Chineses manifestam-se contra Japão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-15
SUMÁRIO: Milhares de chineses cercaram a embaixada japonesa em Pequim, no sábado, atirando pedras, ovos e garrafas. Há também protestos noutras cidades da China, tudo por causa do aumento de tensões entre as duas potências asiáticas que disputam um conjunto de ilhas.
TEXTO: Os paramilitares rodearam a embaixada com escudos e bastões para conter a manifestação. “Devolvam-nos as nossas ilhas! Demónios japoneses fora!”, gritam alguns manifestantes. Um dos cartazes dizia: “Pelo respeito pela nossa terra mãe, devemos entrar em guerra contra o Japão. ”“Odiamos o Japão. Sempre odiámos o Japão. O Japão invadiu a China e matou muitos chineses. Nunca o iremos esquecer”, disse por seu lado Liu Gang, citado pela Reuters. A disputa de anos escalou dramaticamente na sexta-feira quando a China enviou seis navios de vigilância para um grupo de ilhas desabitadas, que fica no Mar da China, aumentando as tensões entre os dois países a níveis que não se viam desde 2010. As ilhas pertencem a um dono privado japonês e o envio dos barcos foi uma resposta chinesa às intenções do Japão de comprar as ilhas que em Tóquio chamam-se Senkaku, mas em Pequim são conhecidas como Diaoyu. As relações sino-nipónicas estão há muito condicionadas pela memória amarga das agressões militares do Japão à China nas décadas de 1930 e 1940. Hoje, os dois países competem ainda pelos recursos e pelo poder político da região. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão regressou mais cedo de uma viagem à Austrália por causa da crise. Os diplomatas dizem que Tóquio e Pequim querem impedir que as tensões escalem, mas gerir esta situação pode ser difícil, já que a liderança da China está a passar por uma mudança, o Japão está prestes a ter eleições e há uma desconfiança profunda entre os dois países. Raramente o Governo chinês, liderado pelo Partido Comunista, permite que as manifestações. “Acho que o governo está a encorajar isto”, disse um manifestante, que deu o nome de Uda Chen. “Podiam ter-nos parado a todos de nos aproximar quando estávamos na estação do metro. O Governo ensinou-nos a sermos anti japoneses na escola, por isso se querem que nós paremos, seria como estarem a tapar as suas próprias bocas”, acrescentou. O tablóide chinês Global Times, que pertence ao jornal People’s Daily do Partido Comunista, defendeu que a recuar em relação a esta questão não era uma opção para a China. “A China deve estar confiante em esmagar estrategicamente o Japão”, lê-se no jornal, que defende que o exército chinês deve “aumentar a sua preparação e intensificar a sua capacidade dissuasora” contra o Japão. “A China não vai fugir se o Japão recorrer às forças armadas. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra escola chinês japonês