e viu um homem morto ao volante, mais duas mulheres no bando de trás. E o ciclista francês, um homem de 40 anos com três filhos. O mesmo que antes tinha passado por ele, em passeio de bicicleta. No local foram recolhidas 15 provas, incluindo uma arma automática. Segundo a imprensa francesa, o automóvel está registado em nome Saad al-Hilli, um homem de 50 anos nascido em Bagdad, a viver no Reino Unido há dez anos. O mais provável é que seja ele o homem ao volante, até porque o seu passaporte estava no parque de campismo. Para já, Maillaud não confirma a identidade do homem. No automóvel foram encontrados outros passaportes, um iraquiano e um sueco. As autoridades de Estocolmo já confirmaram que uma das mulheres, a mais velha, tem nacionalidade sueca. Ainda assim estão à espera de confirmação da polícia francesa. Enquanto não são conhecidos os resultados dos testes de ADN, já há polícia à porta da casa de Saad al-Hilli, em Esher, a 30 quilómetros de Londres.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime filha homem criança medo mulheres morto infantil