Os que “amam” muito os touros e os torturam e matam
Acabar com as touradas, com a tortura dos touros para satisfação sádica das massas, é um passo no bom sentido. (...)

Os que “amam” muito os touros e os torturam e matam
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 6 Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acabar com as touradas, com a tortura dos touros para satisfação sádica das massas, é um passo no bom sentido.
TEXTO: A ideia de que ser a favor ou contra as touradas é uma questão de liberdade de expressão é um absurdo. Ser a favor ou contra as touradas é uma questão de civilização e, por muito que a palavra esteja gasta, nós sabemos muito bem o que é. É o mundo frágil que nos faz viver melhor, mais tempo, com menos violência do que no passado. É completamente frágil e contraditório, muitas vezes anda para trás e poucas vezes anda para a frente, mas representa o melhor da vida possível, feito por um olhar humanista sobre as coisas, que inclui condenar, limitar, punir a violência. É o mundo em que há direitos humanos, em que os homens e as mulheres são iguais, é o mundo em que as mulheres e as crianças são protegidas da violência doméstica, é o mundo em que o direito de viver de forma livre o sexo é garantido, é o mundo em que a tortura, a pena de morte, o genocídio são condenados, é o mundo em que há liberdade religiosa, de opinião, política, etc. , etc. Sim, é verdade que é também o mundo em que tudo isto não existe, mas escolham. Pode não ser o mundo que temos, mas é o mundo que desejamos. Os animais não podem ter “direitos” equiparados aos direitos humanos, mas faz parte de uma sociedade humana que valorize a ética e combata todas as formas de violência olhar para os animais com um sentimento de especial proximidade que está para além da domesticidade. Os movimentos a favor dos animais, ou melhor, os movimentos contra a crueldade com os animais, fazem parte da tradição humanista dos séculos XIX e XX. A ideia central era que o modo como tratamos os animais era um sinal de como tratávamos os homens, a crueldade contra os animais era um sinal de uma violência institucionalizada que não se limitava aos animais, mas se estendia aos homens, mulheres e crianças. Não me estou a referir a nenhuma das variantes radicais modernas dos direitos dos animais que fazem parte da moda dos nossos dias. Não é isso, não tem que ver com aviários, nem com matadouros, nem com as mil e uma formas de industrialização da produção de alimentos, algumas das quais ganhavam em ser menos cruéis. Nem com a caça. A caça tem um valor económico, e tem um papel no controlo das espécies, e é cada vez mais moldada pela lei de modo a que o seu carácter lúdico seja subordinado a estas necessidades. Tem que ver com as touradas. Podem dar as voltas que quiserem, mas as touradas são a exibição pública da tortura de um animal, que é esfaqueado para enfraquecer e depois, no caso das touradas de morte — que todos os defensores das touradas desejavam poder ter sem limitações —, ser morto. As touradas vivem do sangue, da dilaceração da carne, do cansaço até ao limite e da morte. Podem ter todos os rituais possíveis, ter toda a “arte” de saracotear à volta de um bicho, mas as touradas não são uma arte, são a exibição circense de um combate desigual entre homens e animais, cuja essência é a sua tortura para gáudio colectivo. Não é um combate de iguais. Na verdade, os combates de cães e de galos — proibidos não se sabe porquê à luz da permissão das touradas — são muito mais um combate entre iguais do que o homem de faca e o touro sem armas a não ser os chifres, que muitas vezes são embolados. Mas é o sangue e a morte que fazem o espectáculo e, ao serem um espectáculo, são um sinal de barbárie. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O argumento da tradição também não é argumento. Se há coisas que a tradição encobre é um vasto conjunto de práticas que felizmente hoje são consideradas inaceitáveis, desde a violência doméstica à discriminação dos homossexuais, à excisão feminina, à pena de morte, à legitimação da tortura. Se aceitamos que a “tradição” por si só legitima a violência e crueldade, então podemos voltar ao “cá em casa manda ela e quem manda nela sou eu” e toca de lhe bater. Os argumentos dos defensores das touradas são a versão portuguesa dos argumentos da National Rifle Association nos EUA, que também se identifica como uma “associação de direitos civis” e usa o argumento da tradição para justificar uma sociedade banhada de armas e em que a violência dos massacres é sempre culpa de outra coisa que não sejam as armas. As histórias ridículas de como os defensores das touradas “amam os touros” (sic), de como prezam a valentia dos animais, de como o “touro bravo” enobrece os campos do Ribatejo, para depois ser trazido à arena de tortura e morte como se esse fosse o seu destino teleológico, a cultura machista da “coragem” perante os mais fracos (o touro é o mais fraco dentro da praça), devem pouco a pouco envelhecer no passado. É isso mesmo que chamamos civilização. O mundo em que vivemos é duro, desigual, injusto, violento. Quem saiba história sabe que não há maneira de o tornar limpinho, higiénico, pacífico, nem em séculos, quanto mais numa geração. Mas acabar com as touradas, com a tortura dos touros para satisfação sádica das massas, é um passo no bom sentido. Porque senão vivemos na pior das hipocrisias em que matar ou tratar mal um cão e um gato pode levar à prisão — e bem —, mas em que no meio de cidades e vilas de uma parte do país podemos aplaudir a tortura, o sangue e a morte.
REFERÊNCIAS:
Tourada fiscal
Não só existem já incentivos de mais à tauromaquia, como o OE 2019 vem juntar novos incentivos a uma atividade que implica violência e sofrimento animal injustificados. (...)

Tourada fiscal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 6 Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não só existem já incentivos de mais à tauromaquia, como o OE 2019 vem juntar novos incentivos a uma atividade que implica violência e sofrimento animal injustificados.
TEXTO: A discussão sobre as touradas voltou à ordem do dia, desta vez pela via fiscal. O Orçamento do Estado (OE) para 2019 prevê alterações no IVA aplicável à tauromaquia: 1) o fim da isenção de IVA dos serviços prestados por artistas tauromáquicos, ficando sujeitos a IVA a 6%; e 2) embora a proposta do Governo previsse manter o IVA nos espetáculos tauromáquicos nos 13%, propostas de alteração já aprovadas com os votos do PSD, PCP, CDS e de alguns deputados do PS reduziram esta taxa para os 6%. O fim da isenção, medida do PAN, visa penalizar a tauromaquia. No entanto, em muitos casos poderá beneficiá-la. De facto, apesar dos serviços prestados por artistas tauromáquicos encarecerem, ao serem acrescidos de IVA, estes passam a poder deduzir o IVA que pagaram nos bens e serviços adquiridos para a sua atividade. O que isto na prática significa é que não só passam a ficar melhor financeiramente, como podem mesmo ficar em crédito fiscal perante o Estado, através do reembolso do IVA que suportaram. É, pois, uma medida que à primeira vista parece desincentivar a tauromaquia, mas que, na prática, lhe é até financeiramente útil, o contrário do pretendido. Já a redução para 6% do IVA (proposta pelo PSD, PCP, CDS e PS) incentivará as touradas ao vivo. A taxa reduzida de 6% é destinada a atenuar o impacto na aquisição de bens ou serviços, incentivando-os, daí se aplicar a produtos alimentares, medicamentos, próteses e livros, entre outros, e deve respeitar um dos princípios dos benefícios fiscais: ter caráter excecional para assegurar um interesse público extrafiscal relevante, superior ao imposto que é sacrificado. Deve também considerar o sistema fiscal como um todo. Como se justifica que o papel higiénico, bem de primeira necessidade, tenha 23% de IVA, enquanto as touradas beneficiam da taxa de 6%?Chegamos então à questão principal: têm as touradas um interesse extrafiscal relevante? Não sendo unânime, considero que não têm, por várias razões. Diria até que o interesse é o de as desincentivar. É inegável que as touradas implicam sofrimento animal. Uns dirão que é aceitável em função da alegada arte. Outros, como eu, dirão que é inaceitável. Certo é que é função do Estado ir eliminando e prevenindo o sofrimento animal. Nesse sentido, recentemente os animais deixaram de ser “coisas” para a lei, eliminou-se o direito a causar-lhes sofrimento injustificado e criminalizou-se os maus tratos a animais de companhia. Ora, os incentivos à tourada não se coadunam com este movimento. O respeito pelos animais é um dos valores que mais e melhor desenvolvimento tem tido, e que claramente se sobrepõe ao valor do espetáculo tauromáquico. Como bem disse o embaixador Seixas da Costa no Facebook, "Eu também não coloco os animais acima das pessoas, mas coloco o sofrimento dos animais acima do gozo de um espetáculo para pessoas". A esta argumentação é normalmente contraposto o valor da tradição. É estratégia já antiga usar a tradição contra certos movimentos, principalmente os de direitos humanos. É um argumento por definição errado, dado tentar justificar a continuidade de uma prática negativa com base em ser algo que “sempre se fez”, e que foi sempre e repetidamente utilizado para tentar impedir o fim de práticas que hoje são inaceitáveis, como a escravatura, a proibição do voto das mulheres e a discriminação em função do género e da orientação sexual. As tradições podem ter valores históricos e culturais, mas não podem servir como perpetuadoras de discriminação, sofrimento e violência, como é o caso das touradas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Por fim, refira-se que as touradas já têm bastantes incentivos. A transmissão de touradas pela RTP é um incentivo estatal, e a tauromaquia recebe ainda diversos incentivos pela via de subsídios agrícolas que beneficiam a criação dos chamados touros de lide, a que se juntam os incentivos autárquicos à realização de touradas. Em suma: não só existem já incentivos de mais à tauromaquia, como o OE 2019 vem juntar novos incentivos a uma atividade que implica violência e sofrimento animal injustificados. Não é tradição que mereça proteção. Espera-se que, num futuro muito próximo, esta discussão se tenha tornado inútil, por os direitos dos seres vivos serem mais claros para todos. O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PAN PSD PCP
Touradas: os que gostam, não gostam e "não admitem que se goste"
Uns vêem a tauromaquia como uma prática “passadista e machista” e defendem o seu fim numa óptica de progresso civilizacional. Outros dedicam-se a mantê-la viva – nas arenas, e não só. A descida do IVA nas touradas estará em discussão no início desta semana no Parlamento. (...)

Touradas: os que gostam, não gostam e "não admitem que se goste"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uns vêem a tauromaquia como uma prática “passadista e machista” e defendem o seu fim numa óptica de progresso civilizacional. Outros dedicam-se a mantê-la viva – nas arenas, e não só. A descida do IVA nas touradas estará em discussão no início desta semana no Parlamento.
TEXTO: O debate a favor ou contra o valor cultural ou patrimonial das touradas está mais visível mas este é um assunto fracturante em Portugal há centenas de anos. Há quem lembre a resistência às touradas que mobilizou, no século XIX, movimentos de mulheres preocupadas com uma moralização da sociedade onde certos valores se perdiam. E há quem evoque o simbolismo do cavaleiro no combate ao inimigo e a importância das diversas práticas tauromáquicas – daí inspiradas – na ligação de uma comunidade à terra e aos animais. Luís Filipe Marques Pereira, autor de uma tese de mestrado de Sociologia sobre a importância da tauromaquia para a identidade cultural e o desenvolvimento local, diz que “a gota de água” que acalorou os ânimos nesta discussão foram as declarações da ministra da Cultura, Graça Fonseca, durante o debate parlamentar de aprovação na generalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2019. “O problema é que agora temos os que não admitem que se goste”. “A tauromaquia não é uma questão de gosto. É uma questão de civilização e manteremos como está”, declarou Graça Fonseca quando defendeu a redução do IVA para todas as actividades culturais, à excepção das touradas, bilhetes de cinemas e eventos culturais que não tenham recinto fixo. O IVA nas touradas, no âmbito do Orçamento do Estado para 2019, estará em discussão no início da próxima semana no Parlamento. Uns vêem a tauromaquia como uma prática “passadista e machista”, com valor de tradição apenas no sentido de uma criação susceptível de ser constantemente renovada pelas pessoas, e que não deve ser apoiada. É o caso da professora doutorada em Sociologia Paula Sequeiros, investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e activista envolvida no movimento contra a transmissão das touradas na RTP. “Muitas formas de mau trato foram usadas e aceites no espaço público. Hoje já se tem um outro olhar, e muitas associações estão contra aquilo que se considerava normal e habitual”, diz. Outros dedicam-se a manter a tourada viva – nas arenas, e não só. “As comunidades desenvolvem-se em função daquilo que mais gostam” e daquilo que assumiu importância ao longo da sua história, defende Luís Marques Pereira, autor da tese de Mestrado de 2010, com o título Tauromaquia, Identidade Cultural, Enquadramento Legal e Desenvolvimento. “Isto não tem a ver com práticas violentas, mas sim com práticas arriscadas. Se forem compreendidas no seu todo, não serão vistas como violência. ”O sociólogo teve a sua tese (de 2010) orientada por Luís Manuel Capucha, professor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que coordena actualmente a preparação de uma candidatura na UNESCO da tauromaquia a património cultural imaterial de Portugal. Este académico considera que a ministra contribuiu para “uma visão maniqueísta” do assunto. De um lado e do outro, os valores de liberdade, tolerância e direito à diferença são invocados. Mas de formas opostas: para repudiar as tendências de proibição ou restrição da tourada; para contrapor a esses valores “a opressão e expressão do domínio sobre um ser vivo” em circunstâncias de desigualdade, e de uma “prática bárbara” que “não devia ter espaço” numa perspectiva civilizacional. O professor jubilado da Faculdade de Direito de Coimbra Figueiredo Dias considera que não há neste momento na sociedade portuguesa condições para ir mais longe na defesa legal dos direitos dos animais. Na lei desde 2014, a criminalização dos maus tratos “só é aceitável em casos particularmente graves e repugnantes”, defende o jurista, para quem não é desejável aumentar as molduras penais deste tipo de delitos: “O aumento das penas nunca deu em nada”. Considerado o pai do Código Penal português, Figueiredo Dias diz que nem sempre teve uma opinião firme sobre aquilo que considera ser um tema de elevadíssima complexidade como é o tratamento dos animais à luz da lei. Neste momento, tem uma certeza: “Não acho adequado neste momento proibir ou criminalizar as touradas num país como Portugal. ” No futuro admite que as coisas possam mudar. “Não sei como vai ser daqui a 20 ou 30 anos. ”Humberto Martins, professor de Antropologia e Sociologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, reconhece como “evidente” a importância da tourada “em muitas geografias da sociedade portuguesa”. No entanto, diz: “Manter tudo isto em perspectiva parece-me importante, e pensar estas coisas a partir de localizações específicas. A tourada não é património. ” E falar em tradição, é relativo porque “do ponto de vista antropológico, as tradições são criações constantemente renovadas pelas pessoas”. O mais importante, para Humberto Martins, é a capacidade do humano projectar o sofrimento nos animais não humanos: “Nós enquanto seres humanos, no âmbito do que se chamaria uma ética pós-humana, devíamos ter a capacidade de projectar o sofrimento nesses outros que são os animais não humanos. ”Sobre as manifestações fora da arena – como o forcão, a capeia ou a tourada à corda dos Açores, entre outras – “apesar de o animal não ter ali um sofrimento" tornado tão visível, "são manifestações que podem pôr em causa esse direito à dignidade dos animais, do ponto de vista de algumas normativas para o reconhecimento desse direito”, acrescenta Humberto Martins. Há países no mundo, como os casos particulares do Equador e da Bolívia, que já reconhecem direito constitucional à Mãe Terra, salienta o professor. “No chamado desenvolvimento, Portugal está na carruagem da frente do processo civilizacional, e supostamente o Equador e a Bolívia estariam mais atrás, mas afinal não. ” Será apenas percepção. “A Bolívia e o Equador estão mais à frente, enquanto países que têm uma relação com as coisas não humanas que faz reconhecer direitos específicos constitucionais que, por exemplo, a nossa não faz. ”A posição da ministra mereceu os elogios daqueles que, como Paula Sequeiros, associam o fim destas actividades a um “progresso civilizacional”. “Há uma dimensão cultural, com certeza. Mas as sociedades vão mudando. O costume e a tradição estão sempre a fazer-se e a desfazer-se”, acrescenta a investigadora do CES. A socióloga lamenta que, na lei, a tourada ainda seja considerada como “expressão da cultura” e que seja invocado o argumento da liberdade individual (de assistir às touradas) quando se está perante uma “barreira ética”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Lembra, por outro lado, que "a tourada foi também um instrumento de colonialismo”. “O toureiro moçambicano Ricardo Chibanga foi exibido como um símbolo da universalidade desse portuguesismo. Aquela pessoa era utilizada como uma arma de propaganda [no sentido de dizer] não fazemos opressão colonial sobre África”, diz. A investigadora critica o aproveitamento que os interesses da indústria das touradas fazem do argumento cultural. E associa a esses interesses, uma reacção dos defensores da tauromaquia de quem se sente ameaçado. Usam o argumento “populista da influência do PAN na sociedade”, considera, disseminando a ideia de que quem se preocupa com os animais, preocupa-se mais com os animais do que com as pessoas, conclui. “Eu não tiro contentamento de ver um animal a sofrer, mas eu não sofro”, admite Luís Pereira. “Sofro sim com o meu semelhante, quando passo nas arcadas da Baixa ou da Almirante Reis, em Lisboa, e vejo pessoas a dormir em caixas de cartão, sem nada para comer ou descalças no Inverno. ” Com Ana Henriques
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Por detrás da “máscara” da indústria pecuária, esconde-se A Vaca que Não Ri
Rui Pedro Fonseca, sociólogo, escreveu um livro onde explica as poucas razões que as vacas exploradas e mortas pela indústria pecuária teriam para se rir — mesmo que conseguissem fazê-lo. Nele, expõe a "máscara" usada por um "sistema cruel": "As práticas de exploração têm de ser expostas." (...)

Por detrás da “máscara” da indústria pecuária, esconde-se A Vaca que Não Ri
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 21 | Sentimento -0.4
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rui Pedro Fonseca, sociólogo, escreveu um livro onde explica as poucas razões que as vacas exploradas e mortas pela indústria pecuária teriam para se rir — mesmo que conseguissem fazê-lo. Nele, expõe a "máscara" usada por um "sistema cruel": "As práticas de exploração têm de ser expostas."
TEXTO: Há uma “vaca que ri” porque vive livre num prado verdejante, onde pode comunicar com o resto da manada, comer relva e produzir leite destinado à cria que prospera, na sua companhia. Mas fora da “utopia” dos anúncios publicitários da indústria pecuária — e dentro da realidade da linha de produção —, há milhões de vacas que não se riem porque vivem e morrem sempre “encarceradas”, longe da “luz solar e do ar fresco, sem espaço para se mexerem, sem conseguirem comunicar com o resto da manada; “doentes” e “com feridas expostas”;” vítimas de “violações reiteradas” e “ordenhas mecânicas” várias vezes ao dia; alvo de “pancadas e descargas eléctricas”, “mutilações” e “inseminações forçadas” que geram uma cria de quem é, muitas vezes, imediatamente separada. Quando um bife nos chega ao prato, escreve Rui Pedro Fonseca, “todas estas práticas violentas foram omitidas". "Como poderemos, afinal, sentir empatia se não testemunhamos uma única parte do processo até que a vaca foi sujeita à morte e, posteriormente, fragmentada?” É esta “máscara” — usada como “defesa imprescindível” de um sistema que se esconde atrás de “representações idílicas” — que o sociólogo quer arrancar no livro A Vaca Que Não Ri – Animais, “Carne” e Leite Bovino na Cultura Dominante. Não são “teorias da conspiração”, descarta o autor, logo nas primeiras páginas. O investigador de 39 anos garante que se fosse possível “aceder às práticas de maneio” dos animais criados para consumo, o consumo de produtos de origem animal “decairia de forma substancial”. A explicação é óbvia: “Se para a maior parte de nós o consumo destes animais é aceite como conveniente e prazeroso, cogitar sobre os respectivos processos de exploração pode constituir um processo penoso. ” Dito de outra forma: pensar “na violência e na morte” inerentes à produção intensiva de milhões de milhões de seres sencientes levam a “sérios dilemas éticos”. E a um bife que, de repente, se torna bem menos apetitoso. Será por isso que resistimos a uma “profunda reflexão ética” no momento em que escolhemos o que comer? O autor defende que o “mecanismo de fragmentar” o corpo do animal, a linguagem eufémica (“bife”, “bitoque”, “fêvera”), a falta de mediatização e escrutínio público das condições e dos processos de exploração animal e a própria localização das instalações intensivas, longe dos aglomerados urbanos, são aspectos chave para “que permaneçamos alheios e desligados emocionalmente face às cruéis práticas de exploração animal”. O livro, lançado no início de Novembro, resulta de cinco anos de trabalho e do pós-doutoramento realizado no Centro de Investigação de Estudos em Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa. Nele, o sociólogo portuense — vegan há 16 anos e confesso activista pelos direitos dos animais — estudou O carnismo na Cultura mediática portuguesa, analisando os conteúdos dos três principais canais de televisão portugueses e de casos de estudo de anúncios publicitários bem conhecidos, protagonizados por “vacas felizes, bem tratadas e alimentadas”. Ao “penetrar nas sombrias fendas da máscara”, o sociólogo põe a nu as questões éticas de reduzir um “ser vivo dotado de sensibilidade” a uma “coisa móvel” (termos usados na legislação portuguesa para descrever primeiro animais de companhia e depois animais de criação) e expõe os graves impactes ambientais de uma das indústrias mais poluentes do mundo, a gestão danosa dos recursos naturais (solo, água, energia, mau uso dos alimentos) e a “publicidade enganosa” cujo “objectivo é, tão-somente, suscitar a nossa adesão”. Há 16 anos, vídeos gravados em matadouros e disponibilizados no YouTube por activistas “mudaram substancialmente a percepção” do investigador. Tal como acontece no maior parte dos casos, diz, decidir reflectir profundamente sobre um “sistema cruel” desencadeou “dilemas éticos” que abriram “o leque para novas opções e práticas alimentares diferenciadas das praticadas pela cultura dominante”. Segundo dados da Happy Cow, há seis vezes mais restaurantes vegetarianos em Portugal do que havia há dez anos, sendo que um terço deles abriu portas entre 2016 e 2017. Na mesma década, o número de vegetarianos em Portugal terá quadruplicado, chegando às 120 mil pessoas. A maior parte delas terá entre 25 e 34 anos e será do sexo feminino, conclusões que não deixam Rui Pedro Fonseca espantado. “Os compromissos culturais em torno destes produtos são ainda muito fortes”, assegura, dizendo que existe um “consenso fabricado”. “A carne, principalmente, é um alimento muito simbólico. Está bastante enraizada com a ideia da masculinidade, de ter força física”, pelo que é "natural" que existam mais mulheres a abdicar dela. Ainda, o consumo de leite e derivados, carne, ovos e peixe é visto pela grande maioria da população portuguesa “enquanto prática natural, normal e necessária”. E também por isso é que “a maior parte das pessoas que têm contacto com vegans ou vegetarianos usualmente tem um argumentário bastante padronizado. E também preconceitos. ” Admite, ao P3: “Eu tinha os meus. Nomeadamente: a carne é o roteiro essencial para um homem, a carne tem a proteína por excelência, nós éramos caçadores, temos caninos descomunais. ” Para isto, acrescenta, contribui também o uso da expressão “regime [vegetariano]”, que gera associações a outras palavras como “obrigatoriedade” ou “restrição”. “Há esta noção de que a comida vegetariana é muito restrita, quando na verdade é muito diversificada. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas a discussão vai muito além do que cada um escolhe ao pegar no menu, acredita. “O pano de fundo da discussão deve ter como mote as repercussões de um consumo (totalmente desnecessário) de indivíduos cuja vontade de viver deverá ser mais valorizada relativamente à nossa vontade orientada pelo principio do prazer. ”Em último caso, comenta, é um paradoxo. Numa altura em que nos preocupamos cada vez mais com o bem-estar animal, “continuamos a comer animais, reproduzindo práticas (alimentares) que entram em conflito com os nossos valores”. Às “questões éticas”, acrescem “questões ambientais urgentes”. “Se nós queremos um futuro sustentável temos de fazer uma escolha. A agropecuária está a destruir o planeta e eu receio que o lobby seja realmente forte. Da nossa parte acho que, no mínimo, a redução é uma obrigatoriedade. ”
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Desejaram a morte de um miúdo por querer ser toureiro, agora enfrentam acusações de ódio
Em Espanha, já houve condenações por propagação de mensagens de ódio através da rede social Twitter. Agora é a vez de três pessoas que desejaram a morte de um miúdo de oit anos com cancro, que foi homenageado numa corrida de touros. (...)

Desejaram a morte de um miúdo por querer ser toureiro, agora enfrentam acusações de ódio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 21 | Sentimento -0.8
DATA: 2018-10-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Espanha, já houve condenações por propagação de mensagens de ódio através da rede social Twitter. Agora é a vez de três pessoas que desejaram a morte de um miúdo de oit anos com cancro, que foi homenageado numa corrida de touros.
TEXTO: Liberdade de expressão ou crime de ódio? É entre estas duas vertentes que está o caso de três twitteiros de Espanha, acusados de crimes de incentivo ao ódio por terem deixado mensagens em que desejam a morte de um menino de oito anos que, à beira da morte provocada por um cancro grave, foi homenageado numa praça de touros. Apesar de este caso se revestir de características únicas, no país vizinho já há várias situações que levaram a problemas judiciais por causa de comentários nesta rede social. Adrián Hinojosa saltou para as páginas de jornais e para as redes sociais quando, muito doente pelo cancro que o afectava, ter demonstrado o seu gosto pelas touradas e ter manifestado que tinha como sonho ser toureiro. A comunidade tauromáquica juntou-se e fez uma recolha de fundos em Outubro de 2016, prestando homenagem ao pequeno aficionado, mas a imagem de Adrián a ser levado em ombros numa praça de touros causou diferentes reacções. Morreu poucos meses depois da homenagem. Na altura, a família de Adrián recebeu centenas de mensagens de incentivo, mas recebeu também alguns insultos, sobretudo por causa dos gostos do menino. Passados quase dois anos, foram identificadas três pessoas que escreveram mensagens no Twitter e são agora acusadas por um juiz de Valência por crimes de incitamento ao ódio, de acordo com o jornal espanhol El País. Manuel Ollero Cordero, Eizpea Etxezarraga e Bryan Salinas Luna escreveram coisas como: "Não vou ser politicamente correcta. Que vá. Que morra. Que morra, já. Um menino doente que quer curar-se para matar herbívoros inocentes e sãos que também querem viver. Adrián, vais morrer. "Este e outros insultos foram recolhidos pelos pais do menor que fizeram queixa às autoridades. Tendo em conta as dificuldades em identificar os utilizadores da rede social que tinham proferido os comentários, a investigação demorou alguns meses, foram identificados os três twitteiros, mas não todos os que proferiram comentários negativos. Quando foi identificado, Ollero, um dos twitteiros, considerou que deveria ser absolvido por ter apenas feito uso da sua liberdade de expressão, através da rede social. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Será essa a interpretação dos tribunais? As decisões sobre casos em que há incentivo ao ódio e outros crimes têm sido díspares. Em Fevereiro, o Supremo Tribunal daquele país condenou um homem a dois anos e meio de prisão por mensagens com conteúdo machista no Twitter. Para os juízes, o conteúdo foi considerado um incentivo ao ódio contra as mulheres. No mesmo processo, este homem era acusado de crimes de terrorismo, mas o conteúdo desses tweets foi considerado vago. Naquele país não é caso único. Depois de anos de processo, Cassandra Vera foi absolvida por publicar tweets sobre a morte de Luis Carrero-Blanco, primeiro-ministro espanhol durante a ditadura de Franco, vítima de um ataque da ETA. A espanhola acabaria por ser absolvida pelo Supremo Tribunal, depois de ter sido condenada a um ano de prisão pelos tribunais de instâncias inferiores. O uso desta rede social para propagação de mensagens de ódio tem estado debaixo de olho das autoridades em vários países. Por cá, os casos que têm chegado a tribunal são sobretudo por insultos nas redes sociais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte tribunal ataque prisão homem comunidade social mulheres
O toureiro vai nu
Esta discussão expôs os toureiros e a indústria que vive do negócio da dominação e tortura de animais. (...)

O toureiro vai nu
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Esta discussão expôs os toureiros e a indústria que vive do negócio da dominação e tortura de animais.
TEXTO: Ninguém sabia que os toureiros gozavam de isenção de IVA. Também ninguém compreende que os eventos tauromáquicos possam gozar de IVA reduzido. E ninguém percebe que a tauromaquia tenha sido privilegiada ainda quando todo o país sofreu cortes às mãos do anterior Governo CDS e PSD, mantendo-se a par com o canto, dança, música, teatro, cinema e circo nos 13%, quando todos os outros espetáculos passaram para os 23%. Se não se sabia antes, ficou agora claro: o lobby tauromáquico tem-se instalado comodamente na atribuição de apoios. Nesta perspetiva, a sensatez das medidas no orçamento que corrigiam este tratamento tendencioso eram de virtuosidade indiscutível. Mas isto não ficou por aqui, e quem conhece os empresários tauromáquicos sabe perfeitamente que tudo fariam para dominar e reinar. Pelo alarido poderia entender-se que estamos a discutir propostas radicais como a da abolição. Só que não. Estamos tão só a discutir diminuir a discriminação positiva de que a tourada tem beneficiado. Sim, os privilégios atribuídos aos toureiros e empresários são muitos, e agora estão a nu. Basta referir que o IVA reduzido tende a descriminar positivamente bens de primeira necessidade. Duvido que a maioria dos portugueses entenda indispensável assistir a touradas. Vamos aos factos deste processo: o Bloco de Esquerda negociou com o Governo uma proposta que fomenta a política cultural e a formação de públicos no acesso à cultura. Esta proposta passa pela redução do IVA para a taxa mínima (6%) nos espetáculos culturais. Quem assistiu aos problemas do setor em 2018 e anos anteriores, só pode aplaudir a medida, extremamente importante para o setor e para a população no acesso à cultura. O CDS assim não o entendeu, e recentemente o PS também não. Ora, do CDS e PCP, nesta matéria, só esperamos intransigência: lembre-se o chumbo ao requerimento do Bloco de Esquerda para audição de esclarecimento do Inspetor Geral do IGAC sobre a concessão de excecionalidades à legislação dos Touros de Morte. Agora, do Partido Socialista, que não ousa embater contra o Governo em mais nenhuma outra matéria – laboral, saúde, escola pública, habitação ou energia – é que não esperávamos. Mas assim foi e com o apoio da maioria dos deputados contra a maioria da população, o IVA da tourada pode vir a descer juntamente com o IVA da cultura. Mas esta discussão expôs os toureiros e a indústria que vive do negócio da dominação e tortura de animais. Primeiro, percebeu-se que alguns partidos consideram a tauromaquia cultura e pretendem que esta seja considerada um direito constitucional. Este engodo foi sendo feito com a conivência de vários ministros da cultura (de todos os governos) que foram trabalhando ativamente, mas silenciosamente na introdução da tauromaquia nos interstícios da legislação cultural e na orgânica do Ministério da Cultura. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em segundo demonstrou a discriminação positiva que a atividade taurina tem recebido na atribuição de fundos públicos ao longo dos tempos. A opinião pública percebe agora que sempre que existe uma alteração na política cultural, a tauromaquia favorece-se dela. Mas ficamos também a saber que os toureiros beneficiam de isenção de IVA, que a produção de animais de lide recebe também apoios do Ministério da Agricultura, que as autarquias apoiam os eventos tauromáquicos com recursos vários e orçamento, que se favorece a atividade e a sua manutenção pela transmissão em horário nobre no canal público (algo que quase nenhuma outra área da cultura tem garantido) e que a tauromaquia foi inscrita como um dos sete ramos do conselho nacional da cultura. Em terceiro pôs a nu a conceção e visão do mundo que a tauromaquia tem e pretende transmitir: a da supremacia e da dominação. E para isto, não foi necessário ouvir muito do debate do prós e contras sobre o tema, bastou a intervenção inicial de Hélder Malheiro: “A corrida de touros é uma expressão civilizacional do crescimento e do aprofundamento daquilo que é a excelência humana”, isto depois de discorrer sobre o domínio da natureza onde nos deixou a seguinte pérola “este controlo e este domínio sobre a natureza representada no animal é exatamente uma forma de domínio civilizacional”. Esta é uma frase primordial para entender a conceção de natureza em jogo: uma natureza descartável e submissa à vontade da “excelência humana”. Nada mais errado nos tempos em que vivemos. Neste debate, não só demonstraram o que pretendem com tamanha verborreia, como o fizeram não permitindo que quem discordasse deles sequer falasse de forma a que pudesse ser ouvido. Assistimos, ao vivo e a cores à dominação que salta da arena para outras dimensões. O lobby tauromáquico domina as leis, os apoios, mas tenta também dominar os que lhes fazem frente, sejam touros ou cavalos, sejam mulheres ou homens que não compactuam com a tortura de seres humanos ou de animais. Assistimos também à dominação de uma larga parte dos deputados ou dirigentes partidários que entraram neste debate desclassificando os interlocutores. Ora, os deputados do Partido Socialista ainda vão a tempo de deixar de compactuar com a sua própria subjugação. Será que querem?
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD PCP
Paredes avança com campanha de esterilização de cães e combate aos maus tratos
Câmara tenta combater reprodução descontrolada e abandono de animais. (...)

Paredes avança com campanha de esterilização de cães e combate aos maus tratos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Câmara tenta combater reprodução descontrolada e abandono de animais.
TEXTO: A Câmara de Paredes apresentou nesta quarta-feira uma campanha para combater os maus tratos e abandono de cães que incluirá descontos na esterilização e acções de sensibilização das crianças para promover uma melhor relação com os animais. "Esta iniciativa vai ajudar Paredes a ter uma atitude positiva perante um problema", afirmou Pedro Mendes, vice-presidente do município. O autarca referia-se à reprodução descontrolada e ao abandono de animais indesejados muitas vezes por razões económicas. A acção conta com o apoio da Ordem dos Médicos Veterinários e de clínicas veterinárias do concelho que farão a esterilização dos canídeos registados no concelho se essa for a vontade dos seus donos. Pedro Mendes explicou que o projecto, designado "Cão Azul", também prevê a esterilização dos animais do canil municipal se forem adoptados por novos donos. Na primeira fase do projecto, as crianças do Centro Escolar de Mouriz, que assistiram à apresentação das medidas, vão receber um livro com informações práticas sobre como cuidar dos animais. Técnicos da Ordem dos Médicos Veterinários vão deslocar-se às escolas para, junto das crianças dos três aos seis anos de idade, deixarem conselhos e sugestões sobre como manter uma melhor relação entre os humanos e os cães. Para os pais das crianças também está reservado um CD com aquele tipo de informações. Numa fase posterior, a campanha alargar-se-á às crianças do primeiro e segundo ciclos. Laurentina Pedroso, bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, presente na sessão, elogiou o projecto de Paredes, que considerou "único", por colocar diferentes estratégias em conjunto para ajudar a resolver o problema do abandono dos cães e promover uma melhor relação com os animais. A bastonária sublinhou a importância de a campanha também se dirigir às crianças, mostrando-se confiante de que os mais novos ajudarão os mais velhos a terem respeito pelos animais.
REFERÊNCIAS:
Câmara da Póvoa de Varzim declara concelho antitouradas
A praça de touros da cidade vai ser transformada em multiusos e deixará de receber touradas (...)

Câmara da Póvoa de Varzim declara concelho antitouradas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A praça de touros da cidade vai ser transformada em multiusos e deixará de receber touradas
TEXTO: A Câmara da Póvoa de Varzim declarou o concelho “antitouradas”, pelo que a partir de Janeiro de 2019 serão proibidas corridas de touros ou outros espectáculos “que envolvam violência sobre animais”, anunciou nesta quarta-feira o município. Em nota publicada na sua página oficial, o município sublinha que aquela decisão foi aprovada por unanimidade. Na última semana, o presidente da câmara, Aires Pereira, já tinha anunciado que a praça de touros da cidade vai ser transformada em pavilhão multiusos e deixará de receber touradas, logo depois de realizadas as duas agendadas para este Verão. Na terça-feira, o concelho foi declarado “antitouradas”, num “corte inevitável com uma tradição que, tendo feito o seu caminho e prosseguido o seu objectivo, não tem, nos nossos dias, razão de ser”. A nota divulgada sublinha que esta medida vem na sequência de outras já tomadas anteriormente em nome da defesa e do bem-estar dos animais. Lembra que a Câmara da Póvoa de Varzim já tinha proibido a utilização de animais selvagens em espectáculos de circo, mesmo antes de essa utilização ter sido proibida por lei. Acrescenta que a câmara também já criou “mais condições” para a população canina, quer no Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia, onde se não fazem abates, quer nas instalações de A Cerca, associação de voluntários com quem foi estabelecido protocolo de suporte à sua actividade. Alude ainda à criação da Ambulância Animal, para socorro de animais em sofrimento na via pública. Na terça-feira, a câmara “aprovou, por unanimidade, a interdição de corridas de touros ou outros espectáculos que envolvam violência sobre animais, a partir de 1 de Janeiro de 2019”. Aires Pereira explicou que “com a progressiva perda de público dos espectáculos tauromáquicos, mais acentuada a norte que a sul, reflectida numa queda global de 50% nos últimos sete anos, as praças de touros do Norte passaram a ter um uso residual”. Disse ainda que, ultimamente, apenas se realizavam duas touradas por ano na praça da Póvoa de Varzim e que a sociedade “se tem vindo a posicionar de forma diferente” em relação a essas corridas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Há uma outra sensibilidade em relação às touradas. As novas gerações olham-nas de forma diferente. Este ano, já não se fizeram garraiadas nas festas académicas e a câmara decidiu dar um novo uso àquela praça”, referiu. Esta decisão é contestada pelo Movimento a Favor da Festa dos Toiros na Póvoa de Varzim, que lançou um abaixo-assinado que já reúne mais de 1600 assinaturas, para tentar reverter a proibição das touradas no concelho. “Não queremos guerra com ninguém, apenas queremos provar que há muita gente que gosta de touradas e que essa gente também merece ser respeitada”, disse à Lusa Rui Porto, daquele movimento. Também a ProToiro, Federação Portuguesa de Tauromaquia, já se manifestou contra o fim das touradas na Póvoa de Varzim, sublinhando que “seria um enorme contra-senso” uma praça de touros ser reabilitada e passar a ficar indisponível “para aquela que é a sua principal função”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra lei violência circo animal
“Taxa das vacas loucas” paga pelos matadouros é inconstitucional
Cobrança pelo Estado, desde 2011, de tributo destinado a financiar Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais nas explorações pecuárias vai ter de mudar. (...)

“Taxa das vacas loucas” paga pelos matadouros é inconstitucional
MINORIA(S): Animais Pontuação: 21 | Sentimento -0.37
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cobrança pelo Estado, desde 2011, de tributo destinado a financiar Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais nas explorações pecuárias vai ter de mudar.
TEXTO: O Tribunal Constitucional declarou este mês inconstitucional a cobrança pelo Estado aos matadouros de uma taxa que vigora há oito anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal
A Internet está de olhos postos em Knickers, o boi que não cabe nos matadouros
Com 1,94 metros e cerca de 1,4 toneladas, Knickers é o maior boi da Austrália — segundo o dono. Os seus atributos físicos fazem com que não caiba nas celas e salvaram-no do matadouro. É a nova celebridade da Internet. (...)

A Internet está de olhos postos em Knickers, o boi que não cabe nos matadouros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 21 | Sentimento 0.4
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com 1,94 metros e cerca de 1,4 toneladas, Knickers é o maior boi da Austrália — segundo o dono. Os seus atributos físicos fazem com que não caiba nas celas e salvaram-no do matadouro. É a nova celebridade da Internet.
TEXTO: Knickers é o boi gigante que não passa despercebido no meio dos outros animais — nem na Internet. Com 1, 94 metros de altura e cerca de 1, 4 toneladas, o boi australiano é bastante maior do que os restantes da mesma raça, Holstein-Frísia, o que o salvou do matadouro e pôs todos os olhos postos nele. O seu dono, Geoff Pearson, disse ao portal PerthNow que o boi era demasiado grande para ser colocado numa cela e que, por isso, vai simplesmente "viver feliz para sempre", escapando ao abate. Pearson acredita que este é o maior boi da Austrália, apesar de não ser o maior do mundo: esse é italiano, dá pelo nome de Belino e mede 2, 02 metros. Ainda assim, é para Knickers que os holofotes estão virados, o que dificulta a vida ao seu dono: "Está fora de controlo", disse Pearson ao The Guardian. "Nunca esperei que tomasse esta dimensão. Estão a telefonar-me de dez em dez minutos desde as quatro da manhã. " Jornais de todo o mundo estão a contar a história do boi que cresceu tanto, que agora não pode ser vendido. Como é que isto aconteceu? "Não sabemos", disse o dono, citado no mesmo texto. "Provavelmente [os bois] não têm oportunidade de crescer até ao máximo do seu potencial. Podia haver outros animais que crescessem até este tamanho, mas que não tiveram a oportunidade. " Normalmente, os bois são vendidos aos dois ou três anos — este já tem sete. "Ele simplesmente anda por aí, é parte da mobília", diz Pearson. E vai continuar a ser, porque daquela fazenda não o tiram, nem que queiram.
REFERÊNCIAS: