Protestos em vários pontos do país
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-22
URL: https://arquivo.pt/wayback/20120922151806/http://www.publico.pt/1564051
SUMÁRIO: Depois das manifestações de sábado, são várias as cidades onde se repetem palavras de ordem contra o Governo e a troika. As concentrações desta sexta-feira acompanham a vigília convocada para a frente do Palácio de Belém, em Lisboa.
TEXTO: Duzentas pessoas em Coimbra ao início da noiteCerca de duas centenas de pessoas estavam ao início da noite de hoje concentradas na Baixa de Coimbra, manifestando-se contra as políticas da troika e do Governo. Ao som de bombos e gaitas-de-foles, vários manifestantes intervieram na praça do Comércio, a partir das 19h, uma hora depois do início da concentração. “Está-se a ganhar uma consciência política e cívica cada vez maior”, declarou à agência Lusa Pedro Medeiros, que participava na concentração. As pessoas “vão continuar a agir e sair à rua”, disse este fotógrafo de 43 anos, frisando que a actual situação do país “é também uma herança dos governos de José Sócrates” e dos anteriores executivos, de maioria PS e PSD. Alexandra Correia, de 19 anos, uma estudante de Sociologia da Universidade de Coimbra, destacava-se enquanto dinamizadora da iniciativa, proferindo palavras de ordem e apelando à participação dos presentes. “Fora, fora daqui. A troika, o Governo e o FMI!”, insistia, de megafone em punho, dançando também ao ritmo da tocata que criou um clima festivo na praça, mais conhecida por Praça Velha. Na manifestação do último sábado em Coimbra – que, segundo estimativas da polícia, terá juntado cerca de 20 mil pessoas quando o desfile chegou à Baixa –, a jovem já tinha assumido idêntico papel, logo que as pessoas começaram a concentrar-se na praça da República. “Há muito que em Portugal as pessoas estão descontentes e revoltadas. No sábado, foi só o primeiro dia”, disse à Lusa. A reunião de hoje do Conselho de Estado “não resolverá nada”, vaticinou Alexandra Correia, frisando que “a revolta é hoje contra este Governo, a troika e estas políticas”. Vigília em Aveiro com 100 pessoasCerca de uma centena de pessoas concentrou-se junto aos Paços do Concelho de Aveiro, em solidariedade com a vigília que decorria à mesma hora em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, durante o Conselho de Estado. Uma das dinamizadoras da iniciativa na cidade disse que a adesão ficou aquém das expectativas: “Estávamos a contar com mais pessoas. Esperamos que tenham ido para Lisboa”, afirmou Carla Marques à Lusa. Nos poucos cartazes ostentados pelos presentes, liam-se mensagens como “STOP aos ataques à integridade física e mental do cidadão português” e “Passos, és quase tão mau quanto o Élio [presidente da Câmara de Aveiro, eleito pela coligação PSD/CDS]”. Foram ainda colocados três lençóis brancos no chão para que as pessoas pudessem deixar as suas mensagens e, durante a vigília, houve também um grupo de pessoas que interpretou o tema ‘Acordai’, com letra de José Gomes Ferreira e música de Fernando Lopes Graça. Os participantes na vigília esperam que o Presidente da República acabe com o “deixa andar” e “pressione o Governo para recuar”, garantindo que não vão parar a luta enquanto “não houver uma mudança”. Pouco mais de 20 pessoas em BragançaPouco mais de 20 pessoas aderiram, em Bragança, à concentração marcada para a hora em que decorre, em Lisboa, o Conselho de Estado, desapontadas pela fraca adesão numa região onde consideram existirem razões acrescidas para protestar. Bragança “tem ainda mais razões para se manifestar”, na opinião de Sandra Liberal, nomeadamente pelas carências desta região do interior, como as vias de comunicação, mas foram poucos os que se juntaram, como ela, na Praça Cavaleiro de Ferreira. “Este povo deve estar todo rico”, desabafa outra manifestante, corroborada por Branca Garcia, de 70 anos, que fez questão de estar presente, lamentando o “comodismo” da cidade quando vê “que há pobreza”. Os cartazes e faixas com frases de protestos concorriam em número com os presentes, um dos quais transportados por uma menina com a pergunta: “Os meus pais estão desempregados, o que vai ser de mim?”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD