Munique enfrenta o seu passado nazi com abertura de museu
Inauguração no dia em que se assinalam 70 anos da entrada das tropas americanas na cidade, e ainda sobre a morte de Hitler. (...)

Munique enfrenta o seu passado nazi com abertura de museu
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Inauguração no dia em que se assinalam 70 anos da entrada das tropas americanas na cidade, e ainda sobre a morte de Hitler.
TEXTO: A cidade de Munique, berço e bastião do partido nacional-socialista de Adolf Hitler, tem, após uma longa saga, um centro de documentação do nazismo: um cubo branco no local onde antes estava a Casa Castanha, a sede do partido nazi, destruída nos bombardeamentos da II Guerra. Se logo após o final da II Guerra se decidiu que era preciso ter uma instituição que assinalasse o percurso nazi da capital bávara, o museu que agora abre teve um percurso demorado – após várias iniciativas cidadãs e pedidos de historiadores nos anos 1970, foi finalmente aberto um concurso em 1991. O projecto do museu foi aprovado em 2001, mas apenas em 2006 obteve financiamento necessário (um terço da cidade de Munique, um terço do estado-federado da Baviera, um terço do Governo federal alemão), e só começou a ser construído em 2011. Acabou por ser inaugurado num dia significativo, quando se assinalam 70 anos sobre a entrada das tropas americanas na cidade, e ainda sobre o suicídio de Hitler no seu bunker em Berlim. “Para Munique, foi mais difícil [lidar com o seu passado nazi] do que para outras cidades da Alemanha, porque foi mais marcada do que outras”, comentou aos jornalistas o director do centro de documentação, Winfried Nerdinger, filho de um opositor. “Foi aqui que tudo começou. ”O próprio nome do museu foi muito discutido, acabando por ficar Centro de Documentação do Nacional-Socialismo de Munique – Centro de Aprendizagem e Memória da História do Nacional-Socialismo. A exposição, dizem os responsáveis, procura explicar como é que a cidade fervilhante de cultura e tolerância mudou radicalmente para apoiar as ideias racistas, anti-semitas e nacionalistas do partido nazi, ali fundado em 1919, e se tornou a “capital do movimento” nazi. Com uma exposição permanente em alemão e inglês, ao longo de quatro andares e 1000 metros quadrados, o centro espera ter cerca de 250 mil visitantes por ano, diz a emissora alemã Deutsche Welle. Esta exposição não acaba, no entanto, com o fim da guerra: mostra como políticos nazis continuaram as suas vidas e carreiras políticas na cidade. Explica, por exemplo, o percurso e discussões sobre o próprio museu, desde o nome até ao financiamento, e ainda refere crimes neonazis, com exemplos como o atentado de 1980 na Oktoberfest que fez 13 mortos, até ao grupo auto-intitulado Nacional-Socialista Clandestino (NSU), que ao longo de vários anos assassinou pelo menos dez pessoas e foi descoberto por acaso em 2011 (a única sobrevivente do grupo está actualmente a ser julgada). Em relação à época de Hitler, há imagens das grandes paradas militares que aconteciam a poucos metros dali, há informação sobre os livros que os nazis queimaram em 1933, imagens de judeus da cidade em 1922 e dez anos depois. Há ainda um vídeo com um ponto de luz por cada judeu da cidade, em que os pontos se vão extinguindo, simbolizando os judeus que iam sendo deportados para os campos de concentração onde muitos morreram – em dois minutos, passam-se uns dez anos, e os pontos praticamente desaparecem. Dachau, o primeiro campo de concentração e modelo para os outros, era ali perto, e Munique foi essencial neste sistema. O centro pretende ainda mostrar a diferença entre a Alemanha do nazismo e a de hoje. “Os adolescentes perguntam muitas vezes, e bem, o que é que o passado distante nazi tem a ver com as suas vidas”, nota Hans Günter Hockerts, historiador da Universidade de Munique, em declarações à Deutsche Welle. Mas se é importante vincar as diferenças, defende Hockerts, também se deve continuar a questionar os efeitos da suspensão de direitos humanos e cívicos. “Uma sociedade muito desenvolvida pode transformar-se numa sociedade radical de exclusão em poucos anos”, avisa. Ainda hoje, diz, a questão é: “Estou a fazer algo pelo desenvolvimento da sociedade? Estou a tomar responsabilidade pessoal pelo modo como trato outras pessoas?”Jan Björn Potthast, que trabalha no centro recém-inaugurado, diz algo semelhante: “Queremos que os visitantes se apercebam que a democracia é frágil, pode falhar se não tivermos cuidado e não respeitarmos os direitos das minorias ou pensarmos nos valores democráticos no quotidiano. ”
REFERÊNCIAS:
Étnia Judeu
Polícia russa detém 1200 pessoas após protesto anti-imigração
Distúrbios e confrontos com a polícia na sequência de manifestação contra a morte de russo. (...)

Polícia russa detém 1200 pessoas após protesto anti-imigração
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 18 | Sentimento -0.02
DATA: 2013-10-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Distúrbios e confrontos com a polícia na sequência de manifestação contra a morte de russo.
TEXTO: A polícia russa deteve 400 pessoas no domingo na sequência de protestos de cariz racista e contra o assassíno de um jovem russo, atribuído a um imigrante, no sul de Moscovo. Esta segunda-feira, perto de 1200 pessoas foram detidas na unidade de produção de vegetais onde o suspeito do crime trabalhava. Os distúrbios e confrontos com a polícia, que se prolongaram esporadicamente noite dentro, ocorreram, explicou a BBC, num contexto de crescente tensão entre russos étnicos, imigrantes da região do Cáucaso — que são cidadãos russos —, e não-russos oriundos de antigas repúblicas soviéticas. A multidão de milhares de pessoas, jovens na sua maioria, invadiu um centro comercial, espancou seguranças, partiu vidros e tentou pegar fogo ao imóvel situado no bairro de Biriouliovo. Um armazém de legumes, onde trabalham muitos imigrantes, também foi alvo de uma tentativa de invasão. Estabelecimentos que empregam imigrantes foram particularmente visados, segundo o New York Times. Esta segunda-feira, no armazém de legumes, a polícia deteve 1200 funcionários que, explicaram as autoridades, se preparavam para se manifestar. Tratou-se, disseram, de uma detenção para evitar novos confrontos. “A Rússia para os russos” e “Poder branco” foram frases gritadas por manifestantes no domingo, que acusam os estrangeiros de serem responsáveis pela alta taxa de criminalidade na zona. Segundo a AFP, a multidão ainda conseguiu partir vidros noutros edifícios e danificar viaturas antes da chegada da polícia antimotim. Segundo testemunhas citadas pela agência, entre os manifestantes encontravam-se nacionalistas radicais. Quando a polícia começou a querer fazer detenções, manifestantes atiraram garrafas contra os agentes, que responderam à bastonada. O chefe da polícia de Moscovo, Anatoli Iakunin, atribuiu os distúrbios a “extremistas”, muitos dos quais, disse, estavam embriagados. “É impossível viver aqui”Até ao momento em que um grupo de manifestantes começou a partir vidros, o protesto tinha decorrido de modo pacífico. Inicialmente a concentração reunia apenas cerca de 200 pessoas que pediam justiça contra a morte de Egor Chtcherbakov, de 25 anos, habitante do bairro, apunhalado na quinta-feira em frente à namorada. Habitantes de Biriouliovo estão convencidos de que o jovem foi morto por um imigrante ilegal e exigiram que as autoridades reforcem a luta contra a imigração clandestina. Alguns defenderam que Moscovo devia fechar as portas aos imigrantes. “É impossível viver aqui”, disse um residente citado pelo New York Times. O presidente do conselho de direitos humanos criado pelo Presidente, Vladimir Putin, atribuiu às forças policiais responsabilidade por não terem prevenido a violência e também pelos distúrbios. “Por um lado, compreendo o sentimento dos moscovitas que vêem pessoas serem mortas na rua sem a polícia fazer nada”, mas “nada justifica esta perseguição”, disse Mikhail Fedotov. Em 2010, após a morte de um adepto russo de futebol, atribuído a um homem oriundo do Cáucaso do Norte, milhares de jovens causaram distúrbios semelhantes nas proximidades do Kremlin: confrontaram-se com a polícia e atacaram transeuntes que identificaram como não-russos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos morte humanos violência imigração concentração homem morto racista perseguição imigrante ilegal
Imigrante assassinado em São Petersburgo depois de manifestação ultra-nacionalista
Os suspeitos são dez adolescentes filmados por câmaras de segurança. (...)

Imigrante assassinado em São Petersburgo depois de manifestação ultra-nacionalista
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os suspeitos são dez adolescentes filmados por câmaras de segurança.
TEXTO: Um imigrante da Ásia Central foi assassinado em São Petersburgo, na Rússia, depois da manifestação ultra-nacionalista de segunda-feira. De acordo com a polícia, depois da Marcha Russa foram cometidas uma série de agressões contra pessoas óriundas desta região e também do Cáucaso. "O corpo de uma pessoa com traços da Ásia Central foi encontrado com ferimentos de arma branca", indicou a polícia de São Petersburgo em comunicado citado pela AFP. A polícia diz que homem assassinado é do Uzbequistão, uma antiga república soviética - destas repúblicas é originária a massa de imigrantes, muitos ilegais, que entrou nos últimos anos na Rússia. As manifestações de segunda-feira, em São Petersburgo, em Moscovo e algumas cidades da Sibéria, tiveram estes imigrantes (quase todos de países muçulmanos) como primeiro alvo. Serviram também para glorificar a chamada "alma russa", num apelo a sentimentos nacionalistas pré-revolução soviética. O Presidente Vladimir Putin, por exemplo, esteve na segunda-feira - em 2005 decidiu que 4 de Novembro seria o Dia da Unidade Nacional - numa exposição sobre os Romanov em Moscovo. O homem assassinado na antiga capital imperial tinha 51 anos e saia do emprego, numa fábrica, quando foi cercado por dez pessoas - o corpo tinha 14 punhaladas. A polícia não classificou este crime como racista, mas disse que os suspeitos são adolescentes que poderão ter participado na manifestação; as câmaras de vigilância filmaram-nos e usavam uniformes com símbolos ultra-nacionalistas. Os suspeitos estão a ser procurados.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homem corpo racista imigrante
União Europeia reforça medidas de repatriamento de imigrante económicos
Processo de triagem entre imigrante e refugiados vão ser reforçados e repatriamentos vão ser acelerados. (...)

União Europeia reforça medidas de repatriamento de imigrante económicos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 Refugiados Pontuação: 14 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-10-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Processo de triagem entre imigrante e refugiados vão ser reforçados e repatriamentos vão ser acelerados.
TEXTO: Na véspera das primeiras transferências de refugiados para vários países da União Europeia, os 28 Estados-membros mostraram uma frente comum sobre o reenvio sistemático dos imigrantes económicos para os seus países de origem, a “outra face da moeda” da sua política de asilo. Aqueles que “não precisam de uma protecção internacional devem regressar aos seus países de origem”, resumiu o ministro luxemburguês dos Negócios Estrangeiros, Jean Asselborn, anfitrião de uma reunião de ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros no Grã-Ducado. Os europeus vão accionar uma medida de solidariedade que os dividiu profundamente, transferindo esta sexta-feira de manhã 20 refugiados eritreus de Itália para a Suécia, os primeiros de um grupo de 160 mil que vão beneficiar de um programa de repartição inédito na União Europeia. Mas há “outra face da moeda”, sublinhou o comissário europeu para a migração, Dimitris Avramopoulos, no final da reunião em que os 28 se comprometeram a reforçar e acelerar as políticas de repatriamento de clandestinos, migrantes económicos africanos ou paquistaneses, por exemplo, que procuram uma vida melhor na Europa. Em 2014, apenas 39% dos migrantes ilegais que foram intimados a deixar a UE deixaram realmente o território europeu. “Só poderemos aceitar e apoiar as pessoas que precisam de protecção (os refugiados) se aqueles que não precisam dessa protecção não vierem para a EU ou forem rapidamente repatriados”, disse o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière. “É preciso reprimir aqueles que abusam do nosso sistema de asilo”, insistiu, por seu lado, a ministra do Interior britânica, Theresa May. Os ministros também concordaram em recorrer a uma “mistura de pressões e incentivos” junto dos países-terceiros, para que estes facilitem o regresso a casa dos seus cidadãos. Na reunião do Luxemburgo, foi também reafirmada a vontade de recuperar urgentemente o controlo das fronteiras exteriores da EU, por onde têm entrado milhares de refugiados e imigrantes, o que levou vários Estados do espaço Schengen a restabelecerem os controlos nas suas fronteiras nacionais. O ministro Jean Asselborn e o comissário Dimitris Avramopoulos anunciaram que vão deslocar-se nos próximos dias a Itália e à Grécia para avaliar como é que está a avançar a constituição dos novos “hotspots”, centros de acolhimento e registo, que devem abrir até ao final de Novembro. Será a partir destes centros que deve ser feita a primeira triagem dos que chegam, separando aqueles cuja vida não é ameaçada nos seus países e que devem ser repatriados, e os que podem ficar como refugiados com direito a pedir asilo na União Europeia. O ministro francês Bernard Cazeneuve apelou à constituição a longo prazo de um verdadeiro “corpo de guardas-fronteiriços europeus”, que possa ser destacado por decisão das autoridades europeias para zonas sujeitas a uma forte pressão migratória. Este projecto, avançado pela Comissão Europeia, não é consensual entre os Estados-membros, mas o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, considerou que “a Europa está pronta para uma escolha deste tipo”. Todos os Estados-membros concordaram em reforçar a agência europeia Frontex, encarregue da vigilância das fronteiras exteriores da União Europeia. A Frontex apelou esta semana aos membros da União Europeia a disponibilizarem 775 guardas-fronteiriços suplementares para “gerir a pressão migratória”. A resposta deve ser formalizada na próxima cimeira europeia em Bruxelas, nos dias 15 e 16 de Outubro. A urgência mantêm-se: só em 24 horas, a Macedónia contabilizou 10 mil entradas de imigrantes e refugiados vindos da Grécia.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
A guerra santa de Orbán contra Soros e a “imigração ilegal” vai a votos
O multimilionário húngaro tornou-se no inimigo número um do Governo húngaro por causa da crise dos refugiados. A retórica anti-imigração deverá garantir nova vitória do Fidesz nas eleições deste domingo. (...)

A guerra santa de Orbán contra Soros e a “imigração ilegal” vai a votos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 Refugiados Pontuação: 14 | Sentimento -0.5
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O multimilionário húngaro tornou-se no inimigo número um do Governo húngaro por causa da crise dos refugiados. A retórica anti-imigração deverá garantir nova vitória do Fidesz nas eleições deste domingo.
TEXTO: É comum que durante as campanhas eleitorais, os partidos apresentem cartazes em que se mostram as caras dos candidatos. Mas na Hungria é outra a face que nos últimos meses mais tem aparecido na campanha, em outdoors, cartazes ou paragens de autocarro. Trata-se do multimilionário de origem húngara George Soros que se tornou no inimigo público número um do Fidesz, o partido anti-imigração que está no poder desde 2010 – e que pretende revalidar a sua posição nas eleições legislativas deste domingo. Há fortes possibilidades de que a coligação governamental entre o Fidesz e o Partido Democrata Cristão consiga renovar a larga maioria que detém na Assembleia Nacional – que entre 2010 e 2015 permitiu viabilizar várias alterações constitucionais que põem em causa princípios democráticos como a liberdade de expressão ou a separação de poderes. Com o agudizar da crise humanitária dos refugiados na Europa, Soros tornou-se no símbolo de tudo aquilo que o Fidesz e o seu Governo rejeitam. Durante décadas, as suas fundações Open Society financiaram centenas de projectos e organizações não-governamentais em vários países para promover valores associados à democracia e aos direitos humanos. O seu raio de acção concentra-se sobretudo nos Estados que faziam parte da “cortina de ferro”, como a sua Hungria natal, onde fundou a Universidade Central Europeia, que enfrenta o sério risco de encerrar. O próprio líder do Fidesz e primeiro-ministro Viktor Orbán estudou na Universidade de Oxford no final dos anos 1980 ao abrigo de uma bolsa financiada por Soros, numa época em que era um activista contra o regime pró-soviético de Budapeste. Mas desde que o investidor criticou a política altamente restritiva do Governo húngaro em relação aos refugiados durante o pico da crise em 2015, Soros passou a ser um alvo a abater. Nesse Verão, o Governo de Orbán proibiu a passagem de milhares de requerentes de asilo que pretendiam chegar à Alemanha e deu ordem para que se construísse uma vedação ao longo da fronteira com a Sérvia e a Croácia. Orbán insiste que os milhares de pessoas que fogem de conflitos na Síria, Iraque, Afeganistão ou Eritreia, não são refugiados, mas sim “invasores muçulmanos”. No ano passado, o Governo organizou uma consulta popular para questionar os húngaros sobre o acolhimento de migrantes. A esmagadora maioria dos inquiridos mostrou-se contra a entrada de refugiados no país, mas o referendo teve uma participação abaixo dos 45%, acabando por ser invalidado. Porém, isso não tem impedido Orbán de declarar que os húngaros não querem imigrantes no país. Para o líder nacionalista, o multimilionário passou a representar uma ameaça à própria soberania da Hungria e o seu afastamento tornou-se num desígnio nacional com reminiscências quase épicas. “Mandámos para casa o sultão e o seu exército, o imperador Habsburgo e os seus ataques, e os soviéticos e os seus camaradas. Agora vamos mandar embora o tio George”, declarou Orbán durante um discurso inflamado a 15 de Março, o dia nacional da Hungria, em Budapeste perante uma multidão de cem mil pessoas. Há décadas que circulam teorias da conspiração envolvendo Soros e vários planos para interferir com Governos um pouco por todo o mundo. Na base de muitas das teorias está o episódio conhecido como “Quarta-Feira Negra”, quando em 1992 o Governo britânico teve de retirar a libra do Mecanismo das Taxas de Câmbio do sistema monetário europeu, depois de uma forte aposta contra a moeda britânica encabeçada por Soros. Recentemente, o Daily Telegraph publicou uma manchete com o título “Homem que faliu o Banco de Inglaterra está a apoiar plano secreto para derrubar o Brexit”. Com o Fidesz, porém, estas teorias passaram a ter um significado político. Nos últimos meses, o Governo acelerou a sua campanha anti-Soros. Em várias cidades passaram a ser vistos cartazes com a cara do filantropo e o slogan “Não iremos deixar que George Soros seja o último a rir”. O sistema de distribuição de refugiados pelos Estados-membros da União Europeia passou a ser designado frequentemente como o “plano Soros”, com o objectivo de “islamizar” a Europa e a Hungria. Em termos práticos, a perseguição a Soros e à sua rede de filantropia é feita através de uma lei aprovada no início do ano que obriga ao registo de todas as organizações não-governamentais com financiamento estrangeiro e que tenham como objectivo “apoiar a imigração ilegal”, dificultando o seu funcionamento. O diploma foi baptizado como “Parar Soros”. O ódio que o Governo de Orbán tem movido contra o investidor, que tem raízes judaicas, é também reminiscente do sentimento anti-semita que é tradicionalmente forte na Hungria, mas que muitos consideravam adormecido. Nas imagens de Soros espalhadas por Budapeste foram encontrados graffiti com frases de teor racista, levando o líder da comunidade judaica húngara a pedir a retirada dos cartazes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nos quase dez anos que leva no poder, o Fidesz deixou uma marca profunda na política e na sociedade húngara. Investido de uma super-maioria de dois terços de lugares no Parlamento, o Governo apresentou várias mudanças constitucionais com o objectivo de permitirem a sua manutenção no poder – os círculos eleitorais foram redesenhados para benefício do Fidesz – e esmagar as vozes dissonantes. Os órgãos de comunicação públicos são hoje pouco mais do que caixas-de-ressonância do Executivo e os privados passaram para as mãos de empresários próximos do Fidesz. Muito do sucesso do Fidesz está relacionado com a melhoria dos indicadores económicos e com os benefícios concedidos às famílias. No ano passado, a economia cresceu 4%, alavancada por um boom no sector da construção, mas também pelos apoios europeus – entre 2008 e 2015, a Hungria era o terceiro Estado-membro que recebia mais fundos europeus. Se o Fidesz voltar a vencer, nada disto impedirá, contudo, Orbán de continuar a sua cruzada contra Bruxelas, contra Soros e contra os refugiados. Notícia actualizada às 13h54: Corrigiu-se informação relativa à "Quarta-feira negra" no sétimo parágrafo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos imigração homem comunidade humanitária racista negra perseguição ilegal
Mais de 2000 imigrantes em Portugal pediram ajuda para regressar aos países de origem em 2011
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) recebeu, no ano passado, 2114 pedidos de imigrantes em Portugal para regressarem aos seus países de origem, dos quais 594 embarcaram. (...)

Mais de 2000 imigrantes em Portugal pediram ajuda para regressar aos países de origem em 2011
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-02-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Organização Internacional para as Migrações (OIM) recebeu, no ano passado, 2114 pedidos de imigrantes em Portugal para regressarem aos seus países de origem, dos quais 594 embarcaram.
TEXTO: Segundo os dados globais fornecidos à agência Lusa pelo escritório da OIM em Portugal, os brasileiros lideram a lista de inscrições e de regresso efectivo, ao abrigo do Programa de Retorno Voluntário (PRV). Em 2011, 84, 2% dos pedidos de retorno foram feitos por imigrantes brasileiros, que lideram também o retorno a nível mundial. Na lista de retornados, seguem-se os angolanos, que representam 4, 2% dos embarcados ao abrigo do programa da OIM. Mas, segundo sublinharam à Lusa várias pessoas ligadas à comunidade de Angola em Portugal, este valor está aquém da realidade, porque muito mais angolanos estão a regressar, recorrendo a outros apoios, por exemplo das representações diplomáticas. Em menores proporções, regressaram ao abrigo do PRV imigrantes cabo-verdianos (2, 5%), são-tomenses (2, 5%), guineenses (1, 3%), ucranianos (1, 3%), moçambicanos (1, 2%) e de outras nacionalidades (abaixo de 1%). Gerido pela OIM, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e financiado pelo Fundo Europeu de Regresso (em 75%) e pelo Estado português (em 25%), o PRV apoia financeiramente o retorno voluntário aos países de origem de cidadãos estrangeiros que revelem vontade de o fazer, no valor da viagem de regresso (o preço médio ronda os 900 euros) e de 50 euros de dinheiro de bolso para despesas. O programa impõe um período de interdição de três anos, que obriga os imigrantes que dele beneficiaram a, se voltarem a Portugal, ressarcirem o Estado no valor que lhes foi pago. Os pedidos contabilizados em 2011 pela OIM em Portugal revelam um “grande crescimento” face a anos anteriores, disse à Lusa, em final de Novembro do ano passado, Luís Carrasquinho, responsável pela gestão do PRV e das operações da instituição em Portugal. Em 2010, 562 imigrantes (de 1791 pedidos) regressaram às suas origens. A tendência tem sido sempre de crescimento: 381 (em 1011 pedidos) regressaram em 2009, 347 (em 634) em 2008, e 278 (em 320) em 2007. Entre os imigrantes em Portugal verificam-se “situações cada vez mais complicadas e de grande carência socioeconómica”, sublinhou, em Novembro, Luís Carrasquinho. O responsável da OIM assinalou também a tendência de aumento para o regresso de famílias inteiras, embora a candidatura individual continue a ser regra. O número de famílias que se inscrevem no PRV “tem aumentado”, situando-se agora “nos 30 a 40%”, indicou. Dos imigrantes que regressam aos países de origem, dez% recebem ainda um apoio suplementar à reintegração nas respectivas sociedades, no valor máximo de 1100 euros. “Dez% é pouco face aos pedidos que temos, que rondam o dobro”, reconheceu Luís Carrasquinho. Porém, entre 2010 e 2011, este foi o único número que desceu - de 63 para 37 beneficiários (30 brasileiros, três são-tomenses, um angolano, um moçambicano, um ganês e um nigeriano). Entre a entrevista e o embarque, a vontade de regressar dos imigrantes esbarra num “tempo de espera de quatro a cinco meses”, situou Luís Carrasquinho, referindo ainda que “cerca de 70%” dos imigrantes que pedem ajuda à OIM estão “em situação irregular”.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Para os imigrantes o importante é voltar a Angola com uma formação
António é taxista e está a acabar Gestão em Portugal. Stella é economista. Planos? Regressar ao seu país. Os imigrantes não votam amanhã. E de política pouco falam, só em casa, entre amigos. (...)

Para os imigrantes o importante é voltar a Angola com uma formação
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0
DATA: 2012-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: António é taxista e está a acabar Gestão em Portugal. Stella é economista. Planos? Regressar ao seu país. Os imigrantes não votam amanhã. E de política pouco falam, só em casa, entre amigos.
TEXTO: António Lopes abre-nos a porta com a filha de dez meses, Marlene, ao colo. Veste uma T-shirt com os símbolos da bandeira de Angola estampada, vermelha, amarela e preta. Stella Peliganga, a mulher, chegará mais tarde à sala do apartamento na Ramada, Odivelas. Na sala comprida há uma janela a dar para um monte verde, tapado por cortinas brancas. As paredes estão despidas, à excepção de um quadro colorido, com Jesus a olhar de cima para o sofá encarnado. Há um móvel com a televisão, copos, bebidas e fotografias: do casal, de familiares, do filho de António que ele deixou no Brasil, país que serviu de trampolim para chegar a Portugal em 1999 como trabalhador da construção civil. Trazem-nos Sumol de ananás e bolos: pastel de nata, palmier, bolo de coco. É Marlene, com os seus quatro totós nos quais ninguém pode tocar, quem rapa o creme do pastel de nata, enquanto os pais vão contando as histórias das suas vidas. Salta do colo de um para o colo de outro e há-de adormecer antes de acabarmos a entrevista. Se tivesse uma oferta de trabalho agora, António voltaria já a Angola. Stella quer esperar, pelo menos mais oito meses antes de pensar em voltar, quer esperar até Marlene ter as vacinas todas e "ganhar mais defesas", porque em Angola o sistema de saúde não é como em Portugal. "Primeiro está a minha filha. "António tem 35 anos, Stella 33. Conheceram-se em 2002. Ele vive em Portugal desde 1999. Ela desde 2001. Ainda vieram numa altura em que o país era apetecível e a imigração crescia, algo que se alterou desde 2010, sobretudo relativamente aos angolanos, a quinta maior comunidade estrangeira, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras: pouco mais de 21, 500 em 2011, sobretudo jovens e em Lisboa. Agora, quando os portugueses emigram em vagas para Angola, os angolanos fazem planos para regressar ao seu país. Stella tinha 16 anos quando chegou para estudar com uma bolsa. Vivia na Av. de Roma, em Lisboa, com mais sete angolanos, mas nem isso a consolou no primeiro Natal, passado em lágrimas. Fez o 12. º ano no Liceu Camões e entrou para o Instituto Superior de Economia e Gestão para cursar Economia, a seguir fez uma pós-graduação em Finanças Públicas na área das parcerias público-privadas. Trabalhou num call-center, num hipermercado no apoio ao cliente e hoje está desempregada. Não vai a Angola desde que o pai morreu em 2001. António nunca mais voltou desde que saiu em 1995. António trabalhou em Espanha e em França, sempre na construção, juntando dinheiro para um negócio que não fez e para ajudar Stella nos estudos. Falta-lhe pouco para terminar o curso de Gestão, ao mesmo tempo que é taxista, porque ter uma licenciatura é essencial em Angola, onde as diferenças de ordenados entre quem tem e não tem formação são enormes. Bancos, multinacionais, quem sabe um negócio próprio, talvez na hotelaria: António não tem - ou não quer dizer que tem - nada de concreto em cima da mesa. Juventude qualificadaStella, apesar de ter como paixão a Medicina e não a Economia, já recebeu propostas para trabalhar em bancos - mas não é o que mais lhe agrada. "O importante é voltar a Angola com uma formação", diz António. "O currículo conta muito, sem formação é o mesmo que nada, o mercado está cada vez mais exigente. Os jovens voltaram todos a estudar. " Stella termina a ideia: "Os jovens e os nossos pais, que voltaram à escola. Os pais de amigas minhas foram para a faculdade, porque houve uma vaga de juventude mais qualificada e eles tiveram que ter formação para manter os postos de trabalho. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave trabalhador filha escola imigração filho mulher comunidade
É emigrante? Tem um projecto? A Gulbenkian ajuda-o
A Fundação Calouste Gulbenkian vai pedir aos emigrantes ideias para tornar Portugal um “sítio melhor para viver”. O anúncio é feito durante o colóquio Migrações, Minorias e Diversidade Cultural, em Lisboa. Neste encontro será também apresentado o primeiro Atlas das Migrações, um livro onde se traça o retrato das migrações desde o final do século XIX até aos nossos dias. (...)

É emigrante? Tem um projecto? A Gulbenkian ajuda-o
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Fundação Calouste Gulbenkian vai pedir aos emigrantes ideias para tornar Portugal um “sítio melhor para viver”. O anúncio é feito durante o colóquio Migrações, Minorias e Diversidade Cultural, em Lisboa. Neste encontro será também apresentado o primeiro Atlas das Migrações, um livro onde se traça o retrato das migrações desde o final do século XIX até aos nossos dias.
TEXTO: Se, então, a maioria dos portugueses saiam em direcção ao Brasil, hoje a maior comunidade imigrante no país é a brasileira. Actualmente, existem dois milhões e 300 mil portugueses, nascidos em Portugal – é o 22. º país com mais emigração, mas a imigração fica-se pelos 4, 2 por cento, bem longe dos 40 do Luxemburgo, perto da média europeia (seis por cento). A iniciativa FAZ, do verbo fazer, pede aos emigrantes que “pensem em comunidade, que estreitem os laços com os que ficaram”, explica Luísa Valle, directora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano. A intenção é lançar um concurso de ideias, em que o melhor projecto de empreendedorismo social seja concretizado em território português. A Gulbenkian financia mas, para já, não avança valores. “Lá se pensam, cá se fazem”, resume Luísa Valle que considera que existe um “potencial espalhado pelo mundo que não tem sido aproveitado”. Por isso, é preciso motivar “a diáspora” para ser mais pró-activa e contribuir para tornar Portugal um “sítio melhor para viver”, apela. Luísa Valle espera que esta iniciativa se transforme num movimento da sociedade civil. No início de Janeiro, a Gulbenkian vai lançar o regulamento da iniciativa FAZ. “Importa reforçar e consolidar os laços entre Portugal e os portugueses espalhados pelo mundo, aproveitar a sua experiência e desafiá-los para resolvermos em conjunto as questão que são de todos”, diz a fundação em comunicado. “A História explica muito”No final do século XIX, o Brasil era o principal destino (entre 1886 e 1950, 1. 246. 000 portugueses chegaram ao Brasil). Hoje, são os brasileiros a maior comunidade imigrante em Portugal (107. 253 em 2008), revela o Atlas das Migrações, coordenado pelo sociólogo Rui Pena Pires, uma encomenda da Gulbenkian e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. O documento faz uma retrospectiva com informação cronológica, geográfica e sociológica. “Os portugueses não saíram por vocação mas por acidentes da história. A História explica muito”, diz Pena Pires, confessando-se “céptico [em relação] às explicações culturalistas” sobre a emigração, seja a portuguesa ou outra. A saída não se deve a “uma característica geral comum a todos os portugueses”, mas a questões económicas e ao passado colonial, explica. Desde 1900 que um terço do crescimento demográfico português foi absorvido pela emigração, revela o Atlas. A consequência directa foi um decréscimo acentuado do crescimento demográfico potencial. O país conseguiu atrasar essa quebra com a chegada de África dos portugueses residentes nas ex-colónias, a partir de 1975, recorda Pena Pires. Mas não só, houve uma “imigração africana lusófona”, entre 1980 e 1990, essa intensificou-se com o aumento das obras públicas e construção civil. O investigador aponta que se trata de uma imigração pouco qualificada. Contudo, “Portugal não poderia hoje viver sem o contributo da imigração”, diz o Atlas. Vários sectores de actividade poderiam ficar “semi-paralisados”, como a construção civil, os serviços pessoais e doméstidos, a restauração, hotelaria e comércio. Mas também o emprego altamente qualificado como os quadros estrangeiros de empresas multinacionais. Emigrantes qualificadosSe desde o final do século XIX, os portugueses procuravam os países do outro lado do Atlântico, com o Brasil à cabeça, e com uma emigração pouco qualificada. Actualmente há uma nova emigração mais virada para o espaço europeu, resultado da maior circulação promovida pela entrada na União Europeia e mais qualificada. Além dos países europeus, Angola foi o destino escolhido por mais de 74 mil portugueses, no início do século XXI.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração comunidade social imigrante
Forças de Khadafi controlam porto de Misurata e impedem saída de imigrantes
As forças militares leais ao contestado líder líbio Muammar Khadafi capturaram a zona portuária da cidade de Misurata, último reduto rebelde na Líbia Ocidental, impedindo a saída do país de milhares de imigrantes estrangeiros, foi testemunhado esta manhã por um residente naquela cidade. (...)

Forças de Khadafi controlam porto de Misurata e impedem saída de imigrantes
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: As forças militares leais ao contestado líder líbio Muammar Khadafi capturaram a zona portuária da cidade de Misurata, último reduto rebelde na Líbia Ocidental, impedindo a saída do país de milhares de imigrantes estrangeiros, foi testemunhado esta manhã por um residente naquela cidade.
TEXTO: Misurata, posição isolada dos rebeldes no oeste da Líbia, a 200 quilómetros de Trípoli, assiste já a semanas de batalha e um cerco irredutível dos tanques de Khadafi, aos quais acrescem nos últimos dias os raides aéreos feitos pelas forças da coligação internacional mandatas pelas Nações Unidas para defender as populações civis dos ataques das tropas do regime contra as cidades “libertadas” pela rebelião. A noite de ontem para hoje ficou marcada por novas cargas da aliança sobre os tanques de Khadafi que cercam Misurata, cidade de 300 mil habitantes, mas os veículos blindados do regime que já entraram nas zonas metropolitanas não foram atingidos, relatou um residente, por telefone, à agência noticiosa britânica Reuters. A mesma fonte descreve que as forças de Khadafi, ao controlarem o porto da cidade, deixaram milhares de imigrantes egípcios e subsarianos, que tentavam sair do país por via marítima, bloqueados em território líbio. “Temos aqui uma crise humanitária. Há mais de seis mil trabalhadores de origem egípcia no porto, junto com as suas famílias, e mais uns quantos africanos. Estavam à espera de um barco que os levasse mas ninguém apareceu. E desde ontem o porto caiu sob o controlo das forças de Khadafi. Eles posicionaram dois navios de guerra e alguns barcos e agora estamos cercados do lado do mar também. Ainda não atacaram dali, mas se o fizerem, aqueles milhares de imigrantes vão ser as primeiras vítimas”, conta ainda aquela testemunha. Apesar de Khadafi, há 42 anos no poder, ter prometido que esta vai ser uma guerra longa e da qual julgou sairá vitorioso, muitas das potências ocidentais crêem que a actual situação armada não deverá prolongar-se por muito tempo. “A destruição das capacidades militares de Khadafi é uma questão de dias ou semanas, seguramente não meses”, avaliou já hoje o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, cujo país liderou – junto com o Reino Unido – a pressão para a adopção da resolução 1973 no Conselho de Segurança da ONU e foi, também, a primeira nação a abrir as hostilidades contra o regime líbio, com o primeiro raide aéreo sobre as forças de Khadafi, no sábado, às 16h45. Desde então a aliança manteve, já pela quinta noite consecutiva, uma barragem contínua sobre as posições armadas do líder líbio, não tendo até então, porém, conseguido impedir os tanques de Khadafi de continuarem a bombardear as cidades que permanecem nas mãos da rebelião nem tão pouco de os fazer retirar das posições estratégicas na linha da frente Oriental, a uns 150 a 200 quilómetros de distância de Bengasi, a “capital” dos rebeldes. Juppé sublinhou que “não se pode esperar que [os aliados] consigam atingir o objectivo em apenas cinco dias” e avaliou que “o processo em curso no mundo árabe é irreversível”, numa referência à convulsão a que as regiões do Norte de África e Médio Oriente assistem actualmente, desde a deposição dos chefes de Estado da Tunísia e Egipto, nos últimos dois meses, até às crescentes vagas de contestação a que se assiste na Síria, Iémen, Bahrein e Arábia Saudita. Autoridades mostram vítimas mortais dos ataques da coligação a TrípoliResponsáveis do regime líbio mostraram hoje aos jornalistas os corpos de 18 pessoas que terão sido mortas nos raides aéreos e disparos de mísseis feitos pelas forças da coligação internacional sobre a capital do país, o maior bastião de Khadafi. “Todos eram homens adultos, nenhuma mulher, nenhuma criança, alguns carbonizados ao ponto de não serem reconhecíveis”, descreve o correspondente da Reuters que visitou a morgue de Trípoli onde os cadáveres se encontram. “Eram civis. Não eram culpados de coisa nenhuma”, asseverou um trabalhador da morgue, mas um responsável do regime avançou que apenas algumas daquelas pessoas eram civis, outras eram soldados, que morreram durante os ataques dos aliados na noite de quarta-feira.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Onze imigrantes morrem afogados a caminho de Lampedusa
Pelo menos onze imigrantes vindos da Líbia morreram na tentativa de chegar a Lampedusa, em Itália, depois de a embarcação em que viajavam ter naufragado. (...)

Onze imigrantes morrem afogados a caminho de Lampedusa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pelo menos onze imigrantes vindos da Líbia morreram na tentativa de chegar a Lampedusa, em Itália, depois de a embarcação em que viajavam ter naufragado.
TEXTO: Entre os mortos estava um bebé, tendo apenas sido resgatadas seis pessoas das 17 que ocupavam a embarcação. Os passageiros eram da Somália, do Sudão e do Bangladesh e residiam na Líbia. A guarda costeira tunisina resgatou, durante a madrugada, 300 imigrantes de uma outra embarcação com destino à ilha italiana, onde ontem o primeiro-ministro italiano fez um discurso sobre a urgência de “esvaziar Lampedusa de imigrantes”. Berlusconi prometeu retirar no prazo de dois a três dias todos os milhares de imigrantes ilegais que se acumulam na ilha. A população de Lampedusa – de cinco mil pessoas - vive, actualmente, numa co-habitação forçada com seis mil imigrantes. A Lampedusa chegaram cerca de 19 mil imigrantes, desde a queda do Presidente tunisino, Zine al-Abedine Ben Ali, no início do ano. Na manhã desta quinta-feira, Itália fez, mais uma vez, o apelo aos países da União Europeia para acolherem imigrantes tunisinos no seu território. “Os imigrantes que estão em Itália devem ser repatriados para a Tunísia ou repartidos entre os vários países europeus. Nós assistimos a uma ausência de solidariedade descarada, a começar por parte da França”, disse o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, durante uma emissão televisiva. A Itália acusa, regularmente, a União Europeia de ter abandonado a luta contra a imigração clandestina, enquanto a Comissão Europeia relembra a Itália que deve encarregar-se dos imigrantes económicos que desembarcam no seu território.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração