ACNUR: António Guterres inicia segundo mandato na terça feira
António Guterres inicia terça-feira um segundo mandato de cinco anos na liderança do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), após o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ter proposto a sua recondução no cargo. (...)

ACNUR: António Guterres inicia segundo mandato na terça feira
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: António Guterres inicia terça-feira um segundo mandato de cinco anos na liderança do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), após o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ter proposto a sua recondução no cargo.
TEXTO: Em 24 de Abril, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a recondução do antigo primeiro-ministro português, eleito pela primeira vez para este organismo internacional em 15 de Junho de 2005, sucedendo ao holandês Ruud Lubbers. Em comunicado oficial, Guterres manifestou o seu reconhecimento pela decisão e num posterior discurso no Parlamento Europeu considerou “um privilégio e uma honra extraordinários” continuar a dedicar o seu trabalho “a uma causa a favor daqueles que, porventura, têm no mundo a mais vulnerável das posições”. O ACNUR, que já foi contemplado com dois Prémios Nobel da Paz, é uma das principais agências humanitárias do mundo. Com mais de 6800 funcionários, está presente em cerca de 120 países, fornecendo protecção e ajuda a milhões de refugiados, deslocados ou repatriados. Mais de 85 por cento do pessoal do ACNUR está presente no terreno e confronta-se frequentemente com situações difíceis e perigosas. O orçamento para 2010 situa-se nos três mil milhões de dólares (2, 4 mil milhões de euros).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda
Líderes palestinianos negam revelações de grandes concessões a Israel
Concessões sobre Jerusalém, direito de regresso dos refugiados, informações sobre operações militares israelitas contra o Hamas... Os líderes da Autoridade Palestiniana negam as revelações de documentos pela estação Al-Jazira e pelo diário britânico "Guardian", afirmando que mostram a sua crescente fraqueza e desespero por um acordo. (...)

Líderes palestinianos negam revelações de grandes concessões a Israel
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.062
DATA: 2011-01-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Concessões sobre Jerusalém, direito de regresso dos refugiados, informações sobre operações militares israelitas contra o Hamas... Os líderes da Autoridade Palestiniana negam as revelações de documentos pela estação Al-Jazira e pelo diário britânico "Guardian", afirmando que mostram a sua crescente fraqueza e desespero por um acordo.
TEXTO: “O que se quis foi misturar as coisas”, afirmou hoje o líder palestiniano Mahmoud Abbas. “Ontem apresentaram as propostas como palestinianas, mas era na verdade israelitas”, acusou, falando das propostas alegadamente feitas pelos seus negociadores oferecendo a Israel a maior parte dos colonatos de Jerusalém-Leste num acordo final, controlo conjunto dos locais sagrados de Jerusalém, aceitação de limites ao direito ao regresso de refugiados – tudo anteriores “linhas vermelhas”. As ofertas terão sido recusadas pela então ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Tzipi Livi, que as considerou “desadequadas” porque não permitiam que Israel mantivesse os grandes colonatos da Cisjordânia como Ma’aleh Adumin ou Ariel. Os EUA apoiaram a posição de Israel, diz o "Guardian". Os negociadores palestinianos citados nos documentos, Saeb Erekat e Ahmed Qorei, já consideraram as afirmações dos documentos “mentiras” (Erekat) ou disseram que estas foram manipuladas “como parte do incitamento contra a Autoridade Palestiniana e a liderança palestiniana” (Quorei). O diário "Guardian" e a estação de televisão Al-Jazira fizeram as revelações com base em documentos que abrangem o período de 1999 a 2010, e prometem divulgar mais pormenores nos próximos dias. O "Guardian" afirma que verificou independente a autenticidade dos documentos e que esta foi ainda corroborada por antigos participantes nas conversações e fontes dos serviços de informação e diplomatas, e ainda cruzada com informação contida nos telegramas revelados pela WikiLeaks. "A maior Yerushalayim da História judaica"As ofertas palestinianas relatadas nos documentos seriam extraordinárias: permitir que Israel mantivesse todos os colonatos judaicos de Jerusalém Oriental à excepção de um – “estamos a oferecer-vos a maior Yerushalayim da história judaica”, terá dito Qorei em 2008, usado a palavra hebraica para Jerusalém –, deixar ao cuidado de uma comissão conjunta os locais sagrados do Monte do Tempo, como é designado pelos judeus, ou Nobre Santuário como é conhecido pelos muçulmanos (que inclui a mesquita de Al-Qasa e a Cúpula do Rochedo) na Cidade Velha; e aceitar um limite do número de retorno de refugiados que saíram de Israel após a criação do Estado para 100 mil durante dez anos. A magnitude das concessões levou até Erekat a questionar, argumentando pela sua veracidade: “Se tivéssemos feito estas concessões, porque é que Israel não assinou um acordo de paz?”Segundo o "Guardian", os documentos mostram o desespero dos líderes palestinianos por um acordo, a confiança dos negociadores israelitas, que queriam mais concessões, e o apoio dos EUA às pretensões israelitas. O porta-voz do Governo israelita, Mark Regev não confirmou nem desmentiu a autenticidade dos documentos, que mostram o registo palestiniano das conversações, dizendo apenas que Olmert “fez também ofertas que foram recusadas”. Os documentos, diz o "Guardian", têm ainda mais revelações embaraçosas para a Autoridade Palestiniana, cujos líderes tiveram informação sobre a guerra em Gaza de 2008-2009, e mostram a próxima colaboração entre as forças de segurança israelitas e a Autoridade Palestiniana, colaboração várias vezes referida pelo seu inimigo comum, o Hamas, mas sempre negada. "Nunca vamos conseguir nada através de negociaçõesO Hamas reagiu dizendo que os documentos “revelaram a face negra da Autoridade” e o “nível do seu envolvimento para liquidar a causa palestiniana, particularmente na questão de Jerusalém e dos refugiados, e o seu envolvimento contra a resistência na Cisjordânia e na Faixa de Gaza”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Obama diz que Khadafi deve sair
Barack Obama anunciou que irá ser enviado um avião militar para ajudar a deslocar refugiados da fronteira com a Líbia, apelou ao fim da violência e defendeu que Khadafi “já não tem legitimidade para liderar e deve sair”. (...)

Obama diz que Khadafi deve sair
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Barack Obama anunciou que irá ser enviado um avião militar para ajudar a deslocar refugiados da fronteira com a Líbia, apelou ao fim da violência e defendeu que Khadafi “já não tem legitimidade para liderar e deve sair”.
TEXTO: “A violência deve parar”, disse o Presidente norte-americano em conferência de imprensa, ao lado do homólogo mexicano Felipe Calderón, que recebeu esta quinta-feira na Casa Branca. Deixou também um aviso aos responsáveis pelos ataques contra civis na Líbia. “A violência perpetrada contra civis está a ser acompanhada e os responsáveis irão responder por isso. ”Um avião militar norte-americano irá ajudar a retirar os cidadãos egípcios que se encontram bloqueados na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, anunciou Obama. A França também já anunciou que nos próximos dias irá disponibilizar seis voos diários para retirar refugiados e o Reino Unido também irá participar na operação de evacuação. O Presidente norte-americano adiantou que “todas as opções” estão em aberto, incluindo a militar. “Já pedi ao Departamento de Defesa, bem como ao Departamento de Estado e a todos os que estão implicados em questões internacionais para avaliar todas as possibilidades”. E adiantou: “Quero que tomemos decisões com base no que for melhor para os líbios, em conjunto com a comunidade internacional”. O chefe do Estado-maior Interarmas norte-americano, almirante Michael Mullen, considerou que a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, uma questão que tem sido debatida há vários dias e que teria como um dos objectivos impedir Khadafi de atacar civis, será “extraordinariamente complicada”. Pela primeira vez desde o início dos confrontos foram raptados na Líbia, por forças leais a Khadafi, soldados estrangeiros que estavam a participar em operações de evacuação. Três militares holandeses foram sequestrados na cidade portuária de Sirte e na operação de resgate de civis, que fracassou, foram ainda capturados dois civis, um holandês e outro de um país europeu não especificado, anunciou Otte Beeksma, porta-voz do Ministério da Defesa. Segundo a Liga Líbia para os Direitos humanos, os confrontos que se prolongam há duas semanas, e que esta quinta-feira se concentraram sobretudo na cidade de Brega, já causaram cerca de 6000 mortos. Mais de 80 mil pessoas chegaram desde 20 de Janeiro ao posto fronteiriço de Ras Jedir para tentar entrar na Tunísia, e a afluência de refugiados estará a criar uma crise humanitária. Já foi criada uma ponte aérea com o Egipto e a União Europeia anunciou a disponibilização de 30 milhões de euros. Mediação de Chávez recusadaO Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha-se disponibilizado para intermediar uma trégua entre o coronel Muammar Khadafi e os rebeldes, mas essa oferta foi rejeitada pela oposição que exige a mudança de regime na Líbia. “A nossa posição é muito clara. É muito tarde, já correu muito sangue”, disse um porta-voz da oposição, Moustapha Gheriani. Mais tarde, foi o próprio filho de Khadafi, Saif al-Islam Khadafi, quem rejeitou a proposta do Presidente venezuelano, ao dizer que não há necessidade de qualquer intervenção estrangeira. Numa entrevista à Sky News, agradeceu a oferta de Chávez, mas adiantou que a Líbia é “capaz de resolver as suas questões”. Não foram conhecidos os detalhes da proposta de Chávez – um aliado de Khadafi que qualificou as notícias da violência na Líbia como “exageradas”, mas a oferta dificilmente teria pernas para andar após a rejeição por parte dos revoltosos e da comunidade internacional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos violência exclusão filho comunidade humanitária
Crónica: As crianças de Juliano
O número de telefone do Juliano ainda está no meu telemóvel: 972 545898285. Penso em ligar. É madrugada em Portugal mas em Israel ou em Jenin já deve ser dia. Será que a mulher dele, grávida de gémeos, irá atender ? Ou a ama, que levou um tiro de raspão, quando Juliano Mer Khamis foi assassinado por cinco homens armados em frente ao filho de dez meses e à porta do teatro que fundou para crianças palestinianas no campo de refugiados de Jenin? Talvez o número tenha sido desligado a pedido do próprio Juliano depois de algumas ameaças? (...)

Crónica: As crianças de Juliano
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O número de telefone do Juliano ainda está no meu telemóvel: 972 545898285. Penso em ligar. É madrugada em Portugal mas em Israel ou em Jenin já deve ser dia. Será que a mulher dele, grávida de gémeos, irá atender ? Ou a ama, que levou um tiro de raspão, quando Juliano Mer Khamis foi assassinado por cinco homens armados em frente ao filho de dez meses e à porta do teatro que fundou para crianças palestinianas no campo de refugiados de Jenin? Talvez o número tenha sido desligado a pedido do próprio Juliano depois de algumas ameaças?
TEXTO: Resolvo então recordar a sua voz. Vasculho na estante de casa o DVD que comprei em 2007 quando nos encontrámos em Brooklyn, Nova Iorque. As imagens de carros e o barulho de buzinas invadem o ecrã. Uma senhora grita e protesta contra os soldados israelitas. É a vez da voz de Juliano invadir a tela: “Esta é a minha mãe, Arna. Ela nasceu numa família judia numa aldeia na Galileia. A sua cabeça está coberta pelo keffiyeh porque ela perdeu o cabelo depois de um tratamento de quimioterapia de um cancro terminal. Alguns dias atrás, contrariando as ordens dos médicos, deixou o hospital para organizar este protesto contra o cerco israelita ao campo de refugiados de Jenin. ” No dia 30 de Abril de 2007, os meus alunos do mestrado de relações internacionais da New School, em Nova Iorque, assistiam ao relato de Juliano em “Arna’s children” ( As crianças de Arna), no documentário realizado por Mer Khamis sobre a mãe, que lutara pela criação do Estado de Israel e mais tarde fora banida de tudo e por quase todos por ter se casado com um palestiniano; a luta da mãe para criar e manter uma escola de teatro para crianças no campo de refugiados em Jenin; as aulas de interpretação que o próprio Juliano dava aos miúdos palestinianos. Imagens de rapazes sorridentes a ensaiar (Yussef, Ashraf, Alla) desfilam no ecrã enquanto a voz de Juliano revela, que anos mais tarde, em 2001, Yussef cometera um ataque suicida, Asharf morrera na “batalha por Jenin” e Alla liderava um grupo de resistência que também o levaria à morte. Durante 84 minutos, a voz de Juliano não se cala. Ele volta ao campo para ver o que aconteceu com as crianças que amava. Os jovens estudantes de Nova Iorque não conseguem desgrudar os olhos do ecrã. Um mês antes, Mariam Said, viúva do Edward Said (o intelectual, que para muitos, pôs no mapa do mundo ocidental a causa palestiniana), falara-me que Juliano Mer Khamis estaria em Nova Iorque em Abril. Ela fazia parte do grupo de amigos do Freedom Theater - teatro da liberdade –, a escola fundada pela mãe de Juliano que ele decidira reabrir. “ Você tem que conhecê-lo, é uma força da natureza. ”A ideia era que ele fosse à universidade falar com os alunos. Não era possível pois calhava no mesmo dia em que Juliano teria encontro com possíveis financiadores do projecto. Precisava de dinheiro para manter a escola aberta no campo de refugiados. Mas por que não ia eu com os alunos à casa de um dos amigos do teatro, em Brooklyn, para conhecer mais o projecto e o próprio Juliano? Do terraço do prédio baixo numa rua deserta de Brooklyn, via-se os arranha-céus de Manhattan. A voz de Juliano era incessante: firme, apaixonada, determinada, por vezes zangada, mas sem subterfúgios. E também terna e serena. Falava do teatro, das crianças, do filme, da última peça, da ocupação. Mostrava imagens de uma peça. Não havia mais do que 12 pessoas. Israelitas, americanos, palestinianos. Só uma aluna pudera ir. Margaret era surda-muda. Nas aulas, tínhamos sempre um intérprete. Aqui ela e Juliano entenderam-se. Foram três ou quatro horas naquela noite em Brooklyn. No terraço, lembro-me dele, com um copo de vinho à mão, com um sorriso nos lábios. No sofá, como se nos conhecêssemos há anos, a contar os projectos. Eu iria pela primeira vez a Israel e aos territórios palestinos no Verão daquele ano. Talvez pudéssemos filmar o seu trabalho? Juliano deu-me o número de telefone. Lembro-me de gravar no telemóvel 972 545898285 e escrever J-U-L-I-A-N-O sem necessidade do apelido.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte escola campo ataque
Sousa Mendes Foudation grava depoimentos de sobreviventes do Holocausto
Querem ouvir famílias portugueses que ajudaram refugiados (...)

Sousa Mendes Foudation grava depoimentos de sobreviventes do Holocausto
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Querem ouvir famílias portugueses que ajudaram refugiados
TEXTO: A Sousa Mendes Foundation, com sede nos Estados Unidos, lançou uma iniciativa para gravar os depoimentos de sobreviventes do Holocausto que escaparam com vistos emitidos pelo diplomata português. A fundação já gravou 13 entrevistas e três delas estão disponíveis numa página onde se faz angariação de fundos para continuar o projecto. Cada depoimento custa entre 700 a 1. 500 dólares para gravar e editar (cerca de entre 640 e 1. 400 euros). "Temos planos de gravar mais 50 ou 60 entrevistas nos Estados Unidos, América do Sul, Europa e Israel. Além dos refugiados do Holocausto, queremos incluir trabalhadores e cidadãos portugueses que prestaram abrigo as famílias judias no seu caminho para a liberdade", explicou a fundação em nota enviada à Lusa. A angariação de fundos, disponível no site crowdrise, já alcançou o objectivo de reunir 25 mil dólares (perto de 23 mil euros). Quem contribuir com mais de 250 dólares (cerca de 230 euros), fica habilitado a uma viagem entre os EUA e a Europa. A Fundação Shoah fez um trabalho semelhante de recolha vídeo, mas deixou de o fazer há alguns anos e, segundo os responsáveis da Sousa Mendes Foundation, "a história dos refugiados que escaparam através de Portugal é uma que está mal contada na sua colecção de entrevistas. "A nota sublinha ainda que estes sobreviventes estão com 80 e 90 anos por isso o tempo para captar as suas histórias escasseia. "Esta é uma história importante e dramática, e uma história que não é muito conhecida. Cabe à Fundação capturar estar memórias antes que seja tarde de mais, explica. Nos vídeos já disponíveis é possível conhecer, por exemplo, a história de Eileen Berets, de 85 anos, que recorda a sua fuga da Bélgica, dormindo com a família nas bermas das estradas, e o que sentiu ao ver a Estátua da Liberdade pela primeira vez; ou descobrir o percurso de John Tetzeli, de 82 anos, originário da Checoslováquia, que conta como a sua família foi perseguida pelas actividades antinazi. Todos os vídeos ficarão disponíveis na internet e integrar materiais educacionais que a fundação distribui em escolas e outras instituições.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Família afegã condenada no Canadá por homicídio em “crimes de honra”
Três membros de uma família de imigrantes afegãos no Canadá foram condenados à prisão pelo homicídio de quatro mulheres da família – três adolescentes e a primeira mulher do pai – no que foi descrito como um “crime de honra”. (...)

Família afegã condenada no Canadá por homicídio em “crimes de honra”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Migrantes Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três membros de uma família de imigrantes afegãos no Canadá foram condenados à prisão pelo homicídio de quatro mulheres da família – três adolescentes e a primeira mulher do pai – no que foi descrito como um “crime de honra”.
TEXTO: Os procuradores sustentaram que o patriarca se tornara gradualmente mais violento por as três filhas adolescentes quererem ter namorados – duas tinham já namorados às escondidas – e usarem roupas que classificava como “impróprias” e “em desafio” aos seus valores culturais e religiosos. O pai da família, Mohammad Shafia, assim como o irmão das raparigas e a mãe foram todos condenados a uma pena de 25 anos de prisão, tendo sido concluído que afogaram as quatro vítimas, colocaram os corpos no carro e empurraram o veículo para o Canal Rideau perto de Kingston, Ontário, em Junho de 2009, no regresso de uma viagem da família às Cataratas do Niágara. “A razão aparente destes vergonhosos homicídios foi que as quatro [vítimas] ofenderam a sua noção distorcida de honra”, afirmou o juiz, Robert Maranger ao pronunciar a sentença contra Shafia, a mulher Tooba Yahya e o filho Hamed. A família, de dez pessoas, viva em Montreal desde 2007, tendo antes residido na Austrália, no Paquistão e no Dubai, desde que partiram do Afeganistão em 1992. A primeira mulher de Shafia, Rona Amir, que não podia ter filhos, vivia com a família e apoiava os desejos das raparigas – Zainab, Sahar e Geeti, de 19, 17 e 13 anos, respectivamente – de viverem conforme as normas ocidentais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho mulher prisão
“As mulheres estão mais preparadas para o amor”
Frank Tallis é pragmático: "Ser feliz não se resume ao amor", embora o procuremos e o queiramos viver a vida toda. O psicólogo clínico britânico escreveu um livro no qual identifica as doenças do amor. (...)

“As mulheres estão mais preparadas para o amor”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Homossexuais Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Frank Tallis é pragmático: "Ser feliz não se resume ao amor", embora o procuremos e o queiramos viver a vida toda. O psicólogo clínico britânico escreveu um livro no qual identifica as doenças do amor.
TEXTO: A capa e o título e até a citação do escritor Ian McEwan – "Mergulha fundo na própria essência do amor" – podem ser enganadores. Este não é um romance, embora o professor e psicólogo clínico Frank Tallis já os tenha escrito. O Romântico Incurável e outros casos de desejo e loucura é um livro de psicologia sobre as doenças do amor. Contando pequenas histórias de doentes que acompanhou em consulta, o especialista britânico vai identificando algumas doenças com a intenção de ajudar o leitor a prevenir comportamentos porque a linha que separa o amor normal do anormal é muito ténue. Nesta entrevista faz algumas revelações – não há donzelas perfeitas, nem príncipes encantados – e deixa o alerta: "Há uma ilusão que, se encontrarmos a pessoa certa, seremos felizes, mas é preciso mais do que isso. Ajuda muito, mas não é o suficiente. "No que diz respeito ao amor, há séculos que a natureza humana é a mesma, não muda?Não, não muda, nem no que diz respeito às doenças relacionadas com o amor. Há referências desde o tempo dos egípcios, na poesia, onde é dito que os amantes procuram os médicos porque se sentem febris e instáveis. Os gregos e os romanos também as reconheceram, os poetas de todas as culturas. . . Nos séculos IX e X foram escritos livros por médicos islâmicos, mas as doenças do amor só foram levadas a sério a partir do século XVIII, no Ocidente. Depois houve uma altura, que perderam a importância e a medicina deixou de reconhecer algumas delas. E continuamos a desvalorizá-las?Sem dúvida e mal, infelizmente. Mesmo quando o amor é normal, há sintomas ligados à obsessão, à euforia ou à depressão. Só que quando o amor é uma doença, esses sintomas podem ser catastróficos. Por exemplo, no mundo, 10% dos homicídios estão relacionados com o ciúme; a rejeição pode levar ao suicídio, sobretudo entre os mais jovens que não têm maturidade para lidar com isso. Portanto, se olharmos para as evidências, o amor deve ser levado a sério e a sociedade não o faz. Continuamos a ridicularizar quem está apaixonado e devíamos lidar com mais sensibilidade, desde muito cedo. Isso aprende-se, por exemplo, na escola? Porque aí é ensinada a educação sexual, mas não o que é o amor. Os dois [o amor e a educação sexual] deveriam andar juntos! Na escola fala-se sobre o ter sexo no contexto de uma relação amorosa, mas depois não exploram o que isso é, nem as consequências de estar numa relação amorosa. Quando estudei psicologia, em oito anos de formação, tive apenas uma palestra sobre o Amor Romântico e o tom foi quase como se fosse uma piada. E no entanto é, com frequência, a coisa mais importante na vida das pessoas, que nascem, vivem, procuram um companheiro, apaixonam-se, querem ter uma família e que os seus filhos encontrem o amor. E se não for a escola, podem ser os pais? É que por vezes, o que os filhos vêem são discussões. . . Muitas vezes, quando os pais são um mau exemplo, os filhos quando crescem não sabem como amar e limitam-se a copiar o modelo dos pais. Por exemplo o ciúme sexual: tendem a ser os homens a senti-lo em relação às mulheres, querem controlá-las através da violência, agredindo-as e até matando-as. Por isso, mais uma vez, o amor é um assunto sério. O que é um amor normal?O psicólogo norte-americano Robert Sternberg desenvolveu a Teoria do Amor, ele diz que para um amor ser consistente são necessários três parâmetros: paixão, tem de haver atracção sexual, que não dura para sempre; intimidade, temos de gostar da pessoa, é mais do que ser amigos, é preciso haver um sentido de proximidade; e tem de haver compromisso mútuo. É uma fórmula simples mas consistente porque quando algo de errado acontece, percebemos que algum destes três indicadores falhou. Por exemplo, se só tivermos a intimidade mas não houver atracção sexual, então é uma relação fria. À medida que envelhecemos, o sexo é menos importante?Sim. Escreve sobre o caso de uma viúva que sentia falta do sexo com o marido, com quem pouco partilhava. A intimidade não deveria ser mais importante?É preciso haver intimidade, amizade, comunicação, mas o que esse caso mostra é que o sexo pode ser poderoso. É uma forma de amor e esse caso contraria o que pensamos sobre relacionamentos. É uma excepção. A maior parte das pessoas quando se apaixona é claro que quer ter relações sexuais mas, quatro ou cinco anos depois, o sexo torna-se menos importante e as pessoas continuam a ter relações que as preenchem completamente. O sexo é importante porque mostra um grau de compatibilidade, o nojo é muito importante. O nojo?(Riso) Sim, por exemplo, há muitas culturas no mundo em que as pessoas não se beijam porque é nojento. E quando temos sexo percebemos que é tão íntimo, que partilhamos fluídos, que há partes do nosso corpo que estão associadas a coisas menos higiénicas, mas para podermos usufruir do acto sexual é preciso suprimir todos esses pensamentos. A compatibilidade sexual tem a ver com a nossa capacidade de suprimir o que é considerado nojento. Portanto, tem muito significado, não é uma coisa simples, o sexo é muito importante. E é mais importante para os homens do que para as mulheres?Sim. Quando fazia terapia de casal, normalmente, as mulheres queixavam-se de que eles não falavam, não partilhavam as suas emoções, que se tornaram nuns estranhos; já eles queixavam-se de elas não quererem ter relações sexuais. Isso significa que, num determinado momento da relação, homens e mulheres querem coisas diferentes?Parece que sim, se olharmos apenas para a prática clínica. Mas agora há muitos dados disponíveis na Internet, por exemplo, há análises sobre as perguntas que as pessoas põem ao Google, falamos de milhões e milhões de pessoas que na intimidade do seu lar fazem perguntas e há uma queixa comum entre as mulheres – “o meu namorado não quer ter sexo comigo”. E isto é muito revelador. São mulheres que perguntam? E os homens?Eles perguntam sobre o tamanho do pénis e coisas estúpidas com que se preocupam…Então o que significa essa queixa feminina?O que a Internet nos permite ver é que as mulheres preocupam-se com o sexo. Isto significa que quando, algumas, chegam à terapia não sentem confiança para dizer, tal como os homens, “eu quero ter mais sexo”. É uma questão cultural?Sim, são os estereótipos que prevalecem. Por isso, uma mulher não fala de sexo, mas de emoções?Na prática clínica acontece muitas vezes ouvirmos uma pessoa a dizer uma coisa, quando quer dizer outra. E aqui pode ser o mesmo: as mulheres também estão insatisfeitas sexualmente, mas falam de sentimentos. É muito complexo e é uma das razões por que escrevi o livro, para mostrar que estes temas são complicados. Se lermos colunas de aconselhamento em revistas, livros de auto-ajuda, as respostas são sempre tão simples, mas a realidade não é assim. É importante resistir, sobretudo na prática clínica é preciso olhar para cada pessoa como única, como aquela mulher para quem o sexo era tudo, ou seja, é importante resistir à simplificação. Quem são os seus leitores, estudantes de psicologia e psiquiatria?Não. Qualquer pessoa que já esteve apaixonada! Qualquer pessoa que já tenha procurado um ex-namorado no Google, isso mostra que há alguma obsessão. O livro não é só de estudos de caso, é uma exploração de todas as áreas do amor e do sexo. A editora diz que este é um livro que será mais lido pelas mulheres, mas os homens também precisam de o ler. Porquê?Porque os homens não pensam sobre o amor, pensam sobre sexo, mas não percebem que quando buscam o sexo, este pode vir com o amor. E essa é uma experiência que os deixa confusos, que pode ser esmagadora. Curiosamente, as mulheres estão mais preparadas para o amor. E, no entanto, elas “googlam” sobre a falta de sexo. Isso significa que há uma mudança na forma como olham para o amor?Não. As mulheres têm uma visão mais alargada do sexo no contexto de uma relação, enquanto os homens têm um problema com as emoções. Muitos dos casos de pessoas que não conseguem lidar com a intensidade das emoções são de homens que são mais imaturos, que não estavam preparados e, por isso, quando se apaixonaram e não resultou foi devastador para eles. É porque são imaturos que quando chegam à meia-idade procuram mulheres mais jovens?Sim! (risos) É verdade, porque em primeiro lugar dão prioridade ao sexo. Uma das consequências dessa opção é que esses homens mais velhos acabam por tornar-se muitíssimo ciumentos das suas jovens mulheres. Esperam que a beleza e a juventude delas lhes traga o paraíso na Terra e torna-se num inferno. Isso significa que o amor e a felicidade deveriam ser sinónimos?Deveriam ser, mas não o são frequentemente. Na verdade, na nossa cultura, se olharmos para o amor romântico, é quase como se acreditássemos que este tem de ser atormentado, que o nosso coração tem de se rasgar. É muito interessante olharmos para a história do amor romântico, a sua origem é islâmica, tem a ver com a o anseio da alma por Deus. Os trovadores não compreenderam que este amor era uma alegoria e confundiram os objectivos espirituais com os terrenos, importando uma série de expectativas irrealistas para o amor, a ideia de encontrar uma mulher perfeita. São expectativas e ninguém está à altura. Em particular para as mulheres, isto é muito exigente, o ser linda e perfeita. Mas as mulheres também procuram o “príncipe encantado”. Não é o mesmo princípio?Sim. Contudo, essa é uma ideia que vem reforçar a falta de poder das mulheres e uma série de outros estereótipos que não devem ter lugar no mundo moderno. Mas o amor romântico continua à procura das mulheres bonitas e perfeitas e que estas assim o serão para sempre. É isso que nos faz querer ser “felizes para sempre”?Nós queremos isso, mas temos de ser realistas. Primeiro é impossível porque alguém [no casal] vai morrer primeiro. É preciso perceber que os primeiros sentimentos não vão durar para sempre e que temos de reconhecer que ser feliz não se resume ao amor, que há imensas coisas na nossa vida que nos completam. O amor pode resistir a coisas menos boas como o desemprego ou a morte de um filho?Se olharmos para o divórcio, esta é a experiência mais traumatizante por que as pessoas têm de passar – a morte do amor –, a par da morte de um filho ou do companheiro. Quando o amor morre é apreendido como a pior coisa que pode acontecer. Por isso é importante ter uma vida preenchida, realizada. Há uma ilusão que, se encontrarmos a pessoa certa, seremos felizes, mas é preciso mais do que isso. Ajuda muito, mas não é o suficiente. Precisamos de ter vida própria?Sim. Para medir o quão autêntico é o amor é preciso ver quanto tempo consegue um casal estar longe e continuar apaixonado, porque cada um é uma pessoa, um indivíduo. Porque nunca se é um só. Mas não é essa a ideia: ser um só?Lá vem outra vez a ideia islâmica do amor romântico que chegou ao cristianismo. Mas é uma ideia bonita!Linda! E, de certa maneira é verdade quando o casal tem filhos, ou seja, a ideia que o amor se estende para a eternidade, mas as pessoas são indivíduos. Se investirmos toda a nossa vida noutra pessoa, não é uma boa ideia porque um dia pode ir-se embora. Por isso, funciona melhor se os indivíduos se complementarem verdadeiramente, mas nunca serão um só. Essa individualidade de que fala pode levar-nos a trair mais? No livro diz que 20 a 40% dos homens casados e entre 20 a 25% das mulheres casadas traem e que 70% dos namorados são infiéis. Eventualmente, mas há aspectos na sociedade moderna que vão noutra direcção. Por exemplo, os jovens que evitam ter relações sexuais. É uma nova tendência?Sim e preocupante. Não é uma coisa dos EUA por razões religiosas?Não. Também está a acontecer no Reino Unido. Mas no Reino Unido a taxa de gravidez adolescente é muito alta. Por isso, essa tendência pode ser boa!(Riso) O que estamos a assistir é que os jovens têm medo de ter relações sexuais porque vêem pornografia na Internet e pensam que é aquilo que lhes é exigido, uma performance ininterrupta com múltiplos orgasmos, com muitas companheiras. As raparigas temem que lhes seja exigido fazer coisas com as quais não se sentem confortáveis. Este é um verdadeiro problema no Japão, com o governo preocupado com o futuro do país, porque estes jovens isolam-se e evitam o sexo. Então, voltamos a falar da necessidade de educar?Sim, na escola. É importante fazer as pessoas compreenderem que quando nos apaixonamos há emoções que são normais, alertar os mais novos para a complexidade do amor e que podem sentir-se instáveis, obsessivos, que podem ter um rival que desejam matar, que todas essas coisas fazem parte da vida e que se souberem como geri-las, melhor. Há amor à primeira vista?Se olharmos para os dados, 70% das pessoas acredita que sim, 50% diz que já o experimentou, mas se pensarmos racionalmente é impossível. Como é que olhamos para alguém, pela primeira vez, e acreditamos que "estava escrito nas estrelas"? Não pode ser verdade. Pesquisas recentes sugerem que as pessoas sentem uma forte atracção sexual, juntam-se, o cérebro prega-lhes uma partida e pensam que é amor, mas na maior parte das vezes é luxúria. (Risos) Depois, as pessoas reescrevem a sua história. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Porque precisam de o fazer, porque o amor não é racional. Não é racional e não temos controlo sobre ele, mas em última instância podemos dizer que é um mecanismo de evolução, como diria Darwin. Podemos escolher não ter sexo, mas pomos em risco a sobrevivência da espécie. Em 20 mil anos, o amor não mudou, interpretamos, com instrumentos culturais, sociais, mas é profundo, está gravado no nosso cérebro e no nosso corpo. Vemos que há mudanças subtis, mas a linguagem base do amor permanece inalterada. Os homens tendem a exibir-se, as mulheres tendem a escolher. O sexo é importante até a questão da procriação estar resolvida. Há padrões que se mantêm os mesmos. Mesmo quando se criam sociedades utópicas ou disruptivas, acabam por não ter sucesso, e voltam à família tradicional. No final o amor vence?Sim. E o amor é tudo o que precisamos (Love is all we need)?Não. Eu não concordo com Paul McCartney. É importante, mas precisamos de outras coisas!
REFERÊNCIAS:
Religiões Cristianismo
Comprimento dos dedos pode dar “pistas sobre sexualidade” das mulheres
A diferença de comprimento entre os dedos indicador e anelar na mão esquerda de uma mulher podem indicar que seja lésbica ou bissexual, indica um estudo da Universidade de Essex. (...)

Comprimento dos dedos pode dar “pistas sobre sexualidade” das mulheres
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Homossexuais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A diferença de comprimento entre os dedos indicador e anelar na mão esquerda de uma mulher podem indicar que seja lésbica ou bissexual, indica um estudo da Universidade de Essex.
TEXTO: É mais provável que as mulheres que têm o dedo indicador mais comprido do que o dedo anelar sejam lésbicas ou bissexuais indica um estudo da Universidade de Essex, no Reino Unido, publicado na revista Archives of Sexual Behavior. A explicação está na quantidade de testosterona a que essas mulheres foram expostas enquanto estavam no útero. Para apurar estes resultados, foram estudados os comprimentos dos dedos de 18 pares de gémeas monozigóticas (isto é, idênticas) — uma delas heterossexual e outra não-heterossexual. “Porque estas gémeas são geneticamente idênticas, as diferenças na exposição pré-natal a androgénios [hormona sexual masculina], reflectidas nos diferentes comprimentos dos dedos, podem contribuir para a discordância”, lê-se na introdução do trabalho. Normalmente, os dedos indicador e anelar de uma mulher têm o mesmo comprimento. No caso dos homens, um dos dedos é maior do que o outro. E, de acordo com este estudo, nas mulheres lésbicas ou bissexuais também — mas apenas na mão esquerda. “A investigação sugere que a nossa sexualidade é determinada no útero e é dependente da quantidade de hormonas masculinas a que estamos expostos ou da forma como os nossos corpos individuais reagem a essa hormona, sendo que quem está exposto a altos níveis de testosterona aumenta a probabilidade de ser bissexual ou homossexual”, afirma Tuesday Watts, investigadora do Departamento de Psicologia e uma das autoras do estudo, investigadora do Departamento de Psicologia, citada num comunicado de imprensa da universidade. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Isto porque, apesar de os gémeos monozigóticos partilharem 100% do material genético, estudos anteriores apontam para que aproximadamente um terço dos gémeos se desenvolvam em placentas separadas. As “placentas podem regular de forma diferente o nível de testosterona transferida da mãe para o feto”, lê-se nas conclusões do estudo. “Para uma gémea, mas não para a outra, a exposição a níveis elevados de androgénios pode ter aumentado a probabilidade de uma orientação" não-heterossexual. Por isso, olhar para a mão de uma mulher “pode dar uma pista sobre a sua sexualidade”, resume Tuesday Watts. O mesmo não se aplica aos homens. Neste estudo, foram também analisados 14 pares de gémeos do sexo masculino. Em alguns casos, os gémeos não-heterossexuais tinham os dedos mais compridos, mas “não houve uma diferença significante entre os gémeos heterossexuais e não-heterossexuais em qualquer uma das mãos”, conclui o estudo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher sexo estudo sexual mulheres sexualidade homossexual bissexual
Rapazes sofrem mais com insultos homofóbicos do que raparigas
Estudo envolveu alunos entre os 12 e os 14 anos e as conclusões apontam para uma maior discriminação entre rapazes no que respeita a insultos homofóbicos. (...)

Rapazes sofrem mais com insultos homofóbicos do que raparigas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Homossexuais Pontuação: 16 | Sentimento 0.5
DATA: 2014-05-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo envolveu alunos entre os 12 e os 14 anos e as conclusões apontam para uma maior discriminação entre rapazes no que respeita a insultos homofóbicos.
TEXTO: Os rapazes são as principais vítimas de bullying homofóbico nas escolas, de acordo com um artigo integrado num estudo realizado em contexto nacional, por investigadores do Instituto de Educação da Universidade do Minho, do Centro Avançado de Sexualidades e Afectos e do Instituto Superior de Psicologia Aplicada. O artigo, intitulado (In)visibilidade do Bullying Homofóbico no Contexto Escolar Português, está incluído numa investigação que decorreu ao longo de três anos lectivos, entre 2010/2011 e 2012/2013, numa escola pública de Braga. Apesar de ter sido recentemente apresentado, o artigo ainda vai ser publicado este ano numa revista científica, à semelhança dos outros artigos que fazem parte deste estudo. Foi especificamente o bullying homofóbico, que inclui insultos com nomes ou frases de carácter sexual como “maricas, gay, bicha, florzinha, maria-macho, fufa, lésbica”, entre outros, aquele que registou as maiores diferenças entre rapazes e raparigas. Entre os rapazes, 3, 8% do 7. º ano foram vítimas deste comportamento; 6, 2% no 8. º e 11, 5% no 9. º. Entre as raparigas, as percentagens são mais baixas e nunca ultrapassam os 2, 6%, neste caso, no 9. º ano, e sendo abaixo dos 1, 2% no 7. º e 8. º anos. Em comum, neste ponto específico, surge o facto de as percentagens aumentarem de valor de ano para ano, o que leva o investigador principal, Paulo Costa, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, a perguntar: “O que se passa nas escolas?”. E temer “o que se passará no secundário”. Para além disso, os investigadores mostram-se preocupados com a discriminação de que são alvo os rapazes: “É um dado muito preocupante, que mostra que a área da educação sexual e para os afectos tem de ser uma realidade nas escolas. Estes temas têm de ser debatidos, estes comportamentos não podem ser tolerados, tem de se respeitar a diferença”, defende Paulo Costa, sublinhando que o bullying é um fenómeno “invisível” e que, muitas vezes, os miúdos têm dificuldade em pedir “ajuda” em casa. “Até se acham merecedores daqueles comportamentos”, alerta o investigador, frisando que os adolescentes e pré-adolescentes também imitam os comportamentos que existem na sociedade. “Às vezes são os próprios adultos a reforçar estes comportamentos. É preciso ter muito cuidado”, alerta. Prevenir o fenómenoSem descurar que os estereótipos sobre as meninas também pesam quando o assunto é discriminação, Paulo Costa entende que as ideias sobre masculinidade e virilidade afectam “bastante” os rapazes: “Quem não se enquadra, sofre bastante”, diz, adiantando que o estudo incluiu sessões em que os alunos foram motivados a “intervir” e a tornarem-se “elementos pró-activos” na prevenção do fenómeno. Os investigadores que participaram neste estudo, que começou por ser divulgado pela agência Lusa, entendem que a prevenção passa por “uma intervenção multidisciplinar que envolva toda a comunidade escolar” e que a diversidade sexual e familiar deve ser uma prioridade nos currículos, para além de se apostar em políticas escolares anti-bullying e anti-discriminação que tenham as crianças e jovens “como parceiros”. No que toca ao bullying sexual, no qual se inclui o bullying homofóbico, os dados mostram que 5, 4% das meninas de 12 anos (do 7. º ano) foram vítimas deste tipo de comportamentos, aumentando o número de casos para 6, 2% no 8. º e para 11, 6% no 9. º ano. O bullying sexual incluiu terem sido tocadas em partes íntimas, o que as deixou tristes e desconfortáveis, terem sido alvo de gestos obscenos que as magoaram, e ainda insultadas com nomes ou frases de carácter sexual. As mesmas atitudes não apresentam, segundo os autores do estudo, diferenças significativas nos rapazes: 8, 9% no 7. º ano; 12, 5% no 8. º; e 16, 7% no 9. º. Tanto rapazes como raparigas são vítimasOs dados desta investigação, liderada pelo Instituto de Educação da Universidade do Minho, mostram ainda que, no que respeita ao bullying globalmente considerado, cerca de um terço dos meninos de 12 anos já foram vítimas de algum comportamento, número que aumenta para 45% entre os rapazes de 13 anos e que é de 39, 7% entre os que têm 14. O bullying globalmente considerado inclui agressões físicas, verbais, ameaças, cyberbullying – através de mensagens na Internet e nas redes sociais - e também o sexual. Nas raparigas, os dados não apresentam grandes diferenças: 30, 4% no 7. º ano; 38, 8% no 8. º; e 24, 4% no 9. º.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola educação ajuda comunidade estudo sexual gay discriminação bicha lésbica
Pais consideram "desadequado" inquérito sobre orientação sexual de alunos do Porto
“Sinto-me atraído/a por: Homens, Mulheres, Ambos” é uma das questões da ficha entregue a uma turma do 5.º ano, segundo uma imagem que circula nas redes sociais. Ministério da Educação diz estar a investigar junto do estabelecimento escolar. (...)

Pais consideram "desadequado" inquérito sobre orientação sexual de alunos do Porto
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Homossexuais Pontuação: 13 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-10-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Sinto-me atraído/a por: Homens, Mulheres, Ambos” é uma das questões da ficha entregue a uma turma do 5.º ano, segundo uma imagem que circula nas redes sociais. Ministério da Educação diz estar a investigar junto do estabelecimento escolar.
TEXTO: A Escola Básica Francisco Torrinha, no Porto, entregou a uma turma de alunos do 5. º ano uma “ficha sociodemográfica” em que pergunta se se sentem atraídos por homens, mulheres ou por ambos, questionando ainda se namoram ou se já namoraram anteriormente. O Ministério da Educação está a investigar o caso junto do estabelecimento escolar. O caso tornou-se público esta quarta-feira depois de ter sido divulgada nas redes sociais uma fotografia dessa ficha. Ao PÚBLICO, fonte da escola Francisco Torrinha — que tem alunos do 5. º ao 9. º ano — disse nesta quarta-feira que os responsáveis “não prestavam declarações” sobre o assunto. A escola Francisco Torrinha pertence ao Agrupamento de Escolas Garcia de Orta. Na ficha divulgada online, o aluno inquirido tem nove anos. Além da orientação sexual, são também feitas outras questões, como a nacionalidade, qual a pessoa com quem vive e outras informações sobre o encarregado de educação. Ao PÚBLICO, o Ministério da Educação disse que não sabia de antemão da existência do documento. "Sabe-se que é um caso isolado e [o Ministério da Educação] está a apurar informação junto do estabelecimento escolar em causa", afirmou fonte do gabinete de comunicação. Em declarações ao PÚBLICO através do Facebook, um representante da Associação de Pais da Escola Básica Francisco Torrinha afirma que o inquérito é “desadequado à idade”, mas acredita que o “tema tomou proporções ainda mais desadequadas do que o próprio inquérito” – até porque “está previsto no programa do Ministério da Educação”, na estratégia nacional para a Cidadania e Igualdade de Género. “Trata-se de um caso isolado que está a ser devidamente tratado, tudo está a decorrer dentro da normalidade”, refere ainda o representante que já se reuniu com os responsáveis da escola, dizendo que o inquérito não fere susceptibilidades e assegurando a sua confiança no estabelecimento escolar. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. À Lusa, um encarregado de educação confirmou à agência de notícias ter recebido um papel a autorizar a participação do filho na disciplina "Cidadania", em que "se abordariam temas como as relações interpessoais e violência no namoro", mas refere que não esperava que fossem colocadas questões deste género. “Aquilo que ao ver esta notícia nos preocupa mais é perceber, por um lado, qual é a motivação, a intenção por trás destas perguntas. Acreditamos que possa ter sido boa, mas desadequada”, diz ao PÚBLICO o sociólogo e coordenador de projectos da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo). “Já enviámos um pedido de esclarecimento e informação à escola, mostrando-nos disponíveis para colaborar de uma forma construtiva para desenhar estratégias, de que forma estes assuntos podem ser incluídos salvaguardando sempre a segurança e o bem-estar das pessoas, nomeadamente os jovens que estão neste contexto”, refere ainda. Telmo Fernandes diz ainda que “as temáticas não devem ser evitadas” e que devem até “ser abordadas desde muito cedo, quando se começa a falar sobre identidade, sobre diversidade, sobre as famílias, sobre a realidade humana”. O que pode acontecer já no pré-escolar, admite, dizendo que já foram desenvolvidas actividades que abrangiam esta faixa etária, falando-se sobre “diferentes tipos de família, usando ilustrações e linguagem adequada”. com Aline Flor
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens escola violência filho educação igualdade género sexual mulheres gay bissexual lésbica