Portugal acolheu 1085 refugiados ao abrigo do programa da UE
França é o país que mais refugiados acolheu desde o início do programa de recolocação. Portugal deverá receber ainda 12.461 pessoas. (...)

Portugal acolheu 1085 refugiados ao abrigo do programa da UE
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-03-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: França é o país que mais refugiados acolheu desde o início do programa de recolocação. Portugal deverá receber ainda 12.461 pessoas.
TEXTO: Portugal recebeu 1085 refugiados, até 28 de Fevereiro, ao abrigo do programa de recolocação da União Europeia (UE), de um total de 13. 546, divulgou esta quinta-feira a Comissão Europeia. Dos 1085 refugiados já recebidos por Portugal, 810 são oriundos de campos na Grécia e 275 da Itália. No total dos 28 Estados-membros, foram recolocadas 9610 pessoas a partir da Grécia e 3936 de Itália. A França, com um total de 2758 pessoas, foi o país que mais refugiados acolheu desde o lançamento do programa de recolocação, em Setembro de 2015, tendo 2476 vindo de campos na Grécia e 282 de Itália. A Alemanha, com um total de 2626 (1556 da Grécia e 1070 de Itália) é o segundo país com maior número de recolocações. No que respeita à reinstalação de pessoas que estão em campos localizados em países terceiros, Portugal recebeu apenas 12, numa tabela liderada pelo Reino Unido (2200 pessoas) e pela Áustria (1643), países que, por seu lado, não acolherem refugiados no programa de recolocação.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Conselho Português lamenta adiamento da distribuição de refugiados na Europa
Presidente do Conselho Português para os Refugiados considera "decepcionante o impasse criado". Ministros do Interior da União Europeia adiaram para o início de Outubro a distribuição de mais de 120 mil refugiados. (...)

Conselho Português lamenta adiamento da distribuição de refugiados na Europa
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente do Conselho Português para os Refugiados considera "decepcionante o impasse criado". Ministros do Interior da União Europeia adiaram para o início de Outubro a distribuição de mais de 120 mil refugiados.
TEXTO: A presidente do Conselho Português para os Refugiados manifestou-se esta terça-feira decepcionada com o facto de os ministros do Interior da União Europeia terem adiado para o início de Outubro a distribuição de mais de 120 mil refugiados. Em declarações à agência Lusa, Teresa Tito Morais declarou ser "decepcionante o impasse criado", lamentando que continuam a haver "contradições no seio dos Estados-membros, o que não perspectiva a decisão rápida que se impõe". "Perante a amplitude do problema e a necessidade urgente de que se tome medidas equitativas entre todos os Estados-membros, vemos que a Europa, os governos europeus, não estão à altura de responder a esta situação humanitária", frisou Teresa Tito Morais, relativamente ao adiamento, na segunda-feira, da decisão de acolhimento na Europa de 120 mil refugiados. Na segunda-feira, a reunião extraordinária de ministros do Interior da União Europeia (UE) não trouxe qualquer conclusão ao problema dos refugiados sírios, com os 28 governantes a falharam um acordo sobre um sistema de repartição de mais 120 mil refugiados. Teresa Tito Morais lembrou que a questão dos refugiados é um problema que tem vindo a "agravar-se", acrescentando que em Abril deste ano falava-se que os Estados-membros europeus iriam acolher cinco mil refugiados, em Maio/Junho passaram a 40 mil e agora o número aumentou para 160 mil, de acordo com as declarações do actual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. "É muito tempo (. . . ). Nem se pegou nos cinco mil iniciais, nos 40 mil parece que agora timidamente discutiram como iriam ser distribuídos, mas sem resultados", referiu, questionando como se chegará "aos 160 mil que são as necessidades". Teresa Tito Morais lembrou ainda que alguns países europeus, como a Alemanha e a Hungria, já fecharam as suas fronteiras, lamentando tal decisão e considerando que esses estados "só estão a pensar em si próprios". A mesma responsável acrescentou que não será com a construção de alguns centros de acolhimento, "como se fala em Itália e na Servia", para acolher os refugiados e posterior redistribuição que se resolve o problema. "Os centros, diz-nos a nossa experiencia, não são elásticos perante a chegada de maior número de pessoas. Vai ser uma concentração de pessoas para uma capacidade limitada. Sobretudo, o que verifico é que há um desnorte dos estados europeus no jogo do empurra e não quererem encontrar uma solução", sublinhou.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Ideias para receber (melhor) os refugiados
Ideias não faltam para enfrentar a crise de refugiados. Falta vontade política. Até quando vamos aceitar a forma indigna com que a Hungria trata os refugiados? (...)

Ideias para receber (melhor) os refugiados
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150915134951/http://www.publico.pt/1707588
SUMÁRIO: Ideias não faltam para enfrentar a crise de refugiados. Falta vontade política. Até quando vamos aceitar a forma indigna com que a Hungria trata os refugiados?
TEXTO: Na segunda-feira, os ministros do Interior dos 28 países da União Europeia vão reunir-se para tentar – uma vez mais – definir uma estratégia comum para a crise humanitária causada pela chegada de refugiados que fogem de países em guerra e entram na Europa aos milhares por dia, em números nunca vistos. Só à ilha de Lesbos, na Grécia, chegam 50 barcos por dia. Desde Janeiro, chegaram mais de 400 mil pessoas. Muitos pedem asilo. Esta semana, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, fez um pungente apelo aos líderes europeus. Disse que a União está pouco unida e que é obrigação de um continente rico com 700 milhões de habitantes receber estas pessoas. E com urgência, pois o Inverno está à porta. Os sinais, no entanto, não são bons. A Polónia e o Reino Unido já cederam um pouco, mas a dois dias de nova cimeira em Bruxelas a República Checa e Eslováquia recusam aceitar a ideia de quotas obrigatórias e não querem receber refugiados. Ao mesmo tempo, da Hungria chegam todos os dias imagens da forma degradante com que as autoridades locais tratam estes migrantes, muitos deles refugiados sírios, iraquianos e afegãos. Hoje foi o vídeo dos polícias que distribuem comida a refugiados atirando sacos de plástico pelo ar. Antes, foi a contagem de pessoas com marcas escritas nos braços. Amanhã vamos ver o quê na Hungria, um membro da União Europeia? Até quando vamos aceitar que um membro da União trate pessoas desta forma indigna?A ONU e organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch sistematizaram algumas das decisões que devem sair da cimeira de segunda-feira. Mais segurança e mais canais legais para receber quem chega à Europa; mais concessão de vistos humanitários; harmonizar o sistema de asilo da União Europeia eliminando as disparidades entre os 28; definir quotas mais generosas e garantir que são respeitadas; usar o Fundo Europeu para os Refugiados para receber estas pessoas; melhorar as operações de salvamento no Mediterrâneo; mudar as regras de Dublin que, hoje, obrigam o primeiro país de chegada de um refugiado a ser aquele que dá resposta ao pedido de asilo independentemente da sua capacidade; garantir que o peso é partilhado por todos e não pelos países que, por causa da geografia, são a principal porta de entrada; e criar uma lista de “países inseguros”. A lista mostra que é possível melhorar as coisas. Desde que haja vontade política.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Acolher refugiados: portugueses divididos entre a solidariedade e o medo
Este sábado assinala-se o Dia Europeu de Acção pelos Refugiados. Portugal associa-se com manifestações de solidariedade em cinco cidades. (...)

Acolher refugiados: portugueses divididos entre a solidariedade e o medo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150915134951/http://www.publico.pt/1707616
SUMÁRIO: Este sábado assinala-se o Dia Europeu de Acção pelos Refugiados. Portugal associa-se com manifestações de solidariedade em cinco cidades.
TEXTO: Portugal vai receber mais de 3000 refugiados e alguns deles poderão chegar já este ano. Mas que recepção os espera? Se por um lado vários sectores da sociedade se desdobram em iniciativas solidárias, há também quem organize petições contra o acolhimento de refugiados. Para este sábado estão agendadas manifestações de solidariedade em cinco cidades portuguesas e noutros países europeus. Desde que a crise de refugiados se intensificou, os movimentos solidários para o seu acolhimento começaram a suceder-se em toda a Europa. Portugal não foi excepção. Autarquias de todo o país, incluindo Açores e Madeira, mostraram interesse em receber refugiados, bem como a Universidade de Coimbra, a Conferência Episcopal Portuguesa e também a União das Misericórdias Portuguesas, que se afirmou em condições de acolher "grande parte" dos refugiados que cheguem a Portugal. Entretanto foi também criada uma Plataforma de Apoio aos Refugiados destinada a procurar respostas e acolhimento para famílias em situação de emergência, que integra já 30 instituições – incluindo a Comunidade Islâmica de Lisboa, que manifestou disponibilidade para receber perto de 250 refugiados. Este sábado, assinala-se o Dia Europeu de Acção pelos Refugiados e Portugal associa-se com manifestações de solidariedade agendadas para as 15h00 em cinco cidades: Coimbra (Praça 8 de Maio), Faro (Largo da Sé), Felgueiras (Praça da República), Lisboa (Marquês de Pombal – Terreiro do Paço) e Porto (Avenida dos Aliados – Câmara Municipal do Porto). As manifestações de apoio vão ter lugar nas principais cidades de vários países europeus, incluindo Alemanha, Áustria, Espanha, França, Hungria, Itália, Reino Unido, entre outros. Em simultâneo têm aparecido movimentos de contestação, com várias petições a reunirem milhares de assinaturas. “Petição ao referendo relativo ao acolhimento dos refugiados em Portugal”, “Contra refugiados islâmicos em Portugal” ou “Contra a vinda dos refugiados para Portugal” são alguns dos títulos de petições disponíveis no site Petição Pública, na sua maioria com um número de assinantes residual. No entanto existem três petições que, reunidas, agregam quase 30 mil assinantes. "Não aos refugiados em Portugal" é a petição que reúne mais assinaturas, contando já com o apoio de 14. 175 pessoas, apesar de não ser possível perceber se são apoios reais ou virtuais. No texto que justifica a petição pode ler-se: "Portugal precisa de ajuda, com nível alto de desemprego, com imensa taxa emigratória e sem condições para apoiar refugiados. Não queremos pagar dos nossos bolsos para que os refugiados estejam cá. Basta!". Os comentários que acompanham a petição incluem referências à eventual entrada de elementos de redes terroristas a par dos refugiados. Há inclusivamente quem defenda que, se os refugiados chegarem, daqui por uns anos o país vai assistir a "pessoas a explodir em plena Lisboa". De acordo com a Lusa, os peticionários assumem que o objectivo é levar a petição até à Assembleia da República e justificam que "não é justo", perante os vários portugueses "que vivem miseravelmente", que os refugiados venham a ter "benesses" como subsídio de integração, habitação mobilada e equipada ou consumo de eletricidade, água, gás e telecomunicações gratuitos. Milhares de refugiados continuam a chegar à Europa todas as semanas. Os países europeus não definiram ainda respostas concretas mas na próxima segunda-feira os ministros do Interior dos 28 países da União Europeia vão reunir-se uma vez mais. É uma nova tentativa de definir uma estratégia comum para a crise humanitária que tem marcado os últimos meses. Em declarações a propósito da questão, o ministro da Presidência afirmou que "Portugal quer estar na primeira linha" do auxílio humanitário aos refugiados, adiantando que o Governo já está a trabalhar com as instituições públicas e associações da sociedade civil para preparar o acolhimento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda comunidade consumo desemprego humanitária
Uma em cada 113 pessoas do mundo está deslocada, refugiada ou é candidata a asilo
Nunca houve tanta gente a precisar de protecção no mundo (65,6 milhões), mostra relatório anual do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. (...)

Uma em cada 113 pessoas do mundo está deslocada, refugiada ou é candidata a asilo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nunca houve tanta gente a precisar de protecção no mundo (65,6 milhões), mostra relatório anual do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
TEXTO: No ano passado, a cada três segundos, uma pessoa foi obrigada a fugir de casa ou abandonar o seu lugar de origem para escapar à pobreza ou à guerra, por força de perseguições políticas, violações dos direitos humanos ou violência religiosa e sectária. O total de refugiados no mundo atingiu um novo recorde de 65, 6 milhões de pessoas, um número sem precedentes e “inaceitável sob qualquer ponto de vista”, segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, para quem a comunidade internacional devia tratar o assunto com “determinação e coragem”, ao invés de “medo”. São 40, 3 milhões de deslocados internos, mais 22, 5 milhões de refugiados e ainda 2, 8 milhões de candidatos a asilo, provenientes dos quatro cantos do planeta e actualmente a residir em campos ou centros de acolhimento provisórios e precários – tantos quanto a população de países como o Reino Unido ou a França, que na lista dos mais populosos do mundo ocupam a 21. ª e 22. ª posição, respectivamente. Desde a fundação daquela agência da ONU nos anos de 1950, nunca houve tanta gente a cruzar fronteiras em busca de refúgio e protecção: hoje em dia, uma em cada 113 pessoas do mundo enquadra-se numa das categorias de deslocada, refugiada ou candidata a asilo. A guerra civil na Síria, que desde 2011 já fez mais de 500 mil mortos, continua a ser responsável pelo maior número de refugiados (5, 5 milhões) e deslocados (6, 3 milhões) do mundo. A guerra obrigou à fuga, para dentro ou para fora, de mais de metade da população do país – que agora está distribuída pela Turquia, a Jordânia ou o Líbano, que acolheu cerca de um milhão de refugiados entre os seus 4, 2 milhões de habitantes. Outros dois países, afectados por violentos conflitos, têm populações de refugiados superiores a quatro milhões de pessoas: o Afeganistão (com 4, 7 milhões), e o Iraque (4, 2 milhões). Ainda assim, esse número fica abaixo dos 5, 3 milhões de refugiados palestinianos. Um único país, a Colômbia, responde pela maior população de deslocados internos, 7, 7 milhões de pessoas, que foram abandonando os seus lugares de origem ao longo dos 50 anos de conflito entre o Governo de Bogotá e as guerrilhas marxistas das FARC e ELN. Em África, o principal foco de instabilidade – e de êxodo populacional – ocorreu com o colapso dos esforços de paz no Sudão do Sul. Em 2016, foi dali que saiu a maior parcela de refugiados de todo o mundo, 737 mil pessoas, a maior parte das quais cruzaram a fronteira em busca de refúgio no vizinho Uganda. A hospitalidade do Governo de Kampala transformou a aldeia de Bidi Bidi num dos maiores campos de refugiados do mundo, com cerca de 250 quilómetros quadrados e mais de 250 mil pessoas – todos os que chegam têm direito a uma parcela de terreno e aos materiais necessários para cultivar a terra. O conflito no Sudão do Sul já fez 3, 3 milhões de refugiados. “O mundo parece que ficou incapaz de estabelecer a paz. E assim vemos que velhos conflitos não são resolvidos, enquanto novos focos de conflito rebentam para produzir ainda mais refugiados. Este movimento de deslocação forçada é o símbolo de um estado de guerra que nunca acaba”, lamentou Filippo Grandi. Para o alto comissário, esse é um contexto que exige aos líderes internacionais um maior investimento da promoção da paz e na reconstrução dos países devastados, além, naturalmente, de uma maior abertura no acolhimento de refugiados dentro das suas fronteiras. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A grande maioria destas populações provenientes de Estados falhados ou em guerra, está a ser recebida em países vizinhos onde as dificuldades são em muitos semelhantes: pobreza, tensões sectárias, etc. De acordo com o relatório anual do ACNUR, divulgado esta segunda-feira, os países em desenvolvimento abrigam 84% dos refugiados do mundo. “Não vejo como podemos pedir aos países com menos recursos, em África, no Médio Oriente e na Ásia, que aceitem receber milhões de refugiados quando os países ricos se recusam a fazê-lo”, criticou Grandi. Apesar dos números dramáticos, o ritmo de deslocações abrandou ligeiramente em 2016 face ao ano anterior. E no ano passado também se assistiu a um maior movimento de regresso ao local de origem, ou realojamento num país terceiro: 6, 5 milhões de deslocados internos voltaram às suas casas, meio milhão de refugiados regressaram aos seus países e cerca de 190 mil candidatos a asilo foram reinstalados em 37 países.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Presidente diz que defender os refugiados é uma obrigação das sociedades democráticas
Marcelo Rebelo de Sousa deixa nota na página da Presidência no dia do refugiado. (...)

Presidente diz que defender os refugiados é uma obrigação das sociedades democráticas
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marcelo Rebelo de Sousa deixa nota na página da Presidência no dia do refugiado.
TEXTO: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta quarta-feira que a defesa dos refugiados em todo o mundo, mais do que um imperativo de consciência, é uma obrigação das sociedades democráticas. O chefe de Estado deixou esta mensagem no portal da Presidência da República para assinalar o Dia Mundial do Refugiado, numa altura de divisões na Europa sobre o acolhimento de migrantes e refugiados. "Associando-se à iniciativa das Nações Unidas, e recordando o empenhado papel de António Guterres como Alto-comissário para os Refugiados, o Presidente da República assinala neste 20 de Junho o Dia Mundial do Refugiado", lê-se na mensagem. Marcelo Rebelo de Sousa refere que Portugal preconiza "os valores da solidariedade, abertura e tolerância" e salienta "o amplo consenso nacional sobre o acolhimento e integração dos refugiados na sociedade portuguesa". "Valores que são a salvaguarda da dignidade das pessoas e dos direitos humanos. Defender o futuro dos refugiados em todo o mundo é mais do que um imperativo de consciência é uma obrigação de uma sociedade democrática, plural e competente", acrescenta.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos refugiado
Refugiados: A vida em Portugal? “Muito difícil”
Três famílias de refugiados de Miranda do Corvo têm o problema temporariamente resolvido, mas continuam a enfrentar dificuldades de integração. (...)

Refugiados: A vida em Portugal? “Muito difícil”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento -0.65
DATA: 2018-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três famílias de refugiados de Miranda do Corvo têm o problema temporariamente resolvido, mas continuam a enfrentar dificuldades de integração.
TEXTO: O caso das três famílias sírias de Miranda do Corvo levantou interrogações sobre o processo de integração dos refugiados em Portugal, tendo já levado a várias reacções de responsáveis políticos. Às próprias famílias, a situação levantou interrogações sobre o futuro próximo. Por agora, o corte de luz e água está resolvido. Os dois serviços, que tinham sido cessados há menos de uma semana foram retomados ao final de quarta-feira e um acordo para o alojamento entre as três famílias e a Fundação Assistência para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), a instituição que os acolheu no âmbito do programa de integração de 18 meses, foi alcançado. A tradutora Asma Ben Salem confirma por telefone que uma família de quatro pessoas e outra de cinco vão permanecer no edifício da ADFP até encontrarem outra solução. A outra família de quatro pessoas vai viver para outro apartamento na zona. Na manhã de quarta-feira, ao terceiro dia sem água nem luz, uma das mulheres abria porta ao PÚBLICO e fazia um resumo da situação num português hesitante: o corte deveu-se à falta de pagamento de renda que, desde o final do programa de apoio, a ADFP pede. São 340 euros por cada T3. “É muito caro. A Segurança Social paga a todas as famílias 500 euros. Com comer, luz, água, é muito difícil”, explica. Depois, há o processo de encontrar outra habitação. “Queremos sair, mas as casas são muito caras”, afirma, para acrescentar que há situações em que dizem que, se não for português, não arrendam. Para além da barreira linguística, há algum receio das consequências da exposição nestas famílias sírias. Pedem por isso que os nomes e as caras não sejam publicados. “Cheguei a Portugal para ter uma vida melhor”, não para isto, desabafa um jovem de 21 anos, acrescentando que já houve quem lhes tivesse dito directamente que não gosta de árabes. “Não sei o que vamos fazer depois se não pudermos arranjar uma casa”, desabafa. As três famílias viviam em Damasco, que deixaram há seis anos. Voltar não é opção e as casas foram destruídas. Seguiram-se quatro anos no Egipto, com jornadas de trabalho de 17 a 18 horas, conta um deles, e detenções arbitrárias de sírios mais jovens pelas autoridades do Cairo. Quando a possibilidade de vir para a Europa chegou via Organização Internacional das Migrações, o destino não lhes foi dado a escolher. No entanto, agora, dada a situação, um dos mais velhos já equaciona voltar ao Egipto, onde pelo menos tem a língua em comum. “Lá pode trabalhar, aqui não”, diz ao lado da esposa o homem de 67 anos, que se vai explicando com a tradução do neto de 21. Quando veio, pensou “que a vida ia melhorar”. Ao dizer isto, fazem uma pausa, emocionam-se e cobrem a cara com as mãos. O casal de idosos vive num apartamento que a ADFP arrendava até ao final de Outubro no âmbito do programa. Ao não pagarem da renda deste mês, o senhorio cortou também a água e a luz. As dificuldades de integração reflectem-se no dia-a-dia, diz o jovem, que fala de exemplos que vão desde dificuldades em compreender o que está a ser leccionado nas escolas ao problema em a avó se fazer entender quando foi atendida no Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC). O gabinete de comunicação do CHUC explica que nunca lhe foi “reportada nenhuma questão que não tenha ficado resolvida” na comunicação entre doentes estrangeiros e médicos, admitindo que possa ter acontecido. O PÚBLICO tentou contactar a direcção do Agrupamento de escolas de Miranda do Corvo, sem sucesso. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Durante o ano e meio de programa, os refugiados tiveram direito a casa apetrechada e com água, luz e gás sem custos, explica a coordenadora do programa de acolhimento de refugiados da ADFP, Paula Santos. Além disso recebem também um apoio monetário que, no caso de uma família de cinco pessoas, se fixa em “aproximadamente 1000 euros por mês”. São igualmente inseridos no programa Português para Todos do Instituto do Emprego e Formação Profissional, assim que recebem a documentação portuguesa. Jaime Ramos, que preside à ADFP, tem uma versão diferente da contada pelas três famílias. “No final do processo [de 18 meses], é suposto que organizem projectos de vida”, enfatiza. “Estas famílias optaram, ao contrário das outras, por nunca aceitarem propostas de trabalho”, acrescentando também que as famílias “não queriam assumir nenhuma despesa” e que recebem entre 650 a 800 euros da Segurança Social. Todavia, Jaime Ramos diz que, “por este conjunto, não podemos estigmatizar os outros”. Desde 2015 que a instituição já acolheu 88 refugiados, recebendo para isso apoio do Estado e da Comissão Europeia. O médico e político que há 31 anos fundou a ADFP sublinha também que os apartamentos onde as famílias estão instaladas são novos. Ainda assim, com marcas evidentes de humidade nos tectos e paredes, mostra ao PÚBLICO uma das refugiadas, pouco antes de oferecer café sírio.
REFERÊNCIAS:
Iémen: 42 refugiados mortos em ataque de helicóptero
Um barco que transportava refugiados para o Sudão foi atacado por um helicóptero ainda não identificado. (...)

Iémen: 42 refugiados mortos em ataque de helicóptero
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento -0.2
DATA: 2017-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um barco que transportava refugiados para o Sudão foi atacado por um helicóptero ainda não identificado.
TEXTO: Um barco com refugiados foi atacado na noite de quinta-feira por um helicóptero Apache não identificado. Do ataque resultaram 42 mortos, avançaram a BBC e a AFP, citando a Organização Internacional de Migração (IOM, sigla em inglês). Algumas das pessoas que morreram eram somalis que transportavam documentos das Nações Unidas, avança a AFP. As agências noticiosas dão conta de que entre os mortos estavam também mulheres e crianças, de acordo com a BBC. O barco fazia a ligação entre o Iémen e o Sudão e sofreu o ataque perto do estreito de Bab al-Mandeb, controlado pelos rebeldes huthi, e que serve de entrada no Mar Vermelho, junto à costa do Djibouti. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ainda não é certo quem terá atacado o barco de refugiados, uma vez que há várias forças envolvidas na guerra civil no Iémen. Contudo, o Guardian recorda que a Arábia Saudita, que lidera a coligação contra a rebelião xiita, tem helicópteros de ataque como o que terá sido usado. As últimas informações dão conta que 80 pessoas sobreviveram ao ataque. Shabia Mantoo, da agência da ONU para os Refugiafos (ACNUR), confirmou à Reuters a morte dos refugiados e contou que estes estavam a ser transferidos para o Sudão devido à deterioração das condições do local onde estavam. "Estamos angustiados por este incidente e o que sabemos é que os refugiados viajavam num barco ao largo da costa de Hodeida, que teria sofrido um impacto durante as hostilidades em curso".
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Um ex-juiz australiano quer trocar de vida com um refugiado
Jim Macken enviou uma carta ao ministro da Imigração australiano, Peter Dutton. O que propõe ao Governo é viver num dos centros de detenção de refugiados de Nauru ou Manus para que um dos detidos possa viver como cidadão australiano. (...)

Um ex-juiz australiano quer trocar de vida com um refugiado
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 9 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.066
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jim Macken enviou uma carta ao ministro da Imigração australiano, Peter Dutton. O que propõe ao Governo é viver num dos centros de detenção de refugiados de Nauru ou Manus para que um dos detidos possa viver como cidadão australiano.
TEXTO: Trocar de lugar com um refugiado. É esta a proposta do australiano Jim Macken, juiz reformado de 88 anos. Macken não se importa de viver o resto da sua vida num campo de refugiados australiano — em Manus ou Nauru — se isso significar que um refugiado pode sair e viver na Austrália como qualquer outro cidadão do país. Está tudo explicado numa carta de protesto enviada a Peter Dutton, ministro da Imigração e Protecção de Fronteiras australiano. "A razão de eu fazer esta proposta é simples. Não consigo continuar em silêncio enquanto homens, mulheres e crianças inocentes estão a ser mantidas em condições aterradoras na ilha de Manus e em Nauru", escreveu Macken, na carta à qual os meios de comunicação australianos tiveram acesso. "Só tenho mais uns anos de vida, mas um refugiado que venha para cá pode ter 50 anos de vida, por isso não é um grande feito no meu ponto de vista", declarou Macken à SBS News. Este antigo juiz do tribunal da comissão industrial do estado australiano de Nova Gales do Sul (nomeado pelo sindicato) foi premiado com o estatuto de membro da Ordem dos Advogados da Austrália em 2003. Pretende agora dar a uma pessoa a possibilidade de continuar a sua vida como cidadão australiano, nem que para isso lhe seja retirada a sua cidadania. "[Os que estão detidos nos campos] sabem que é preferível imolarem-se do que viverem em condições de detenção australiana", expôs Macken num artigo publicado em Maio no site australiano de notícias independente New Matilda. Para ele, as pessoas que se encontram nestes centros de detenção para imigrantes — que são geridos por empresas privadas — estão a ser usadas como exemplos disuasores para quem pensa em pedir asilo na Austrália. "O Governo australiano está essencialmente a tratar os refugiados nestes campos como escudos humanos e isto é completamente imoral. Como isto está a ser feito em meu nome, não posso continuar em silêncio", afirmou Macken. "Consideraria um privilégio viver os meus últimos anos em Nauru ou na ilha de Manus", disse, numa afirmação que garante ser sincera e feita sem estar à espera de qualquer publicidade. É uma ideia de quem não tem mais nada a perder. No entanto, Manus e Nauru não parecem os sítios em que alguém queira passar o resto da sua reforma. No dia 10 de Agosto, o Guardian divulgou relatórios sobre incidentes ocorridos dentro do campo de refugiados em Nauru, que ocorreram entre 2013 e 2015. A leitura dos documentos concede acesso a alguns detalhes da vida das pessoas que lá vivem, o dia-a-dia de abusos de quem vive em tendas, sem condições e constantemente sob os olhares de guardas. São mais de dois mil incidentes reportados durante três anos. Uma empresa de segurança que opera nestes campos anunciou a 1 de Setembro que ia abandonar os centros assim que o seu contrato expirar. O Governo australiano fica assim sem uma entidade que regule os campos. Esta decisão vem no seguimento de outra empresa ter dito que ia retirar-se assim que o vínculo terminar em Outubro de 2017. Ainda em Agosto, já depois dos relatórios terem sido publicados, o Governo australiano assegurou que ia encerrar o campo de Manus, localizado na Papuásia-Nova Guiné — cujo Supremo Tribunal considerou, em Abril, que a detenção dos refugiados era inconstitucional. Peter Dutton, ministro da Imigração australiano, avançou que iria propor mudanças na lei da imigração para impedir que os refugiados que saíssem das instalações de Manus entrassem na Austrália. O ministro, membro do Partido Liberal da Austrália, disse que contava com o apoio do Partido Trabalhista Australiano (oposição)para a aprovação dessas alterações, noticiou a ABC Australia. No entanto, o partido da oposição quer que seja feita uma investigação sobre a forma como o Governo lidou com estas pessoas. "Queremos que esta investigação seja séria", disse Shayne Neumann, porta-voz dos trabalhistas em questões de imigração. "A Austrália tem uma obrigação de tratar estas pessoas com decência e humanidade. A resposta do Governo aos relatórios tem sido até agora exagerada e fabricada", apontou Neumann, citado pelo Guardian Australia. O destino de cerca de 850 pessoas está neste momento por definir, a data de encerramento também. As opções de realojamento são limitadas: permanecer na Papuásia-Nova Guiné ou voltar ao país de origem. Peter O’Neill, primeiro-ministro da Papuásia-Nova Guiné, garantiu que tanto o seu país como a Austrália estavam de acordo com o encerramento do centro em Manus. Não foram apontados mais pormenores sobre o que se segue. Quanto a Nauru, o centro continuará aberto para, segundo Dutton, impedir que barcos que transportem imigrantes cheguem ao seu país. Os problemas mais comuns apontados por parte dos detidos e reunidas nos documentos que foram agora apelidados de Nauru Files são a automutilação. As tentativas de suicídio também são comuns dentro do campo. Há quem use objectos afiados para se cortar, há quem ingira produtos químicos como repelentes para insectos. Mais de metade dos 2116 casos envolve crianças — são 1086 —, apesar de serem apenas 18% do total de detidos em Nauru na altura em que os relatórios foram preenchidos. Há sete relatórios de abuso sexual a crianças, 59 de agressão, 30 crianças que se automutilaram e 159 relatos de quem ameaçou fazê-lo. As identidades das vítimas foram protegidas, os nomes e as idades estão ocultados na base de dados dos Nauru Files. Seguiram-se protestos pacíficos organizados em várias cidades australianas a favor da entrada de refugiados no país e a exigir o encerramento destes centros. Reuniram-se centenas de pessoas em Sydney, Melbourne, Perth, Brisbane, Adelaide, e até nas embaixadas australianas em Londres e em Tóquio. Organizaram-se vigílias. Em Londres, os manifestantes encenaram uma leitura dos documentos em frente à Casa da Austrália (que faz o serviço consular). A narração das histórias de abuso e tortura que se viveram em Nauru foi conduzida pela International Alliance Against Mandatory Detention. "A duração, monotonia e repetição usada na leitura de cada ficheiro ecoa na normalização da violência tolerada por refugiados em detenção indefinida", explicou Sarah Keenan, uma das responsáveis pela iniciativa na capital inglesa. Em Melbourne, Jane Willey, antiga professora em Nauru, deu o seu testemunho perante uma multidão que a ouvia. Contou a sua experiência e denunciou alguns dos incidentes que presenciou. Um jornalista curdo-iraniano, Behrouz Bouchani, contou ao Guardian que o cenário de abuso em Manus é semelhante. "Vi ataques físicos, morte, abusos sexuais e tortura. Vi recusa deliberada de cuidados médicos, até para condições sérias com possível risco de morte. Se vissem o que está a acontecer aqui, não teriam dúvidas de que é um sistema de castigo deliberadamente cruel", descreveu Bouchani. "O objectivo é manter a pressão ao Governo de [Malcolm] Turnbull [primeiro-ministro australiano]. Pensamos que as políticas sobre os refugiados estão a desmoronar", comentou Chris Breen, porta-voz do Refugee Action Collective, um dos organizadores deste protesto. Já Jim Macken continua sem resposta à sua carta desde dia 21 de Agosto. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O ministro Dutton não se pronunciou. Quando o antigo juiz escreveu ao primeiro-ministro australiano, e ao líder do partido trabalhista, Bill Shorten, também não houve qualquer comentário. Apesar de Macken ser membro vitalício do Partido Trabalhista Australiano — tem condenado o apoio do seu partido a esta forma de processamento dos pedidos de asilo. "Acredito que tem um poder considerável que poderia ser usado para acabar com esta situação vergonhosa de uma vez por todas", acusou na sua carta dirigida a Shorten. Para Jim Macken este é um assunto de carácter humanitário — um carácter que a Austrália perdeu, disse. "Não sei porque razão o fizemos, mas fizemos". Texto editado por Ana Gomes Ferreira
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens lei humanos violência imigração suicídio campo tribunal sexual mulheres refugiado abuso
É possível integrar bem os refugiados? Em Portugal há bons exemplos
Os Ateka e os Dzay são duas famílias, a primeira é síria e a segunda curda iraquiana. Não se conhecem, mas em comum têm uma história de países de origem em guerra, de fuga, de viagens com risco de vida, de campos de refugiados e de chegada a um país desconhecido, Portugal. (...)

É possível integrar bem os refugiados? Em Portugal há bons exemplos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.35
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os Ateka e os Dzay são duas famílias, a primeira é síria e a segunda curda iraquiana. Não se conhecem, mas em comum têm uma história de países de origem em guerra, de fuga, de viagens com risco de vida, de campos de refugiados e de chegada a um país desconhecido, Portugal.
TEXTO: Quando Hend Ward começa a contar os números até dez em árabe, há duas dezenas de crianças que repetem: "Wahed, teneen, talateh, arba'a, khamseh. . . ” É como se fosse uma canção que os meninos do colégio católico entoam com a auxiliar, que usa hijab. Hend Ward é síria e vive em Portugal depois de ter fugido à guerra com o marido e os filhos; são a família Ateka. Também a curda iraquiana Frmesk, que foi acolhida e trabalha num outro colégio, em Braga, onde os quatro filhos estudam gratuitamente. Tal como os Ateka, a família Dzay faz parte de um grupo de refugiados que instituições portuguesas acolheram e procuram integrar. São pessoas que contrariam a ideia de que o país é apenas um ponto de passagem para outros lugares. Em 2016, Portugal concedeu estatuto de refugiado ou protecção internacional a 400 pessoas, duas vezes mais do que em 2015, de acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre migrações, divulgado no Dia Mundial dos Refugiados. O documento aponta que em dois terços dos casos foi dado visto humanitário e aos restantes estatuto de refugiado. Entretanto, a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), criada em 2015 para acolher e integrar refugiados através de instituições locais, já recebeu cerca de 700 pessoas. Destas, metade ainda está em Portugal. “Destes mais de metade são crianças para quem a vida se tornou sinónimo de normalidade, brincando em segurança, tendo acesso à educação e saúde, estando junto dos pais”, sublinha o coordenador da PAR, Rui Marques. A PAR nasce por iniciativa da sociedade civil para dar uma resposta à actual crise mundial de refugiados. “Para muitos a opção foi ficar em Portugal e aqui ter o seu porto de abrigo até que o seu país volte a ter paz. Outros procuram juntar-se a familiares e amigos que estão noutros países europeus, o que é perfeitamente compreensível”, continua Rui Marques. Foi o que aconteceu com os curdos Dzay que 15 dias depois de chegarem a Portugal, viajaram para a Alemanha para Shyda Dzay, 36 anos, ser submetido a uma intervenção cirúrgica ao coração. Por lá ficaram nove meses, até que há três, a polícia bateu-lhes à porta “às duas da madrugada e deportou-nos para Portugal”, recorda o homem, sentado no sofá da sala da casa de Braga, rodeado pela mulher e os quatro filhos. Na altura, a família foi realojada por Helena Pina-Vaz, directora do Colégio Luso Internacional de Braga (CLIB) e que faz parte da comissão-executiva da PAR, que, tal como todas as instituições anfitriãs do programa tem a responsabilidade de cuidar das famílias de refugiados, integrá-las na comunidade e ajudá-las a tornarem-se autónomas. Esta é uma das alternativas que Portugal encontrou para apoiar os refugiados que continuam a chegar à Europa através de rotas como a dos navios Aquarius e Lifeline que tiveram recentemente os holofotes voltados para eles. O ministro da Administração Interna português já divulgou que “vai receber cerca de 30” das mais de duas centenas de refugiados a bordo do Lifeline. Há uma semana, a União Europeia chegou a acordo sobre a migração e decidiu criar plataformas de desembarque de migrantes fora da Europa, assim como criar, de forma voluntária, centros de identificação de refugiados. “Trato os meninos como se fossem meus filhos. Gosto muito de trabalhar com as crianças”, confessa Hend Ward, 30 anos, enquanto mima as crianças do colégio Sol dos Pequeninos, em Miramar, Vila Nova de Gaia, com beijos. Os abraços e os afectos multiplicam-se entre as crianças e a auxiliar de educação, que ali trabalha há mais de um ano. “A Hend é uma de nós e o lenço na cabeça não causa qualquer receio nas crianças nem em nós”, declara Joana Pinto, educadora de infância da sala dos dois anos, onde a síria é auxiliar. “As crianças procuram-na para brincar, para mimos ou até mesmo quando se magoam “, continua. Hend faz parte da rotina das crianças. “Recebo-os de manhã quando chegam ao colégio, brinco com eles, dou-lhes de comer, ajudo-os a acordar e a vestir depois da sesta”, conta entusiasmada por “ser tão bem acolhida pelos colegas e pais das crianças” sem qualquer preconceito ou juízo de valor por ser refugiada, tal como aconteceu com o marido Alamir Ateka, de 38 anos, na fábrica onde trabalha, e com os filhos Abdul e Batoul, um rapaz e uma rapariga de 11 e sete anos respectivamente. Todos se sentem bem integrados depois de terem sido acolhidos já lá vão dois anos, vindos do campo de refugiados na Grécia. E depois de terem fugido de Alepo, na Síria. “Esta é uma história de bondade humana, de como se acolhe e integra uma família que confiou em nós. Todos os que aqui estamos recebemos muito mais do que damos”, vai dizendo Sónia Aires, directora do colégio Sol dos Pequeninos onde Hend trabalha, durante a missa, no Centro de Reflexão e Encontro de Universidades (CREU), no Porto. A ouvi-la está também a família Ateka, que é muçulmana. “O que está em causa são as pessoas e não o islamismo. São pessoas a quem Deus nos pede para acolher. Não é a diferença que as torna menos válidas”, ressalva o padre José Eduardo Lima, superior da Comunidade de Jesuítas do Porto, que integrou a equipa que remodelou a casa onde a família vive. “Nós Te pedimos, pela Tua ardente intercessão, que derrubes este muro, os muros dos nossos corações e todos os muros que geram ódio, violência, medo e indiferença, entre os homens e entre os povos”, escuta-se na capela a “Oração a Nossa Senhora que derruba os muros”. De seguida, Alamir reza em árabe. Em Braga não foi muito diferente. “Acolhemos as famílias, e já vamos na sexta, por uma questão de humanidade”, diz Helena Pina-Vaz. “Sempre me fizeram confusão as situações de emergência e ficar numa cadeira a ver tudo acontecer”, elucida. Os Dzay só têm a agradecer: “A Helena faz tudo por nós”, diz Frmesk, 30 anos. O marido Shyda, 36 anos, acrescenta que Helena “está no coração da família, para sempre”. Uma mão não chega para enunciar as situações em que a directora do colégio – que as quatro crianças curdas frequentam com uma bolsa –, os ajudou, como, por exemplo, o dinheiro que adiantou para Frmesk comprar os óculos. Helena vai respondendo com um enorme sorriso e dizendo “está muito contente com eles, que são uma família muito simpática e trabalhadora”. Com o dinheiro que já amealharam, desde que chegaram a Portugal, os Ateka já compraram um carro que Alamir conduz para ir para o trabalho. “Foi um filme para ter a carta de condução que não era reconhecida cá. Agora tem uma carta internacional pedida na Síria que lhe dá autorização para conduzir durante um ano”, revela Maria João Jardim, uma das voluntárias da instituição de acolhimento. “Foi fundamental para terem a sua autonomia e a fábrica onde trabalha é afastada da casa”, justifica Sónia Aires. Alamir é cortador de tecidos e estofador na empresa de mobiliário Soft Crafts, em Gondomar, um trabalho que faz com imensa facilidade porque já era chefe numa fábrica do ramo, que pertencia à sua família, em Alepo. Gostava de, um dia, ter uma fábrica em Portugal semelhante à que tinha para poder dar uma vida melhor aos filhos. “Sei fazer o sofá do princípio ao fim e até costurar”, diz de caneta presa numa das orelhas, enquanto corta um tecido com uma tesoura de grande porte e vai apontando para o outro lado do armazém onde tem um espaço com o seu nome em árabe e em português e onde estofa o mobiliário. O gestor da empresa Carlos Matos considera-o “um excelente trabalhador e um dos melhores funcionários”. “É muito despachado, inteligente, uma mais-valia para a empresa porque traz ideias novas”, acrescenta Rute Almeida, dos recursos humanos. Apesar de Alamir não falar correctamente português, convive bem com os colegas com quem joga futebol. “É uma pessoa muito querida na empresa e sabemos que vem de uma cultura diferente”, resume Carlos Matos, referindo que todos respeitam quando Alamir vai rezar no intervalo ou quando, há pouco tempo, cumpriu o Ramadão. Também a família Dzay sonha ter uma vida melhor em Braga e Shyda, que sempre trabalhou na construção civil, gostaria de construir a sua própria casa. Agora, a família vive num T3 no centro da cidade. O sonho pode vir a ser concretizado, porque Helena Pina-Vaz está “a tentar adquirir um terreno para construírem”. E ajudas não deverão faltar na construção graças aos voluntários da Habitat for Humanity Portugal, uma organização cristã dedicada à eliminação da pobreza habitacional, de que Helena Pina-Vaz é presidente. Enquanto não tem a sua casa, Shyda constrói edifícios para os outros e “a empresa de construção civil onde trabalha há um mês está muito contente com o fantástico trabalho dele e até decidiu pagar mais do que o salário mínimo”, conta a directora do colégio. Shyda sorri satisfeito, mostrando no telemóvel fotografias dos trabalhos especializados, como de cerâmica, que fazia no Curdistão iraquiano por conta própria com uma equipa a seu cargo. “Até deixar de haver mármore por causa do Daesh e ficar sem trabalho”, lamenta o curdo, pertencente a um dos três grandes grupos étnicos iraquianos. Também a mulher é elogiada pelo seu trabalho no CLIB. “A cozinheira considera-a muito boa trabalhadora”, confirma Helena Pina-Vaz, enquanto a filha Sham, 11 anos, traduz do inglês para o curdo o que a responsável acaba de dizer. Frmesk devolve um sorriso, pois apenas fala curdo e a menina ainda sabe poucas palavras em português. O dia 17 de Maio de 2016 está na memória dos Ateka. Chegaram ao aeroporto de Lisboa e tinham um grupo de nove pessoas à sua espera, entre elas estava Sónia Aires, do colégio onde Hend agora trabalha. “Vimos pessoas sorridentes e percebemos logo que iríamos ficar bem”, conta enquanto mostra no telemóvel as fotografias desse dia. Hend ainda se comove quando recorda a chegada à casa “muito limpinha e mobilada, que até bonecas tinha”. “Senti logo que era a minha casa e fiquei muito feliz”, conta. De tão cansada, “só queria deitar-me e não lembrar mais o que passámos para aqui chegar”, continua. Então, a família foi rodeada por dezenas de voluntários, uns que já lhes tinham remodelado a casa, outros que os levaram às consultas médicas ou a tratar de documentos e outras burocracias. “Para a semana vamos buscar os passaportes deles a Vila Real, porque no Porto é indefinido o tempo de espera”, relata Sónia Aires. Também a educadora Cátia Gama, do Sol dos Pequeninos, levou os meninos a passear, à praia e à piscina, e o Natal foi passado na casa de Sónia Aires. “O difícil era a mesmo falar a língua. A Nadia – marroquina que é casada com um português e são vizinhos da família – ajudou muito nas traduções”, lembra Hend. “Ia ao médico com eles para traduzir e depois já me telefonavam para fazer de intérprete”, conta, por seu lado, Nadia Ettaquass. Hend já não se imagina a viver noutro país. “Eu gosto de aqui estar. Temos trabalho, amigos e os meus filhos andam bem na escola”, suspira de alívio. Também os Dzay gostam “muito de viver em Braga”, assegura Frmesk. “Temos trabalho, casa e amigos e não queremos regressar ao Curdistão iraquiano, porque não temos família e não é seguro para os nossos filhos devido aos ataques do Daesh”, continua. O filho Darya, 14 anos, acrescenta que “nunca poderia ser alguém no Iraque porque não há oportunidades como em Portugal”. Ele sonha ser “como Cristiano Ronaldo” mas, até lá, ainda tem muitos golos para marcar e muito que estudar, por enquanto está no 6. º ano no CLIB onde tem “bons amigos”. O mesmo dizem os irmãos Sham, de 11, que quer ser ginasta ou médica, Mohannad, de oito, e Tablo, de quatro anos, que percorrem os corredores do colégio com um enorme à vontade como se já o frequentassem há muito e não apenas há três meses. Tudo parece bom, excepto os preços das coisas. “É tudo caro”, queixa-se a síria Hend. Até Maio, a família tinha apoio do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas terminou, diz Sónia Aires. Durante dois anos, as famílias recebem uma bolsa mensal de 150 euros por cada adulto e 75 euros por menor para fazer face às despesas. Rui Marques, da PAR, explica que “as famílias conhecem, desde o início, a duração do apoio e as condições subjacentes. Assinaram um acordo de acolhimento, na sua língua materna, com essa informação”. Por isso, realça: “compete-lhes um esforço para se tornarem autónomas. As que não conseguirem terão da parte do Estado português o apoio similar aos portugueses nas mesmas circunstâncias. Creio, no entanto, que será uma minoria que enfrentará essa necessidade”. “Já sabíamos que [o subsídio] iria acabar e começámos a juntar dinheiro. Vamos pagar 200 euros de renda mensais durante cinco anos”, informa Hend. “Quando começámos a ver as notícias no Verão de 2015 e vi as imagens na televisão daquela criança síria morta a dar à costa na praia, interroguei-me logo ‘como é possível? O mundo está virado do avesso e estamos aqui tranquilamente. . . ’ Ocorreu-me logo a pergunta: ‘Senhor, o que queres que faça?’”, lembra Sónia Aires. Logo depois lembrou-se de acolher uma família e tudo ficou mais fácil com o surgimento do projecto PAR com o mote “Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar”, de Sophia Mello Breyner Andresen. O passo seguinte foi inscrever na plataforma o colégio Sol dos Pequeninos como instituição anfitriã de acolhimento e que sempre trabalhou causas humanitárias. “Tem muito a ver com vontade e acreditar, e as coisas acontecem, porque sem grande esforço tínhamos cerca de 70 voluntários a ajudar”, diz. Quando a família Ateka chegou a Portugal, ficou muito admirada “como é que havia tantas pessoas a ajudar a troco de nada”, gente com profissões diversas, médicos, professores, engenheiros. Em Braga não foi muito diferente. Helena Pina-Vaz, directora do CLIB, também sentiu que não podia baixar os braços, acostumada que está com causas humanitárias, é voluntária na construção de casas em Moçambique, Quénia, Bolívia e Camboja. Também para este último país já levou várias vezes alunos do colégio para participarem em projectos de voluntariado. Foi como um chamamento, confessa. “Passámos o Verão de 2015 a ver estas notícias. Chorar e ter pena não era suficiente. Pensámos em acolher uma família e envolver o colégio”, recorda. No início do ano lectivo, os alunos começaram a juntar alimentos, roupas e a angariar dinheiro para a renda de uma casa, mas depois já não foi preciso porque alguém cedeu uma habitação. A criação da PAR não poderia vir em melhor altura. “Fomos uma das primeiras instituições anfitriãs a acolher famílias. Passamos a ser responsáveis por encontrar-lhes casa, emprego, ajudar com o português, e temos bolsas para as crianças poderem frequentar esta escola durante dois anos”, enumera. O primeiro casal com quatro filhos, vindo da Grécia, chegaria em Maio de 2016, e um ano depois foi para a Alemanha. Em Setembro, acolheria outro casal sírio com um bebé, que decidiu mudar-se para Lisboa onde tinha pessoas conhecidas. Em Fevereiro de 2017, viria um casal com um menino de três anos que também se mudou para a Alemanha. Em Maio de 2017 foi a vez de uma família síria com dois meninos que ainda frequentam o colégio. E depois outra família síria que tinha sido acolhida na Turquia e que também tem um menino na mesma escola. A sexta família são os Dzay. “Tinha uma vida boa em Alepo, na Síria, há sete anos até que, um dia, durante o Ramadão, acordámos às sete da manhã com muito barulho, pessoas a fugir e a gritar”, recorda Hend com os olhos a marejar. “Fugimos a correr, de pijama, só com alguns documentos por causa dos bombardeamentos”, continua comovida. “Batíamos à porta das pessoas, a pedir ajuda e elas davam-nos dinheiro para comprarmos leite e fraldas. ” Então, o filho tinha cinco anos e a filha oito meses e “só chorava porque queria leite”. Alamir arranjou emprego, mas tiveram de fugir para Tartus, só que voltariam a ter de se mudar, desta vez para a Turquia, para que Alamir não fosse destacado para a guerra. Mas não ficariam por ali. “Viajámos, durante três horas, com 35 pessoas, numa carrinha frigorífica onde transportavam carne. Nunca irei esquecer a cara da minha filha, na altura com quatro anos, a ficar muito azul. A menina só chorava e eu com a minha cara encostada à porta quase sem conseguir respirar”, vai desfiando, enquanto mostra uma fotografia do barco pequeno atolado de gente, no qual viajaram para a Grécia. Passariam depois para um barco maior que os levaria para terra e a polícia encaminhou-os para um campo de refugiados. “Era muito mau, porque dormíamos oito pessoas numa tenda pequena, não tomávamos banho e os meus filhos choravam muito de frio. ” Iriam depois para um pavilhão onde dormiam nas bancadas e mais tarde para a Macedónia, onde pernoitavam em tendas, à espera que abrissem fronteiras para conseguirem juntar-se a familiares na Alemanha. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “O dinheiro já tinha acabado, mas fomos alojados num hotel na Grécia e andávamos sempre a mudar de sítio. ” Certo dia, recorda, “telefonaram a informar que iríamos para Portugal e fomos logo ver à Internet que país era este e onde ficava”. Alamir sorri, aliviado: “Vimos que tinha muitas fábricas de cerâmica, peixe, vinho, turismo, sol e bom tempo. ” O filho Abdul ainda se recorda “de fugir, ser muito cansativo, tínhamos de dormir no chão à chuva e andar muito”. Também a família Dzay fugiu, em 2016, por causa da guerra no Curdistão iraquiano para a Turquia, onde estiveram duas semanas. Fizeram duas viagens de barco, num mais pequeno com cem pessoas e noutro maior, em dois dias, para dois locais diferentes da Grécia, até chegarem ao campo de refugiados de Idomeni. Por ali ficaram durante três meses à espera de uma solução. “Era má a vida no campo. Em 20 dias só tomamos banho uma vez”, recorda Frmesk. Foram depois recolocados, durante 14 meses, num hotel “sem fazer nada, à espera dos papéis” para serem acolhidos num país europeu, neste caso Portugal. Daqui decidiram seguir para a Alemanha até serem obrigados a regressar. “Portugal tem um dos contextos menos negativos para o acolhimento e integração de refugiados na Europa”, acredita Rui Marques, acrescentando que o país “tem sido muito elogiado internacionalmente e a PAR recebeu o Prémio Cidadão Europeu no Parlamento Europeu, [em 2017], o que é um incentivo para fazer melhor e com mais qualidade”. Mas, ressalva, “é importante que o Estado português melhore os procedimentos burocráticos e a sua exasperante lentidão nalguns casos”. Mais, continua, “há um grupo significativo de famílias acolhidas cujo processo de integração na sociedade portuguesa está a decorrer muito bem. Outras há que, por vários motivos, têm mais dificuldade nesse processo”. Mas, modo geral, refere, “o balanço é muito positivo e é um grande desafio com muitos obstáculos para ultrapassar que vão desde as marcas da experiência traumática que viveram, cultura, língua diferentes, saudades de casa, preocupação com os seus que ficaram para trás, bem como as dificuldades que encontram na burocracia em algumas das nossas instituições e a incerteza quanto ao futuro”. Os Ateka e os Dzay não se conhecem, mas em comum têm uma experiência de integração com o apoio das instituições ligadas ao PAR.
REFERÊNCIAS:
Religiões Islamismo