Comentários - Mulheres

Portugueses estão entre os mais mal pagos da Europa

Já era sabido através de outros estudos que a Europa é um continente com diferenças de várias natureza, que se traduz numa Europa do Norte e do Sul, a do Leste e a do Oeste. Lembro-me com esta notícia da tal "banana azul" (para quem não sabe, é o eixo gerador de riqueza Londres-Paris-Milão), falta pois criar outras "bananas" (não importa a cor) por esta nossa Europa. Vive-se um estado de utopia onde se pretende que os países menos desenvolvidos recuperem o seu atraso e igualem aqueles que são "mais". Educação, tecnologia, direitos e deveres, legislação, emprego e remunerações/poder de compra são áreas sensíveis, que em tempo de recessão como esta que enfrentamos, minam qualquer utopia através do egoísmo dos povos e de alguma "burrice" de outros (nós estamos a ser "burros"). Lamento estas nossas classificações, temos de mudar (e muito) para evoluir, e se frisamos o que está menos bom (o correcto seria dizer "mal"), esquecemo-nos de referir o que há de melhor e de incentivar para que não sejam casos isolados, mas sim que seja transversal à nossa sociedade.

Mulheres 2 2004-08-13 Jornal Público

Portugueses estão entre os mais mal pagos da Europa

Sinceramente não me surpreende, por uma série de factores de que são "meros" exemplos a não tributação do grande capital, a precariedade do emprego e a "terceirização" do aparelho produtivo, para além de cada vez serem mais notórias as assimetrias regionais.

Mulheres 2 2004-08-13 Jornal Público

Aborto: barco da associação Women on Waves visita Portugal no final do mês

É vergonhoso que em pleno séc. XXI ainda se tratem as mulheres como se fossem objectos, parideiras ao serviço dos homens. Quando é que nós, mulheres, vamos ter estatuto de seres humanos com os mesmos direitos dos homens? A decisão de fazer um aborto cabe a cada uma de nós, pois é uma decisão íntima. A vida e o corpo pertencem-nos. Vamos deixar de ser hipócritas e legalizar o aborto, evitando que mais mulheres morram, evitar que as instituições para crianças abandonadas fiquem lotadas, evitar um maior número de marginais. Eu pergunto às pessoas que estão contra a legalização do aborto: quantas delas já o fizeram em Espanha, em boas clínicas e com todas as mordomias? Vamos parar com tantos falsos moralismos.

Mulheres 2 2004-08-24 Jornal Público

Interdição do "barco do aborto" surpreendeu PSD e CDS

Naufrágio do PSD à custa do sr. Paulo Portas com os seus ridículos posicionamentos de extrema direita!

Mulheres 2 2004-08-29 Jornal Público

Interdição do "barco do aborto" surpreendeu PSD e CDS

O Paulo Portas, e todos aqueles que apoiaram a decisão de proibir a entrada deste barco, deveriam ser demitidos. Tenho vergonha de ver o meu país governado por "cristãos" hipócritas que proíbem o acesso a um aborto clinicamente controlado, mas não fazem nada para acabar com as clínicas piratas onde as mulheres arriscam a vida todos os dias porque a lei que temos é uma porcaria que só dá para casos muito especiais. É por estas e por outras que eu nunca hei-de voltar para Portugal - já não tenho estômago para aguentar estas politiquices, típicas de gente saloia.

Mulheres 2 2004-08-29 Jornal Público

JS cede embarcação para levar portuguesas ao navio da Women on Waves

Apoio esta iniciativa da JS. É tempo de informar e formar as portuguesas e portugueses para a questão do aborto. A questão de se estar "a favor do aborto" é uma falsa questão. O que está aqui em jogo é a despenalização da prática do aborto e não um "incentivo ao aborto", sr. Portas. E, como nessas questões, informação e formação nunca são de mais, faça um esforço, sr. Portas. Diga adeus ao barco e, já agora, tenha a honra de dizer adeus a uma responsabilidade que nunca devia ser sua.

Mulheres 2 2004-08-30 Jornal Público

Barco da Women On Waves está fundeado ao largo da Figueira da Foz

Jovem sou eu e tenho vergonha destas pessoas que se dizem "humanos" a quererem legalizar uma prática que vai contra todos os princÍpios, o direito à vida! Toda a gente tem direito à vida, mas ninguém tem direito a tirar a vida a um ser que é criado por estupidez e hipocrisia de quem pratica sexo sem consciência! Não confundir democracia com hipocrisia!

Mulheres 2 2004-08-30 Jornal Público

JS cede embarcação para levar portuguesas ao navio da Women on Waves

O sr. Santana mal podia adivinhar que seria lá para os lados de uma Câmara que ele tão bem conhece que iria tentar aportar o barco da Associação Women on Waves. E que para agitar as águas, um tal sr. Portas viesse a proibir, num acto de despotismo (mas não iluminado, seguramente) esse mesmo barco (que devia ser apelidado da liberdade e não do aborto) de entrar em águas territoriais portuguesas. Será que é uma iniciativa do tal novo ministério para atrair mais turistas à Figueira? E os portugueses a pensar que era mera descoordenação.

Mulheres 2 2004-08-30 Jornal Público

Barco da Women On Waves está fundeado ao largo da Figueira da Foz

Por favor não sejam de "brandos costumes" neste caso, mulheres deste país, vamos à luta contra a hipocrisia! O Governo devia era preocupar-se com a colocação dos professores e outros assuntos de extrema importância e não ficar subjugado aos delírios do sr. Portas. Se fosse um barco cheio de homens queria ver qual era a decisão.

Mulheres 2 2004-08-30 Jornal Público

Santana Lopes: Women on Waves não garantiu cumprimento da lei nacional

Toda esta polémica em torno do "Borndiep" é absolutamente absurda. Se o que o Governo pretendia evitar era a propaganda, o tiro saiu-lhe pela culatra, pois o barco tem agora mais propaganda, tanto a nível nacional como internacional, do que se o tivessem deixado entrar sem problemas. E o senhor ministro da Defesa deu um grande exemplo de contenção das despesas nacionais ao enviar para as águas da Figueira um navio de guerra, quando esse dinheiro poderia estar a ser empregue para dar mais apoio a nível do planeamento familiar e da distribuição de contraceptivos às pessoas de baixos recursos que nem sequer uma caixa de pílulas ou de preservativos podem comprar, e que deste modo já não pensariam sequer em recorrer a curiosas para abortar e arriscar a própria vida. Gostaria também de responder à sra. Teresa de Bruxelas que fala no seu comentário de apoio psicológico. Qual apoio psicológico? Se o aborto é proibido por lei em Portugal, se alguém recorre a esta prática por quaisquer que sejam as razões, tem o apoio psicológico de quem? Este apoio pode existir, mas para os casos que já são permitidos por lei, não para pessoas sem meios económicos que não têm possibilidades para dar de comer a mais uma boca.

Mulheres 2 2004-09-01 Jornal Público