Boss AC: "Uma fotografia do meu presente"
Pioneiro do hip-hop em Portugal na alvorada dos anos 1990, cinco álbuns lançados ao longo dos tempos e alguns dos êxitos mais sonantes da música feita em Portugal das últimas décadas. Eis Ângelo Firmino, Boss AC, 42 anos, que se prepara para lançar o sexto álbum. A Vida Continua é editado a 26 de Outubro. (...)

Boss AC: "Uma fotografia do meu presente"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pioneiro do hip-hop em Portugal na alvorada dos anos 1990, cinco álbuns lançados ao longo dos tempos e alguns dos êxitos mais sonantes da música feita em Portugal das últimas décadas. Eis Ângelo Firmino, Boss AC, 42 anos, que se prepara para lançar o sexto álbum. A Vida Continua é editado a 26 de Outubro.
TEXTO: Numa altura em que tanto se fala da saúde comercial do hip-hop, o regresso de Boss AC é encarado com expectativa. Afinal, ao longo dos anos, é talvez um dos exemplos mais palpáveis em Portugal de alguém que nunca perdeu o contacto com o sucesso, sem que tenha posto em causa a sua credibilidade artística. No novo disco conta com colaborações (Matay, Supa Squad, Ella Nor, Black Company, DJ Ride, DJ Bernas ou Ferro Gaita), mas é um álbum muito seu, na forma como foi sendo composto, gravado ou escrito, quase em isolamento, em estúdio. Autoria: Boss AC Edi. e distri. UniversalÉ um disco, do ponto de vista sonoro, diverso, congregando motivos rítmicos mais clássicos (O verdadeiro ou As coisas são como são), mas não recusando abordagens mais contemporâneas (Diabo na terra ou Portas e janelas) e outras indefiníveis, como a magnífica Si propi, algures entre o funaná e o trap. O que não falta são também baladas mais próximas dos territórios R&B – Dá-me atenção ou Por favor (Diz-me) – ou palpitações afro-lusas cruzadas com dancehall (Catchupa sab). A revestir tudo, o tempo. A vida. E a morte. Do DJ Bernas, seu colaborador, no emocional Bernas, com sample de Paulo de Carvalho, ou na reflexão existencial de A vida (ela continua). E no entanto é um registo de alguém que continua consciente do seu espaço e que, a cada passo, vai sabendo renascer. É um álbum muito pessoal. Não só do ponto de vista da criação musical, mas também na componente lírica. É talvez o disco onde acaba por ser expor mais. Concorda com isto?É provável, sim, embora, com excepção do último álbum – AC Para Os amigos (2012) –, parece-me que poderia dizer isso de todos. Sempre tive dificuldade em expor-me, seja em entrevistas ou qualquer outro meio, mas na música acontece o oposto. É quase uma terapia. É difícil perceber porque é que as coisas me têm corrido bem, mas parte desse sucesso advém disso: do efeito de identificação que se gera entre as pessoas e a minha música e isso só é possível sendo sincero. São coisas do quotidiano com as quais qualquer um se pode relacionar. Mas é verdade que este álbum é muito pessoal, seja na escrita, na composição ou na gravação. É quase uma fotografia do meu presente. Reflecte uma altura de muitas mudanças, seja familiares ou a perda de entes queridos. Eventualmente com excepção do Por favor (diz-me) e o Catchupa sab, diria que são todas canções autobiográficas. Portanto, sim, é talvez o meu disco mais pessoal. A passagem do tempo, da dimensão individual à colectiva, está presente. Há aliás uma canção, O verdadeiro, que constituiu uma digressão à volta do hip-hop em Portugal, o que acaba por se confundir com a sua vida. Um dos pormenores que aborda é importância da Ilha Terceira, nos Açores, nessa narrativa. Sim, foi aí que tudo começou. Os Açores entram nessa história porque um dos meus tios mais velhos, com o qual tinha uma relação próxima, fez tropa na base americana das Lajes. Convivia com os americanos que lhe davam a ouvir as novidades do outro lado do Atlântico, na altura, em cassetes. Acabaram por chegar até mim, quando tinha entre 10 a 12 anos, e comecei a ouvir aquilo de trás para a frente mesmo sem ter noção do que era. Mais tarde é que percebi que eram nomes como Grandmaster Flash ou Sugarhill Gang, os pioneiros. E foi aí o princípio de tudo. Adorava aquilo. Em primeiro lugar comecei a imitar, cantando por cima. Depois comecei a fazer as minhas letras, as coisas foram evoluindo, e às tantas comecei a cantar em português apesar de não me soar bem. Não tinha referências, apesar de já haver coisas a acontecer nessa altura em Portugal, na Margem Sul, com General D e outros, mas não nos conhecíamos. No início dos anos 90 foi aí que as bandas que iriam entrar na compilação Rapública (1994) se começaram a conhecer. Era tudo malta que gravitava à volta do Bairro Alto, do Targus ou dos Três Pastorinhos, e aí começámos a assumir o português. E nisso o sucesso do primeiro álbum do brasileiro Gabriel, o Pensador foi um incentivo. Depois saiu Rapública, a canção Nadar dos Black Company tornou-se num sucesso, e o resto é história. Apesar de haver mais gente dessa geração que se mantém no activo, de Melo D a D-Mars (Rocky Marsiano) passando por Guto (Black Company) e pelo caso da reaparição de General D, foi você que acabou por ter um percurso artístico com mais visibilidade. Alguma explicação?Não há explicação. É a persistência. Quando parto para um álbum penso sempre em termos de conceito. Tive muito tempo para pensar neste disco porque há seis anos que não lançava nada – apesar de nunca ter parado. E ao longo desse processo o conceito de tempo esteve sempre presente. De tal forma que um dos títulos que equacionei para este disco era precisamente o tempo. Entre outras coisas porque também me questionei sobre o meu papel nisto tudo. As coisas mudam depressa e interroguei-me se ainda me sentia relevante. Estou nisto desde os 16 anos. Vou a caminho dos 43. E tenho que ser sincero: não posso ter o mesmo discurso de um rapper de 18 anos. Sou pai de família e tenho outras preocupações. Mas, musicalmente, tenho o meu espaço. Fiz este álbum a partir disso: do que fui, do que sou e da expectativa do que serei. E em termos musicais isso é perceptível. O verdadeiro está muito ligado ao início da minha carreira, e também é por isso que tem a participação dos Black Company, naquele que foi o único tema escrito em estúdio. Depois existem outras músicas que apontam para outros territórios. Quando essa geração aparece, existe ali uma forte afirmação identitária através da música. Algo nunca visto em Portugal daquela forma. Como é evidente nem todos conseguiram prosseguir uma carreira musical, até porque a realidade comercial ou industrial no país é exígua, mas fica a ideia que todos se integraram bem socialmente. Sim, de acordo. Essa integração aconteceu. Do ponto de vista artístico alguns não terão conseguido ir mais longe do que outros, mas é a vida. Neste intervalo de tempo o que aconteceu foi isso: a vida, nas suas mais diversas dimensões. As pessoas fizeram as suas escolhas, formaram famílias e mudaram de actividade ou não. Mas com quem tenho ainda contacto mantém uma ligação emocional com a música. Pode não ser a sua actividade principal, mas haverá de estar lá sempre. Às vezes a dificuldade é acompanhar os tempos. É entender as mudanças. Às vezes não se resiste àquela coisa do “no nosso tempo é que era. ” E não pode ser, na minha visão, até porque isso era o que diziam quando quisemos ocupar o nosso espaço. As coisas vão mudando. Olhe-se para hoje. Musicalmente o hip-hop está com uma saúde que nunca teve. Hoje oiço as rádios generalistas e já quase não se ouve rock. É verdade que no universo globalizado de hoje a cultura hip-hop se tornou dominante nos mercados mais simbólicos, mas não é de hoje. Foi um processo. Aliás, no caso de Portugal o concerto do 50 Cent e de Boss AC em 2005, no Pavilhão Atlântico, naquela que foi a primeira vez que uma celebridade do rap americano aqui actuou, já confirmava essa transversalidade: gente de todas as idades e camadas sociais e assistir. Foi marcante. Quem esteve lá percebeu que algo mudara para sempre. Totalmente de acordo. Essa ascensão foi um processo e concordo que, no caso de Portugal, esse concerto foi marcante. E sim, com aquela dimensão, em nome próprio, era a primeira vez de uma celebridade do rap em Portugal. Apesar de, no meu caso pessoal, até ter saído de lá com a sensação, sem falsas modéstias, de ter feito melhor trabalho que 50 Cent. . . [risos]. É verdade que esse predomínio não é novidade mas tem sido ascendente. E isso vê-se pelas rádios mais generalistas que hoje passam muito hip-hop e derivados, estando o rock menos presente. Só para dar um exemplo: a canção Princesa (Beija-me outra vez) não passava na rádio nessa altura. O que furava eram os Da Weasel, mas numa linha de cruzamento de linguagens. Nesse sentido, sem dúvida, que os tempos mudaram muito. Nos primórdios havia a necessidade de conotar a música com a afirmação identitária. Agora tenta-se afirmar a superioridade comercial ou artística. Talvez acabe por ser inevitável, mas a reafirmação contínua da relevância colectiva do hip-hop, pode ter o efeito perverso de contribuir para a omissão dos percursos artísticos individualizados. De acordo. O meu último álbum falava disso. Era um registo mais abrangente do que os outros e construído no modelo de banda. Ou seja, olharem para mim como mero rapper, e não como músico, principalmente naquele contexto, era redutor. Sou mais do que isso. Até porque produzo, escrevo e faço outras coisas, nem todas para mim, com abordagens que vão do fado à pop. Sempre fui um melómano ecléctico. Gosto é de música, no sentido mais lato do termo. Por isso quando digo que Princesa, Baza, baza ou Sexta-feira foram grandes êxitos de hip-hop, na verdade foram grandes êxitos da música portuguesa. A abrangência foi essa. Essa é a realidade. Ponto. Não é fácil fazer carreira da música aqui. Há uns anos, numa entrevista, dizia que é fundamental perceber o terreno que se pisa, não para ceder aos imperativos do mercado, mas para se situar e adaptar aos diferentes contextos, sem nunca perder de vista a sua identidade. Nunca tive pudor em falar disso. Se formos ouvir todos os meus discos percebe-se que existem uma série de referências constantes. No primeiro álbum o R&B está lá. O mesmo acontece com as influências cabo-verdianas, com a participação da minha mãe [Ana Firmino] e de Tito Paris. Essas vertentes ainda estão lá hoje. Houve uma altura em que esse eclectismo foi confundido com querer agradar a toda a gente. Nunca foi o caso. Outro exemplo: quando fiz Princesa, um dos meus maiores sucessos na vertente balada R&B, a editora onde estava – a Valentim de Carvalho – não queria que a canção entrasse no álbum. Achava que aquilo não era Boss AC. Eu dizia que estavam errados. Quando olho para trás revejo-me em tudo o que fiz. Tenho-me mantido fiel ao que acho que devo fazer. Apesar da indústria e do país serem pequenos há muita pressão, das editoras ou dos fãs, e aumenta quando se tem sucesso. O difícil não é obtê-lo, mas mantê-lo. Por isso, quando venho de um sucesso massivo e abrangente como Sexta-feira, toda a gente fica parada a olhar para mim a ver se tenho um sábado ou um domingo na manga…[risos]. Eu contrario isso. Quero ter sucesso, adaptar-me, mas não me quero repetir. Porque tenho muito consciente a questão do tempo. Em alguns temas trabalha fragmentos de canções portuguesas (Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira) ou cabo-verdiana (Ferro Gaita), o que fortalece uma identidade diversa daquela que seria afirmada se recriasse soul ou funk. Quando parte à procura de um som (sample) para uma canção já vai com uma ideia pré-definida do que deseja?Depende. No caso dos Ferro Gaita sempre tive vontade de utilizar aquele som. Aí já existia essa ideia pré-definida de o utilizar num tema. No caso da Simone de Oliveira e do Paulo de Carvalho, foi diferente. Aconteceu aquele sinistro [a morte em Dezembro de Bernardo Pinto, mais conhecido por DJ Bernas, amigo e colaborador de Boss AC] e a música foi feita uma semana depois. Foi uma descarga. Vim para estúdio. Estava triste e baralhado. E comecei a escrever. Não tinha batida. Comecei a rabiscar. Estava a ouvir coisas da minha biblioteca de sons e assim que peguei na canção do Paulo de Carvalho as palavras “porque choram os teus olhos” fizeram sentido. E a música saiu de rajada. Não tinha intenção de a usar. Mas com o tempo mudei de ideias. É uma homenagem. É a música mais crua que alguma vez fiz. Foi tudo à primeira. No processo de dúvida se a iria ou não utilizar no disco, a família do Bernas disse-me que ficaria contente se tal acontecesse e aí assumi-a. O mesmo aconteceu com Paulo de Carvalho. Telefonei-lhe, expliquei-lhe e disse-lhe que gostava que ouvisse. Pouco depois telefonou-me de volta dizendo-me que a tinha de a pôr no disco, dando-me a sua bênção, ao mesmo tempo que mostrou satisfação pela nova roupagem e por poder chegar a outra geração. Porque também é isso. Uma vez utilizei um sampler do Vitorino e às tantas um adolescente disse-me que se havia tornado seu fã, depois de ouvir o meu tema, provocando-lhe curiosidade para ir ouvir outras canções do Vitorino. Foi a primeira vez que lhe morreu alguém de quem era próximo?Não. O tema A vida (Ela continua) foi o último tema que trabalhei com o DJ Bernas em vida. E não foi feito a pensar nele. É uma reflexão sobre o meu presente. É uma forma de perceber que, realmente, mesmo quando as coisas não correm bem, a vida acaba por continuar. Curiosamente o Bernas adorava esse tema. Até me dizia: “Adoro esta música, parece ter sido escrita para mim. ” Essa música, inicialmente, foi construída à volta de um sample que não foi autorizado, mas fiz questão de a retrabalhar. Para além desse tema, houve outro que fizemos em conjunto. Nunca foi finalizado, mas será, e por incrível que pareça o seu nome de código era: morreu. Apesar do nome, não falava tanto de morte, mas mais de renascer. É autobiográfica. Falava de quando as minhas filhas nasceram eu ter sentido que voltei a nascer com elas. Por vezes generaliza-se e diz-se que no hip-hop existe a inclinação para objectificar a mulher. Curiosamente nas duas baladas onde aborda relações emocionais – Dá-me atenção e Por favor (diz-me) – concentra-se mais nos conflitos do que na erotização das ligações. No passado nunca tive uma atitude de objectificação da mulher. E agora também não. No tema com a Ella Nor acabamos por abordar um tema bem actual que é essa contradição de utilizarmos a tecnologia, como os telemóveis, que foram feitos para comunicarmos, e que cada vez mais têm o efeito oposto, gerando problemas de comunicação. É como se em vez de juntarem, acabassem por ter o efeito de afastar as pessoas. Quanto aos estereótipos do hip-hop, eles existem mas nunca me revi neles. Talvez por isso seja difícil quando me querem pôr no papel de embaixador ou porta-voz do género. Sinto-me grato pelo meu percurso, mas prefiro falar da minha maneira de estar. Apesar de a minha expressão derivar do hip-hop, há uma série de coisas com as quais não me identifico. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Um dos temas mais estimulantes é Si propi onde tem a colaboração dos Ferro Gaita. Por um lado remete para coisas que já fez no passado, com influências cabo-verdianas, mas o resultado final soa diferente, apontando para correntes modernistas. Ainda poucas pessoas ouviram esse tema, mas as reacções vão nesse sentido. Não conseguem rotular o que estão a ouvir. Gostam mas não o conseguem situar. Dizem que há elementos africanos do funaná, mas também do rap, do trap ou até do dubstep. É engraçado esse amálgama de ideias. E na verdade foi isso. Nem sei dizer como caracterizaria essa música. Foi uma ideia que já tinha há algum tempo e curiosamente a participação dos Ferro Gaita não se enquadra bem na ideia de colaboração tradicional – os sons são samplados – mas a música foi sendo sempre feita com a bênção e a participação deles, e isso foi importante. Há uma série de estéticas contemporâneas, como o trap, que acabam por ter pontos de contacto com os primórdios do electro e hip-hop dos anos 80. Você carrega essa memória. Pode encontrar esses pontos de ligação. Isso constituiu uma mais-valia?Digamos que percebo bem todos esses cruzamentos. O objectivo acaba por ser sempre tocar novos públicos e os que sempre me acompanharam e para isso é necessário conseguir essa abrangência. Sinto-me bem na minha idade, mas não posso, nem quero, ter a atitude de quando tinha 18 anos. Há imensas coisas que deixei de fazer e outras que agora faço e que nunca tinha feito. Sair à noite para mim, hoje, é ir despejar o lixo à rua… [risos]. No meu último álbum, na canção Gajo normal às tantas falo de ir às compras e estar num superfície comercial, na caixa, a pagar, como qualquer pessoa. Há dias estava a fazer isso e uma senhora vira-se para mim: “Afinal, aquilo que você diz na música é mesmo verdade!” Porque me apanhou nas compras a pagar a conta. É isso. Como é que descreveria um dia normal do Boss AC?No último mês, acordo, levo as minhas filhas à escola, e depois venho para o estúdio. Noventa por cento das vezes estou sozinho. Os outros dez por cento com pessoas da música. E é isso. Tenho uma relação de amor-ódio com as redes sociais. Por um lado se não estás lá é como se não existisses, mas tento não me expor muito. Aqui também não tenho muita rede o que acaba por não me distrair. Mas também trato de outras coisas porque tenho negócios paralelos – sou sócio do espaço Lisboa ao Vivo e tenho um restaurante. Ao final do dia vou para casa e estou com a família. Oiço pouca rádio e sair para concertos é raro. Mas estou muito atento ao que se vai fazendo. Nestas alturas de disco novo só oiço Boss AC. Gosto de fazê-lo no carro. Sempre tive isso. Acabo as misturas e vou ouvir no carro. E é também no carro que decoro as letras. Quando estou na 2º Circular, no trânsito, as pessoas devem achar que sou maluco. Olham para o lado e lá estou eu dentro do carro a cantar em altos berros as canções!
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Palavras-chave morte escola cultura mulher adolescente género princesa
Raide em Abbottabad tinha como único objectivo matar Bin Laden
A operação de 1 de Maio no Paquistão nunca teve como objectivo capturar Osama bin Laden mas sim matar o líder da Al-Qaeda, afirmou um dos envolvidos na missão segundo um artigo da revista norte-americana "New Yorker", que contraria a versão repetida pela Administração norte-americana. (...)

Raide em Abbottabad tinha como único objectivo matar Bin Laden
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A operação de 1 de Maio no Paquistão nunca teve como objectivo capturar Osama bin Laden mas sim matar o líder da Al-Qaeda, afirmou um dos envolvidos na missão segundo um artigo da revista norte-americana "New Yorker", que contraria a versão repetida pela Administração norte-americana.
TEXTO: A equipa do Presidente norte-americano, Barack Obama, sempre disse que a missão da equipa de forças especiais poderia ter terminado com a captura de Bin Laden se este se tivesse rendido. Mas em entrevista à "New Yorker", um responsável das operações especiais dos EUA diz que sempre foi claro que os 23 elementos que levaram a cabo o raide sabiam que não se tratava de uma operação de captura. “Não foi uma decisão tomada naqueles segundos" em que o comando ficou frente a frente com Osama. "Ninguém queria detidos. ”Logo após a operação, especulou-se que seria este o caso, mencionando-se uma falta de condiçõess nos helicópteros para levar um detido importante como o líder da Al-Qaeda ou referindo-se o modo como Bin Laden foi atingido. Mas os EUA sempre garantiram que o objectivo não era uma execução extrajudicial. Se os comandos tivessem a certeza de que ele não estava armado nem tinha explosivos, não teriam atirado a matar, garantiu o conselheiro de contraterrorismo de Obama, John Brennan. Obama nunca perguntou quem disparouMas segundo o autor do artigo, Nicholas Schmidle (jornalista freelance autor de “To Live or To Perish Forever: Two Tumultuous Years Inside Pakistan”, sobre o tempo que viveu no Paquistão entre 2006 e 2008, e trabalha também para o think-tank New America Foundation), o plano era mesmo este: “passar os guardas de Bin Laden, atirar a curta distância e matá-lo, e levar o cadáver de volta para o Afeganistão”. Os membros dos Seals tiveram sim de passar por duas das mulheres de Bin Laden que achavam ter coletes de explosivos. O primeiro membro da equipa que avistou o líder da Al-Qaeda viu as duas mulheres. Deu um tiro na perna de uma e fez uma placagem de rugby na outra (afinal nenhuma tinha armas ou explosivos), para proteger os outros dois elementos que vinham atrás de si e deixando-lhes o caminho livre para Bin Laden. Um segundo Seal disparou contra Bin Laden; um tiro no peito, outro na cabeça, antes de dizer via rádio, três vezes, a palavra-código indicando que o alvo tinha sido atingido: “Geronimo, Geronimo, Geronimo”. Obama encontrou-se depois com os membros da equipa em privado. Viu uma apresentação da operação com base num modelo em três dimensões do local. “Nunca perguntou quem tinha disparado, os Seals nunca lhe disseram”, diz o autor do artigo. EUA consideraram túneis e bombas capazes de provocar um terramotoO artigo da "New Yorker" conta vários novos pormenores sobre a operação: os membros da equipa tinham entrado sub-repticiamente no Paquistão entre 10 a 12 vezes antes do raide de 1 de Maio – mas a operação de Abbottabad marcou a vez em que a equipa penetrou mais profundamente em território paquistanês. Sabia-se já que a operação teve várias fases depois da descoberta do “mensageiro” de Bin Laden naquele complexo, no Verão de 2010. Quando se determinou que era provável que o líder da Al-Qaeda estivesse no local (não havia uma certeza na data do raide), equipas delinearam vários cenários de acção: a construção de um túnel sob o complexo (as características do terreno perto de uma bacia de água terão afastado esta hipótese), a ida a pé dos membros da equipa que aterrariam mais longe do complexo (afastada porque poderiam chegar ao local demasiado cansados), ou um bombardeamento com 32 bombas “inteligentes”, cada uma com mais de 90 quilos, que poderiam penetrar 9 metros abaixo do solo caso houvesse bunkers (esta carga provocaria algo semelhante a um tremor de terra e a possibilidade de afectar a cidade acabou por determinar a recusa do Presidente). Schmidle diz que o lançamento do corpo ao mar estava também incluído no plano . Este método tinha já sido usado na Somália, em 2009: o corpo de um dos líderes da Al-Qaeda do Leste de África, Saleh Ali Saleh Nabhan, tinha sido lançado ao mar no Índico.
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Partidos LIVRE
Fragata portuguesa partiu para combater pirataria no Corno de África
O combate à pirataria no Corno de África é a missão da fragata D. Francisco de Almeida que hoje partiu de Lisboa rumo ao Índico para integrar a Força Naval Permanente da NATO e participar na Operação Ocean Shield 2011. (...)

Fragata portuguesa partiu para combater pirataria no Corno de África
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O combate à pirataria no Corno de África é a missão da fragata D. Francisco de Almeida que hoje partiu de Lisboa rumo ao Índico para integrar a Força Naval Permanente da NATO e participar na Operação Ocean Shield 2011.
TEXTO: O navio de guerra, entregue à Marinha em 2010, tem uma guarnição de 185 militares, dos quais 14 mulheres, inclui uma equipa do pelotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros e ainda o destacamento do helicóptero Lynx. A operação decorrerá entre 1 de Setembro e 30 de Outubro. “Esta missão está enquadrada internacionalmente e destina-se ao combate à pirataria e a garantir o livre trânsito de pessoas e bens na zona do Corno de África, que é um eixo fundamental do tráfego marítimo internacional”, explicou o comandante daquela fragata, Salvado Figueiredo. Esta não é a primeira fragata portuguesa que integra uma força da NATO no combate à pirataria na zona do Corno de Africa e o objectivo é o mesmo: “Proteger o tráfego marítimo que atravessa a costa da Somália, detendo e prevenindo actos de pirataria ou assaltos a navios naquela costa. ”“Preparados para cumprir qualquer missão”O capitão de mar-e-guerra assegura que os seus militares estão “preparados para cumprir qualquer missão”, em particular “todas as acções que têm a ver com o impedimento de actos de pirataria que ponham em causa a navegação mercante naquela área”. A missão foi preparada com antecedência e os militares tiveram treino específico, estando “todas as tarefas perfeitamente estudadas”. Uma das vantagens para a concretização da missão é o facto de os 15 fuzileiros que a integram conhecerem bem aquela zona, uma vez que já estiveram em acção naquela região. “Durante as nossas acções podemos ter que abordar as embarcações de pirataria, mas temos uma equipa de fuzileiros com experiência neste tipo de operações porque já estiveram no teatro de operações e conhecem bem a zona, e isso deixa-nos descansados”, acrescentou. A fragata Corte-Real foi a primeira a integrar uma força de intervenção rápida da NATO, há dois anos, e chegou mesmo a receber um louvor.
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Partidos LIVRE
BES Photo 2012 já tem finalistas
Portugal, Moçambique e Brasil são os três países representados na edição 2012 do Prémio BESPhoto. O português Duarte Amaral Netto, a brasileira Rosangela Rennó, o moçambicano Mauro Pinto e o colectivo brasileiro Cia de Foto são os candidatos ao maior prémio de fotografia dos países que falam português. Os finalistas foram anunciados esta segunda-feira. (...)

BES Photo 2012 já tem finalistas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal, Moçambique e Brasil são os três países representados na edição 2012 do Prémio BESPhoto. O português Duarte Amaral Netto, a brasileira Rosangela Rennó, o moçambicano Mauro Pinto e o colectivo brasileiro Cia de Foto são os candidatos ao maior prémio de fotografia dos países que falam português. Os finalistas foram anunciados esta segunda-feira.
TEXTO: Na sua oitava edição, esta é a segunda vez que o prémio é aberto a artistas de expressão portuguesa no Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), uma alteração implementada no ano passado. Para o júri, constituído por Diógenes Moura, curador de fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), Delfim Sardo, curador, crítico de arte e professor (Portugal) e Bisi Silva, curadora e fundadora/directora do Centro de Arte Contemporânea de Lagos, CCA Lagos (Nigéria), Duarte Amaral Netto, nascido em Lisboa em 1976, foi escolhido pelo “trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo de uma década, e, especificamente, pela qualidade conceptual da exposição ‘The Polish Club Case’, apresentada em Lisboa”, refere o comunicado do prémio. Licenciado em Comunicação Cultural pela Universidade Católica Portuguesa, Duarte Amaral Netto concluiu ainda o Curso Avançado de Fotografia do Ar. co em 2000 com uma bolsa da Kodak. Em 2003 recebeu em Paris o Grande Prémio do 48º Salão de Montrouge - Jovens Criadores Europeus. Um ano depois foi-lhe atribuída uma bolsa da Fundação Oriente para desenvolver um projecto na zona de Kerala, Índia. Já sobre o moçambicano Mauro Pinto, apontado como o sucessor do conhecido fotojornalista e fotógrafo Ricardo Rangel, que morreu em 2009, o júri evidenciou “a forma coerente como tem vindo a efectuar o mapeamento e a representação de Moçambique”, destacando o trabalho apresentado na exposição ‘Maputo – Luanda – Lubumbashi’, em Lisboa. Apesar de Rosangela Rennó ser formada em arquitectura pela Escola de Arquitectura da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, e em artes plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte, é na fotografia que a artista, que vive e trabalha no Rio de Janeiro, se tem destacado. Com trabalhos em algumas das colecções dos museus mais importantes de mundo, como o Guggenheim de Nova Iorque, o Museu Nacional Rainha Sofia, em Madrid, a Tate Modern, em Londres, ou o Art institute of Chicago, em Chicago, a escolha de Rosangela Rennó prende-se com a “complexidade da forma como tem desenvolvido uma maturada reflexão sobre a natureza do fotográfico, articulada com o papel da memória”. A nomeação surge pelas exposições apresentadas na Galeria Vermelho, em São Paulo, e na Galeria La Fábrica, em Madrid. Sobre a selecção do colectivo CIA de Foto, o júri realça “a qualidade da série ‘Carnaval’ (apresentada no âmbito do ‘New York Photo Fest’), num processo de trabalho que revela segurança técnica e, sobretudo poética”. Neste trabalho, o colectivo de artistas focou as suas objectivas nas expressões das pessoas no meio da multidão que esperam ver o corso do carnaval passar na rua. “O que se busca é abstrair o movimento e as cores que constituem o estereótipo do carnaval, para destacar algumas poucas fisionomias em êxtase”, pode-se ler no site do Cia de Foto sobre “Carnaval”. Para o júri, “trata-se da preparação de uma segunda camada para a memória de cada uma das imagens, ou da série, como um todo. ”À semelhança da edição 2011 do Prémio, no valor de 40 mil euros, que ficou marcada pela internacionalização, os artistas seleccionados apresentarão os seus trabalhos no Museu Colecção Berardo numa primeira exposição com inauguração prevista para 13 de Março, e que, viajará depois para a Pinacoteca do Estado de São Paulo onde será apresentada entre Junho e Agosto de 2012. Numa primeira fase, cada um dos artistas seleccionados receberá uma bolsa de produção para a realização da exposição BES photo no Museu Colecção Berardo, em Lisboa. Só depois, será escolhido o vencedor a partir da exposição efectuada.
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Palavras-chave escola rainha
Obama envia 100 soldados para o Centro de África
Os Estados Unidos começaram a enviar uma centena de soldados para o Centro de África, para aconselhar os responsáveis militares locais a capturar Jospeh Kony, chefe do Exército de Resistência do Senhor (LRA), que há duas décadas semeia o terror em vários países da região. (...)

Obama envia 100 soldados para o Centro de África
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os Estados Unidos começaram a enviar uma centena de soldados para o Centro de África, para aconselhar os responsáveis militares locais a capturar Jospeh Kony, chefe do Exército de Resistência do Senhor (LRA), que há duas décadas semeia o terror em vários países da região.
TEXTO: Numa carta dirigida ao Congresso, o Presidente Barack Obama anunciou na sexta-feira ter “autorizado um pequeno número de soldados americanos equipados para irem para a África Central ajudar as forças da região que trabalham para obrigar Joseph Kony a abandonar o campo de batalha”. O LRA tem fama de ser uma das guerrilhas mais violentas do mundo e Kony é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade. O primeiro grupo de soldados americanos já chegou na quarta-feira ao Uganda e durante este mês outros seguirão para os países vizinhos, que autorizaram a presença americana: República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana e Sudão do Sul, explicou o Presidente. Trata-se da mobilização mais importante de tropas em África anunciada por Washington desde o sangrento fiasco da intervenção na Somália, em 1993, durante a Administração George Bush. O Governo americano precisou que os soldados não irão combater directamente os rebeldes. “As nossas forças darão informação, conselhos e uma ajuda” aos parceiros, garantiu Obama. O Presidente, que uma vez se referiu ao LRA como “uma afronta à dignidade humana”, adiantou que as tropas só se envolverão em combates em casos de auto-defesa. Os rebeldes operam no Norte do Uganda desde 1988, com os seus combatentes a espalharem-se pelos países vizinhos. O LRA, que diz ser de inspiração religiosa, é acusado do massacre de civis, mutilações e raptos de crianças (de rapazes para combater, e de raparigas para serem usadas como escravas sexuais). Em 20 anos, os combates com a guerrilha fizeram várias dezenas de milhares de mortos e 1, 8 milhões de deslocados. Os confrontos cessaram em 2006, quando foi lançado um processo de negociações, mas o diálogo falhou dois anos depois, quando Kony se recusou a assinar um acordo para acabar com as atrocidades; o LRA continua activo e a dificultar os esforços da ONU para estabilizar a região. As autoridades ugandesas e congolesas afirmaram no início do ano que o líder terá entretanto regressado ao Leste da RDC. "Missão limitada"O contingente americano, que pertence sobretudo às “forças especiais, comandos de elite utilizados nas operações anti-guerrilha”, irá para o terreno “nos sectores ameaçados pelo LRA”, afirmou um alto responsável da defesa à AFP. Um membro da Administração adiantou à Reuters que a missão é limitada e durará apenas alguns meses. Por seu lado, um porta-voz militar disse à BBC que “as forças [americanas] estão preparadas para ficar o tempo necessário para permitir às forças de segurança regionais continuar de forma independente”. Mas mesmo que os americanos não participem em combates, irão lançar-se numa operação “incrivelmente difícil e complicada”, estima à agência francesa Richard Downie, especialista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) de Washington. Os rebeldes rondarão os 200 ou 300, “mas são combatentes aguerridos, repartidos em pequenos grupos num território extremamente vasto e deixado à anarquia”. Neste contexto, a operação “deve ser muito seriamente planeada”, continua o analista, recordando que os EUA já enviaram algumas dezenas de conselheiros militares para a região em finais de 2008 para ajudar o Exército ugandês. “A operação foi um falhanço total. Os chefes do LRA escaparam e mataram milhares de civis na RDC como vingança. Desta vez, os EUA deverão meter a mão na massa”. O Departamento de Estado afirmou que a operação tem “o consentimento” do Governo ugandês, chefiado pelo Presidente Yoweri Museveni, que tem sido acusado de usar a luta contra os rebeldes como uma desculpa para calar a oposição política, refere a Reuters. “Não solicitámos este apoio, mas agora que ele veio saudamo-lo”, comentou Felix Kulaigye, porta-voz do Exército do Uganda. “Kony é uma ameaça à segurança regional e quanto mais cedo acabarmos com ela melhor”.
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Entidades ONU EUA
Os extremos demográficos em números
O número é um só - sete mil milhões de habitantes – mas o mundo é de contrastes. Aqui está um rápido retrato dos extremos nas estatísticas demográficas da ONU. Todos os dados reportam-se a estimativas para 2010, para países com mais de 100.000 habitantes. Macau e Hong Kong – sendo regiões especiais administrativas da China – não são contabilizados. (...)

Os extremos demográficos em números
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O número é um só - sete mil milhões de habitantes – mas o mundo é de contrastes. Aqui está um rápido retrato dos extremos nas estatísticas demográficas da ONU. Todos os dados reportam-se a estimativas para 2010, para países com mais de 100.000 habitantes. Macau e Hong Kong – sendo regiões especiais administrativas da China – não são contabilizados.
TEXTO: O mais e o menos populosoChina: 1. 341. 335. 000 habitantesTonga: 104. 000 habitantesO mais apertado e o mais desafogadoSingapura: 7447 habitantes por quilómetro quadradoMongólia: 2 habitantes por quilómetro quadradoO mais jovem e o mais velhoNiger: 15, 5 anos de média de idadeJapão: 44, 7 anosCom mais e com menos bebésNiger: 49, 5 nascimentos por 1000 habitantesAlemanha: 8, 4 nascimentos por 1000 habitantesA população que mais cresce ou diminuiQatar: 15, 2% em 2010Moldávia: -1, 1%Mães mais jovens e mais velhasÍndia: 25, 3 anos, em média, ao primeiro filhoLíbia: 32, 5 anosAs maiores e menores famíliasNiger: 7, 19 filhos por mulherBósnia-Herzegovina: 1, 18 filhos por mulherOs mais urbanos e os mais ruraisSingapura: 100% de população urbanaBurundi: 11%Os homens que contam viver mais e menosIslândia: 79, 5 anos de esperança de vidaRepública Centro Africana: 44, 5 anosAs mulheres que contam viver mais e menosJapão: 86, 1 anosLesoto: 45, 2 anosMaior e menor mortalidade infantilAfeganistão: 136 mortes por 1000 nascimentosIslândia: duas mortes por 1000 nascimentos
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Palavras-chave homens mulheres
Cavaco defende que inacção jamais poderá ser resposta da ONU perante civis alvo de conflitos
O Presidente da República considerou hoje que a "inacção" jamais poderá ser a resposta das Nações Unidas perante civis que são alvos dos ataques indiscriminados nos conflitos armados, defendendo a necessidade elaborar "mandatos de protecção" civis "realistas". (...)

Cavaco defende que inacção jamais poderá ser resposta da ONU perante civis alvo de conflitos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-11-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República considerou hoje que a "inacção" jamais poderá ser a resposta das Nações Unidas perante civis que são alvos dos ataques indiscriminados nos conflitos armados, defendendo a necessidade elaborar "mandatos de protecção" civis "realistas".
TEXTO: "É nossa obrigação aprender com as lições do passado: a inacção nunca é uma solução e jamais poderá ser a resposta das Nações Unidas perante populações civis que são alvo de ataques indiscriminados de partes em conflito, sob pena de sermos coniventes com aqueles que violam o direito humanitário internacional e os Direitos Humanos", afirmou o chefe de Estado, numa intervenção no primeiro debate aberto da presidência portuguesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque. Falando sempre em português, porque desta forma as suas palavras são "compreendidas de imediato" por mais de 250 milhões de pessoas de oito países e uma região autónoma da China, Cavaco Silva notou que se trata de "um dos idiomas em maior expansão de todo o mundo, sendo já a terceira língua europeia e a sexta a nível mundial. "Uma língua que merece, de há muito, o estatuto de língua oficial desta organização", recordou. Num debate que tem como tema a protecção de civis em situação de conflito armado, Cavaco Silva começou por sublinhar que Portugal condena "da forma mais veemente possível" todos os ataques que tiveram e têm civis como alvos, sejam eles na Líbia, na região dos Grandes Lagos, no Afeganistão, no Iraque ou na Síria. "Os civis constituem desde sempre e ainda hoje, a maioria das vítimas dos conflitos armados. ´Vítimas' não são somente aqueles que são parte no conflito, que são mortos, mutilados ou feridos por integrarem um exército regular ou um grupo de combatentes. São, de facto, os civis que continuam a sofrer, em larga escala, os efeitos directos das guerras", referiu. Colocando-se ao lado do secretário-geral das Nações Unidas na defesa de uma coordenação acrescida entre todos os atores envolvidos na protecção de civis, o Presidente da República preconizou o aprofundamento da cooperação entre a União Europeia e as Nações Unidas, em matéria de protecção de civis, bem como entre as Nações Unidas e outras organizações regionais, como a União Africana. Falando com o secretário-geral das Nações Unidas a seu lado, o Presidente da República corroborou ainda a necessidade de elaborar "mandatos de protecção de civis realistas, adaptados à realidade no terreno e compatíveis com as capacidades e os meios humanos à disposição das respectivas operações de paz". "Quer seja no Darfur ou no Leste da República Democrática do Congo, a segurança de milhares de civis, muitos deles mulheres e crianças, depende, em grande medida, das operações de paz que estão mandatadas para as proteger. Consideramos, também ser necessário envolver estreitamente os principais países contribuintes em topas e polícias na definição destes mandatos", enfatizou. Por outro lado, continuou o Presidente da República, é igualmente fundamental para a protecção dos civis que se aprofunde a responsabilidade por violações dos Direitos Humanos. "Combater a impunidade, através da acção de instituições ao nível nacional ou internacional, como o tribunal Penal Internacional, é fundamental para prevenir violações futuras", salientou. Dizendo acreditar que o Conselho de Segurança tem hoje mais do que nunca capacidades para proteger civis, o chefe de Estado lembrou que cabe aos estados-membros "a responsabilidade política" de garantir que aja de "modo consistente e determinado" para garantir o respeito do direito internacional humanitário e a protecção de todos os civis directamente visados ou vítimas acidentais em conflitos. "Gostaria de reiterar o firme compromisso do meu país em continuar a trabalhar para promover uma protecção mais eficaz dos civis face aos efeitos devastadores dos conflitos armados", garantiu o Presidente da república já no final da sua intervenção, antes de passar a palavra ao secretário-geral das Nações Unidas.
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Palavras-chave direitos humanos tribunal mulheres
Malária: medicamentos falsos e de má qualidade podem pôr “milhões de vidas em risco”
O alerta foi dado por investigadores internacionais que colaboraram num estudo financiado pela instituição filantrópica Wellcome Trust: actualmente estão a ser usados em África medicamentos falsos ou de má qualidade para tratar a malária e que poderão pôr “milhões de vidas em risco”. (...)

Malária: medicamentos falsos e de má qualidade podem pôr “milhões de vidas em risco”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.45
DATA: 2012-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O alerta foi dado por investigadores internacionais que colaboraram num estudo financiado pela instituição filantrópica Wellcome Trust: actualmente estão a ser usados em África medicamentos falsos ou de má qualidade para tratar a malária e que poderão pôr “milhões de vidas em risco”.
TEXTO: Estes medicamentos contrafeitos - alguns deles oriundos da Ásia - poderão afectar milhões de pessoas dado que poderão fazer com que os parasitas da malária ganhem resistência às substâncias usadas actualmente para tratar esta doença, que se estima que mate 800 mil pessoas por ano. Este estudo foi levado a cabo por cientistas do Wellcome Trust, Mahosot Hospital (instalado no Laos) e Oxford University Tropical Medicine Research, que publicaram as conclusões no Malaria Journal. Os investigadores examinaram medicamentos anti-malária verdadeiros e contrafeitos que estiveram à venda em 11 países africanos, entre os anos de 2002 e 2010. No decurso da investigação os cientistas descobriram que alguns medicamentos contrafeitos continham uma mistura de ingredientes farmacêuticos errados que, numa fase inicial, aliviavam os sintomas da malária mas que não a curavam, descreve a BBC. Pior: alguns ingredientes detectados nos medicamentos contrafeitos poderão causar graves efeitos secundários, especialmente quando misturados com outros medicamentos que o utilizador possa estar a tomar, como anti-retrovirais para tratar o HIV (que também infecta milhões de pessoas no continente africano). Para além de não ser eficaz e de potenciar efeitos secundários graves, os medicamentos contrafeitos para tratar a malária podem ainda – de forma mais grave – servir para que o parasita da malária desenvolva resistência aos medicamentos que são usados para tratar a doença. Foi o que aconteceu, no passado, a medicamentos contendo cloroquina e mefloquina. O mesmo poderá acontecer agora com a artemisinina, um dos componentes mais eficazes para combater a malária. Os investigadores afirmam que pequenas quantidades de artemisinina estão a ser colocadas nos medicamentos contrafeitos para que possam passar nos testes de qualidade, mas não em quantidades suficientes para serem eficazes. E isso, naturalmente, poderá fazer com que o parasita da malária ganhe resistência a esta droga, alerta o estudo. O investigador que liderou esta investigação, Paul Newton, pediu aos governos africanos que tomem medidas urgentes para combater este comércio de medicamentos contrafeitos para trata a malária. “Se esta acção falhar, milhões de vidas estarão em risco, particularmente crianças e mulheres grávidas”, disse Newton, citado pela BBC. “O enorme investimento em desenvolvimento, avaliação e distribuição de medicamentos contra a malária é desperdiçado se aquilo que as pessoas efectivamente tomam - devido a descuido ou criminalidade - é de baixa qualidade e não cura”, acrescentou ainda o mesmo responsável.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
ONU nomeia Kofi Annan como enviado especial para pôr fim à violência na Síria
O antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan foi nomeado como enviado especial desta organização e da Liga Árabe à Síria, com o objectivo de resolver a violência que se instalou no país há um ano. (...)

ONU nomeia Kofi Annan como enviado especial para pôr fim à violência na Síria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.357
DATA: 2012-02-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan foi nomeado como enviado especial desta organização e da Liga Árabe à Síria, com o objectivo de resolver a violência que se instalou no país há um ano.
TEXTO: O anúncio foi feito na noite de quinta-feira através de um comunicado das Nações Unidas. Kofi Annan era, juntamente com o ex-presidente da Finlândia e Nobel da Paz Martti Ahtisaari, um dos nomes mais falados para desempenharem esta função. No comunicado conjunto da ONU e da Liga Árabe, é feito um agradecimento a Annan por ter “aceitado esta importante missão num momento crucial para o povo da Síria”, esperando-se que “exerça a sua boa influência para conseguir o fim da violência e da violação dos direitos humanos” naquele país. Em reacção à sua nomeação, num comunicado citado pela AFP, Kofi Annan disse esperar a “plena cooperação de todos os actores envolvidos”. O responsável, que está em Genebra, acrescentou que este é um “esforço conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe para contribuir para o fim da violência e das violações dos direitos humanos e para promover uma solução pacífica para a crise síria”. A nomeação surge no mesmo dia em que a ONU divulgou um relatório sobre a Síria, no qual diz que o Presidente Bashar al-Assad tem quase todas as suas forças militares empenhadas na repressão aos sírios que ousam manifestar-se contra o seu regime. Seguindo ordens dadas "ao mais alto nível", estas unidades têm assassinado mulheres e crianças, bombardeado áreas residenciais e torturado feridos em camas de hospitais, denuncia a ONU nas conclusões de uma investigação pedida pelo Conselho dos Direitos Humanos da organização. Annan nasceu no Gana em 1938 e foi secretário-geral das Nações Unidas durante quase dez anos, entre 1997 e 2006, tendo vencido o Prémio Novel da Paz em 2001, numa nomeação conjunta com a ONU. Enquanto enviado especial, o objectivo do seu trabalho passa por realizar “amplas consultas” com todos os interlocutores possíveis, tanto dentro como fora da Síria – tentando alcançar uma solução de paz duradoura e que envolva o povo sírio. Uma das primeiras metas é conseguir que entre no país ajuda humanitária internacional. A escolha de um enviado especial era um dos pontos que faziam parte da simbólica resolução de paz para a Síria que a assembleia geral da ONU aprovou apesar dos vetos da China e da Rússia. De acordo com algumas fontes ouvidas pela AFP, Kofi Annan terá ainda esta sexta-feira um encontro com o actual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que está em Londres para participar numa conferência internacional sobre a Somália. O nome de Annan foi anunciado apenas algumas horas antes de um encontro que arranca nesta sexta-feira e que reúne mais de 70 países e organizações que vão tentar conseguir apoios para impor um cessar-fogo na Síria. Mas já se sabe que tanto a Rússia como a China – que no Conselho de Segurança já vetaram uma resolução a pedir a saída de Bashar al-Assad – vão boicotar a conferência de hoje em Tunes, na Tunísia, organizada pela Liga Árabe. Da conferência espera-se que saia uma declaração que apele ao cessar-fogo no país e à entrada imediata de ajuda internacional, esperando-se sanções ao país se tal não acontecer. Estima-se que desde o início da repressão, em Março de 2011, já tenham morrido 7600 pessoas, segundo as organizações sírias de defesa dos direitos humanos. Notícia actualizada às 10h32. Acrescenta reacção de Kofi Annan.
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Entidades ONU
Senhor da guerra do Uganda visto por 10 milhões num só dia
Uma campanha lançada por activistas norte-americanos a favor da captura do senhor da guerra ugandês Joseph Kony, e seu julgamento no Tribunal Penal Internacional, tornou-se viral na Internet com mais de 10 milhões de visionamentos em apenas 24 horas no YouTube. (...)

Senhor da guerra do Uganda visto por 10 milhões num só dia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma campanha lançada por activistas norte-americanos a favor da captura do senhor da guerra ugandês Joseph Kony, e seu julgamento no Tribunal Penal Internacional, tornou-se viral na Internet com mais de 10 milhões de visionamentos em apenas 24 horas no YouTube.
TEXTO: O vídeo, com perto de meia hora e que já estava disponível no Vimeo há duas semanas, foi feito pela organização não governamental Invisible Children, cujos esforços visam ver Joseph Kony, líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA), julgado por crimes contra a humanidade. Kony é acusado pelo TPI, desde 2005, por rapto sistemático de dezenas de milhares de crianças: os rapazes são transformados em soldados, as raparigas em escravas sexuais, executados uns e outros quando não obedecem, muitos mutilados, com os lábios cortados. Crê-se que as suas forças mataram dezenas de milhares de pessoas no Uganda, na República Democrática do Congo, no Sudão do Sul e na Republica Centro Africana. Os Estados Unidos classificaram o LRA como grupo terrorista, no pós-11 de Setembro, e em 2008 começaram a apoiar o exército do Uganda com equipas de treino e conselheiros tácticos para a missão de capturar Kony, o qual se crê estar escondido nas zonas de mato já fora do Uganda. Em Outubro passado, o Presidente norte-americano, Barack Obama, deu luz verde a uma unidade de 100 tropas de combate norte-americanas – na maioria membros das forças especiais, para trabalhar em cooperação com os líderes militares regionais das zonas fronteiriças do Uganda. O vídeo do Invisible Children espoletou ontem, data oficial de lançamento da campanha, uma atenção sem paralelo, tendo sido visto por dezenas de milhões de pessoas. As palavras Uganda e Kony ascenderam às dez mais repetidas no serviço de microblogging Twitter. Ao mesmo tempo, gerou também uma vaga de críticas ao próprio grupo de activistas, com acusações de que a Invisible Children gasta apenas 32% do dinheiro que obtém através de donativos (8, 6 milhões de dólares só no ano passado) em serviços prestados directamente às comunidades que ajuda. O restante, de acordo com as declarações financeiras da organização, vai para pagamento de salários, despesas de viagem e custos de produção de filmes – como o Kony2012 que agora se tornou viral. KONY 2012 from INVISIBLE CHILDREN on Vimeo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda rapto