Queremos animais a fazerem-nos companhia também no escritório?
Quando as empresas dão trela aos animais dos colaboradores, a produtividade e o bem-estar podem aumentar, dizem alguns estudos. Em Portugal, a tendência ainda é tímida mas há já empresas e câmaras que adoptaram cães e gatos — que ficam lá dentro mesmo depois do fim do dia de trabalho. (...)

Queremos animais a fazerem-nos companhia também no escritório?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando as empresas dão trela aos animais dos colaboradores, a produtividade e o bem-estar podem aumentar, dizem alguns estudos. Em Portugal, a tendência ainda é tímida mas há já empresas e câmaras que adoptaram cães e gatos — que ficam lá dentro mesmo depois do fim do dia de trabalho.
TEXTO: Como a porta do escritório está aberta ouvem-se bem as patinhas rápidas a tropeçarem pelo corredor, ora para a frente, ora para trás, a passos ritmados — “Sport! Pt? Aqui!” —, que agora se vão aproximando do escritório de Helena Vaz. A administradora espreita por baixo da secretária e quando volta a sentar-se já tem outro sorriso: “Eles vieram dar uma vida à empresa! Isto sim é alegria no trabalho. ”Há quase dois meses que a Pt e o Sport, ainda cachorros, foram adoptados pela Matosinhos Sport e vivem nas instalações da empresa municipal de desporto daquela cidade do Porto. Também os gatos Sanjo e Oliva se acomodaram nos gabinetes das vereadoras da Câmara Municipal de São João da Madeira, em Aveiro, por finais de Outubro. Já a Boomer (cadela e mascote) vai e vem todos os dias para a Boomer (agência criativa na Maia), enquanto os cerca de 800 trabalhadores do edifício da Nestlé, em Lisboa, podem optar por levar o cão para o trabalho desde Junho último, aceitando cumprir um regulamento e certificações restritas. Depois de alguns (poucos) centros comerciais e restaurantes portugueses permitirem a entrada a animais de companhia, o que levou estas e outras empresas a tornarem-se pet friendly? Ou a adoptarem cães e gatos que ficam nos escritórios, mesmo depois de todos os colaboradores irem para casa?Um dos estudos recentes mais citados sobre este tema foi publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, em Maio de 2017. Pesou os “benefícios e os potenciais desafios” da presença de cães no local de trabalho e concluiu que, devido à necessidade de mitigar as “longas jornadas diárias”, as “maiores exigências laborais” e “o stress elevado”, as políticas “dog friendly são muito apelativas tanto para empregadores como para empregados”. “De facto, os benefícios podem manifestar-se em taxas mais baixas de absentismo e em maior moral e produtividade”, lê-se, bem como “num maior apoio social” e “num aumento das interacções” entre funcionários. Ao jornal Guardian, em 2016, Stephen Colarelli, um dos psicólogos por trás de um outro estudo da Universidade Central de Michigan, explicava que “ter um cão no escritório faz com que as pessoas pareçam mais amigáveis e acessíveis” e que “aumente a cooperação, intimidade, confiança e outros comportamentos positivos entre grupos de trabalho”, concluiu, sem que para isso os empregadores tenham de gastar mais dinheiro. Mas as vantagens estão longe de ser lineares e os estudos feitos até ao momento são insuficientes para chegar a uma resposta definitiva, avisam os investigadores. A única certeza é que quando “um empregado traz o cão os efeitos no local de trabalho estendem-se para além dele”. E, por isso, “a decisão de aceitar cães ou outros animais é complexa e só deve ser tomada depois de uma reflexão cuidada”. Na lista de riscos é obrigatório incluir “possíveis reacções alérgicas de alguns colaboradores” (embora estas “possam ser facilmente aplacadas”, salvaguardam); fobias ou desconfortos; o bem-estar do próprio animal; doenças transmissíveis entre animais não humanos e humanos; acidentes e quedas provocadas por trelas e brinquedos fora do sítio; possíveis comportamentos agressivos e diferentes sensibilidades culturais entre diferentes colaboradores. Mas a maior parte destas situações pode ser acautelada se forem ouvidas as dúvidas e receios dos funcionários e criadas regras desde o início. Desde que Pt e Sport chegaram, por exemplo, as rotinas da empresa municipal de Matosinhos “mudaram completamente”. Passou a haver uma esfregona na casa de banho, sacos para dejectos pendurados nos postes, é-lhes dedicada uma “parte muito pouco significativa” do orçamento da empresa. Há sempre brinquedos espalhados pelo chão, lápis roídos, camas junto a várias secretárias, bebedouros e comedouros ao lado do cabide dos casacos (onde agora também se penduram trelas). E passou, também, “a ser melhor chegar ao trabalho”. Ana Pinto, técnica de marketing, já não se debate com ter de acordar cedo. Antes, cuida de chegar depressa para ver como estão os cães que passam a noite sozinhos (em casa deixa o seu cão, já adulto). É, ri-se, “a melhor forma de ser recebida no escritório": "Sabes quando chegamos a casa e o nosso cão se atira a nós, completamente louco? Agora também tenho isso aqui, em duplicado. ” Duplicaram ainda o número de fotografias de cães que guarda no telemóvel e o Sport e a Pt herdaram o antigo puff do cão de Ana — é ali, ao lado dos pés dela, que mais gostam de dormitar, durante o dia. Os dois cachorros pertencem à mesma ninhada nascida ainda este ano no Centro de Recolha Oficial Animal de Matosinhos, que desde Janeiro até ao final de Setembro recolheu 314 animais errantes. No final do Verão, só 40 tinham já sido adoptados (em 2017, 112 dos 430 animais lá abrigados temporariamente encontraram uma outra casa, segundo dados oficiais do município que aprovou no Orçamento de 2019 a construção de um novo Centro de Bem-estar Animal). Ciente deste desequilíbrio — que deixa os centros municipais e abrigos de associações a abarrotarem —, Helena Vaz prestou especial atenção a um dos vários vídeos que lhe deslizam diariamente pelo feed do Facebook: o caso de uma empresa brasileira que tinha adoptado uma cadela. “Achei que adoptar um cão era algo que também conseguíamos fazer aqui, até para darmos o exemplo. Porque responsabilidade social também é isto”, acredita a engenheira civil e administradora executiva da Matosinhos Sport. “Se esta ideia se replicasse por várias empresas do concelho, o centro de recolha teria metade dos animais abandonados. Já imaginaram?” O cenário convenceu os outros membros do conselho de administração — a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e o vereador da Cultura, Fernando Rocha — e a “aceitação foi imediata”. Também o vereador do Ambiente, António Pinto, confessou ao P3 que gostava que a decisão fosse copiada “por outras entidades que têm responsabilidades ao nível da comunidade”. O mesmo terá pensado o presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, quando autorizou que no piso dos vereadores morassem dois gatos. “A melhor sensibilização é a que se faz com medidas concretas. Temos que dar o exemplo e isso passa por mostrar que, além dos cidadãos, também as instituições, empresas e outras entidades podem ajudar mais neste esforço comum”, defendeu, em declarações à Lusa. Além de instituir uma Provedoria do Animal, a autarquia abre as portas aos animais de funcionários desde Outubro — de resto, antes já era autorizada a presença do cão de uma das funcionárias no centro de turismo industrial. Como a presença de outros animais ainda não é assídua, “do piso -2 ao sétimo chegam sempre muitas visitas que param aqui no sexto andar” só para encontrarem o Sanjo, “mais aventureiro”, e a Oliva, “mais tímida”, ambos com seis meses. Entram e perguntam logo: “Então, eles hoje fizeram alguma coisa?” (Pode ou não estar relacionado com uma sala que numa manhã apareceu cheia de tiras de papel. ) “Eles são muito potenciadores da alteração da dinâmica. Se nós até aqui encontrávamos as pessoas que trabalham na câmara no elevador, neste momento temos pessoas que vêm só para fazer festinhas aos gatos. E isso proporciona um contacto entre departamentos que não costuma existir”, exemplifica Irene Guimarães, vereadora da Educação e tutora do gato. Para Paula Gaio, vereadora da Acção Social, Inclusão e Habitação e tutora da gata, “o principal aspecto a valorizar é a alteração da qualidade de vida destes animais”. Antes da adopção, sublinha, os animais estavam durante todo o dia "confinados a uma transportadora colocada em cima do balcão de atendimento da médica veterinária e à noite a uma jaula”. O Sport e a Pt dormem no piso superior do edifício, excepto quando vão passar os fins-de-semana a casa dos colaboradores da empresa que se oferecem para os levar. “Se chegamos a quinta-feira sem voluntários enviamos um email geral. Assunto: Abrigo de fim-de-semana, quem pode?” Quando há incidentes — “porque também os há” — limpa a pessoa que estiver mais próxima. De segunda a sexta-feira, o primeiro a chegar ao trabalho leva-os a passear e os outros trabalhadores aproveitam as pausas de café para fazer o mesmo. Mal ouvem as trelas, os dois cães desatam a correr para a porta principal. Antes de se cumprimentar os colegas, pergunta-se “como é que estão os baixinhos?”. E também se discute por causa deles: “Porque é que lhe ralhaste, coitadinho?”Além de Ana Pinto e de Helena Vaz, há mais cerca de 30 trabalhadores no piso ocupado por escritórios e salas de reuniões. E entre eles, havia “algumas torcedelas de nariz”. Nada de fobias declaradas, nem de alergias. Antes comentários menos optimistas — “Quero ver quando eles crescerem” era uma provocação recorrente — ou resistências em pegar na esfregona. “Hoje até vão passear os cães”, assegura a administradora. “Temos de pensar que eles estão aqui por um motivo. É uma mais-valia para todos: inegavelmente para eles que têm uma casa, mimos. E é completamente exequível para as empresas", acredita, "basta organizarem-se. ”Não só para as que têm dezenas de colaboradores, mas também para as multinacionais com várias centenas. Desde Junho último, todo o edifício da Nestlé Portugal, em Linda-a-Velha, é dog friendly, depois do sucesso de um projecto-piloto que se restringia ao 3. º piso, o da equipa da Purina. Os gatos e outros animais ficaram de fora. “Decidimos que nos iríamos focar nos cães porque eles é que realmente beneficiam da experiência”, explica Ana Silva, da equipa de marketing da empresa de comida para animais de companhia, e que, diz, é muitas vezes reconhecida apenas como sendo “a dona do Artur”. Começou a trazê-lo há três anos, quando a presença de animais ainda só era permitida durante uma semana do ano. Agora, acompanha-a quase todos os dias. “Exactamente porque registamos imensos benefícios: redução de stress, maior colaboração entre colegas, principalmente entre diferentes departamentos, melhor comunicação (não só por email), espírito de equipa mais cúmplice, melhor equilíbrio com a vida pessoal, um ambiente mais descontraído e feliz. Mais, nas raras alturas em que não temos aqui nenhum cão, os dias nem parecem os mesmos. ”O processo é, no entanto, “muito formal”, não sendo "aceite qualquer cão”. E apesar do interesse das 800 pessoas que ali trabalham, para já só estão certificados 31 cães (a adesão tem vindo a aumentar, no entanto). Os tutores têm de apresentar o plano de vacinação completo, o seguro de responsabilidade civil e outros documentos obrigatórios por lei: prova de chip e registo na junta de freguesia da área de residência. Já os animais “são avaliados por um médico veterinário e por um parceiro externo especialista em comportamento”, que determina se os cães “são sociáveis e se vão ser felizes em ambiente de escritório”. A empresa oferece a cada um deles um “kit de boas-vindas”: cama, comedouro, biscoitos e snacks, resguardos e brinquedos que ocupem o animal e não façam barulho, enumera. Ana Silva assegura que nunca receberam queixas. “Um projecto destes tem de ficar bem feito desde o primeiro dia para que todos os colaboradores estejam confortáveis”, defende. A pensar nisso, estabeleceram um regulamento que tem de ser cumprido por todos — e que inclui, por exemplo, regras de circulação e protocolos a seguir em caso de incidentes —, sondaram “questões críticas” como alergias e fobias, reforçaram a limpeza, designaram um elevador de serviço apenas para cães. Partilham algumas destas dicas no programa Pets No Trabalho para que outras organizações tenham experiências positivas. O objectivo é criar 200 parcerias por toda a Europa, até 2020. “Nós acreditamos que se uma empresa com tantos colaboradores pode implementar este projecto e deixar toda a gente esteja confortável, é de facto possível estendê-lo para outros locais de trabalho. ”Não estão sozinhos. No campus da Amazon, em Seattle, os trabalhadores partilham o local de trabalho com seis mil cães. Todos os dias. A “tradição de trazer o teu cão para o trabalho faz parte da cultura da empresa desde o primeiro dia”, lê-se no blog da empresa de vendas online. Algumas das primeiras páginas do site foram lançadas com a pata de Rufus, o corgi que picava o ponto todos os dias com um casal de trabalhadores (e que tem um edifício em sua honra). Outra multinacional tecnológica escreveu o seguinte no código de conduta da empresa: “A ligação da Google aos nossos amigos caninos é uma parte integral da nossa cultura empresarial. Gostamos de gatos, mas somos uma empresa de cães e regra geral achamos que os gatos que nos visitassem estariam realmente stressados. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Quando perguntámos a Arménio Rego, co-autor do livro Organizacão (Edições Sílabo, 2016), qual o sector onde é mais provável a emergência desta prática, o professor catedrático que assina vários livros nas áreas da gestão de pessoas e liderança apontou precisamente para as empresas tecnológicas (além das mais óbvias, ligadas ao sector animal). “Talvez para lidar com menores competências sociais destes indivíduos ou porque o ambiente nestas organizações é menos humano e isso é compensado com a presença de animais”, especula. “Outra explicação possível é que nestas organizações há horários absurdos. ” Mas regra geral, em Portugal, defende, “não existe ainda a tradição de levar os cães” para o trabalho. No Reino Unido, por exemplo, vai assinalar-se novamente em 2019 o Dia de Trazer o Cão Para o Trabalho, a 29 de Junho. É uma celebração não oficial criada por um conjunto de associações sem fins lucrativos que, dizem, "já despertou várias empresas para os benefícios" da presença de animais também nos locais de trabalho. Mas se há quem fique mais descansado com o cão debaixo da secretária, para outros é mais uma responsabilidade em cima da mesa. No caso de Marisa Coutinho, 34 anos, poder trazer a Boomer para a agência criativa (com o mesmo nome) que fundou na Maia foi a diferença entre adoptar ou não adoptar. "Adiei até agora porque não queria ter um cão preso ou sempre sozinho em casa. "A cadela de três meses acompanha Marisa para o trabalho todos os dias. Ri-se : "Ela às vezes acaba por perturbar um bocadinho a criatividade porque anda sempre a chatear os colegas e a roer os cordões", confessa. Acredita que mudará também com a idade e o treino para cães. Ainda assim, toda a equipa de cinco pessoas concorda com as vantagens: "Ela é um ponto de calma, no meio de momentos caóticos. " Uma pausa para respirar que ganha o "amor de toda a gente". Uma vez, perguntaram a Helena Vaz, da Matosinhos Sport, o que faria se alguém se apaixonasse por um dos cães e o quisesse levar para casa. Por ela, "óptimo": "Nós vamos buscar outro. "
REFERÊNCIAS:
Suíços rejeitam discriminação positiva de vacas com cornos
Eleitores rejeitam em referendo subsidiar agricultores que deixam os cornos dos animais crescer, em vez de os removerem. (...)

Suíços rejeitam discriminação positiva de vacas com cornos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.227
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eleitores rejeitam em referendo subsidiar agricultores que deixam os cornos dos animais crescer, em vez de os removerem.
TEXTO: Os eleitores suíços rejeitaram em referendo uma proposta para subsidiar os agricultores que deixam os cornos das suas vacas e cabras crescer, em vez de os removerem. A proposta mereceu 55% votos contra, segundo os resultados finais da consulta popular. O ministro da Economia, Johann Schneider-Ammann, saudou o resultado do referendo. "A política agrícola suíça, em grande medida, já respeita o bem-estar animal", disse em conferência de imprensa, em Berna. "Os agricultores devem ter a liberdade de operar os seus negócios como querem. Não devem ser levados, através de incentivos, para uma direcção menos moderna. "A iniciativa para preservar a “dignidade do gado” foi liderada pelo agricultor Armin Capaul, que lançou um debate nacional sobre os direitos dos animais, depois de uma campanha que começou há nove anos quando, segundo contou, “ouviu” os seus animais. Três quartos das vacas suíças, símbolo nacional (vêem-se nos postais e nas embalagens de chocolates suíços) e atracção turística, vêem os seus cornos serem retirados ou já nascem sem eles, por modificação genética. Os criadores removem-nos para reduzir o espaço que os animais ocupam nos estábulos. Para isso, as crias são sedadas, enquanto os chifres são queimados com um ferro quente, uma prática cruel para Capaul e muitos outros. Há, por outro lado, quem defenda que este é um processo seguro, semelhante à castração de cães e gatos. O governo opôs-se à moção, que, se fosse aprovada, colocaria na constituição os subsídios à não remoção dos cornos (190 francos suíços anuais por animal — quase 168 euros), mas os agricultores dividiram-se. A União Suíça de Agricultores não quis recomendar um sentido de voto aos seus 52. 000 membros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Por outro lado, a Associação de Pequenos Agricultores e a Associação Suíça de Produtores Orgânicos recomendaram o voto no "sim" para que seja possível limitar as operações feitas às vacas e promover formas de criação compatíveis com as necessidades dos animais. A iniciativa foi ainda louvada por várias associações de defesa dos direitos dos animais, entre as quais a Greenpeace e a Associação Suíça de Protecção dos Animais. Armin Capaul reuniu mais de 100. 000 assinaturas para conseguir que a sua proposta fosse a referendo, depois de anos de lobbying falhado. Capaul defende que os cornos ajudam as vacas a comunicar e regulam a temperatura corporal. “Devemos respeitar as vacas como elas são. Deixar os cornos. Quando as vemos, elas têm sempre sempre as cabeças levantadas e estão orgulhosas. Quando retiramos os cornos, elas estão infelizes”, disse Armin Capaul à Reuters.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos cães animal
Governo quer portugueses a comer carapau. Quota da pesca com aumento histórico
No próximo ano, Portugal vai poder pescar mais peixe. Carapau lidera a subida com um aumento de 69% da quota de permissão para a pesca. (...)

Governo quer portugueses a comer carapau. Quota da pesca com aumento histórico
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: No próximo ano, Portugal vai poder pescar mais peixe. Carapau lidera a subida com um aumento de 69% da quota de permissão para a pesca.
TEXTO: Portugal conseguiu esta quarta-feira um aumento para as 131 mil toneladas nas possibilidades de pesca para 2019, o que representa “um novo máximo histórico” desde que há registo das capacidades de capturas, garante a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino. “Temos muito boas notícias para Portugal, para os nossos pescadores e armadores de pesca, com um aumento de 24% do total de capturas possível, atingindo as 131 mil toneladas”, disse a ministra, no final do Conselho de Ministros das Pescas, marcado, como habitualmente, por uma maratona negocial. O aumento recorde vai para a quota de pesca de carapau, “a espécie mais abundante que evolui nas nossas águas e cujo consumo deve continuar a ser promovido", defende a ministra. A quota para a pesca deste peixe sobe 69%. Entre as outras espécies que beneficiam do aumento das quotas estão também o tamboril, o lagostim, as raias, o atum rabilho (consumido em sushi). No caso do lagostim e tamboril, o aumento das capturas é de 5%, em vez dos 2% inicialmente propostos. Também a pesca da raia pode aumentar em 10% quando estava prevista não ser alterada. Já o atum rabilho aumentará 11% e o peixe areeiro 35%, especificou a ministra. No que respeita ao bacalhau, a frota pesqueira portuguesa beneficia de um aumento de 12% para o conjunto das três quotas de pesca desta espécie, incluindo nas zonas NAFO (Atlântico Noroeste), nomeadamente o Canadá, o que representa um aumento de 953 toneladas. Ana Paula Vitorino esclareceu ainda que Bruxelas propunha uma "redução de 14%" na captura de pescada, mas foi possível travar o corte e "manter a mesma quota do ano passado”. As quotas de pesca atribuídas a Portugal para o próximo ano representam, segundo a ministra, um aumento de 35 milhões de euros relativamente a 2018, o que permitirá atingir "um valor global de cerca de 220 milhões de euros", o que é muito significativo", afirma. "Em contrapartida, são reduzidas as quotas de pesca relativas à Sarda e Verdinho, na sequência das recentes negociações da UE com países terceiros com quem são partilhados esses stocks, como a Noruega, Islândia e Ilhas Faroé", lê-se no comunicado. Já sobre a sardinha, que não deverá ser pescada até Maio do próximo ano, não foi dada qualquer informação. O aumento de quotas não deixa de exigir que Portugal tenha de cumprir, em 2020, o objectivo do rendimento máximo sustentável das unidades populacionais. Para a Plataforma de Organizações Não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca (PONG-Pesca), o aumento das quotas compromete o fim da sobrepesca em 2020 e afirma que "nos stocks mais importantes para Portugal terá havido dois pesos e duas medidas". Para a PONG-Pesca, "os ministros [das Pescas da UE] voltaram a tomar muitas decisões acima dos pareceres científicos, tendo-se registado, tudo indica, uma estagnação da tendência lentamente positiva que tinha sido registada em anos anteriores", lê-se no comunicado. Diz ainda a organização que para a pescada, assim como para os outros stocks em que não foram respeitados os pareceres científicos, "aguarda-se que os estados-membros, o Conselho e a Comissão tornem públicos os pareceres científicos e as informações que justificaram o adiamento do fim da sobrepesca, bem como o compromisso em atingir a meta de 2020. Espera-se ainda que o texto final tenha referências claras às medidas de controlo e monitorização da obrigação de desembarque". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em relação ao aumento da quota do carapau, a PONG-Pesca defende que "teria sido melhor se tivessem sido ouvidos o sector e as organizações ambientais e aprovado um TAC menor, que permitiria uma gestão cautelosa e limitar a desvalorização desta espécie". "É agora ainda mais urgente desenvolver e implementar uma estratégia de valorização do carapau, que terá de passar pelo apelo ao consumo da espécie pelos portugueses", diz Gonçalo Carvalho. "A exigência de seguir os melhores pareceres científicos aplica-se a todos os stocks. Para os que têm dados científicos menos robustos, é ainda mais crucial ter uma abordagem precaucionária e respeitar as recomendações", referiu Gonçalo Carvalho. A PONG-Pesca é integrada pela Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Observatório do Mar dos Açores (OMA), Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena), Sociedade portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e WWF Portugal — World Wildlife Fund for Nature. com Lusa
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Entidades UE OMA
PETA exige à Farfetch que deixe de vender roupa com pêlo de animais
Catálogo da plataforma tem peças com peles de raposa, marta, ou lã angorá. A associação de defesa dos animais dá como exemplo marcas internacionais que proibiram a utilização de pêlo nas roupas e alerta para os efeitos negativos da indústria da pele. (...)

PETA exige à Farfetch que deixe de vender roupa com pêlo de animais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Catálogo da plataforma tem peças com peles de raposa, marta, ou lã angorá. A associação de defesa dos animais dá como exemplo marcas internacionais que proibiram a utilização de pêlo nas roupas e alerta para os efeitos negativos da indústria da pele.
TEXTO: A PETA (a sigla em inglês para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) exige que a empresa Farfetch, fundada pelo português José Neves, deixe de ter à venda peças feitas com pêlo de animais na sua plataforma. A presença deste artigos são um “catálogo de horrores”, diz a associação de defesa de animais, insistindo que a utilização de peles é nociva para animais e também para a saúde humana, por causa da utilização de químicos que evitam que o pêlo entre em decomposição. O PÚBLICO contactou a Farfetch, cuja porta-voz se recusou a tecer comentários. No site da plataforma, dominada por artigos de luxo, são vendidas peças com peles de animais como raposas, martas, coelhos ou castores, mesmo em roupa de criança. A PETA diz ter notificado a empresa, cuja sede está no Reino Unido, do impacte ambiental negativo da indústria do pêlo e, em comunicado, refere ainda que muitos destes animais são abatidos por gaseamento, electrocutados na zona dos genitais e, por vezes, esfolados enquanto ainda estão vivos. “Não há nenhuma desculpa” para que a Farfetch continue a permitir a venda destes artigos, defende a PETA – até porque outras marcas como a Gucci, a Michael Kors, a Ralph Lauren, a Giorgio Armani e a Versace já proibiram a utilização de pêlo de animal nas suas peças. Em 2017, a associação de defesa dos animais comprou acções da Louis Vuitton para convencer a marca de luxo a deixar de usar peles verdadeiras. Antes disso, tinha-se tornado accionista do SeaWorld, da Hermès e da Prada, para promover o mesmo combate. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No site da Farfetch, o PÚBLICO encontrou dezenas de produtos feitos com pêlo de animais (ainda que existam muitas peças em faux-fur, pêlo falso). A título de exemplo, está à venda no site um casaco da Saint Laurent que custa 9990 euros, feito unicamente com pele de raposa. A Farfetch é ainda criticada por permitir a venda de peças com lã angorá que, segundo a PETA, faz com que os coelhos passem por “uma tremenda quantidade de dor, angústia, e sofrimento”, já que a lã é retirada quando os animais ainda estão vivos. Depois, são postos em jaulas até que a lã volte a crescer e o processo é repetido, até quatro vezes por ano. No site, é possível ver dezenas de produtos que utilizam este tipo de lã, como uma saia da Balmain que custa 629 euros, feita com 50% de lã angorá, ou uma camisola da Philosophy di Lorenzo Serafini com 80% desta lã, pelo preço de 146 euros. Criada por José Neves, natural do Porto, a Farfetch é uma startup avaliada em mais de mil milhões de dólares, empresas conhecidas como “unicórnios”. Em Março, foi noticiado que a Farfetch se preparava a sua entrada em bolsa, depois de ter contratado dois gigantes da banca, o JP Morgan e o Goldman Sachs.
REFERÊNCIAS:
O lince-ibérico continua a ser reintroduzido na Península Ibérica para afastar perigo de extinção
Em 2018, a população do felino na Península Ibérica vai acolher mais 31 exemplares. A preocupação actual é aumentar as populações de coelho-bravo, essenciais para a sobrevivência do lince-ibérico, alerta associação responsável pelo desenvolvimento do projecto Life+Iberlince, em Portugal (...)

O lince-ibérico continua a ser reintroduzido na Península Ibérica para afastar perigo de extinção
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em 2018, a população do felino na Península Ibérica vai acolher mais 31 exemplares. A preocupação actual é aumentar as populações de coelho-bravo, essenciais para a sobrevivência do lince-ibérico, alerta associação responsável pelo desenvolvimento do projecto Life+Iberlince, em Portugal
TEXTO: Nem tudo são más notícias quando falamos das populações de linces que habitam na Península Ibérica: entre 2009 e 2017 foram libertados 216 animais nas suas áreas de distribuição histórica, espalhando-se maioritariamente pela região espanhola da Andaluzia e no Sul de Portugal, e no próximo ano vão ser libertados mais 31 animais. Actualmente, já se contabilizam mais de 500 exemplares nos dois países ibéricos. O número de linces-ibéricos continua, por isso, a crescer nas várias zonas da Península Ibérica e a principal razão é a aplicação “bem-sucedida” do projecto LIFE+Iberlince, que actua na preservação e reintrodução do felino no seu habitat natural. Além disso, percebeu-se que os linces, após um período em cativeiro, estão a conseguir adaptar-se à natureza e reproduzir-se, contrariando as estimativas menos favoráveis registadas nos últimos anos. As populações de linces têm sido ameaçadas há mais de duas décadas. “Chegaram a existir apenas 94 exemplares, em 2002, altura em que se começaram a unir esforços para afastar o felino da extinção”, lê-se num comunicado do projecto LIFE+Iberlince. Em Portugal, o lince-ibérico chegou mesmo a ser dado como extinto, o que levou ao estabelecimento de um acordo com Espanha que visava a conservação das populações remanescentes. Quatro anos depois, o território português tem uma “população estabelecida de lince-ibérico” e as atenções viram-se agora para a sobrevivência desta espécie no terreno. O lince-ibérico (de nome científico Lynx pardinus) apenas habita na Península Ibérica, mais concretamente no bosque mediterrânico. Tem uma pelagem castanho-avermelhada coberta com manchas pretas e possui ainda uma cauda pequena, pincéis nas pontas das orelhas e barbas. A fêmea pesa, em média, cerca de nove quilos e o macho adulto pode chegar a pesar cerca de 12. Gosta de carne, principalmente de coelho-bravo, que constitui entre 80 a 100% da sua alimentação. “Outros vertebrados como roedores, lebres, perdizes e outras aves podem também ser predados pelo lince (…) mas em níveis significativamente inferiores aos do coelho”, refere o site do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). A sua existência contribui para “o aumento da caça menor” e “não tolera nenhum outro predador no seu território, eliminando a competição e reduzindo a pressão que animais, como raposas e sacarrabos, mantinham sobre as populações de caça menor”, lê-se numa série de documentos do projecto Life+IBERLINCE. Afinal, trata-se de uma espécie territorial que vive da caça. A crescente diminuição das populações de coelho-bravo devido a doenças virais, como a estirpe hemorrágica, é apontada como uma das principais ameaças para o lince-ibérico. Calcula-se que a densidade mínima da principal presa do lince para permitir a sua reprodução seja de cerca de quatro indivíduos por hectare. “A grande preocupação actual é continuar a gerir e aumentar as populações de coelho-bravo, as presas dos linces que são essenciais para a sua sobrevivência e que são muito susceptíveis a factores de mortalidade”, sublinha Carlos Rio Carvalho, secretário-geral da Associação IBERLINX e um dos responsáveis pelo projecto Life+IBERLINCE. Para evitar um cenário de escassez de alimento, foram construídas “tocas artificiais e parques de criação” de coelho-bravo, “semeadas culturas nos territórios abrangidos pelo projecto” e estas populações são ainda “monitorizadas anualmente” para avaliar os efeitos das intervenções no habitat. Contudo, as preocupações com o felino mais ameaçado do mundo não ficam por aqui. Quando se começou a aplicar o projecto LIFE+Iberlince em Portugal, no ano de 2013, o estatuto de conservação do lince-ibérico considerava que esta espécie estava “criticamente em perigo de extinção”. Actualmente, está classificada como “em perigo de extinção”, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A principal causa para o seu desaparecimento progressivo, para além da regressão das populações de coelho-bravo, tem sido os atropelamentos ou o envenenamento, à qual se pode ainda acrescentar a caça furtiva ou a destruição do seu habitat natural. Em Mértola, a única área de reintrodução da espécie em Portugal, já se registaram nove casos de envenenamento, mas o atropelamento continua a ser uma das principais ameaças – em três anos foram mortos 51 animais, refere a World Wildlife Fund (WWF). As ocorrências são, na sua maioria, registadas pelo ICNF. Antes de serem soltos na natureza, estes animais são marcados e têm um ou mais emissores que permitem seguir os seus passos por satélite, identificando-os no terreno. Além disso, existem outras técnicas que permitem às equipas acompanhar estas populações: centenas de câmaras automáticas espalhadas pelo terreno fotografam e filmam estes linces, permitindo depois avaliar a sua “adaptação ao habitat, condição física, interacção entre indivíduos, reprodução e dispersão”. Questionado sobre o número exacto de linces que existem por todo o território ibérico, Carlos Rio Carvalho respondeu: “O número de linces em cativeiro, bem como o seu nome e o perfil genético, é conhecido com todo o rigor e, a partir do momento em que são soltos na natureza, continuam a ser acompanhados; já os restantes animais vão sendo identificados através de um conjunto de técnicas. ” Depois, “são capturados e reproduzem-se em cativeiro”. Sobre o conceito de “reprodução em cativeiro”, o responsável garante que “os animais são tratados de uma maneira muito natural porque o que se pretende é que vivam num ambiente muito parecido ao que vão encontrar na natureza”. Um processo complexo de reintroduçãoEm 2016, os dados divulgados pela Associação IBERLINX apontam para nove linces libertados na área de distribuição histórica nacional e, em 2017, foram introduzidos mais oito animais. Espera-se que o número de crias continue a registar uma subida progressiva, dando sequência ao registo positivo que se observa desde 2002, quando se iniciou a procriação em cativeiro para afastar o felino da extinção. Em 2018, o projecto prevê reintroduzir seis linces (três machos e três fêmeas) no Parque Natural do Vale do Guadiana. Nas várias zonas da Península Ibérica serão libertados 16 machos e 15 fêmeas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas a reintrodução não é a única preocupação das associações ambientalistas da Península Ibérica, que procuram também preservar esta espécie nas várias zonas de distribuição histórica situadas no Vale do Guadiana e nas regiões espanholas de Andaluzia, Castilla-La Mancha e Estremadura. “A conservação do lince-ibérico passa pela acção no terreno, ou seja, monitorizar os animais que estão em liberdade, e pela sua reprodução em cativeiro”, afirma Carlos Rio Carvalho. E acrescenta: “Existe também um grande cuidado em garantir a variabilidade genética, em cada uma das populações, nas introduções que se realizam”. As entidades envolvidas no projecto acreditam que a comunicação entre as populações reintroduzidas e existentes em Portugal e em Espanha é importante para fortalecer a própria genética e garantir a descendência da espécie. No projecto, verificou-se ainda que o número de nascimentos em liberdade tem aumentado significativamente nos últimos anos, ainda que a grande maioria ocorra nos centros de reprodução em cativeiro. “Só em Portugal, registaram-se cerca de 16 nascimentos em liberdade, o que prova que o programa está a resultar e os animais estão a conseguir sobreviver e reproduzir-se quando são devolvidos ao meio”, afirma o responsável. Nos primeiros três meses deste ano, nasceram 15 crias no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, que estão a ser preparadas para, um dia, serem reintroduzidas na natureza. A história dos linces ainda está longe de alcançar a tão desejada auto-sustentabilidade da espécie. “Este processo de reintrodução do lince-ibérico pode demorar vários anos e é bastante complexo porque estes animais têm de aprender para conseguirem sobreviver e progredir sozinhos no território”, explica Carlos Rio Carvalho. Ter uma “população auto-sustentável” e “parar com as introduções” são os grandes objectivos do programa co-financiado pela União Europeia, que termina a sua acção em 2018. Para isso, é ainda preciso “melhorar das condições de habitat no terreno que permitam a expansão das populações de lince-ibérico”, continuar a “monitorizar o estado das populações de coelho-bravo para garantir a sobrevivência dos linces” e “comunicar à população a importância da conservação destes animais agora e no futuro”. Em Portugal, procura-se alargar a reprodução do lince-ibérico e a população de coelho-bravo para outras zonas de introdução da espécie.
REFERÊNCIAS:
Lamas e areias dragadas no porto de pesca de Tavira são atiradas para junto da costa
Os pescadores receiam que a praia de Cabanas fique poluída. A Docapescas, dona da obra, garante que os sedimentos estão livres de “qualquer tipo de contaminação” e até podem ser usados para alimentação das praias. (...)

Lamas e areias dragadas no porto de pesca de Tavira são atiradas para junto da costa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os pescadores receiam que a praia de Cabanas fique poluída. A Docapescas, dona da obra, garante que os sedimentos estão livres de “qualquer tipo de contaminação” e até podem ser usados para alimentação das praias.
TEXTO: Os sedimentos dragados no porto de pesca de Tavira estão a ser depositados a escassas centenas de metros da costa. Os pescadores temem que a força do mar arraste as areias escuras para a praia de Cabanas. A empresa dos portos e lotas Docapesca — responsável pela obra — afasta tal hipótese. A limpeza dos fundos do rio Gilão, que no passado já foi local de descarga de esgotos da cidade, está a trazer à superfície todo o tipo de objectos — desde pneus até bicicletas, passando por carrinhos de compras de supermercado. O presidente da Associação de Armadores e Pescadores do concelho de Tavira, Leonardo Diogo, manifesta-se apreensivo pela forma como os trabalhos estão a decorrer. “Quando foi feita a última dragagem de manutenção, há cerca de nove ou dez anos, lançaram as areias a quatro ou cinco milhas da costa. Agora, saem da barra, andam direito ao nascer do sol e ali a 400 metros da barra — lá vai lixo”. Nos trabalhos da empreitada, diz a Docapesca, está incluído “um programa de monitorização da qualidade da água, que se iniciou com a recolha de amostras no início [1 de Novembro] dos trabalhos, que se encontram nesta data em análise laboratorial”. Em função dos resultados, adianta, “caso sejam ultrapassados os valores regulamentares, serão adoptadas medidas adequadas à mitigação dos impactos”. O destino final dos dragados, diz a empresa responsável pela gestão dos portos e lotas, segue as orientações das entidades fiscalizadoras. O depósito dos sedimentos, sublinha, está a processar-se “ao largo da praia de Cabanas-Mar, de acordo com as orientações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o parecer positivo do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e Florestas]”. De acordo com o resultado das amostras recolhidas ainda na fase de projecto, trata-se de “materiais sem qualquer tipo de contaminação, ou seja, material limpo que não apresenta qualquer risco, podendo ser depositado em meio aquático ou utilizado para alimentação das praias sem normas restritivas”. Por seu lado, o representante dos pescadores disse ter tomado conhecimento do projecto numa reunião na câmara, mas não se apercebeu — nem questionou — do destino que seria dado aos sedimentos. “Pensava que iam largar longe da costa, como aconteceu na outra vez”, justificou. As obras de reposição dos fundos do Gilão realizam-se às cotas de um e dois metros de profundidade, numa extensão de 300 metros — entre o edifício da lota e a ponte rodoviária a nascente. O objectivo é melhorar as condições de navegabilidade e segurança do canal. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No concelho de Tavira, a lota de Santa Luzia mantém-se dinâmica (facturou em 2017, cerca de um milhão de euros em polvo), enquanto o porto de Tavira perdeu importância piscatória no sector da pesca mas ganhou na sector marítimo-turístico. Os barcos de pesca com redes, em actividade, estão reduzidos a quatro, as embarcações turísticas e de pesca desportiva chegam às oito dezenasA Docapesca prevê investir em Tavira cerca de 1, 2 milhões de euros, repartidos por três projectos: requalificação do edifício da Lota, dragagem parcial do rio Gilão e construção de cais flutuantes para descarga e estacionamento da pesca, bem como as actividades marítimo-turísticas, embarque para as ilhas e abastecimento de combustível. Por outro lado, encontra-se em execução o novo cais da ilha, uma obra de 2, 5 milhões de euros, e está previsto ainda para se iniciar este mês uma dragagem no porto de pesca de Santa Luzia, um investimento de 150 mil euros. “Continua a faltar a principal obra”, observa Leonardo Diogo, sublinhando a necessidade de “um novo porto de pesca, que até já teve direito a cerimónia de lançamento da primeira pedra, no tempo do ministro João Cravinho, mas ficou por aí”. Essa infra-estrutura, justifica, iria servir cinco comunidades piscatórias: Santa Luzia, Cabanas, Tavira, Monte Gordo e Manta Rota, no concelho de Vila Real de Santo António.
REFERÊNCIAS:
Tempo Novembro
Esqueça as esplanadas: restaurantes e bares onde os animais entram mesmo
Se gosta de levar o seu animal de estimação para o todo o lado, esta lista é para si. Compilámos vários restaurantes pet-friendly, onde os animais entram mesmo e não são recambiados para as esplanadas. (...)

Esqueça as esplanadas: restaurantes e bares onde os animais entram mesmo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Se gosta de levar o seu animal de estimação para o todo o lado, esta lista é para si. Compilámos vários restaurantes pet-friendly, onde os animais entram mesmo e não são recambiados para as esplanadas.
TEXTO: “Aceitamos, mas só na esplanada”, “só se for numa mesa ao pé da porta”, “só aceitamos animais pequenos” e “depende dos casos, preferimos não publicitar e decidir na altura”. Apesar da pergunta "Permitem a entrada a animais?" ser, aparentemente, simples, algumas das respostas que a Fugas obteve demonstram que muitos empresários do sector da restauração nunca tinham pensado no assunto até serem confrontados com ela. Houve quem não soubesse responder e quem rejeitasse falar. Houve também quem se escudasse – erradamente – numa suposta ilegalidade. Depois da proposta do PAN (que muita discussão gerou) ter sido aprovada em Fevereiro, a lei n. º 15/2018, que “possibilita a permanência de animais de companhia em estabelecimentos comerciais”, entrou em vigor em Junho. Na altura, escrevia-se que a grande maioria dos espaços abria a possibilidade de receber animais mas apenas nas esplanadas. Situação que se verifica na maioria dos casos, comprovada pelas inúmeras listas que circulam pela Net ou mesmo pelas várias aplicações de pesquisa de restaurantes que consideram pet-friendly todos os espaços que tenham uma zona exterior que permita a permanência de animais. Em vez disso, procurámos formar uma lista de restaurantes onde os animais tenham um lugar à mesa e não ficam nem à porta, nem na esplanada. Uma boa opção se quiser ir tomar um copo e não quiser deixar o seu fiel companheiro em casa. No número 287 da Avenida Rodrigues de Freitas, o Terraplana apresenta-se como um sítio “com atmosfera relax(ada), pizzas saborosas e cocktails clássicos com um toque especial”. Para isso, têm três ementas: para refeições, para bebidas e outras só de cocktails. Costumam ter música ao vivo e estão abertos de domingo a quinta das 18h às 24h, e sexta e sábado das 18h às 3h. O primeiro bar vegan do Porto abriu há poucas semanas no número 236 da Rua do Breiner, com uma ementa 100% vegetal. Em Outubro, Natacha Meunier, a proprietária, congratulava-se com a "moda" do veganismo, que enquanto durar "menos pessoas comem e explorem animais". Por isso, ali, animais, só mesmo os vivos, como o Batisco, o gato do restaurante, que faz as honras da casa. Estão abertos de segunda a sábado, das 12h à 00h. Aberto desde 1997, um dos mais antigos restaurantes vegetarianos da cidade apresenta-se como uma “alternativa multicultural”. Além do restaurante, com comida vegana, o espaço oferece uma loja de produtos naturais, onde, além de detergentes e roupas sustentáveis, encontra alimentação para cães e gatos. Estão abertos de segunda a sábado, mas apenas ao almoço. Se quiser jantar, só às sextas e sábados. Já pode comer os famosos pãezinhos típicos da street food de Taiwan acompanhado pelo seu animal de estimação, no número 263 da Rua de Cedofeita. E há oito tipos diferentes de bao: de pernil, de galinha, de tofu e nugget de bacalhau – só para citar alguns. Estão abertos de segunda a a quinta, das 12h às 23h, e de sexta a domingo, das 12h às 00h. Hambúrgueres de novilho, de lagosta, vegetarianos e vegan. Nesta hamburgueria artesanal, existem hambúrgueres para todos os gostos. Estão abertos na Rua Fernandes Tomás de segunda a domingo, das 11h30 às 15h e das 19h30 às 22h30. Na ementa de restaurantes pet-friendly, o Origami preenche os requisitos para os amantes de sushi. Se for com um gato, tenha atenção: o cheiro a peixe cru pode motivá-lo a assaltar a refeição. Está aberto de segunda a sexta, das 12h às 17h, e sábado das, 12h às 20h, no Mercado da Foz, na Rua de Diu, Loja 14-16. O primeiro cat café do Porto abriu em Março deste ano na Avenida Rodrigues de Freitas. O que muitos não sabem é que não são apenas os gatos que são bem-vindos no restaurante de Fátima Meireles e Joana Rocha. Além da sala dos gatos (onde, para evitar confusões, não entram outros animais), existe uma sala principal destinada a cães e a outros animais. "Queremos sensibilizar as pessoas tanto para a defesa dos direitos dos animais como para alimentação com produtos de base vegetal", dizia Fátima à Fugas na altura da abertura. Há tostas, hambúrgueres e outros petiscos num cardápio 100% vegan. Estão abertos de segunda a sábado, das 10h às 19h. Se gosta de brunches e o seu cão ou gato gosta de dormir até tarde, não se preocupe: aqui o brunch dura todo o dia. Aproveite e experimente também os cocktails, que são especialidade da casa. Estão abertos todos os dias, das 9h às 19h, no número 86 da Praça de Carlos Alberto. Quando procuramos saber se a Mercearia do Miguel, na Rua do Passeio Alegre, número 130, recebia animais no interior do espaço, a resposta foi a seguinte: “Eh pá, depende do animal, se me aparecer com uma vaca por aqui provavelmente não a vou deixar entrar. " Bom, para tristeza dos donos destes bovinos, a Mercearia do Miguel só aceita mesmo cães e gatos. Até porque o espaço não é muito grande. Ainda assim, pode levar o seu animal – que não uma vaca – para o ajudar a escolher os vários produtos frescos e artesanais que ali se vendem. E, no fim, pode ficar a comer no local. Estão abertos de quarta a domingo, das 9h30 às 17h30. O Caipicompany tem dois espaços: um no molhe, na Foz, e outro na Baixa da cidade. O da Foz, além da vista panorâmica para o mar, permite a permanência a animais há já vários anos. “Sempre foi uma vantagem competitiva para a concorrência”, considera o proprietário, apesar de no outro estabelecimento a política ser outra porque “as necessidades [dos clientes] são diferentes”. Estão abertos todos os dias, das 10h às 2h. Sextas e sábados encerram às 3h. Na Antiga Leitaria Bistrô, não há discussões entre os que levam animais e os restantes clientes. Existem duas salas, sendo uma destinada aos amigos de quatro patas. Servem lanches, petiscos e doces. Estão abertos, na Rua Passos Manuel, de segunda a quinta das 9h30 às 19h e de sexta a sábado das 9h30 às 22h30. O nome já deixa prever: aqui, na Rua de São Bento, tudo é servido em taças (bowls), tal como se de um animal se tratasse (apesar de não ser propositado). Nas taças do Bowls N’Bar não é servida ração, mas podem vir refeições como rosbife, salmão, vários tipos de brunch ou sopas. Estão abertos todos os dias, das 9h às 18h. Se quiser ir até à LX Factory com o seu animal, pode aproveitar para comer um dos melhores cheesecakes da cidade - é o que dizem. Mesmo sendo os bolos a especialidade da casa, na carta há ainda prato do dia, saladas, frango assado, salmão e gelados. Estão abertos todos os dias das 11h às 20h. O nome é literal. Em tempos, no número 85 da Avenida Duque de Loulé, situou-se um talho. João Manzarra, apresentador da SIC, comprou-o e transformou-o num restaurante vegan. Além de vegan, é pet-friendly, em coerência com a política de defesa dos animais praticada no espaço (a começar pela ementa). Além do restaurante, no primeiro piso encontra-se uma loja de produtos sustentáveis. De segunda a sexta estão abertos das 11h30 às 15h e das 16h às 19h30. Ao sábado abrem das 12h às 16h e domingo das 11h30 às 18h. Um português, uma alemã e uma holandesa reuniram-se para abrir um restaurante onde não existe nenhum alimento de origem animal. No número 82 da Rua Rodrigo da Fonseca, a ementa muda todos os meses, para aproveitar a sazonalidade dos produtos. O que não muda é a política do café: os animais são sempre bem-vindos. Estão abertos todos os dias: segunda a sexta das 10h30 às 19h; sábado e domingo das 10h às 18h (fecham ao sábado). Além do cavalo que o transporta, não há ideia de que Dom Quixote tivesse um cão ou um gato, nem que gostasse de cocktails – uma das especialidades da casa. Ainda assim, neste bar, com vista privilegiada para o mar e que procura evocar o ambiente do livro, os animais são convidados a entrar. Situado na Rua do Campo da Bola, estão abertos todos os dias das 12h às 00h. Pode ir beber um café, tomar um copo de vinho ou jantar. Saladas, tostas, peixes e opções vegetarianas. Aqui, a ementa é completa e os animais também não ficam à porta. Situado no Chiado, na Calçada Nova de São Francisco, estão abertos todos os dias (menos à terça) das 11h às 23h e sexta e sábado até às 00h. Contactámos vários espaços em todo o país, mas só conseguimos encontrar restaurantes em Lisboa e no Porto. Mas se souber de algum que não esteja na lista, avise-nos. Nestas ou noutras cidades: o objectivo é esta lista estar em constante actualização. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Aqui está um caso em que a mesa comunitária é mesmo comunitária. No renovado Sala 141 (Av. D. Afonso Henriques 141, mesmo ao lado do Centro Cultural Vila Flor), o seu cão pode "participar" das conversas e, a uma distância razoável, sentir o cheiro das tapas, sopas e doces que dão forma ao antigo balcão deste espaço vimaranense. Texto editado por Sandra Silva Costa
REFERÊNCIAS:
PJ investiga grupo Intervenção e Resgate Animal por suspeita de terrorismo
Uma reportagem emitida pela TVI nesta quinta-feira alega que o grupo que actua encapuzado e se dedica ao resgate de animais maltratados age com violência e estará ligado a grupos de extrema-direita. (...)

PJ investiga grupo Intervenção e Resgate Animal por suspeita de terrorismo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma reportagem emitida pela TVI nesta quinta-feira alega que o grupo que actua encapuzado e se dedica ao resgate de animais maltratados age com violência e estará ligado a grupos de extrema-direita.
TEXTO: O grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA), que protagoniza uma reportagem emitida pela TVI nesta quinta-feira, está a ser investigado por terrorismo, confirma fonte da Polícia Judiciária (PJ) ao PÚBLICO. Na sua página no Facebook, que tem mais de 130 mil seguidores, o IRA diz que se dedica à “detecção, planeamento e resgate de animais vítimas de negligência e/ou maus-tratos”. E que actua no sentido da “sensibilização e divulgação da legislação referente aos direitos dos animais”. Actuam encapuzados e, segundo algumas vítimas dessas tentativas de resgate dos animais em situações de risco, ouvidas pela TVI, são violentos. De acordo com a mesma fonte, alguns dos membros do IRA estão alegadamente envolvidos com a Juve Leo, organizações de segurança privada e grupos de extrema-direita. Em resposta na página do Facebook, o grupo rejeita as acusações: "A TVI e a sua equipa de 'corte e costura' foi ao nosso canal do Youtube, agarrou num vídeo satírico que fizemos de forma a responder ao espaço perguntas e respostas dos nossos seguidores, editou as imagens a seu bem entender e tentou transmitir uma imagem de Fanfarrões, criminosos, de ideologias políticas de extrema-direita". "Inclusive, refere-se ao 'cabecilha' como sendo sportinguista. Membro da Juve Leo e pertencente ao grupo 1143. Nem de propósito, está a decorrer uma investigação sobre a referida claque futebolística por crimes de terrorismo e violência. Em momento algum da reportagem explicam ou provam porque somos retratados por terroristas". Já Paula Neto, uma activista pelos direitos dos animais e coordenadora do Grupo de Intervenção e Resgate Animal (GIRA, outro colectivo de defesa dos direitos dos animais que não tem qualquer relação com o IRA), diz à TVI que há no IRA “um incentivo a que sejam cometidos actos de violência e onde se alimenta a ideia de justiça pela própria mão, cometendo com isso todas as injustiças e crimes possíveis e imaginários”. Deste grupo, alega a estação de televisão, fará parte Cristina Rodrigues, chefe de gabinete e assessora jurídica de André Silva, o único deputado eleito pelo PAN. A integração de Cristina Rodrigues neste grupo também já estará a ser investigada pela PJ. Também segundo a reportagem da TVI, o IRA terá sido recebido pelo PAN na Assembleia da República — algo que o próprio partido confirmou mais tarde. Entretanto, o PAN reagiu à reportagem da TVI num comunicado publicado no seu site, onde esclarece que "não tem qualquer ligação ou relação com esta entidade que seja diferente de todas as outras". Quanto à participação de Cristina Rodrigues neste grupo, o PAN admite que a sua chefe de gabinete "prestou esclarecimentos jurídicos a esta associação em nome individual, desconhecendo qualquer prática à margem da lei, tal como aliás o fez com tantas outras pessoas, associações e grupos informais". O partido acrescenta que, "tendo em conta algumas imagens transmitidas e até ao esclarecimento dos alegados factos, Cristina Rodrigues cessa todo o apoio a qualquer associação", mas que o PAN "mantém a confiança política" na assessora. O PAN admite ainda que "recebeu esta associação [o IRA] na Assembleia da República, há cerca de um ano, como recebe muitas outras associações, pessoas em nome individual ou grupos informais". Durante a reunião, o grupo terá exposto as suas preocupações sobre a lei que criminaliza os maus-tratos a animais e sobre políticas públicas de controlo de população de animais de companhia. Neste comunicado, o PAN também não poupa críticas ao trabalho da TVI: "a falta de idoneidade da entrevista, com uma tentativa evidente de forçar, de forma sensacionalista e tendenciosa, uma ligação do PAN a estas práticas, é indicadora de uma escolha com contornos políticos sombrios e que não dignifica a confiança nesta instituição". Por seu turno, e em resposta às alegações da TVI, o IRA, além de contrariar alguns dos aspectos da reportagem, escreve na sua página do Facebook que o conteúdo é um “claro ataque ao PAN [Pessoas-Animais-Natureza]”. A sua imagem, dizem ainda, é denegrida face aos “recentes feitos contra a tauromaquia”. Ainda assim, não refutam os testemunhos que relatam episódios de recurso à violência. O PÚBLICO tentou contactar o IRA, mas não obteve resposta. Com o cuidado de não fazer estalar o verniz parlamentar, o PCP e o Partido Ecologista Os Verdes defenderam nesta sexta-feira que é preciso que o PAN esclareça qual o seu nível de envolvimento no caso. Questionada pelos jornalistas sobre o assunto, Heloísa Apolónia salientou que a investigação da PJ ainda está em curso e desejou que “todos os crimes e responsabilidades possam ser apurados”. “Na perspectiva d'Os Verdes, a defesa dos direitos dos animais é totalmente incompatível com qualquer prática de violência ou terror”, disse a deputada, referindo que a defesa dos animais deve ser feita no “respeito harmonioso de animais e plantas”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas Heloísa Apolónia não se coibiu de considerar que se trata de “gravíssimas acusações de ligação do PAN” ao caso. Por isso, “a bola está agora do lado do PAN, que deve uma explicação cabal sobre isso ao país”. “Há um esclarecimento público que deve ser prestado e não devem esquivar-se a isso”, insistiu. Por seu lado, o PCP, com quem o PEV concorre às legislativas na coligação CDU, afirmou em comunicado que as notícias que “envolvem dirigentes do PAN em actividades criminosas realizadas a pretexto da defesa dos animais assume particular gravidade” e exigem “o cabal esclarecimento desta situação e o correspondente apuramento de responsabilidades”. “Sem precipitar juízos sobre esta situação concreta, o que deve ser assinalado é uma prática subjacente ao projecto político do PAN que, sob o manto de preocupações sobre a natureza e os animais, e assente num discurso de intolerância, promove uma orientação de incriminação, de estímulo à delação e de criminalização de hábitos socioculturais, em si mesmo caldo de cultura para justificação de práticas criminosas”, acrescentam os comunistas.
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN PCP PEV
Em vez de pegar o touro pelos cornos, “pegar nas flores pelos espinhos”: PETA quer eliminar “linguagem antianimal”
A organização não-governamental para a defesa dos animais publicou um tweet a pedir a substituição de expressões e ditados populares por outros mais pet-friendly. E dá alternativas. (...)

Em vez de pegar o touro pelos cornos, “pegar nas flores pelos espinhos”: PETA quer eliminar “linguagem antianimal”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-12-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: A organização não-governamental para a defesa dos animais publicou um tweet a pedir a substituição de expressões e ditados populares por outros mais pet-friendly. E dá alternativas.
TEXTO: “Pegar o touro pelos cornos” ou “matar dois coelhos de uma cajadada”. Existem na língua portuguesa diversas expressões pouco simpáticas para os animais e que toda a gente usa, sem sequer se dar conta. É com este tipo de expressões e ditados que a PETA pretende acabar. A organização dedicada aos direitos dos animais demonstrou a intenção através de uma publicação no Twitter, que entretanto já se tornou viral. Além de salientar que “as palavras importam” e que, tal como a "compreensão de justiça social evoluiu", a "linguagem também deve evoluir", a associação apresentou alternativas a expressões comuns em inglês para evitar usar "linguagem antianimal". Words matter, and as our understanding of social justice evolves, our language evolves along with it. Here’s how to remove speciesism from your daily conversations. pic. twitter. com/o67EbBA7H4Entre os ditados que têm correspondência para português, a PETA sugere que em vez de se “pegar o touro pelos cornos”, antes se “pegue nas flores pelos espinhos”; e que em vez de se “matar dois pássaros [o equivalente aos coelhos em português] de uma cajadada só”, se diga “alimentar dois pássaros com um scone”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Aproveitando a boleia e adaptando frases comuns na oralidade portuguesa, podia-se substituir o “gato escaldado” por um gato "resfriado" que de água fria tem medo. Ou dizer que "mais vale um pássaro a voar do que dois na mão”. Puxando pela criatividade, não faltam opções. A alteração de expressões enraizadas nas línguas não é recente — e Portugal não é excepção. Pelo mesmo motivo, já foram criadas alternativas a algumas músicas infantis. O caso mais flagrante é o da popular canção Atirei um pau ao gato, em que em vez de um pau se atira um peixe que o felino não come.
REFERÊNCIAS:
Reino Unido vai proibir a venda de cães e gatos bebés em lojas de animais
Quem pretender comprar um cão ou um gato com menos de seis meses terá de se dirigir a um criador ou a uma associação autorizada. O Governo britânico tomou a decisão depois do parecer favorável de 95% da população, numa consulta pública. (...)

Reino Unido vai proibir a venda de cães e gatos bebés em lojas de animais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quem pretender comprar um cão ou um gato com menos de seis meses terá de se dirigir a um criador ou a uma associação autorizada. O Governo britânico tomou a decisão depois do parecer favorável de 95% da população, numa consulta pública.
TEXTO: As lojas de animais no Reino Unido vão deixar de poder vender cães e gatos com menos de seis meses. Esta é uma das medidas apresentadas pelo Governo britânico de forma a dificultar a criação massiva e em "condições terríveis" do que chama "quintas de cachorrinhos". A partir do momento em que a nova lei entrar em vigor, já em 2019, quem pretender comprar um cachorrinho ou um gatinho terá de recorrer directamente a um criador certificado ou a uma associação ou abrigo autorizado. Desde Outubro que é proibido também vender ou dar animais de companhia com menos de oito semanas. O Governo já andava a falar na proibição desde Agosto, depois de uma consulta pública mostrar que 95% da população britânica é a favor da proibição. Também uma petição para travar as vendas de cães e gatos com recurso a terceiros reuniu 150 mil assinaturas e conseguiu levar o assunto até ao Parlamento. David Rutley, subsecretário de Estado com pasta do bem-estar animal, anunciou finalmente a medida durante o fim-de-semana que antecedeu o Natal. "Aconselho todos que estejam a pensar comprar um cachorrinho, ou qualquer outro animal de companhia, nesta altura do ano a parar e pensar cuidadosamente antes de o fazer", disse, durante uma visita a uma associação de protecção de animais. Em Portugal, é "proibido expor cães e gatos nas montras e vitrinas das lojas de animais". A venda pode ser publicitada na Internet, mas a "compra só pode ser feita no local da criação ou em estabelecimentos devidamente licenciados para o efeito, sendo expressamente proibida a venda de animais por entidade transportadora", anunciava o PAN, em Julho de 2017, aquando da aprovação da proposta que regula o comércio de animais de companhia e que proíbe a venda online de animais selvagens.
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN