O Twitter enche-se de sátiras às declarações de Trump sobre a Suécia
Desde que Donald Trump e a Fox News ligaram a imigração a um alegado aumento da criminalidade na Suécia, as redes sociais reagiram e mostraram as ameaças no país que vão desde renas a... homens nus. (...)

O Twitter enche-se de sátiras às declarações de Trump sobre a Suécia
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 14 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.35
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desde que Donald Trump e a Fox News ligaram a imigração a um alegado aumento da criminalidade na Suécia, as redes sociais reagiram e mostraram as ameaças no país que vão desde renas a... homens nus.
TEXTO: No último domingo, o Presidente americano, Donald Trump, referiu-se a um incidente ocorrido na sexta-feira à noite na Suécia, sugerindo um ataque terrorista. O problema é que nada de anormal se passou no país nesse dia. As redes sociais começaram quase de imediato a reagir com humor às declarações do Presidente. No dia seguinte ao discurso, Trump justificou a menção ao suposto ataque na Suécia com uma reportagem que havia visto na Fox News, onde se liga o aumento da imigração às supostas crescentes taxas de criminalidade, argumento que já foi contrariado desde então. Mas nem assim os internautas perdoaram e foi já criada no Twitter a hastag #LastNightInSweden (a noite passada na Suécia), onde as pessoas dão largas à imaginação para satirizar o Presidente norte-americano. Alguns utilizam imagens de renas, bonecos de neve ou… homens nus, para demonstrar a ameaça referida por Donald Trump e pela reportagem da Fox News. Nem os Abba ou a IKEA, dois dos maiores cartões de visita da Suécia, escaparam ao humor na Internet. #lastnightinsweden pic. twitter. com/ETFIvGJcGXAccording to #WhiteHouseIntelligence four were arrested #lastnightinsweden after yuge fashion massacre a few years ago. pic. twitter. com/Ehcwt86uWpAfter the terrible events #lastnightinSweden , IKEA have sold out of this: pic. twitter. com/Bs1XI7ffKGBREAKING: Swedish police issue first photofit of heavily-armed terrorist. #lastnightinsweden #swedenattack pic. twitter. com/xauLq9kjGNI'm safe! In fact, we're all safe here in Sweden. #lastnightinsweden @POTUS @realDonaldTrump pic. twitter. com/tdZnX0O0QnPresident Trump referenced the horrible incident in Sweden last night. Here's a photo of the chaos: #LastNightInSweden pic. twitter. com/7R5gGly8gkSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. First picture of terror suspect! #lastnightinsweden pic. twitter. com/imckrXnOjlPray for Sweden. #LastNightInSweden #SwedenIncident pic. twitter. com/NKnDzMepZY #stoptrump @LBC#lastnightinsweden : Mass immigration from the north, due to global warming. pic. twitter. com/fJ8nMLKREP
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens imigração ataque
Itália, Espanha e Malta não recebem migrantes resgatados pelo Aquarius
Embarcação com 141 pessoas resgatadas na costa da Líbia está novamente no mar à procura de porto seguro para atracar. Itália e Malta têm os seus portos fechados e Espanha diz que não é, desta vez, destino seguro para os migrantes. (...)

Itália, Espanha e Malta não recebem migrantes resgatados pelo Aquarius
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Embarcação com 141 pessoas resgatadas na costa da Líbia está novamente no mar à procura de porto seguro para atracar. Itália e Malta têm os seus portos fechados e Espanha diz que não é, desta vez, destino seguro para os migrantes.
TEXTO: A Itália rejeitou receber nesta segunda-feira as 141 pessoas resgatadas na semana passada pela embarcação humanitária Aquarius na costa da Líbia, provocando outro impasse entre os aliados da União Europeia sobre quem os recebe. O Aquarius, operado pela organização franco-alemã SOS Mediterranee e pelos Médicos Sem Fronteiras, resgatou estas pessoas em duas operações separadas e está agora em águas internacionais entre Itália e Malta. Malta disse no sábado que não iria receber o barco enquanto Espanha argumentou que os seus portos não são destinos seguros para a embarcação, pois não são os que estão mais próximos da sua localização. Desde 2014 que mais de 650 mil migrantes chegaram a território italiano, levando Roma a acusar os parceiros europeus de não partilharem o fardo de cuidar daqueles que chegam à Europa. O Aquarius passou nove dias no mar em Junho depois de o novo Governo italiano ter fechado os portos a todos os barcos humanitários, apelidando-os de “serviço de táxi” e acusando-os de ajudar traficantes de pessoas, algo que as organizações rejeitam. “Pode ir para onde quiser, não para Itália!”, disse nesta segunda-feira no Twitter o ministro do Interior italiano e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, mencionando França, Alemanha, Reino Unido e Malta como possíveis destinos. “Parem os traficantes de pessoas e os seus cúmplices”, acrescentou. O ministro dos Transportes, Danilo Toninelli, que gere os portos e a guarda costeira, afirmou que o país da bandeira da embarcação, que é de Gibraltar, deve assumir a responsabilidade. “Neste ponto, o Reino Unido deve assumir a sua responsabilidade de salvaguardar os náufragos”, escreveu no Twitter. O Governo de Londres não comentou as declarações de Toninelli. A Comissão Europeia esteve em contacto com vários Estados-membros para tentar resolver o “incidente” com o Aquarius, explicou Bruxelas, acrescentando que o Reino Unido poderia, teoricamente, ser considerado um destino, mas, na prática, não é possível levar o navio até lá. O centro de coordenação de resgates de Malta informou no sábado o Aquarius que não o iria receber, de acordo com as organizações que operam a embarcação. Nesta segunda-feira, as forças armadas de Malta revelaram ter resgatado 114 migrantes de um barco de borracha que se estava a encher de água a 53 milhas náuticas a sul da ilha mediterrânica. Estas pessoas serão transportadas para Malta. Em Junho, Espanha recebeu 630 migrantes resgatados pelo Aquarius. Mas, agora, Madrid não repetiu a oferta: “Neste momento, Espanha não é o porto mais seguro porque não é o mais próximo”, disse o Governo espanhol. Devido à pressão que chega de Malta e Itália a maioria dos navios humanitários já não está patrulhar a costa líbia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Apesar de as chegadas a partir da Líbia terem reduzido significativamente este ano, os traficantes de pessoas continuam a levar alguns barcos para o mar. A Amnistia Internacional estima que 720 pessoas morreram em Junho e Julho em alturas em que as embarcações humanitárias não estavam presentes. Prolongadas disputas entre os Estados-membros da UE sobre como lidar com a chegada de imigrantes trouxeram de novo esta questão à agenda europeia. Isto apesar de as chegadas no Mediterrâneo terem caído bastante desde o pico registado em 2015, período em que cerca de um milhão de pessoas chegaram às fronteiras europeias. A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) afirmou nesta segunda-feira que contabilizou 73. 500 “entradas de fronteira irregulares” este ano via mar e rota dos Balcãs, mais de 40% menos do que nos primeiros sete meses de 2017.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Supremo recusa permitir a Trump mudar regras de asilo
Presidente dos EUA queria dificultar o processo de concessão de asilo, forçando os candidatos a fazer o pedido num posto de fronteira, antes de entrar no país. Juízes disseram não. (...)

Supremo recusa permitir a Trump mudar regras de asilo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente dos EUA queria dificultar o processo de concessão de asilo, forçando os candidatos a fazer o pedido num posto de fronteira, antes de entrar no país. Juízes disseram não.
TEXTO: O Supremo Tribunal dos EUA recusou permitir que a Administração de Donald Trump aplicasse novas regras de concessão de asilo com o objectivo de negar esse direito a quem entrasse no país sem documentos através da fronteira do México. Numa votação 5-4, os juízes mantiveram a decisão emitida a 19 de Novembro por um juiz de São Francisco, Jon S. Tigar, que travou a ordem do Presidente que tirava o direito ao pedido de asilo a quem entrasse no país fora dos postos fronteiriços. O juiz considerou que Trump "não pode reescrever as leis de imigração para impor condições que o Congresso proibiu de forma expressa". O Supremo reforçou a posição de Tigar. Trump tinha emitido a ordem sob a forma de uma proclamação, assinada a 9 de Novembro, que na prática tinha como objectivo suspender um direito inscrito na lei dos Estados Unidos – o de ouvir qualquer pessoa que entre no país, seja de que forma for, sobre os motivos que a levam a pedir asilo. Mas esta medida, apresentada como uma resposta a uma marcha de milhares de imigrantes que se dirigiam para os EUA – e se concentram agora no México, junto à fronteira –, não tem força de lei. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A decisão de Tigar levou Trump a chamar-lhe, de forma pejorativa, “um juiz de Obama” – é verdade que este juiz foi nomeado pelo anterior Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Esta declaração levou o presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, a fazer uma declaração rara e inesperada: “Não temos juízes de Obama ou juízes de Trump, nem juízes de Bush ou juízes de Clinton. ”Roberts votou a favor da decisão de Tigar, afirmando-se na actual configuração do Supremo Tribunal dos EUA como o verdadeiro eixo central do conjunto de nove juízes.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Concentração em Lisboa contra separação de crianças migrantes nos EUA
Personalidades das mais variadas áreas apelam a protesto na quinta-feira, em Lisboa. (...)

Concentração em Lisboa contra separação de crianças migrantes nos EUA
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Personalidades das mais variadas áreas apelam a protesto na quinta-feira, em Lisboa.
TEXTO: Um grupo de personalidades das mais variadas áreas agendou para quinta-feira, 21, uma concentração, no Largo de Camões (19h) “contra a separação de crianças migrantes nos EUA”. "A existência de campos de detenção junto à fronteira entre os Estados Unidos e o México, onde pelo menos duas mil crianças imigrantes estariam encarceradas sem contacto com os seus pais e famílias, desde Maio deste ano, ofende os mais elementares princípios de humanidade”, começa por ser afirmado num texto divulgado esta terça-feira. As crianças, lê-se, “algumas apenas com seis anos de idade, terão sido propositadamente separadas dos seus pais pelas autoridades norte-americanas como forma de dissuadir os fluxos migratórios para os Estados Unidos”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Este facto, diz o texto, foi confirmado publicamente pelo presidente Donald Trump. “O conhecimento dos detalhes de toda esta prática só aumenta a nossa convicção de que estamos perante um acto cruel e de flagrante violação de direitos humanos”. Os vários signatários lembram ainda que as imagens publicadas pela comunicação social “mostram centros de detenção formados por jaulas onde as crianças são colocadas a dormir no chão com um cobertor térmico. Os centros estão iluminados 24 horas por dia, igualando condições próximas da tortura. ”“Manifestamos a nossa indignação e protesto veementes contra esta política desumana e indigna de qualquer sociedade civilizada e democrática, e exigimos que estas famílias sejam reunidas e livres de prosseguirem a sua vida. Certos de que esta reacção é largamente partilhada”, concluem. Entre os subscritores que convocam a concentração, encontram-se, entre outros, Ana Rita Bessa, André Freire, André Silva, António Pedro Vasconcelos, Camané, Fernando Negrão, José Eduardo Agualusa, Jacinto Lucas Pires, José Manuel Pureza, Lúcia Moniz, Manuel Carvalho da Silva, Mariana Mortágua, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Richard Zimler, Rita Redshoes. João Galamba, Capicua e Viriato Soromenho Marques.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Portugal vai receber 30 migrantes de navios humanitários
Ministro da Administração Interna diz que Portugal está articulado com Espanha e França. (...)

Portugal vai receber 30 migrantes de navios humanitários
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministro da Administração Interna diz que Portugal está articulado com Espanha e França.
TEXTO: Portugal está disponível para acolher 30 dos 244 migrantes que se encontram no navio humanitário Aquarius e em outras pequenas embarcações que estão a atracar em Malta, disse nesta terça-feira à Lusa o ministro da Administração Interna. "Portugal, Espanha e França articularam-se e, tal como já tinham feito em casos anteriores, mostraram uma disponibilidade comum para acolhimento e Malta autorizou a atracagem do navio. Haverá uma operação semelhante à que foi feita há um mês com o Lifeline", explicou Eduardo Cabrita. A decisão foi conjugada entre os Governos dos três países e comunicada à Comissão Europeia, mas há outros países que ainda estão a ponderar participar na ajuda a estes migrantes. "Entendemos que deve haver uma posição estável de nível europeu envolvendo todos. Não podemos andar aqui de solução ad hoc em solução ad hoc sempre que um navio está à deriva no Mediterrâneo", acrescentou o ministro, defendendo uma solução europeia integrada para responder ao desafio dos fluxos migratórios. A maioria (73) dos 141 imigrantes a bordo do Aquarius são menores de idade e 70% são naturais da Somália e da Eritreia, mas também há cidadãos do Bangladesh, Camarões, Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Marrocos e Egipto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda marfim
Portugal e cinco outros países acolhem os 141 imigrantes resgatados pelo Aquarius
Lisboa aceitou receber 30 pessoas, numa solução apoiada pela Comissão Europeia. Itália e Malta, os portos mais próximos, recusaram durante dias acolher a embarcação. Acordo inclui outros imigrantes que chegaram a Malta na segunda-feira. (...)

Portugal e cinco outros países acolhem os 141 imigrantes resgatados pelo Aquarius
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 21 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lisboa aceitou receber 30 pessoas, numa solução apoiada pela Comissão Europeia. Itália e Malta, os portos mais próximos, recusaram durante dias acolher a embarcação. Acordo inclui outros imigrantes que chegaram a Malta na segunda-feira.
TEXTO: Parado desde sexta-feira a cerca de 30 milhas das costas italiana e maltesa, no Mediterrâneo, na sequência da recusa de Itália e Malta em acolhê-lo nos seus portos, o navio Aquarius recebeu finalmente luz verde para transportar as 141 pessoas resgatadas ao largo da Líbia para um lugar seguro. Seis países da União Europeia, incluindo Portugal, alcançaram esta terça-feira um acordo para repartir os imigrantes entre cinco deles. O barco operado pelos Médicos Sem Fronteiras e pela SOS Méditerranée vai aportar em Malta, anunciou o Governo de La Valletta em comunicado. Mas nenhum imigrante ficará lá: serão depois distribuídos por Portugal, Espanha, França, Alemanha e Luxemburgo. O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, revelou à Lusa que ao território português chegarão 30 pessoas, enquanto o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou no Twitter que acolherá 60 pessoas. Outros 60 imigrantes de um grupo de 114 que foi resgatado por Malta na segunda-feira serão distribuídos entre os Estados-membros da UE. Segundo o executivo liderado por Joseph Muscat, a solução encontrada conta com o apoio da Comissão Europeia. Eduardo Cabrita defendeu o acordo, mas insistiu na necessidade de uma solução alargada no quadro da UE: “Entendemos que deve haver uma posição estável de nível europeu envolvendo todos. Não podemos andar aqui de solução ad hoc em solução ad hoc sempre que um navio está à deriva no Mediterrâneo. ”Na mesma linha, o director de operações da SOS Méditerranée disse em conferência de imprensa que espera que esta solução ajude a convencer de uma vez por todas os chefes de governo europeus de que a “fronteira comum no Sul da Europa” é “um problema dos 28 Estados-membros”. “Não podemos fugir às nossas responsabilidades, temos de trabalhar em conjunto”, reforçou Frédéric Penard, citado pela Reuters. Durante os últimos dias, espanhóis e franceses hesitaram em receber o Aquarius, argumentando que, à luz do direito internacional, os imigrantes deveriam ser acolhidos pelos portos dos países mais próximos do local onde foram resgatados – Itália e Malta, no caso. A posição irredutível de Roma e de La Valletta – que na hora de aceitar o Aquarius insistiu “não ter qualquer obrigação legal” para o fazer – aliada à indeterminação de Madrid e Paris, fizeram crer que se poderia repetir o impasse registado em meados de Junho, envolvendo a mesma embarcação. Mais de 600 imigrantes tiveram de esperar nove dias até serem finalmente recebidos no porto espanhol de Valência. A bordo do Aquarius a situação era delicada. Mais de metade dos imigrantes resgatados, oriundos de África, são menores, e 67 viajam sem acompanhantes. E de acordo com os Médicos Sem Fronteiras a grande maioria sofre de subnutrição. “São pessoas muito vulneráveis. Muitos são demasiado jovens, rapazes e raparigas da Eritreia e da Somália”, descreveu Aloys Vimard, daquela organização não governamental, ao El País. Para além daqueles dois países africanos, os mais representados, contam-se ainda pessoas oriundas do Bangladesh, dos Camarões, da Costa do Marfim, do Egipto, do Gana, de Marrocos, da Nigéria e do Senegal. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O anúncio do acordo surgiu poucas horas depois de os representantes políticos da Catalunha (Espanha) e da Córsega (França) se terem disponibilizado para receber os imigrantes e um dia depois de o Governo de Gibraltar ter anunciado que vai retirar sua bandeira do Aquarius. Em comunicado, o enclave britânico em território espanhol revelou que pediu ao navio que “suspendesse suas operações como embarcação dedicada ao resgate e voltasse ao seu estado original de ‘navio oceanográfico’, tal como está registado”. O não-acatamento deste pedido levou à retirada da bandeira de Gibraltar da embarcação. Numa nota enviada à AFP, a SOS Méditerranée defendeu que o pedido das autoridades britânicas não tem “qualquer fundamento técnico” e argumentou que o Aquarius “sempre foi considerado apto para efectuar operações de resgate pelas autoridades competentes”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Palavras, expressões e algumas irritações: Mediterrâneo
Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana. (...)

Palavras, expressões e algumas irritações: Mediterrâneo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Asiáticos Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana.
TEXTO: Escreve um dicionário comum sobre “Mediterrâneo”: “Mar que banha a Europa e os continentes africano e asiático. ” Descreve ainda: “Que se situa entre terras, continentes. ”A enciclopédia geográfica é mais rigorosa, como se esperaria: “Mar intercontinental, situado entre a Europa meridional o Norte de África e o Sudoeste da Ásia. Pelo Ocidente comunica com o Atlântico, através do estreito de Gibraltar, e por Este, através do canal do Suez, com o Índico. A sua extensão (2. 505. 000km2), o seu tráfego e a sua história tornaram-no um dos mares mais importantes do globo. ”Nos últimos anos, este mar azul, de águas muito salinas e temperaturas amenas, tem sido notícia não pela geografia física, mas pela geografia humana. Em rigor, desumana. De tal modo que nasceu uma organização de nome SOS Mediterrâneo. As mais recentes envolvem as 629 pessoas a bordo do Aquarius, que ficarão a salvo (do mar). Mas não faltam histórias dramáticas, que transformaram o Mediterrâneo num imenso cemitério. E assim vai continuar, como alertou a directora-geral da SOS Mediterrâneo, Sophie Beau: “É a ausência de meios cruciais para salvar vidas e são novas vítimas que acontecem debaixo dos nossos olhos, são mortes anunciadas. ” E questionava: “Enquanto o Aquarius vai fazer 1500 quilómetros para desembarcar os migrantes em Valência, o que se passa na zona de naufrágio?”Dizia recear “um grande vazio ao largo da costa líbia, onde todos os dias dezenas de pessoas tentam atravessar em embarcações improvisadas”. Na terça-feira, 41 náufragos foram socorridos e pelo menos 12 pessoas morreram. Notícia de dia 3 de Junho: “De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde o início de 2018 e até 30 de Maio chegaram à Europa 32 mil migrantes por via marítima. Cerca de 660 morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Em 2017, chegaram 70. 870 pessoas por mar e 1724 morreram na travessia. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Título no mesmo dia: “Ilhas de sonho no Mediterrâneo para ir de férias aqui ao lado. ”Como bem reflectiu Jorge Almeida Fernandes, no artigo “Quando faltam as ‘boas notícias’”, “vivemos uma época em que domina a incerteza, bem resumida na expressão ‘já não entendo este mundo’”. É exactamente isso. A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Asiático
Aquarius procura porto seguro para desembarcar 141 resgatados
Eritreus e somalis à deriva dizem ter-se cruzado com cinco navios que não os ajudaram. Com os portos italianos e malteses fechados, barcos não sabem para onde transportar quem salvam. (...)

Aquarius procura porto seguro para desembarcar 141 resgatados
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eritreus e somalis à deriva dizem ter-se cruzado com cinco navios que não os ajudaram. Com os portos italianos e malteses fechados, barcos não sabem para onde transportar quem salvam.
TEXTO: Desde que Itália encerrou os seus portos aos navios que resgatam requerentes de asilo em situações de naufrágio ao tentar alcançar a Europa, em Junho, há muito menos barcos de organizações não-governamentais no Mediterrâneo. Na zona onde se concentram as embarcações que partem da Líbia sobra o Aquarius, que acaba de render o Open Arms. E é o Aquarius, o primeiro a ficar num limbo quando italianos e malteses lhe fecharam os portos, que pede agora aos governos europeus um porto seguro onde desembarcar 141 pessoas. Mais de um terço destes resgatados são eritreus (muitos jovens fogem da Eritreia para evitar o recrutamento militar obrigatório que o regime fazia até agora prolongar durante anos a fio), e da Somália, um Estado falhado. Dos 141, 67 declararam ser menores, dizem os membros das ONG – a franco-alemã SOS Méditerranée gere o navio, auxiliada pelos Médicos Sem Fronteiras –, e não estão com nenhum adulto; seis crianças viajam com pelo menos um dos progenitores. Todos foram retirados de duas embarcações de madeira na sexta-feira, quando estavam à deriva em águas internacionais. A Líbia –? que o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, líder do partido xenófobo Liga, quer que receba de volta os que dali partem – informou o Aquarius que “não pode oferecer um lugar seguro e instruiu o barco a procurar outro centro de coordenação de resgates” – os mais próximos são Itália e Malta. As ONG também recusam devolver pessoas à Líbia, um país onde muitas sofreram duros abusos antes de conseguirem lugar num barco. Mas já aconteceu um navio civil italiano entregar aos líbios 108 pessoas que salvou em águas internacionais – as leis de socorro marítimo obrigam quem esteja no mar a salvar os que correm risco e a transportá-los até ao “porto seguro mais próximo”. A Líbia não é um “porto seguro”, dizem a União Europeia e a ONU. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Desde que o Aquarius ficou mais de uma semana com 629 resgatados a bordo, com a Itália a mandá-lo para Malta e Malta a mandá-lo para Itália, que todos os navios sabem que arriscam ficar no mesmo limbo. Aliás, parece que “até o princípio de ajudar quem corre perigo no mar está em risco”, dizem estas ONG num comunicado: os resgatados contaram que antes do Aquarius “se cruzaram com cinco barcos que não lhes ofereceram ajuda”. Todas as pessoas resgatadas pelo Open Arms, da ONG Proactiva, foram desembarcadas em Espanha (30 vieram entretanto para Portugal), como acabou por acontecer com essas 629, em Junho. Mas o Governo do socialista Pedro Sánchez afirma ter agido para resolver uma crise excepcional e que essa excepcionalidade acabou – o último grupo de 87 pessoas salvas pelo Open Arms chegou quinta-feira ao porto de Algeciras. Entretanto, há muitos mais barcos a partir de Marrocos com destino a Espanha. Sabendo que nem Itália (que agora muitas vezes nem responde a pedidos de coordenação de resgate) nem Malta os deixarão atracar, as ONG no Aquarius pedem aos líderes europeus que designem um porto para onde levar estar pessoas.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
António Vitorino eleito para liderar Organização Internacional das Migrações
Ex-ministro português assume cargo num “momento crítico” e será apenas o segundo líder da agência das Nações Unidas em cinco décadas que não é dos EUA . (...)

António Vitorino eleito para liderar Organização Internacional das Migrações
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ex-ministro português assume cargo num “momento crítico” e será apenas o segundo líder da agência das Nações Unidas em cinco décadas que não é dos EUA .
TEXTO: O português António Vitorino foi eleito esta sexta-feira em Genebra director-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para os próximos cinco anos. É apenas a segunda vez em quase 50 anos que esta agência das Nações Unidas não será dirigida por um norte-americano. Vitorino foi eleito por aclamação ao fim de quatro rondas de votação, em que recebeu mais de dois terços dos votos dos 171 membros da OIM. Contra o ex-ministro português concorriam a actual vice-directora da organização, a costa-riquenha Laura Thompson, e o norte-americanoKen Isaacs. A tradição ditava que o escolhido de Washington seria o nome com maior probabilidade de ocupar a liderança da OIM, mas Isaacs foi sempre um candidato polémico, tendo caído logo nas primeiras rondas. No sensível equilíbrio que preside à atribuição e nomeação para cargos internacionais, a agência da ONU para as migrações era encarada como um território dos EUA. Nas últimas cinco décadas, apenas por uma vez a OIM não foi liderada por um norte-americano. Porém, a publicação pelo Washington Post de mensagens de Isaacs de conteúdo racista em relação aos muçulmanos, pô-lo no caminho da desqualificação. Isaacs notabilizou como dirigente da Samaritan's Purse, uma organização evangélica de apoio humanitário, dirigida pelo pastor Franklin Graham - filho de Billy Graham, o primeiro televangelista norte-americano, que se tornou um líder religioso com milhões de seguidores em todo o mundo. Uma dessas mensagens, a propósito do atentado na London Bridge no ano passado, sugeriu que o livro sagrado do Islão promove a violência. “Se lerem o Corão, saberão que ‘isto’ é exactamente o que a fé muçulmana ensina os fiéis a fazerem”, escreveu Isaacs na altura. A Casa Branca manteve firme o apoio à candidatura de Isaacs, que apagou as publicações e pediu desculpas. Mais de 600 agências humanitárias envolvidas nas questões das migrações enviaram uma carta aos Estados-membros da OIM pedindo-lhes que escolhessem alguém para liderar a organização que tivesse “um histórico de compromisso pelo respeito à diversidade e de condenação da xenofobia, discriminação e intolerância”, embora sem referir Isaacs. A derrota do candidato dos EUA atira a OIM para um período de incerteza, sobretudo se Washington decidir cortar o financiamento à agência, à semelhança do que já fez com a UNICEF e programas das Nações Unidas para as alterações climáticas - para além de ter saído da UNESCO e do Conselho de Direitos Humanos. Questionado sobre se receava um corte na participação dos EUA na OIM, Vitorino disse apenas estar “confiante que todos os Estados-membros cumpram as suas responsabilidades”. O ex-ministro, que integrou um Governo liderado pelo actual secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu, em conferência de imprensa, que assume a direcção da OIM “num momento crítico”. Os fluxos migratórios são hoje uma das principais preocupações em todo o mundo e há cada vez mais governos a optarem por um fecho de portas. A escolha do director-geral da OIM é “terrivelmente importante para resolver e talvez retirar alguma tensão das políticas migratórias que têm perturbado as relações internacionais neste momento”, disse à Reuters o professor da Queen Mary University de Londres, Elspeth Guild. Vitorino disse esperar estar “à altura das grandes tarefas” que o aguardam nos próximos cinco anos. O comissário europeu responsável pela pasta das Migrações, Dimitris Avramopoulos, disse esperar poder continuar a trabalhar em conjunto com a OIM e afirmou que, com Vitorino, "está garantida uma grande liderança para as migrações a nível mundial". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O primeiro-ministro António Costa disse que a vitória de Vitorino mostra que "Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações". O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudou a eleição de Vitorino, que "demonstra a muito elevada relevância que Portugal atribui" à questão das migrações, de acordo com um comunicado. Também o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicitou a escolha de Vitorino, que considerou um "reforço" do papel do país a nível internacional.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO ONU EUA
Reportagem: o intruso da tenda 3009
Acampámos uma semana no Parque de Campismo da Caparica. Para quem vê de fora, o enorme recinto parece um campo de refugiados, um bairro da lata ou uma penitenciária. Na realidade, são duas mil habitações rudimentares pertencentes aos sócios do CCCA, encavalitadas umas em cima das outras num terreno público de 12 hectares. Campistas só havia um: o repórter da revista 2. TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NA REVISTA 2, DE 26 DE AGOSTO DE 2012 (...)

Reportagem: o intruso da tenda 3009
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acampámos uma semana no Parque de Campismo da Caparica. Para quem vê de fora, o enorme recinto parece um campo de refugiados, um bairro da lata ou uma penitenciária. Na realidade, são duas mil habitações rudimentares pertencentes aos sócios do CCCA, encavalitadas umas em cima das outras num terreno público de 12 hectares. Campistas só havia um: o repórter da revista 2. TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NA REVISTA 2, DE 26 DE AGOSTO DE 2012
TEXTO: Entrei na recepção, tirei uma senha, e quando chegou a minha vez disse à jovem no guichê que queria acampar. “Só com carta de campista”, objectou ela. “É sócio do CCCA [Clube de Campismo do Concelho de Almada]?” Se não, teria de me fazer sócio de outro clube, o Benfi ca ou o Sporting, sugeriu, para requisitar a carta de campista. “Por que não do próprio CCCA?”, alvitrei. Difícil. Só se um sócio me propusesse, e ele precisaria de me conhecer bem. Depois, a proposta seria afi xada 15 dias, durante os quais qualquer sócio teria oportunidade de aduzir objecções à minha entrada no clube. No caso de não haver nenhuma, o requerimento subiria à direcção. Quando houvesse oportunidade, o presidente do conselho director reunir-se-ia com o secretário do conselho, para apreciarem o pedido. A decisão dependeria então de factores como a antiguidade do sócio proponente, a idoneidade e o comportamento desse sócio, bem como de uma avaliação das características do candidato. Além de tudo isto, a admissão de sócios está interrompida, por decisão especial da direcção, de 1 de Julho a 12 de Agosto. “Vejo que não me querem mesmo como sócio do clube”, concluí. “O Benfi ca ou o Sporting”, voltou a aconselhar a funcionária, sem qualquer expressão. Optei pelo Automóvel Clube de Portugal, através do qual obtive a carta de campista. Apresentei-me no Parque da Caparica com o prestigioso documento. Surpresa: não havia vagas. Também não era possível fazer reservas. Era chegar e confiar na sorte. Após várias tentativas, havia fi nalmente um lugar: o número 800. Fui autorizado a vê-lo, embora o motivo da gentileza da funcionária fosse óbvio: acreditava que eu odiaria o sítio e iria embora. Afi nal era pior: eu realmente odiei aquele cotovelo de areia suja atrofiado entre a casa de banho e três roulottes, mas quando regressei à recepção para dizer que o aceitava, já tinha sido ocupado. A minha sorte foi ter percebido que um casal de franceses, na única zona realmente reservada a tendas (com capacidade para quatro), se preparava para partir. Falei com eles e fiquei à espera que desmontassem a tenda, em cujo lugar armei a minha, um pequeno iglô de 35 euros. Quando fui registar-me, o facto estava consumado. Atribuíram-me o número 3009, mediante o pagamento de duas noites em avanço: uma tenda e um campista, sete euros e dez cêntimos por noite. Se incluirmos o carro, estacionado à porta da tenda, custa mais quatro euros por noite. Nada mau, para uma residência em cima da praia. (A REPORTAGEM FOTOGRÁFICA DE ENRIC VIVES-RUBIO: CLIQUE AQUI)Antes de sair da recepção reparei num pormenor: havia vários impressos disponíveis num placard. Um para a proposta de novo sócio, outros para inscrição nos vários torneios e um para… pedido de autorização para obras! Obras numa tenda? Decidi não fazer mais perguntas e dirigi-me ao meu alvéolo. O local, na chamada Zona Verde, fi cava junto à porta de saída para o areal, já em cima das dunas. O meu primeiro acto como campista foi sair pela porta, apresentando ao guarda o cartão de utente do parque, para ir dar um mergulho no mar. A água estava morna e transparente, e a multidão de banhistas dispersava-se pelo imenso areal. Voltei, apresentando o cartão ao guarda, tomei um duche e sentei-me à porta do iglô a observar o parque. O recinto tem uma área de 12 hectares e é cercado por um muro alto, encimado por arame farpado. Ao centro, há uma larga avenida, com um parque de estacionamento em espinha entre duas filas com 25 enormes bungalows brancos e novos: as Unidades Complementares de Alojamento.
REFERÊNCIAS:
Tempo Julho Agosto