David Cameron quer imigrantes a falar inglês
David Cameron, o primeiro-ministro britânico, quer que os imigrantes em Inglaterra falem inglês. E é isso que vai dizer no seu discurso desta quinta-feira ao Partido Conservador, cujo texto completo é disponibilizado pelo “The Guardian”. (...)

David Cameron quer imigrantes a falar inglês
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.1
DATA: 2011-04-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: David Cameron, o primeiro-ministro britânico, quer que os imigrantes em Inglaterra falem inglês. E é isso que vai dizer no seu discurso desta quinta-feira ao Partido Conservador, cujo texto completo é disponibilizado pelo “The Guardian”.
TEXTO: “Acima de tudo, quero uma política certa: boa imigração, não imigração em massa”, começará por dizer Cameron ao lançar o tema, frisando que “durante muito tempo, a imigração tem sido muito alta”. Mais à frente, o primeiro-ministro declarará que as comunidades reais estão ligadas por experiências comuns, por amizade e conversas e que estes laços e a verdadeira integração demoram tempo a ser criados. E é aqui que entra a vontade de Cameron de que os imigrantes falem a sua língua, já que não falando isso cria “desconforto e falta de coesão” entre os bairros. Para Cameron um imigrante que chegue ao Reino Unido e não fale inglês poderá ser “desconfortável” e é preciso alterar isso porque, nas suas palavras, as “verdadeiras comunidades não são apenas uma colecção de utilizadores de serviços públicos a viver no mesmo espaço”. O chefe de Governo entrará também num terreno político sensível quando acusar o Partido Trabalhista de ter “inflamado o debate” sobre a imigração. Cameron dirá que, por um lado, houve ministros do anterior Governo que encerraram a discussão, dando a impressão de que preocupações sobre imigração eram de certa forma racistas. E por outro lado, outros ministros que falaram “nada fizeram para descer os números”. “Sim, o Reino Unido estará sempre aberto aos melhores e mais brilhantes de todo o mundo e aos que fogem de perseguição”, assegurará o primeiro-ministro no final do seu discurso. “Mas connosco, as nossas fronteiras estarão controladas e a imigração estará a um nível que consigamos controlar”, continuará. “Sem ‘ses’. Sem ‘mas’”. E terminará: “Essa é uma promessa que fazemos ao povo britânico. E é uma promessa que cumpriremos. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração perseguição imigrante
As migrações como rastilho da convulsão política internacional
Na fronteira entre os EUA e o México milhares de crianças são separadas dos pais na sequência da nova política de "tolerância zero". Na Hungria, apoiar imigrantes ilegais passou a ser crime. Estas são apenas duas das faces mais visíveis de um ambiente cada vez mais hostil à entrada de migrantes. (...)

As migrações como rastilho da convulsão política internacional
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 14 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na fronteira entre os EUA e o México milhares de crianças são separadas dos pais na sequência da nova política de "tolerância zero". Na Hungria, apoiar imigrantes ilegais passou a ser crime. Estas são apenas duas das faces mais visíveis de um ambiente cada vez mais hostil à entrada de migrantes.
TEXTO: No mesmo dia, duas decisões que reflectem o novo desenho político do mundo ocidental, cada vez mais hostil à imigração. O Presidente norte-americano, Donald Trump, duramente criticado por separar crianças de pais ao abrigo da política de "tolerância zero" à imigração ilegal, assinou um decreto para que as famílias não sejam mais separadas - passam a ficar juntos, todos detidos junto à fronteira com o México, e por tempo indeterminado. Na Hungria, o Parlamento aprovou um pacote legislativo proposto pelo primeiro-ministro Viktor Orbán que criminaliza quem apoia imigrantes ilegais. No domingo, Alemanha, França, Itália, Espanha, Bulgária e Áustria vão reunir-se em Bruxelas. Em cima da mesa nesta mini-cimeira informal estarão as migrações e a consequente tensão política que têm criado por todo o continente. Do outro lado do Atlântico o cenário não é diferente. A política de “tolerância zero” iniciada pela Administração Trump, na sequência da qual qualquer pessoa que passe a fronteira norte-americana sem as autorizações necessárias para a imigração é detida, levou a que milhares de crianças fossem separadas dos seus pais e postas em centros de acolhimento. A condenação e a indignação internacional foram generalizadas. Trump afirmou nesta quarta-feira que vai acabar com estas separações através de um documento que prevê que fiquem todos detidos no mesmo espaço e por tempo indeterminado. Ou seja, relativamente à política de imigração, nada muda. E este cenário tem sido, nas últimas tempos, a face mais visível de um ambiente cada vez mais hostil à entrada de refugiados e imigrantes. Para justificar esta actuação, Trump tem utilizado recorrentemente exemplos europeus, nomeadamente o caso da Alemanha (ainda que com base em números e estatísticas que não correspondem à realidade). Pois é na Europa onde as migrações mais têm moldado a arquitectura e o discurso político desde que, em 2015, se iniciou a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial. Milhões de pessoas, originárias maioritariamente do Médio Oriente (guerra na Síria e também no Iraque) e Afeganistão, chegaram à Europa - agora são sobretudo africanos -, e os partidos populistas e de extrema-direita pegaram nisso, juntaram-lhe os efeitos da crise económica, a xenofobia, o discurso do medo, a inacção da União Europeia e criaram a receita perfeita para ganharem terreno. Apesar do número de entradas de refugiados e imigrantes na Europa ter registado uma significativa diminuição no ano passado e nos primeiros meses de 2018, os movimentos populistas transformaram o seu discurso em votos e chegaram aos centros de decisão em vários países. Daí aplicam as suas propostas e promessas e fecham cada vez mais portas à entrada de refugiados e imigrantes. A Reuters teve acesso a um esboço daquilo que será discutido na mini-cimeira de domingo e avança que os líderes europeus concordam que é “crucial para a Europa reduzir a imigração ilegal” mas lançam avisos contra “medidas unilaterais e descoordenadas”. O primeiro ponto, em que todos concordam, aborda a preocupação que tem estado no centro da discussão. O segundo refere-se às consequências da chegada ao poder de movimentos populistas e xenófobos. Itália, Polónia, Áustria, Hungria (onde os populistas já chegaram ao poder), e também a Alemanha, são os que mais dores de cabeça têm dado a Bruxelas. Itália, na sequência dos resultados das eleições de Março, ficou a conhecer pela primeira vez um Governo composto por um partido anti-sistema, o Movimento 5 Estrelas, e um de extrema-direita, a Liga. O programa de Governo sobre a imigração é claro: expulsar 500 mil imigrantes em situação irregular. Na semana passada assistiu-se ao primeiro sinal das intenções actuais de Roma: fecharam-se os portos à embarcação Aquarius que transportava mais de 600 migrantes que naufragaram ao largo da costa da Líbia. A aprovação do pacote legislativo no Parlamento húngaro é também a concretização de um discurso cada vez mais anti-imigração de um Governo que foi reforçado nas eleições de Abril, onde a coligação nacional-populista Fidesz conquistou uma larga maioria. O mesmo aconteceu do outro lado da fronteira, na Áustria, onde os conservadores do Partido Popular foram obrigados a chegar a acordo com a extrema-direita do Partido da Liberdade para formar Governo depois das eleições de Dezembro. E também na Polónia, com quem, no início do ano, a UE iniciou um conflito sem precedentes com a recomendação da aplicação do artigo 7 do Tratado Europeu, que retira o direito de voto em Bruxelas. Na origem do conflito esteve a deriva antidemocrática do Governo de Varsóvia, liderado pelo partido nacionalista Lei e Justiça. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A vaga populista e nacionalista alastra no Leste da Europa, onde se formou um bloco de resistência e de confronto dentro do continente e que tem como epicentro o Grupo do Visegrado (Polónia, Hungria, Eslováquia e República Checa). A própria chanceler alemã, Angela Merkel, está a sofrer as ondas de choque da sua política de abertura durante o pico da crise. O ministro do Interior, Horst Seehofer, da CSU, o partido da Baviera aliado da CDU, quer uma revisão da política comum para requerentes de asilo. Estão marcadas eleições nesta região em Outubro e o partido conta com a forte concorrência da extrema-direita encabeçada pela Alternativa para a Alemanha (AfD), que já conquistou assento no Parlamento nacional. Por tudo isto os líderes dos países europeus mais afectados pela imigração dizem, no esboço do comunicado conjunto, que estão “determinados a alcançar progressos no que diz respeito à redução do número de chegadas ilegais à União Europeia, nomeadamente através de uma protecção reforçada das fronteiras externas, procedimentos de asilo comuns e harmonizados e uma cooperação intensificada com os países de trânsito e de origem”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Eleições legislativas na Suécia: uma história de aflições
Os trabalhadores nativos suecos de baixas qualificações votam na extrema direita por receio da concorrência dos imigrantes por empregos ou apoios sociais. (...)

Eleições legislativas na Suécia: uma história de aflições
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 14 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os trabalhadores nativos suecos de baixas qualificações votam na extrema direita por receio da concorrência dos imigrantes por empregos ou apoios sociais.
TEXTO: No próximo domingo 9 de setembro, haverá eleições legislativas na Suécia; mais uma vez, a Europa está aflita com os possíveis resultados eleitorais da extrema direita. O partido Democratas Suecos, ou Democratas da Suécia, nacionalista, conservador e anti-imigração, vai oscilando entre o segundo e terceiro lugar nas sondagens, com perto de 20% das intenções de voto, quando o mais votado Partido Social Democrata não ultrapassa os 25%. Democratas Suecos é um partido fundado em 1988 por membros do movimento racista Partido Suécia, com ligações documentadas a movimentos neo-nazis. Como outros partidos da extrema direita europeia, começou uma operação de suavização da imagem no final dos anos 90, o que lhe permitiu obter, nas eleições de 2002, 1. 4% dos votos nas eleições legislativas. Os Democratas Suecos conheceram um crescimento espetacular nos últimos anos, tendo ganho pela primeira vez representação parlamentar no ano de 2010, com 5. 7% dos votos e 20 deputados, de entre os 349 que compõem o parlamento. Nas eleições seguintes, em 2014, o partido mais do que dobrou a sua votação, com 12. 9% e 49 deputados. A imprensa e os comentadores políticos têm ligado este sucesso dos Democratas Suecos à sua agenda anti-imigração. A Suécia recebeu cerca de 400 mil imigrantes nos últimos 6 anos, dos quais 163 mil em 2015, no pico da crise de imigração da Europa. É o país com maior número de imigrantes em proporção da população de nativos. Paralelamente, o desemprego está em mínimos do passado recente e o PIB cresce 3% por ano. Um argumento simplista afirmaria que os bons resultados económicos do país descartam a possibilidade de o voto na extrema direita ter motivações económicas. Acontece que, como sempre, há pessoas que não têm lugar à mesa da abundância, e é por aí que temos de procurar para perceber as razões do sucesso eleitoral da extrema direita. A Suécia é um ótimo caso de estudo porque tem uma tradição de transparência que permite aos cientistas sociais – sociólogos, economistas, politólogos – utilizar um vasto conjunto de informação para estudar as escolhas eleitorais de cada eleitora, fugindo à falácia de relacionar a situação geral do país com a percentagem de votos de um qualquer partido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na sua tese de doutoramento defendida no início do verão, o jovem economista sueco Sirus Dehdari analisa a relação entre o que ele denomina de “economic distress”, que é difícil de traduzir para português, na ausência de uma palavra algures a meio caminho (ou na interseção) entre angústia e aflição, e o voto nos Democratas Suecos. Dehdari obteve informação sobre as notificações de despedimento em despedimentos coletivos que atinjam mais do que 5 trabalhadores, que as empresas são obrigadas a comunicar ao instituto do emprego. O autor explora a ideia de que a angústia/aflição económica bate à minha porta quando várias vizinhas minhas semelhantes a mim, ou seja, com o meu nível de qualificações e a minha nacionalidade vêem perigada a sua situação profissional. Para o fazer, relaciona o número de notificações de despedimento recebidas por trabalhadores nativos com baixas qualificações com os resultados eleitorais dos Democratas Suecos na área geográfica correspondente a uma determinada secção de voto. O autor conclui que cada duas notificações de despedimento que atingem este grupo sócio-económico geram um voto nos Democratas Suecos, o que explica cerca de um terço do progresso eleitoral do partido. Existem cerca de 5700 secções de voto na Suécia, com uma média de 1257 eleitores cada uma – estamos a falar do micro-ambiente em que vivem os cidadãos e cidadãs, equivalente a um pequeno bairro. Sirus Dehdari vai mais longe. Calcula do número de trabalhadoras e trabalhadores de baixas qualificações, de origem estrangeira, em cada secção de voto, e conclui que quanto maior este número, maior o impacto das notificações de despedimento no número de votos na extrema direita. Ou seja, os trabalhadores nativos suecos de baixas qualificações votam na extrema direita por receio da concorrência dos imigrantes – também eles com baixo nível de qualificação – por empregos ou apoios sociais. Quer isto dizer que devemos seguir as soluções propostas pela extrema direita, baseadas em fortes restrições à imigração? Certamente que não. À aflição dos eleitores de baixas qualificações juntaríamos a aflição dos imigrantes que buscam na Europa saída para situações de extrema privação e ameaças à própria vida. Acresce que os estudos existentes são inconclusivos quanto à possibilidade das condições de trabalho dos nativos melhorarem com a limitação à imigração. O que é necessário é atender aos aflitos com políticas redistributivas que lhes permitam partilhar a boa situação económica deste e doutros países. Enquanto os políticos europeus não levarem isto a sério, vamos continuar aflitos em cada fim de semana eleitoral dos países da União.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração social estudo desemprego racista
Ébola “pode resolver” o problema de imigração da Europa, considera Jean-Marie Le Pen
Palavras do fundador da Frente Nacional foram captadas por jornalistas antes de um comício em Marselha e causaram furor na campanha francesa. (...)

Ébola “pode resolver” o problema de imigração da Europa, considera Jean-Marie Le Pen
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501223750/http://www.publico.pt/1636950
SUMÁRIO: Palavras do fundador da Frente Nacional foram captadas por jornalistas antes de um comício em Marselha e causaram furor na campanha francesa.
TEXTO: O fundador da Frente Nacional e patriarca da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, entrou com estrondo na campanha eleitoral ao considerar que as pressões de imigração que a Europa atravessa poderiam ser resolvidas com o vírus ébola, cuja infecção provoca uma febre hemorrágica com uma elevada taxa de mortalidade. Numa conversa ouvida por jornalistas da agência France Presse, que acompanhavam os bastidores de um comício da Frente Nacional em Marselha, Le Pen aludiu à “explosão demográfica” que alegadamente está a deixar a França e o mundo em “risco de submersão”, e logo identificou uma solução para a “actual substituição da população natural”: “O 'Sr. Ébola' é capaz de resolver tudo isso em três meses”, declarou. O ébola é um vírus altamente contagioso que até agora se manifestou em países africanos. Desde 1976, quando foi identificado, já matou mais de 1600 pessoas. Uma epidemia na Guiné-Conacri fez mais de 80 vítimas no passado mês de Março. Pouco depois, já no palco do comício, o presidente honorário da Frente Nacional insistiu que a população francesa corria o risco de “ser substituída por imigrantes”. “No nosso país, e em toda a Europa, estamos a experimentar um fenómeno que é um cataclismo: uma invasão migratória que ainda está só no começo”, alertou. Le Pen apontou uma “agravante” na crise de imigração europeia: “Muitos imigrantes são muçulmanos, e o islão tem uma vocação conquistadora, principalmente quando se sente fortalecido pelos grandes números”. Le Pen, de 85 anos, é um dos candidatos do partido ao Parlamento Europeu. Anteriores declarações racistas, anti-semitas e de incitamento ao ódio, já lhe valeram condenações judiciais – em 2005, o Parlamento Europeu votou para levantar a imunidade e obrigar o eurodeputado a pagar as indemnizações a que fora condenado por um tribunal de Paris. Perante a indignação e a repulsa que as suas palavras em Marselha causaram no país, o candidato defendeu as suas “observações”, notando que estava apenas a mencionar o facto histórico de que acontecimentos como guerras e epidemias influenciam as tendências populacionais a nível global. “Em 1919, a gripe espanhola matou mais pessoas num ano do que a Segunda Guerra Mundial em cinco anos”, comparou. O ministro da Agricultura e porta-voz oficial do Governo francês, Stéphane Le Foll, lamentou as declarações “inaceitáveis” de Le Pen e alertou para a ideologia que representam. “Todos aqueles que sugerem que a Frente Nacional mudou têm aqui mais uma prova em contrário”, frisou. A sua filha e presidente do partido, Marine Le Pen, recusou comentar as palavras do pai. A Frente Nacional espera alcançar uma vitória histórica nas eleições europeias de domingo, com as sondagens a colocar a força de extrema-direita acima dos restantes partidos franceses, com mais de 20% dos votos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra filha imigração tribunal
Polícia francesa evacua campos de imigrantes em Calais
Autoridades justificam operação pelo surto de sarna, activistas pediram ao Governo que encontrasse uma solução alternativa à expulsão e destruição dos acampamentos. (...)

Polícia francesa evacua campos de imigrantes em Calais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Autoridades justificam operação pelo surto de sarna, activistas pediram ao Governo que encontrasse uma solução alternativa à expulsão e destruição dos acampamentos.
TEXTO: São entre 800 e 850 os imigrantes que a polícia francesa começou esta quarta-feira de manhã a expulsar dos acampamentos onde vivem, em Calais, 650 deles na zona portuária, à espera de uma oportunidade para chegar ao Reino Unido. Depois de alertarem o Governo francês para a situação sanitária “catastrófica” dos campos, várias Organizações Não Governamentais (ONG), incluindo a Amnistia Internacional, denunciam que “unir uma iniciativa terapêutica e uma expulsão é um simulacro de operação médica”. À chegada das forças de segurança e dos autocarros, descreve a AFP, a maioria dos imigrantes já tinha deixado as suas tendas ou saído debaixo das lonas com que se cobrem, rodeados de activistas que vaiavam os agentes da polícia antimotim. Imigrantes, activistas e jornalistas agruparam-se à beira da estrada, junto ao campo conhecido como “dos sírios”, onde vivem ainda muitos afegãos, num total de 400 pessoas. O número de pessoas a viver nestes acampamentos improvisados tem crescido muito nos últimos meses e semanas, daí os alertas sucessivos de ONG e grupos de defesa dos direitos humanos. O objectivo da operação, afirmam as autoridades, é combater a "epidemia de sarna". “É um carnaval”, diz à AFP Cécile Bossy, dos Médicos do Mundo. “Eles nem sequer trouxeram os duches que deveriam estar aqui durante a evacuação”, explica, lamentando uma operação “nada profissional”. Para além do campo “dos sírios”, situado à entrada do porto de Calais, o desmantelamento desta quarta-feira inclui ainda o acampamento “dos africanos”, junto a um canal, e um terceiro, situado numa praça das redondezas. "Isto é triste, e não muda nada", disse à Reuters Jalal, um iraquiano de 20 anos. "Vou mudar a minha tenda para outro lugar mas daqui não saio. O que é que eu posso fazer. Vou tentar de novo atravessar. Não cheguei até aqui para desistir. "O presidente de Pas-de-Calais, Denis Robin, um dos departamentos em que a cidade está dividida, assegurou aos jornalistas presentes que o desmantelamento será “acompanhado de apoio e do realojamento dos imigrantes mais frágeis”. Mas, na véspera, na carta enviada ao primeiro-ministro francês, Manuel Valls, várias associações avisavam que “nenhuma solução alternativa de abrigo” tinha sido proposta, antecipando várias consequências para esta expulsão: “errância das pessoas na cidade, controlos policiais diários, violência, desespero e tomada de riscos crescentes para tentar a passagem em direcção ao Reino Unido”. Na última sexta-feira, um imigrante morreu esmagado pelo carro debaixo do qual tentava esconder-se para tentar chegar ao Reino Unido. Desde o início do ano, pelo menos seis outros imigrantes morreram a tentar a passagem. Em 2002, o Governo francês encerrou o principal centro da Cruz Vermelha perto de Calais; desde então, no seu lugar, nasceram campos improvisados, sem quaisquer condições com uma população cada vez maior. Em Pas-de-Calais, no noroeste da França, a Frente Nacional conseguiu 34% dos votos nas eleições europeias de domingo - um dos melhores resultados do partido de extrema-direita que há muito defende uma redução dramática da imigração e se opõe a Schengen, o acordo de abertura de fronteiras e livre circulação de pessoas dentro da União Europeia.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Imigração através do Mediterrâneo aumenta em relação a 2013
Dados da Frontex indicam que mais de 140.000 pessoas poderão tentar chegar à Europa até ao final do ano. (...)

Imigração através do Mediterrâneo aumenta em relação a 2013
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dados da Frontex indicam que mais de 140.000 pessoas poderão tentar chegar à Europa até ao final do ano.
TEXTO: O número de cidadãos de países africanos, do Médio Oriente e da Ásia Central que tentam chegar a Itália através do Mediterrâneo aumentou consideravelmente nos últimos meses em comparação com o mesmo período do ano passado, avança a agência europeia responsável pelo controlo das fronteiras. Os dados da Frontex, obtidos pela BBC, indicam que entre Janeiro e Abril cerca de 41. 000 imigrantes tentaram entrar na Europa através do mar Mediterrâneo, mais de metade dos quais partiram da Líbia. No total, contando com outras rotas de entrada na Europa, terão tentado chegar ao continente cerca de 60. 000 pessoas. Pelo menos 20. 000 são cidadãos sírios, que fogem à sangrenta guerra civil que devasta o país há três anos, mas há também muitos afegãos e eritreus. Se esta tendência se mantiver, o número de cidadãos de países africanos, do Médio Oriente e da Ásia Central que procuram melhores condições de vida na Europa depois de arriscarem a vida na travessia do Mediterrâneo até Itália, e através de outras rotas, pode ultrapassar os 140. 000 – o total de 2011, ano da Primavera Árabe. No mesmo período do ano passado, 1124 tentaram chegar a Itália só através da rota central do Mediterrâneo (12. 430 no total de todas as rotas conhecidas); neste ano, esse número já chegou aos 26. 650 (40. 144 no total), segundo os dados da Frontex. Os imigrantes maioritariamente marroquinos e argelinos que procuraram entrar por Espanha chegaram a 6838. Já pela rota dos Balcãs o número de imigrantes ilegais atingiu os 19. 951. No total, em 2013, os imigrantes ilegais detidos no continente europeu foram 107. 365, segundo o relatório da Frontex publicado em 2014. No início da semana passada, a Marinha italiana anunciou o resgate, em apenas dois dias, de cerca de 1000 imigrantes, incluindo 170 crianças. As duas embarcações de madeira foram encontradas ao sul da cidade de Capo Passero, na Sicília. "Com a chegada dos meses de Verão, há uma forte probabilidade de os números aumentarem ainda mais", estima Gil Arias Fernandez, director executivo adjunto da Frontex. Franck Duvell, professor na Universidade de Oxford, considera que o recente aumento deve-se ao facto de a principal rota de entrada ter reaberto há pouco tempo. "A principal rota, através da Líbia, esteve fechada durante tanto tempo que as pessoas dos países subsarianos estão à espera há um par de anos. É por isso que os números têm aumentado, enquanto as pessoas esperam pela primeira oportunidade para saírem", disse à BBC o especialista, que lecciona no Centro sobre Imigração, Política e Sociedade da universidade do Reino Unido. Não é possível antever se os números de 2011 vão ser ultrapassados, mas uma equipa da BBC que esteve na Líbia estima que cerca de 300. 000 pessoas aguardam uma oportunidade para tentarem chegar à Europa. Itália já fez saber à União Europeia que desde Outubro, quando lançou a Mare Nostrum, a operação de resgate de imigrantes ilegais e candidatos a asilo político, os custos do patrulhamento das suas águas mediterrânicas subiram para 300 mil euros por dia. Outra situação que se está a tornar insustentável vive-se nos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla em Marrocos. Todas as semanas há notícias de grupos de dezenas ou centenas de imigrantes ilegais que conseguem saltar as barreiras que separam Marrocos dos enclaves. A Melilla, por exemplo, chegaram esta quarta-feira cerca de 500 imigrantes de um grupo de 2000 que tomou de assalto a fronteira fortificada para procurar atravessá-la. O centro de acolhimento temporário de imigrantes naquele enclave acolhe mais de 2400 pessoas (tem capacidade para 4800).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra imigração assalto
Trump pede ao Supremo Tribunal para repor decreto sobre imigração
Documento impedia a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana. (...)

Trump pede ao Supremo Tribunal para repor decreto sobre imigração
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Documento impedia a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana.
TEXTO: O Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao Supremo Tribunal Federal para repor o decreto que visa impedir a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana no país. O Departamento de Justiça argumenta que o tribunal de recurso em Richmond (Virgínia), cometeu vários erros na sua decisão a impedir a aplicação do veto migratório de Trump. O tribunal sustentou, no final de Maio, uma decisão de outro tribunal que bloqueou a decisão da Administração republicana que pretendia bloquear temporariamente a emissão de vistos para nacionais do Irão, da Líbia, Somália, do Sudão, da Síria e do Iémen. “O congresso atribuiu ao Presidente um poder alargado para negar a entrada a estrangeiros, mas esse poder não é absoluto. Não pode ficar sem controlo quando, como aqui, o Presidente o exerce através de uma ordem executiva que cria prejuízos irreparáveis a pessoas em toda a nação”, escreveu o juiz chefe do circuito, Roger L. Gregory. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Um ponto central no caso é se os tribunais devem considerar as declarações feitas por Trump sobre a sua intenção de impedir a entrada de muçulmanos nos EUA. O juiz federal do Estado do Maryland que bloqueou a interdição citou comentários feitos por Trump e os seus colaboradores, durante e depois da campanha eleitoral, como prova de que esta política era motivada basicamente pela religião. A Administração Trump argumentou que o tribunal não deveria considerar outros fatores para além do texto do decreto, que não menciona a religião. Os países em causa não foram escolhidos porque são predominantemente muçulmanos, mas porque apresentam riscos de terrorismo, argumentou a Casa Branca. Alguns dos juízes do tribunal de recurso que ouviram estes argumentos no início do mês pareceram céticos quanto ao raciocínio da Casa Branca.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Recuperados corpos de três crianças, em naufrágio onde morreram mais de 100 pessoas
Há 16 sobreviventes. Motor de embarcação explodiu, provocando novo drama no Mediterrâneo, no dia em que os líderes da União Europeia chegaram dificilmente a um acordo difícil de aplicar sobre as migrações. (...)

Recuperados corpos de três crianças, em naufrágio onde morreram mais de 100 pessoas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há 16 sobreviventes. Motor de embarcação explodiu, provocando novo drama no Mediterrâneo, no dia em que os líderes da União Europeia chegaram dificilmente a um acordo difícil de aplicar sobre as migrações.
TEXTO: Foram recuperados os corpos de três crianças afogadas, mortas no naufrágio de um bote de borracha a cerca de seis quilómetros ao largo da costa da Líbia na sexta-feira em que seguiriam cerca de 120 pessoas, diz o jornal italiano Corriere della Sera. Dezasseis pessoas foram salvas e estão ao cuidado da Guarda Costeira líbia. Pelo menos 100 pessoas estão desaparecidas depois do barco em que seguiam se ter afundado, possivelmente devido a uma explosão durante a viagem, de acordo com declarações de sobreviventes à agência de notícias AFP. A CNN mostra imagens, chocantes, de três bebés resgatados sem vida. Há três crianças com menos de 12 anos desaparecidas. "Havia demasiadas pessoas a bordo, e deslizaram para trás, quando se abriram brechas na parte anterior da embarcação" e "o motor pegou fogo", relatou um membro do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados no Twitter, citando o testemunho de um sobrevivente. O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, fechou os portos italianos à embarcações de organizações não governamentais que ainda estão no Mediterrâneo a socorrer os imigrantes que naufragam. O mesmo fez Malta. Os relatos de mais um drama no Mediterrâneo surgirem no dia em que a União Europeia chegou a acordo sobre esta matéria. O documento final prevê a criação de plataformas de desembarque regionais fora da UE — basicamente ao longo da costa Norte africana, de onde saem os barcos repletos de migrantes que naufragam no Mediterrâneo — e também a instalação de novos “centros controlados” onde será feita a triagem de refugiados e migrantes. A ideia será multiplicar os actuais hotspots que existem na Grécia e na Itália por outros países. Mas o próprio presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou ser “muito cedo para falar de sucesso” e alertou para complicações futuras, quando chegar a altura de aplicar o acordo no terreno. Os países têm de estar disponíveis para acolher esses hotspots, por exemplo, e nenhum manifestou grande entusiasmo nisso. Essa foi também a análise do primeiro-ministro português António Costa, para quem o “aparente consenso expresso no documento final não disfarça as divisões profundas que ameaçam a União Europeia, em matéria de valores e em matéria de migrações”. Um dos sobreviventes resgatados pela guarda costeira líbia, o iemenita Amri Swileh, relatou o pesadelo vivido nesta sexta-feira durante o naufrágio: "Quem salvar primeiro, mães ou filhos? No final eu escolhi salvar a minha vida"!, disse, numa citação da AFP. O relato de outro sobrevivente, Gambian, de 32 anos, refere que as pessoas tentaram convencer o capitão a voltar à Líbia, mas, entretanto, o motor da embarcação explodiu. Os tripulantes de um barco de apoio humanitário espanhol a operar as águas do Mediterrâneo afirmam que as autoridades italianas lhes comunicaram para não reagir aos pedidos de socorro de uma embarcação que levaria a bordo migrantes, deixando a operação de salvamento nas mãos da guarda costeira da Líbia. A denúncia é feita pela ONG espanhola Proactiva Open Arms. Citado pelo Guardian, Ricardo Canardo, responsável pela missão no Mediterrâneo desta ONG, afirma que pelas 8h desta sexta-feira a sua equipa interceptou comunicações entre autoridades militares europeias e a guarda costeira líbia que davam conta de um barco em dificuldades que teria pelo menos 100 pessoas a bordo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Contudo, quando a ONG contactou Itália disponibilizando-se para entrar em acção, as autoridades italianas declinaram argumentando que a situação estaria já sob controlo da guarda costeira líbia. Pouco tempo depois a missão da Proactiva Open Arms recebia a informação de que havia uma situação de mais de cem migrantes desaparecidos e um número indeterminado de mortos precisamente na mesma área do Mediterrâneo. “Suspeitamos que se trate do mesmo barco”, alerta Canard citado pelo Guardian. Informações da guarda costeira líbia referem ter trazido de volta a terra mais de 300 migrantes, de pelo menos dois outros barcos migrantes. A chegada de migrantes diminui desde Julho do ano passado, porque as redes de contrabando começaram a ser interceptadas pela guarda costeira da Líbia, em resposta à forte pressão italiana. Desde 2014, e atravessando o Mediterrâneo, já chegaram à Europa mais de 650. 000.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
O eixo do mal
O eixo Salvini-Kurz-Seehofer faz parte de um mundo que nos quer voltar a impor fronteiras e muros, e que pretende destruir qualquer noção de solidariedade entre Estados e povos. (...)

O eixo do mal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento -1.0
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O eixo Salvini-Kurz-Seehofer faz parte de um mundo que nos quer voltar a impor fronteiras e muros, e que pretende destruir qualquer noção de solidariedade entre Estados e povos.
TEXTO: Os imigrantes ou são heróis como Mamoudou Gassana, que salvou uma criança de cair da varanda de um quarto andar de Paris e que a França regularizou num ápice, ou, então, não são nada. Os imigrantes ou são ricos e têm visto gold ou são considerados indocumentados, ilegais, sem direitos (como na abjecta separação entre menores e adultos na fronteira dos EUA com o México). Num país presidido pelo neto de um imigrante — ele próprio casado com uma imigrante —, crianças são colocadas em gaiolas pelo simples crime de acompanharem adultos na ânsia de uma vida melhor, com a intenção de assim castigar quem o fez e de dissuadir quem o queira vir a fazer. O racismo é um rolo compressor que cresce de forma larvar de eleição em eleição como o ovo de uma serpente. O ódio aos imigrantes trava qualquer solução política entre Estados e não olha a meios, por mais desumanos que estes possam ser, para atingir os seus fins. Jeff Sessions, ministro da Justiça da Administração Trump, e Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, nem sequer têm pejo em invocar a Bíblia para defender o indefensável: “Obedecer às leis do Governo” é “muito bíblico”. Tudo isto é muito pouco cristão. Trump e o "Brexit" catalisaram esta onda galopante de extrema-direita que faz do imigrante, do refugiado ou do candidato a asilo o bode expiatório de todo o mal na Europa. As declarações do ministro do Interior alemão, que anunciou um eixo Roma-Viena-Berlim contra políticas de aceitação de mais imigrantes, são o último passo em direcção a um abismo. O eixo não está só. Os três podem contar com o apoio férreo de países como Hungria, Polónia, Eslováquia ou Dinamarca e com a complacência dos demais, o que transforma a Península Ibérica num oásis de lucidez. Neste cenário, estão reunidas as condições para que a cimeira da próxima semana seja mais um fracasso e para que pareça mais fácil erradicar a malária ou a poliomielite do que o racismo ou a xenofobia. O relatório anual sobre os casos de asilo na UE, que desceram 44% em 2017, permite concluir que hoje a crise migratória é, antes de mais, “uma crise de vontade política”, como sugerem responsáveis do Gabinete Europeu de Apoio em Matéria de Asilo e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. E ela aí está. O eixo Salvini-Kurz-Seehofer faz parte de um mundo que nos quer voltar a impor fronteiras e muros, e que pretende destruir qualquer noção de solidariedade entre Estados e povos.
REFERÊNCIAS:
Itália ameaça rever financiamento à UE se nada for feito quanto aos migrantes
Salvini, ministro do Interior de Itália e líder do partido de extrema-direita Liga, pede à Europa que "defenda as fronteiras" dos migrantes vindos de África. (...)

Itália ameaça rever financiamento à UE se nada for feito quanto aos migrantes
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Ciganos Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Salvini, ministro do Interior de Itália e líder do partido de extrema-direita Liga, pede à Europa que "defenda as fronteiras" dos migrantes vindos de África.
TEXTO: O ministro do Interior italiano e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, pediu à Europa que “defenda as fronteiras” dos migrantes que chegam do continente africano, ameaçando rever o financiamento à União Europeia se nada for feito, refere o diário britânico The Guardian nesta quinta-feira. “O objectivo é proteger a fronteira externa, não é partilhar o problema com os outros países europeus, mas sim resolver o problema na origem”, afirma Salvini. “Se alguém na União Europeia pensa que a Itália deve ser um ponto de chegada e um campo de refugiados, estão enganados”, diz, acusando “traficantes humanos e bons samaritanos” de serem os responsáveis pelas mortes no Mediterrâneo. Matteo Salvini tinha anunciado uma campanha anti-refugiados no início de Junho. “Ou nos dão uma mão para controlar as fronteiras e pôr em segurança o nosso país, ou teremos de escolher outras vias”, exigia, dirigindo-se à União Europeia, enquanto anunciava o encerramento dos portos italianos aos barcos das organizações não governamentais que realizam operações de socorro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O tema da imigração é um dos que mais mobilizam a base eleitoral da Liga; num comício, Salvini afirmava: “Acabou o recreio para os clandestinos. Façam as malas e partam. ”Mais tarde, Salvini desviou as atenções do tema dos migrantes para os ciganos no país, mostrando vontade de fazer um recenseamento de todos os ciganos em solo italiano. “Os estrangeiros em situação irregular serão expulsos”, dizia em entrevista à televisão regional TeleLombardia. “Quanto aos ciganos italianos, infelizmente teremos de ficar com eles”, prosseguiu, descrevendo a situação como “um caos”. “Temos de ver quem são, quantos são os ciganos. Fazer um registo civil. ” Para um senador do Partido Democrata, Franco Mirabelli, a ideia evocava “a limpeza étnica”. Já nesta quarta-feira, o ministro do Interior considerava “repugnante” a campanha publicitária da Benetton, em que são mostradas duas fotografias do resgate dos migrantes a bordo da embarcação Aquarius — a entrada destes migrantes tinha sido negada pelo Governo italiano e pelo Governo de Malta, até que Espanha os acolheu.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano