Mariana van Zeller corre mundo atrás de histórias
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-15
SUMÁRIO: Mariana van Zeller teve uma certeza quando, a 11 de Setembro de 2001, lhe pediram para fazer directos televisivos a partir de Manhattan para Portugal: aquilo era o que sabia fazer e o que queria era ter mais histórias para contar. Desde então, viajou até ao Uganda para conhecer os movimentos evangélicos que perseguem homossexuais. Na Síria, onde ninguém sabia que era jornalista, acompanhou militantes mujahedin que cruzavam a fronteira em direcção ao Iraque para lutar contra os norte-americanos. No México retratou a vida luxuosa dos barões da droga, mostrou como vivem e como morrem.
TEXTO: Jornalista premiada, correspondente do National Geographic Channel nos EUA, Mariana van Zeller, 36 anos, é uma profissional insaciável. De Portugal até Los Angeles, onde vive, já percorreu um longo caminho. Desde os 12 anos, quando morava em Cascais, que sonhava ser jornalista. "Via os pivots na televisão, não sabia que eles usavam teleponto e queria saber sobre todas as coisas como eles. Queria saber sobre o mundo", diz ao PÚBLICO, por telefone, a partir dos EUA. Aliás, quando era miúda, até queria que os pais fossem embaixadores para poder andar de país em país. Não eram. O pai é empresário da área da cerâmica, a mãe deixou de trabalhar quando Mariana nasceu. A jornalista não se cansa de repetir que lhe saiu a sorte grande com a família que tem. Apoiaram-na de todas as formas, compreenderam e incentivaram os investimentos que fez na educação e na carreira, como o mestrado em Jornalismo na Columbia University School of Journalism, em Nova Iorque. Antes, estudara Relações Internacionais na Universidade Lusíada. Apesar de todo esse apoio, e também por causa dele, a jornalista sempre sentiu necessidade de se afirmar, de mostrar que era determinada e apaixonada pelo seu trabalho. Para entrar na Columbia University, tentou uma, duas vezes, e não conseguiu. À terceira, meteu-se num avião para Nova Iorque e bateu à porta do reitor, que a recebeu, espantado. "Tem de me aceitar nesta escola. É o meu sonho, eu sei que consigo e que vou fazer um bom trabalho", disse. Segundo conta, o reitor ficou estupefacto. Nunca tal lhe teria acontecido. Mas, três meses mais tarde, Mariana soube que a sua candidatura tinha sido aceite. Durante o curso, foi distinguida pelo seu trabalho e desempenho enquanto aluna. Dois destes prémios, que foram financeiros, ajudaram-na a cobrir, a par do apoio que o pai lhe deu, as suas despesas nos EUA. É durante o mestrado que descobre "o gosto pelos documentários de investigação" e é no fim que lhe é dada a possibilidade de fazer um estágio para uma produtora de documentários em Londres, a Insight News Television. Mais tarde, decide ir para a Universidade de Damasco, na Síria, para aprender árabe. Nessa altura, enquanto estudante e jornalista freelancer, monta um negócio paralelo de venda de tapetes para conseguir algum dinheiro. Envia-os pelo correio para Portugal, onde a mãe os vendia. Perseguida na SíriaHoje é correspondente "a tempo inteiro" do National Geographic Channel - antes, trabalhou para a Current TV e, como freelancer, fez vários documentários para outros órgãos de comunicação. Os seus trabalhos já receberam prémios: arrecadou em 2009 um Webby Award, da International Academy of Digital Arts and Sciences, para o documentário Obama’s Army, sobre o recenseamento jovem nas eleições norte-americanas. Trabalha com o marido, Darren Foster, de 37 anos. Os dois dizem que não se cansam de estar tanto tempo juntos e que se conhecem tão bem que nem precisam de falar no terreno. Basta trocarem um olhar para saberem qual é o próximo passo a dar. Ambos gostam de viajar, de estar em cima do acontecimento. "Neste momento somos responsáveis, eu e o meu marido, por produzir documentários de uma hora para a National Geographic. "Apesar de na Síria não ter aprendido muito árabe, foi lá que fez o primeiro trabalho em conjunto com o então namorado, hoje marido, que se tornou o cameraman dos seus documentários: a história dos militantes mujahedin. Também viveu meio ano no Brasil. Três meses no Rio de Janeiro, onde andou pelas favelas. Outros três na Amazónia, onde fez uma reportagem sobre os conflitos existentes numa terra de índios devido a uma das maiores minas de diamantes do mundo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA