Durão Barroso: Tratado de Lisboa marca "nascimento de uma nova Europa"
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou hoje que a assinatura do Tratado de Lisboa marca o "nascimento de uma nova Europa" alargada a 27 Estados e pronta a enfrentar os desafios da globalização. Durão Barroso falava na cerimónia de assinatura formal do Tratado de Lisboa pelos líderes europeus, a decorrer no Mosteiro dos Jerónimos. O presidente da Comissão Europeia avisou que, depois de resolver os problemas institucionais, a União Europeia prepara-se agora para "enfrentar os problemas globais". "Agora é o momento de avançar. A Europa deve enfrentar numerosos desafios, tanto internos como exte... (etc.)

Durão Barroso: Tratado de Lisboa marca "nascimento de uma nova Europa"
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2007-12-13 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20071213185041/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1313694
TEXTO: O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou hoje que a assinatura do Tratado de Lisboa marca o "nascimento de uma nova Europa" alargada a 27 Estados e pronta a enfrentar os desafios da globalização. Durão Barroso falava na cerimónia de assinatura formal do Tratado de Lisboa pelos líderes europeus, a decorrer no Mosteiro dos Jerónimos. O presidente da Comissão Europeia avisou que, depois de resolver os problemas institucionais, a União Europeia prepara-se agora para "enfrentar os problemas globais". "Agora é o momento de avançar. A Europa deve enfrentar numerosos desafios, tanto internos como externos, e os nossos cidadãos querem resultados. A globalização é o denominador comum a todos esses desafios", disse Durão Barroso. A cerimónia de assinatura do Tratado de Lisboa iniciou-se com uma intervenção do chefe do Governo de Lisboa, José Sócrates, na qualidade de presidente em exercício do Conselho Europeu de líderes da UE. Durão Barroso recordou os seis anos de debate que foram necessários até se chegar ao Tratado de Lisboa e felicitou a "contribuição excepcional" da presidência alemã da UE (primeiro semestre de 2007), assim como a "determinação e competência" da presidência portuguesa (segundo semestre). A assinatura em Lisboa do novo Tratado europeu promete pôr fim à grave crise política e institucional provocada pelo fracasso da Constituição Europeia, rejeitada em França e na Holanda, e constitui o grande sucesso da actual presidência portuguesa da UE, que termina no fim do mês e ficará na história do processo de integração europeia. O presidente da Comissão Europeia sublinhou que o Tratado de Lisboa "reforça" a capacidade da UE de agir e alcançar os objectivos que definir, permitindo ir ao encontro dos anseios dos cidadãos europeus. "O Tratado de Lisboa também irá reforçar a democracia e o método comunitário [de tomada de decisões], dando mais competências ao Parlamento Europeu", considera Durão Barroso. Com a assinatura do novo Tratado da UE, inicia-se o obrigatório processo de ratificação/confirmação do documento em todos os Estados-membros, sem excepção, por via parlamentar ou em referendos, condição prévia à sua entrada em vigor. Os dirigentes da União fixaram como objectivo a entrada em vigor do Tratado de Lisboa a 01 de Janeiro de 2009, antes das próximas eleições europeias de Junho do mesmo ano. Vinte e dois anos depois, os Claustros dos Jerónimos voltaram a acolher um momento marcante para Portugal e para a Europa comunitária, depois de a 12 de Junho de 1985 terem sido o palco da assinatura do Acto de Adesão de Portugal às então Comunidades Europeias, vulgarmente conhecidas pela siga CEE. Os líderes da União e delegações rumam à tarde para Bruxelas, onde sexta-feira voltam a encontrar-se para a habitual Cimeira formal de fim de ano, que será dominada pela estratégia do bloco europeu para enfrentar os desafios da globalização e pela avaliação de crises internacionais, como a do Kosovo e a dos refugiados no Darfur (Sudão).
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Arca de Zoé: seis franceses condenados a oito anos de trabalhos forçados
Os seis membros franceses arguidos no caso Arca de Zoe, relativo à tentativa de sequestro de 103 crianças no Chade, foram hoje condenados a oito anos de prisão com trabalhos forçados pelo Tribunal Criminal de N'Djamena. O presidente do tribunal, Ngarhondo Djidé, disse, ao ler o veredicto, que além dos seis franceses, o chadiano Mahamat Dagot e o sudanês Souleimane Ibrahim foram também condenados a quatro anos de prisão, tendo sido ordenada a libertação de dois outros chadianos, acusados de serem cúmplices do grupo francês. O responsável anunciou que o tribunal reconheceu os seis franceses como culpados da “tentat... (etc.)

Arca de Zoé: seis franceses condenados a oito anos de trabalhos forçados
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.30
DATA: 2007-12-26 | Jornal Público
TEXTO: Os seis membros franceses arguidos no caso Arca de Zoe, relativo à tentativa de sequestro de 103 crianças no Chade, foram hoje condenados a oito anos de prisão com trabalhos forçados pelo Tribunal Criminal de N'Djamena. O presidente do tribunal, Ngarhondo Djidé, disse, ao ler o veredicto, que além dos seis franceses, o chadiano Mahamat Dagot e o sudanês Souleimane Ibrahim foram também condenados a quatro anos de prisão, tendo sido ordenada a libertação de dois outros chadianos, acusados de serem cúmplices do grupo francês. O responsável anunciou que o tribunal reconheceu os seis franceses como culpados da “tentativa de sequestro de crianças” e de “tentativa de ganhos ilícitos” ao tentarem, a 25 de Outubro último, fazer sair do Chade 103 crianças, de 18 meses a dez anos, com destino a França. Souleimane Ibrahim Adam, um refugiado sudanês, e Mahamat Dagot, líder de bairro da cidade de Tiné, na fronteira com o Sudão, que serviram de intermediários, foram considerados culpados de “cumplicidade na tentativa de sequestro das crianças”. Os outros dois chadianos, Sinine Amadou Nassour e Ahmat Harane Gnoye, presidente e secretário-geral do município de Tiné, respectivamente, acusados também de cumplicidade foram absolvidos. Os oito arguidos foram ainda condenados a pagar uma indemnização de 6, 3 milhões de euros aos pais das 103 crianças. Os seis franceses negaram sempre o crime de tentativa de sequestro, alegando que as crianças em causa se tratavam de “órfãos do Darfur”, província sudanesa vizinha do Chade, em guerra civil, e que a operação se destinava a encontrar famílias adoptivas. Mas as autoridades do Chade dizem que as crianças não eram do Darfur nem tão pouco eram órfãs. Antes tinham sido raptadas ou compradas aos pais para serem vendidas a redes de pedofilia ou tráfico de órgãos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime guerra tribunal prisão refugiado
A estudante sueca que evitou a deportação de um afegão para o “inferno”
Elin Ersson entrou num voo onde sabia estar um afegão a ser deportado. E não se sentou enquanto não deixaram o homem de 52 anos sair. (...)

A estudante sueca que evitou a deportação de um afegão para o “inferno”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 5 Migrantes Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181219185411/https://www.publico.pt/n1839067
SUMÁRIO: Elin Ersson entrou num voo onde sabia estar um afegão a ser deportado. E não se sentou enquanto não deixaram o homem de 52 anos sair.
TEXTO: "Não me sento enquanto esta pessoa não sair do avião. " Elin Ersson comprou um bilhete para a ligação aérea entre Gotemburgo, na Suécia, e a Turquia quando descobriu que naquele voo, no dia 23 de Julho, estaria um homem afegão de 52 anos a ser deportado. Entrou no avião, recusou-se a sentar — sabendo que o piloto não pode levantar voo dessa forma — e começou a transmitir em directo para o Facebook. Só parou quando deixaram o homem abandonar o aparelho. A acção de Elin Ersson — que se apresenta na sua página do Facebook como uma estudante de 21 anos, activista de uma associação que procura precisamente parar as deportações para o Afeganistão — deixou os passageiros do mesmo avião divididos: enquanto alguns a criticavam, outros aplaudiam e juntavam-se a ela no protesto. Perante a irritação de um dos passageiros, que a confronta com as consequências da atitude dela, a estudante responde-lhe: “O que é que é mais importante? Uma vida ou o seu tempo?” O homem, britânico segundo o relato de Elin, tenta desligar o telefone da activista, mas sem sucesso. “Não quero que um homem morra só porque você não quer perder o seu voo", afirmou. Emocionada, Elin Ersson continua: "Quero que ele saia do avião porque não está seguro no Afeganistão”. E quando confrontada com as leis, não hesita na resposta: “Estou a tentar mudar as leis do meu país, não gosto delas. Não está certo mandar as pessoas para o inferno. "A estudante vai relatando o que está a acontecer a bordo mantendo a câmara virada para a sua cara, uma vez que prefere não filmar os restantes passageiros sem a autorização deles. Um homem turco ajuda-a, justificando a sua acção, algumas pessoas aplaudem, uma equipa de futebol permanece em pé. No Facebook, o vídeo tem mais de dois milhões de visualizações. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao fim de algum tempo, o objectivo é conseguido. O homem afegão é retirado do avião e acompanhado por três seguranças e Elin Ersson. Segundo o The Guardian, há meios de comunicação suecos a dizer que o afegão está entretanto desaparecido, mas o site Deutsche Welle relata que o homem está sob custódia e será deportado mais tarde. As deportações tornaram-se assunto controverso na Suécia desde os atentados de Janeiro em Cabul, onde mais de uma centena de pessoas morreram. Nessa altura, a Suécia suspendeu as deportações para o Afeganistão. Mas, na prática, elas continuam a acontecer, já que as autoridades locais alegam que o país é seguro. De acordo com a ONU, o número de civis mortos no Afeganistão atingiu um novo recorde no primeiro semestre deste ano, apesar do cessar-fogo de Junho. Entre 1 de Janeiro e 30 de Junho, foram contabilizadas 1692 mortes, metade das quais atribuídas a ataques do grupo Daesh, o número mais elevado desde que a ONU começou, há uma década, a contar as baixas civis no país.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
O homem que mudou de vida para salvar os órfãos do Paquistão
Um dos terramotos mais devastadores do Sul da Ásia atingiu Caxemira em 2005 e matou mais de 89 mil pessoas. O impacto desta tragédia mudou a vida de um homem e o destino de centenas de crianças. (...)

O homem que mudou de vida para salvar os órfãos do Paquistão
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um dos terramotos mais devastadores do Sul da Ásia atingiu Caxemira em 2005 e matou mais de 89 mil pessoas. O impacto desta tragédia mudou a vida de um homem e o destino de centenas de crianças.
TEXTO: A 8 de Outubro de 2005, o chef britânico Chaudry Mohammed Akhtar, de origem paquistanesa, e os amigos estavam de malas prontas para passar férias em Espanha quando começaram a ver pela televisão as imagens do terramoto em Caxemira. Akhtar, que só tinha visitado o Paquistão uma vez e prometera nunca mais voltar, convenceu os amigos a mudar o destino das férias e, antes mesmo de sair de Inglaterra, arrecadou o equivalente a 115 mil euros para ajudar as vítimas. Nem imaginava que a viagem mudaria totalmente a sua vida e que seria o início da construção do maior complexo educacional para órfãos do Sul da Ásia.
REFERÊNCIAS:
Tempo Outubro
Migrações: António Costa salienta importância da diáspora na imagem que país tem da migração
Primeiro-ministro português defendeu em Marraquexe que uma migração "administrada com sabedoria" pode favorecer o crescimento económico (...)

Migrações: António Costa salienta importância da diáspora na imagem que país tem da migração
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeiro-ministro português defendeu em Marraquexe que uma migração "administrada com sabedoria" pode favorecer o crescimento económico
TEXTO: O primeiro-ministro português salientou esta segunda-feira em Marraquexe, Marrocos, a importância da diáspora portuguesa, com mais de cinco milhões de pessoas, e como ela tem peso na forma como Portugal vê as migrações. "Os portugueses há muito que andam pelo mundo. É por isso que somos bons em estabelecer laços com diferentes culturas, diferentes tradições e diferentes religiões", referiu António Costa. O chefe do Governo falava naquela cidade marroquina, na conferência intergovernamental que hoje adoptou formalmente o pacto global para uma migração segura, ordenada e regular, o primeiro documento deste género que foi promovido e negociado sob os auspícios das Nações Unidas. "A nossa visão da migração também é a existência de uma diáspora portuguesa há muito estabelecida e bem integrada em todos os continentes, totalizando mais de cinco milhões de pessoas", salientou o chefe de Governo, acrescentando que Portugal também é um local de acolhimento de diferentes comunidades que "dão uma importante contribuição" para o desenvolvimento económico do país e para a diversidade cultural da sociedade portuguesa. Nesse sentido, António Costa defendeu em Marraquexe que uma migração "administrada com sabedoria" pode favorecer o crescimento económico e ajudar a enfrentar os crescentes desequilíbrios nas tendências demográficas entre regiões e continentes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Se deixada totalmente desregulamentada, pode levar a tensões, como testemunhamos hoje", prosseguiu o primeiro-ministro português. Como tal, segundo frisou António Costa, a migração "é ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade". "Deve ser abordada de maneira conjunta e global, através da promoção e do fortalecimento de mecanismos de carácter multilateral, envolvendo os países de origem, de trânsito e de destino", afirmou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género
A minoria mais perseguida do mundo
... (etc.)

A minoria mais perseguida do mundo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2017-12-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20171204180211/https://www.publico.pt/i246
TEXTO:
REFERÊNCIAS:
Rohingya: uma crise sem fim
... (etc.)

Rohingya: uma crise sem fim
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-07-24 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180724234312/https://www.publico.pt/i274
TEXTO:
REFERÊNCIAS:
Papa Francisco condena política de "tolerância zero" de Trump
Durante a entrevista à Reuters, o Papa falou sobre a questão da imigração da Europa, a ascensão dos populismos e o escândalo de abusos sexuais na Igreja Católia chilena. (...)

Papa Francisco condena política de "tolerância zero" de Trump
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 14 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Durante a entrevista à Reuters, o Papa falou sobre a questão da imigração da Europa, a ascensão dos populismos e o escândalo de abusos sexuais na Igreja Católia chilena.
TEXTO: “Imoral” e “contrária aos valores cristãos”. É assim que os bispos católicos norte-americanos definem a política de “tolerância zero” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem separado famílias na fronteira com o México. E o Papa Francisco apoia-os, como disse numa entrevista à Reuters. O Papa falou também sobre a questão da imigração na Europa e o endurecer da retórica de países como Itália e Hungria. “O populismo não é a solução”, sublinha Francisco. Numa rara entrevista, o Sumo Pontífice apoiou os bispos católicos norte-americanos que têm condenado a separação de famílias: “Estou do lado desses bispos”. O chefe da Igreja Católica posiciona-se contra as declarações de Jeff Sessions, attorney general (equivalente a ministro da Justiça) dos Estados Unidos, e Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, que tentaram justificar a política de “tolerância zero” com referências bíblicas. E junta-se às vozes que têm condenado esta prática, como a actual primeira-dama Melania Trump e a ex-primeira dama Laura Bush. De acordo com a política de tolerância zero da Administração Trump, que trata da mesma forma traficantes e pais sem documentos, e que já teve como consequência a separação de mais de 2000 famílias na fronteira desde Outubro, é instaurado um processo criminal a qualquer adulto que entre nos EUA de forma ilegal. Como consequência, as crianças acabam por ser separadas dos pais porque não podem ser enviadas para uma cadeia. Francisco falou também sobre a questão da imigração na Europa. Face à recusa de italiana de aceitar, nos seus portos, o navio Aquarius, que seguia com 690 migrantes resgatados do Mediterrâneo a bordo, e às declarações do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que diz que “a Hungria é contra a mistura” com povos estrangeiros, o Papa acredita que os populistas estão a “criar uma psicose” sobre a questão da imigração. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Acho que não podemos rejeitar as pessoas que chegam. Temos de recebê-las, ajudá-las, olhar por elas, acompanhá-las, e ver onde as podemos colocar em toda a Europa”, disse Francisco. E, no entender do Papa, a imigração vem dar reposta a um dos problemas da Europa: o envelhecimento da população. Sem imigração, acrescentou, a Europa ficará “vazia”. “Alguns governos estão a trabalhar nisso, mas as pessoas têm de ser instaladas da melhor maneira possível, criar uma psicose não é a cura”, disse. “O populismo não resolve as coisas. O que resolve as coisas é a aceitação, o estudo, a prudência. ”Durante a entrevista, o Papa Francisco admitiu a possibilidade de aceitar demissões de mais bispos chilenos. Até agora, foram três os bispos que se demitiram devido ao escândalo de abuso sexual de crianças.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Sociais-democratas vencem eleições e lideram regresso da esquerda ao poder na Dinamarca
Partido de Frederiksen destronou os liberais do Venstre, nas legislativas de quarta-feira, e vai dirigir Governo de centro-esquerda. Extrema-direita perdeu mais de metade da representação parlamentar. (...)

Sociais-democratas vencem eleições e lideram regresso da esquerda ao poder na Dinamarca
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.277
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Partido de Frederiksen destronou os liberais do Venstre, nas legislativas de quarta-feira, e vai dirigir Governo de centro-esquerda. Extrema-direita perdeu mais de metade da representação parlamentar.
TEXTO: Os Sociais-Democratas dinamarqueses venceram as eleições legislativas de quarta-feira, abrindo caminho para um Governo apoiado por uma coligação parlamentar de centro-esquerda. Depois de uma campanha que andou à volta de temas como o Estado social, a imigração e as alterações climáticas, o partido de Mette Frederiksen levou a melhor sobre o Venstre, do primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen, confirmando a tendência de recuperação da social-democracia nos países nórdicos verificada nos últimos meses. Os vencedores da contenda beneficiaram em grande medida do respaldo oferecido, durante a última legislatura e na campanha eleitoral, a políticas migratórias restritivas, a principal bandeira do Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita, que, também por isso, perdeu mais de metade dos seus deputados no Folketing – o Parlamento dinamarquês – nestas eleições. Com todos os votos contabilizados, os sociais-democratas obtiveram 26%, equivalentes a 48 deputados, por cima dos 23% do Venstre, que deu aos liberais 43 lugares. O Partido Popular Dinamarquês ficou-se pelos 9% (16 deputados), os mesmos que os sociais-liberais. Socialistas (14), Aliança Vermelha e Verde (13) e conservadores (12) foram os partidos que se seguiram, numa eleição que fez eleger representantes de 11 partidos diferentes. No Folketing impera a tradição da divisão da grande maioria dos partidos em dois grandes grupos: o bloco vermelho, à esquerda, e o bloco azul, à direita. Feitas as contas da eleição de quarta-feira – 91 deputados “vermelhos” contra 75 “azuis”, num total de 179 – será o primeiro, sob a liderança social-democrata, a poder nomear um novo Governo. Rasmussen já anunciou que vai apresentar a sua demissão esta quinta-feira à rainha Margarida II, pondo fim a um mandato de quatro anos como primeiro-ministro – já o tinha sido entre 2009 e 2011. Para o seu lugar entrará Frederiksen que, com 41 anos, tornar-se-á na mais nova líder de sempre de um executivo dinamarquês. Tal como nas recentes legislativas finlandesas e suecas, também na Dinamarca se registou uma reabilitação do centro-esquerda – apesar de na Finlândia a extrema-direita ter tido uma ligeira subida –, depois de vários anos de crescimento da direita e, particularmente, da direita radical e ultraconservadora. No caso dinamarquês, governado pelos liberais em 14 dos últimos 18 anos, foi notória a influência da agenda anti-imigratória do Partido Popular no discurso dos partidos tradicionais na última legislatura. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Frederiksen baseou a sua campanha na promessa de injecção de fundos e de medidas de protecção do generoso – mas dispendioso – Estado social dinamarquês, cuja origem deve muito aos sociais-democratas. E para isso, defendeu, é necessário manter algumas das políticas restritivas de imigração, implementadas pelo anterior Governo. Os sociais-democratas votaram favoravelmente algumas das medidas mais controversas do Venstre – apoiado no Parlamento pela extrema-direita –, como a confiscação de objectos de valor aos requerentes de asilo ou o aumento do orçamento e dos meios para a polícia responsável pelos controlos fronteiriços. Se a extrema-direita perdeu fôlego com a incorporação do discurso anti-imigração pelos partidos tradicionais, o Venstre acabou por pagar a factura pela imposição de medidas de austeridade e pelas reformas económicas que operou nos últimos anos. A vitória, por apenas 2%, sobre os sociais-democratas, nas mais recentes eleições para o Parlamento Europeu, já indicavam que o tabuleiro podia virar em casa. E foi precisamente isso que aconteceu, menos de duas semanas depois.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração rainha social
Oliviero Toscani, o provocador fotógrafo da Benetton, está de volta
Durante quase duas décadas criou algumas das publicidades mais controversas da Benetton. 17 anos depois regressa com uma nova campanha. (...)

Oliviero Toscani, o provocador fotógrafo da Benetton, está de volta
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Durante quase duas décadas criou algumas das publicidades mais controversas da Benetton. 17 anos depois regressa com uma nova campanha.
TEXTO: As duas imagens da nova campanha estão enroladas e ao alcance das suas mãos, mas Oliviero Toscani espera calmamente até ao minuto 52 da entrevista para as revelar às cinco jornalistas sentadas à mesa de uma sala na Fabrica, em Treviso, Itália. Não é mais contido em pessoa do que atrás da lente. Dispara provocações para o outro lado da mesa e raramente mede as palavras, mas tem o dom de falar em aforismos: de acordo com Toscani, “a Bíblia é fake news”, “qualquer media é social media” e “a Europa está em crise porque nós estamos em crise”. Durante quase duas décadas (entre 1982 e 2000), Toscani foi o fotógrafo da Benetton – não “um fotógrafo”, como escrevia o PÚBLICO em 1996. Idolatrado por uns, repudiado por outros, foi responsável por algumas das campanhas mais provocadoras da marca italiana e agora, 17 anos depois, está de volta. Na década de 1980 começou por divulgar mensagens de diversidade racial que eventualmente levaram a marca assumir o logo (United Colors of Benetton) como nome próprio; e durante a década de 1990 tornou-se cada vez mais polémico. As imagens que criava – como a do activista David Kirby no leito da morte, ao lado da família, ou da roupa ensanguentada de um soldado bósnio morto na guerra – ocupavam mais páginas de notícia do que espaço de publicidade, dado que eram frequentemente censuradas por vários meios dentro e fora da Europa. A nova campanha de Toscani, hoje com 75 anos, não tem recém-nascidos, nem um padre a beijar uma freira, mas, de acordo com o fotógrafo, mostra que “aquilo sobre o qual falávamos há 20 anos é a realidade de hoje”: a diversidade étnica numa sala de aula de uma escola primária em Milão hoje. Na fotografia, as crianças representam 14 países e quatro ou cinco continentes, descreve. “Isto é uma aula de uma escola primária em Itália agora. Mas posso ir a França, à Alemanha, e encontrar o mesmo. Estas crianças, da escola primária, vão ser o futuro. É melhor olharmos para elas agora. ”“Acho que o grande problema da sociedade hoje é a integração”, comenta. “Se não compreendermos que o grande problema da integração é uma incrível oportunidade, vamos perder a questão essencial”, acrescenta. Um dos objectivos de Toscani é, aliás, ir em busca de mais e mais talento para acolher na Fabrica – a instituição criada pela empresa no final dos anos 1990, para receber estudantes de diferentes áreas criativas. Não dá grandes pistas relativamente ao seu futuro na marca, já que “não podemos planear o nosso entusiasmo”, mas dá a entender que veio para ficar. Além da campanha que chega, no início de Dezembro às páginas dos jornais, quer agitar a actividade na Fabrica. A partir de agora, “vai ser como um circo”, com “actividade constante”, promete. Na segunda imagem da campanha, as crianças juntam-se à volta da professora, com o livro de Pinocchio nas mãos. “É isto que ensinamos ao mundo, é a nossa bíblia: Pinocchio”, comenta Toscani, aproveitado para dizer que sempre houve fake news — na Bíblia ou na Divina Comédia, por exemplo – e que só agora é que estamos a começar a reconhecê-lo. “Não se preocupem”, diz, esta campanha também “vai provocar”. Toscani mostra-se claramente contra os movimentos de direita e independentistas, e afirma que um dia vai existir uma Europa unida. “Ainda temos de passar por muita merda. Nem toda a gente é suficientemente inteligente. Ainda não percebemos que somos europeus. Aprendi que havia uma Europa porque em jovem costumava ir aos EUA e os americanos diziam ‘vais voar de volta para Europa?’”Quando questionado sobre se está preocupado com o futuro, responde que não, lembrando que quando nasceu, na Itália fascista de 1942, teve sorte por não ter levado com uma bomba dos Aliados. “Tive três mulheres, seis crianças e 14 netos e sou o único com passaporte italiano, todos têm outro passaporte. É impossível fazer uma guerra”, acredita. Toscani fala em termos vagos sobre a “verdadeira campanha”, que está planeada para Fevereiro do próximo ano. “Será focada no produto, mostrando-o numa atitude diferente e com uma energia que corresponde à estética da actualidade. Temos de devolver a magia às lojas” avança. “Quando comecei a trabalhar para a Benetton havia magia na loja”. Tinha uma imagem sofisticada, mas “toda a gente ia lá para comprar uma camisola, toda a gente. Sem distinções sociais”. Criada em 1965, a Benetton revolucionou a distribuição da indústria da moda, bem como o comércio de loja. E foi uma das primeiras marcas de moda verdadeiramente globais, adoptando um modelo de negócio à base do franchising. Numa das fotografias guardadas em acervo, nas instalações de Treviso, é possível ver a segunda loja da marca, em Cortina, durante a década de 1960. O móvel amarelo no centro da imagem onde as peças de roupa estão expostas em linhas de cor parece perfeitamente normal, mas, na altura, foi uma grande inovação de design e imagem. Nos tempos áureos da Benetton, Luciano Benetton e Oliviero Toscani faziam uma dupla inseparável e era só no papel que o fotógrafo não integrava a própria empresa. Benetton dava liberdade ao fotógrafo para mostrar como via o mundo, sem pensar em quantas camisolas tinha para vender e as memoráveis fotografias de Toscani circulavam pelas bocas do mundo. “Foi com o dinheiro que não gastámos em jornais e media que recusaram as minhas fotografias” que foi construída a Fabrica, brinca. Entretanto, a rival espanhola Zara, nascida com cerca de dez anos de diferença, veio revolucionar o mercado. Começou a expandir para o estrangeiro entre o final da década de 1980 e década de 1990, com uma cadeia própria e uma distribuição que superava qualquer outra em termos de rapidez. Em 2000, Toscani anunciou a saída da Benetton. Nunca explicou o porquê, mas muitos assumiram (e escreveram) que o irreverente fotógrafo teria finalmente pisado a linha, tendo em conta as reacções fortes que a sua última campanha – com uma série de retratos de pessoas condenadas à morte – teve nos EUA. “Não tenho vergonha de dizer finalmente a verdade”, anuncia. “Três anos antes de parar disse ao Luciano: ‘quando a Fabrica abrir vou-me embora’. Não porque queria parar de trabalhar, mas porque, naquela idade, [queria ter] outras experiências. ”E teve. Nos últimos 17 anos, Toscani trabalhou para uma variedade de meios, incluindo as revistas Elle, Vogue e i-D e dedicou-se também a projectos próprios, como o livro Oliviero Toscani: More than 50 years of Magnificent Failures e a exposição Human Race. Entretanto, na Benetton, “fizeram muitas coisas, com altos e baixos. E de repente as nossas estradas voltaram a cruzar-se”. É inevitável associar a nova campanha da Benetton – que em 2016 facturou aproximadamente 1, 4 mil milhões de euros – às fotografias lançadas há décadas, com crianças com diferentes tons de pele e, para o fotógrafo, estas marcam um novo começo da marca. Toscani sempre teve uma língua afiada em relação à publicidade, criticando as marcas de moda pela falta de conteúdo da sua comunicação e por mostrarem um único tipo de beleza que considera “uma seca”. Mas também não poupa críticas à Benetton, quando questionado sobre o que pensa daquilo que a marca fez nos últimos anos. “Nem me lembro, não me perguntem”, responde. São tão memoráveis, acrescenta, como as da “Zara, H&M ou Armani”, acrescenta. Toscani considera que a comunicação das empresas é condicionada pelo “marketing que não quer mesmo saber de uma sociedade melhor, mas que se preocupa com a economia”. “E por esta razão não funciona. Há uma espécie de mediocrização. Não vejo mesmo boas campanhas. Quanto dinheiro é gasto para dizer nada?”Toscani admite que a própria Benetton caiu nesta armadilha. Por isso, continua, “temos de começar do início. A Benetton está na escola primária”. Felizmente, “o Luciano Benetton [que apesar de não ter um cargo activo na empresa, esteve envolvido na decisão de Toscani regressar] percebeu, com uma incrível coragem e energia, que provavelmente agora temos de começar outra vez”. O aviso tinha sido feito: Oliviero Toscani não é uma pessoa nostálgica e “não gosta muito de falar do passado”. Mas antes de desenrolar os cartazes da nova campanha, voltou atrás no tempo. O que se lembra o homem que já disse ter uma memória muito selectiva sobre o passado na Benetton? “Lembro-me que foi muito interessante. Nada foi realmente planeado”, conta. “Se aconteceu é porque Luciano Benetton é um empreendedor muito especial. É muito corajoso por pensar que a comunicação de uma empresa tem a ver com a realidade da sociedade. ”As fotografias de Oliviero falavam alto, numa altura em que ninguém queria ouvir a palavra sida. “Nem mesmo as pessoas da moda acreditavam na sida. E quantas pessoas morreram?”. Houve, claro, quem duvidasse das intenções da empresa, acusando a Benetton de explorar estas temáticas por motivos comerciais. Enfrentaram processos de grupos e associações e viram múltiplos anúncios banidos em certos países e meios de comunicação. Uma coisa é certa, Toscani mudou a forma como olhamos para a publicidade. Bem ou mal, toda a gente falava sobre as suas campanhas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em relação à função comunicação das empresas, não é nada senão exigente. Para Oliviero, uma empresa tem a obrigação de dar visibilidade aos problemas da sociedade. No entanto, critica aquelas que anunciam nas páginas de publicidade a sua contribuição para a caridade, em vez de o “fazer em silêncio”. “Vender não é mau e precisamos de vender. Temos de enfrentar um mercado”, ressalva . “Mas o facto de termos de enfrentar um mercado significa também que temos de enfrentar os problemas que a sociedade tem”, conclui. O PÚBLICO viajou até Itália a convite da Benetton
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA