Por que é que ninguém chama refugiados aos imigrantes da América Central?
Sucessivas administrações norte-americanas “encorajaram” a peregrinação para Norte. Agora, os políticos promovem formas de os impedir de entrar no país. (...)

Por que é que ninguém chama refugiados aos imigrantes da América Central?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 Asiáticos Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sucessivas administrações norte-americanas “encorajaram” a peregrinação para Norte. Agora, os políticos promovem formas de os impedir de entrar no país.
TEXTO: Centenas de hondurenhos, salvadorenhos, guatemaltecos e mexicanos arriscam a vida, todos os dias, para transpor a fortificada fronteira Sul dos Estados Unidos e construir uma nova vida longe da pobreza extrema, da violência dos gangues armados e do narcotráfico, da instabilidade política e até dos desastres naturais dos seus países. É um fluxo constante e que tem incendiado o debate político eleitoral norte-americano – mas o que os candidatos presidenciais andam a prometer são novas fórmulas para impedir que estas pessoas desesperadas consigam entrar. Na América, ninguém fala como refugiados nestes milhares de pessoas, que vêm do chamado Triângulo Norte da América Central, mas também da Nicarágua, Colômbia e Venezuela: são considerados, para todos os efeitos, como migrantes que deixam os seus países em busca de trabalho, mesmo os menores de idade. Isto apesar de a maioria dos recém-chegados citar motivações políticas para a sua jornada, e pedir ajuda para solicitar asilo. O fenómeno, que se verifica desde a década de 80, com picos de procura e períodos de acalmia, foi sendo alimentado pela sucessão de guerras civis e conflitos militares na região. Sucessivas administrações norte-americanas “encorajaram” a sua viagem, com regras especiais ou autorizações extraordinárias de residência por razões humanitárias para as populações afectadas. Mas, entretanto, a agulha virou, quando a procura passou a ser de migrantes económicos e o movimento fez prosperar redes de trabalhadores clandestinos. Tal como os fugitivos da guerra da Síria, do Iraque, da Eritreia ou do Afeganistão que se acumulam às portas da União Europeia, também os latino-americanos que procuram a “terra prometida” dos Estados Unidos usam rotas testadas para o “contrabando” humano, e pagam a organizações criminosas para encetar a viagem em condições de extremo risco e enorme fragilidade. Em fuga da violênciaTêm sido sobretudo mulheres e menores a tentar fugir da violência das Honduras, El Salvador e Belize, os países com a maior taxa de homicídios do mundo segundo os números oficiais das Nações Unidas. Como nota Denise Gilman, especialista em imigração da Faculdade de Direito da Universidade do Texas, a sua situação enquadra-se no estatuto de refugiado, tal como definido pela legislação internacional, que lhes reconhece o direito à protecção de perigos existenciais, como a guerra e a violência ou a perseguição étnica ou religiosa. Em 2013, havia 3, 2 milhões de cidadãos naturais de países da América Central a residir nos EUA, 90% dos quais provenientes do Triângulo Norte formado por El Salvador, Guatemala e Honduras. Segundo os números do Migration Policy Institute, correspondiam a 7% do total de 41, 3 milhões de imigrantes no país. Ao contrário de outros grupos de diferentes geografias – principalmente asiáticos e europeus –, estes imigrantes têm poucas habilitações escolares e profissionais, falam mal inglês e têm rendimentos muito inferiores à restante população: 22% das famílias imigrantes da América Central vivem em situação de pobreza nos EUA, mais do que os restantes imigrantes (18%) e os norte-americanos (10%). No ano passado, a Administração Obama foi obrigada a tomar medidas extraordinárias para responder a um êxodo latino-americano sem precedentes, e particularmente à chegada de milhares de menores desacompanhados das famílias (cerca de 68 mil, em 2014). O Presidente, Barack Obama, classificou a situação como uma “crise humanitária”: é difícil imaginar os riscos que estas crianças e adolescentes corriam, para que as suas famílias arriscassem mandá-los sozinhos para um país estranho, reflectiu, justificando o “realojamento” extraordinário destas crianças com familiares já nos EUA. Na sua edição de Agosto, a revista Report on the Americas, publicada pelo North American Congress on Latin America (NACLA), uma organização não-governamental, apresentava o caso de “Osvaldo”, um jovem de 16 anos das Honduras, que foi deportado na fronteira. O seu pai foi assassinado quando ele tinha um ano; quando tinha quatro, foi um tio, e aos cinco mataram o seu avô. Entre os seus oito e 14 anos, outros três tios foram abatidos a tiro; e aos 15 anos, pela primeira vez, tentaram matá-lo a ele. Decidido a escapar ao ciclo de violência, tentou fugir para os EUA, mas foi deportado pelo México ao chegar à fronteira. No mesmo centro para imigrantes, estavam ainda “Evelin”, uma jovem de 15 anos grávida de sete meses e sob ameaça de morte do seu namorado e pai da criança; ou “Daniela”, uma menina de 13 anos que tentava escapar ao recrutamento da quadrilha Barrio 18 de El Salvador, uma das mais perigosas organizações armadas do país.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Polícia nega ataque de refugiados na passagem de ano em Frankfurt
Investigação a supostas queixas conclui que nada do que foi noticiado na Alemanha é verdade. (...)

Polícia nega ataque de refugiados na passagem de ano em Frankfurt
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.136
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Investigação a supostas queixas conclui que nada do que foi noticiado na Alemanha é verdade.
TEXTO: A polícia alemã publicou esta terça-feira um relatório que desmente um alegado ataque de um grupo de refugiados em Frankfurt, Alemanha, na noite da passagem de ano. O episódio, que a polícia diz agora que não aconteceu, foi noticiado pelo tablóide alemão Bild, a 6 de Janeiro. O jornal escreveu que um grupo de cerca de 50 homens, com aparência árabe, tinha atacado mulheres na baixa de Frankfurt, uma história que fazia lembrar um relato semelhante, um suposto ataque um ano antes, na passagem de ano de 2015 para 2016, em Colónia. O mesmo jornal citava duas testemunhas: um homem e uma mulher de 27 anos. Esta última teria sido uma das vítimas, sabendo-se agora que nem sequer estaria na cidade no momento da alegada ocorrência. No relatório, a polícia de Frankfurt detalha que nunca recebeu qualquer queixa, mas decidiu investigar os relatos, concluindo que não houve qualquer ataque ou violação e que as alegações são "infundadas". O tablóide alemão já pediu desculpa e reconheceu que as declarações reproduzidas eram “infundadas”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No Twitter, o editor online acrescentou que, a seu tempo, a publicação irá anunciar o que irá fazer em relação ao que foi noticiado erradamente. Uma história semelhante, na noite de passagem de ano de 2015 para 2016, quando os autores das agressões sofridas por mulheres na cidade alemã de Colónia foram identificados pelas autoridades alemãs como refugiados. As investigações que se seguiram concluíram que se tratavam de argelinos e marroquinos a viver na Alemanha há vários anos. Entschuldigung in eigener Sache. Ich werde zeitnah mitteilen, welche Konsequenzen @BILD daraus zieht. https://t. co/nbyExKc2NO
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens ataque mulher homem violação mulheres
Refugiados sírios passam de 200 mil para dois milhões em apenas um ano
Mais de metade dos que fogem da Síria são crianças. Países vizinhos estão a ficar lotados. (...)

Refugiados sírios passam de 200 mil para dois milhões em apenas um ano
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais de metade dos que fogem da Síria são crianças. Países vizinhos estão a ficar lotados.
TEXTO: A barreira dos dois milhões de refugiados sírios foi ultrapassada, sendo que mais de metade das pessoas que fogem da guerra na Síria para os países limítrofes são crianças, segundo indicam os últimos dados do ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Só nos últimos seis meses o número subiu de um milhão para dois milhões de refugiados, de acordo com os mesmos dados das Nações Unidas. Ao todo, cerca de 700 mil pessoas foram para o Líbano, estando as restantes dispersas por outros países que vão da Turquia ao Iraque, Jordânia, Norte de África ou mesmo Europa. No último ano o número passou de pouco mais de 200 mil refugiados para dois milhões. Num comunicado, o ACNUR começa por dizer que “o número de sírios forçados a procurar abrigo no exterior desde que a guerra civil começou em Março de 2011 ultrapassou a barreira dos dois milhões na terça-feira sem sinal de fim à vista”. Na nota, este organismo lembra que estamos a falar de homens, de mulheres, mas sobretudo de crianças, que “atravessam fronteiras com pouco mais do que a roupa que trazem no corpo”. O ACNUR sublinha que a marca dos dois milhões deve servir como um novo alarme para a escalada da violência e da degradação das condições no país, isto ao mesmo tempo que os países limítrofes vão ficando sem capacidade de resposta para o número de pessoas que todos os dias tentam escapar. Na nota, o alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, descreve a Síria como uma “calamidade humanitária” onde se encontra um número de refugiados “sem paralelo na história recente”. Guterres diz que a situação só está, de certa forma, a ser minimizada pela boa vontade dos países vizinhos que têm acolhido os sírios. Também a enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie, expressou o seu desânimo perante a situação no país que levou tanta gente a refugiar-se noutros lugares para evitar a morte e lamentou alguma “complacência” perante a guerra síria. “Se a situação se continuar a degradar a esse ritmo, o número de refugiados apenas vai continuar a crescer e alguns países vizinhos poderão chegar ao colapso”, alertou a actriz. Um milhão de crianças refugiadasJá no dia 23 de Agosto, a Unicef e o ACNUR tinham feito saber que o número de crianças forçadas a abandonar a tinha chegado a um milhão. Ainda assim, mais dois milhões de jovens menores de idade continuam no país, a serem atacados ou recrutados como combatentes, alertaram na altura estas organizações. “Esta milionésima criança refugiada não é apenas mais um número”, declarou na altura o director executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Anthony Lake. “Trata-se de uma criança com nome e com rosto, que foi arrancada da sua casa, talvez até de uma família, enfrentando horrores difíceis de imaginar”, reforçou. “Os jovens da Síria estão a perder as casas, os familiares e o futuro. Mesmo depois de atravessarem uma fronteira em busca de segurança, continuam traumatizados, deprimidos e a precisarem de uma razão para ter esperança”, afirmou, por seu turno, António Guterres. Na Síria, segundo o gabinete liderado por Guterres, mais de 7000 crianças foram mortas durante o conflito. Armas químicas?Os dados sobre os refugiados surgem numa altura em que tanto os Estados Unidos como a França continuam a defender uma intervenção militar no país, depois de o regime de Bashar Al-Assad alegadamente ter feito no dia 21 de Agosto um ataque com armas químicas no qual morreram mais de 1400 pessoas, das quais 426 seriam crianças. O Presidente norte-americano, Barack Obama, aguarda que o Congresso do país se pronuncie sobre o tema. No Reino Unido, David Cameron chegou a abordar o assunto mas o Parlamento chumbou a ideia. Com um regime contestado de forma mais veemente há mais de dois anos, o país caiu entretanto numa guerra civil que já custou a vida a mais de 100 mil pessoas, segundo números da ONU.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Obama vetará lei a limitar entrada de refugiados nos EUA
O Acto de Segurança é uma iniciativa republicana para apoiar os 30 governadores que disseram não aceitar sírios no seu território, devido ao risco para a segurança. (...)

Obama vetará lei a limitar entrada de refugiados nos EUA
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20151119181405/http://www.publico.pt/1714939
SUMÁRIO: O Acto de Segurança é uma iniciativa republicana para apoiar os 30 governadores que disseram não aceitar sírios no seu território, devido ao risco para a segurança.
TEXTO: O Presidente dos EUA, Barack Obama, poderá vetar a lei que propõe critérios apertados para receber refugiados, caso esta seja aprovado no Congresso. O Acto de Segurança Americano implica avaliações detalhadas a cada uma das pessoas que peçam asilo no país. Depois dos atentados em Paris, e perante a decisão da Administração Obama de acolher dez mil refugiados sírios, o projecto de lei proposto pelos líderes republicanos define que, para além de uma avaliação do Departamento de Segurança Interna, “o director do FBI deve tomar todas as medidas necessárias para assegurar que cada imigrante é alvo de uma investigação cuidada antes de receber o estatuto de refugiado”. O Acto de Segurança implica que iraquianos e sírios só possam entrar no país após as principais entidades de segurança apresentarem o seu relatório a comités do Congresso, que irão então definir se representam ou não uma ameaça à segurança. Barack Obama fez saber que deverá vetar a decisão antes mesmo da primeira votação, esta quinta-feira na Câmara de Representantes - o documento vai depois para aprovação no Senado -, onde deverá ser aprovado pela maioria republicana. Segundo a Casa Branca, este projecto legislativo não contempla medidas significativas para a protecção dos cidadãos norte-americanos. Para a Administração Obama, o Acto de Segurança serve apenas para “criar obstáculos ao cumprimento de um programa essencial a uma causa humanitária e que cumpre todos os parâmetros de segurança nacional”. Dos mais de dois mil refugiados acolhidos nos EUA desde 2001, “nenhum foi preso ou deportado por suspeitas de terrorismo”, declarou a Administração. Com a sentença já declarada de Obama, este Acto de Segurança surge depois de 30 estados norte-americanos terem manifestado intenções de barrar a entrada a refugiados sírios por suspeitas de infiltrados terroristas. “A nossa nação sempre foi acolhedora. Mas não podemos permitir que terroristas tirem partido da nossa humanidade”, declarou o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, aos jornalistas, após reunir com os líderes republicanos. A partir de momento em que são reconhecidos como refugiados, os imigrantes terão garantida a livre circulação e o direito de residência em qualquer um dos 50 estados. É isso que a maioria dos governadores quer evitar, mas não podem, unilateralmente, proibir a sua entrada. No seu discurso em Antalya na segunda-feira, na reunião do G20, Obama tinha já reafirmado a intenção de continuar a receber refugiados nos EUA, apesar do debate interno. “Os EUA podem acolher refugiados que procuram um lugar seguro e ao mesmo tempo garantir a segurança dos estados. Podemos e deveremos fazer ambos”, declarou Obama.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Austrália vai encerrar Manus, campo onde mantém 854 refugiados detidos
Neste centro da Papuásia-Nova Guiné foram mais os que morreram do que os que conseguiram asilo, denunciou o Human Rights Law Centre. (...)

Austrália vai encerrar Manus, campo onde mantém 854 refugiados detidos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Neste centro da Papuásia-Nova Guiné foram mais os que morreram do que os que conseguiram asilo, denunciou o Human Rights Law Centre.
TEXTO: A Austrália concordou em encerrar o controverso centro de detenção de refugiados na Papuásia-Nova Guiné. Esta é uma das instalações que integram a estratégia australiana de impedir a entrada de requerentes de asilo, enviando-os para centros fora do país. Mas não é certo qual será o destino das mais de 800 pessoas actualmente no centro da ilha de Manus. Quando barcos lotados de pessoas tentam alcançar a Austrália — geralmente provenientes da Indonésia — são de imediato interceptados pela Marinha e levados para “centros de processamento”. O Governo australiano financia duas destas instalações, Manus na Papuásia-Nova Guiné e outra em Nauru, onde os requerentes de asilo aguardam a resposta aos seus pedidos. Os processos podem arrastar-se vários anos, durante os quais os requerentes de asilo têm de suportar as más condições destes centros. No entanto, mesmo que o estatuto de refugiado seja confirmado, o Governo australiano recusa recebê-los. Em 2013, a Austrália concordou em pagar 400 milhões de dólares australianos (271 milhões de euros) à Papuásia-Nova Guiné para albergar o campo de detenção, que é gerido por uma empresa de segurança privada, e para reinstalar os refugiados. De acordo com a BBC, o destino mais comum para aqueles que conseguem o estatuto de refugiados são as mesmas ilhas do Pacífico em que estiveram detidas, embora quatro tenham sido reinstalados no Camboja. Entre os requerentes de asilo enviados para Manus são mais os que morreram do que os que conseguiram obter asilo, segundo o Human Rights Law Centre, uma organização não-governamental australiana. Em Abril, o Supremo Tribunal da Papuásia-Nova Guiné declarou que a detenção de refugiados e requerentes de asilo no centro é inconstitucional, aumentando a pressão sobre o Governo australiano para avançar com o fecho. Os juízes determinaram que os detidos se encontravam no país contra a sua vontade, o que constitui uma violação do princípio da liberdade pessoal. A divulgação de mais de dois mil documentos pelo jornal britânico The Guardian na semana passada em que são revelados pormenores sobre as más condições do centro de Nauru e dos abusos sofridos pelos detidos também veio colocar a estratégia australiana sob fogo. Porém, Canberra não revelou de que forma se irá processar o encerramento do centro da ilha de Manus, onde estão actualmente detidas 854 pessoas, nem quando será concluído o encerramento. O ministro australiano da Imigração, Peter Dutton, garantiu de imediato que nenhum dos requerentes de asilo detidos no centro “será alguma vez instalado na Austrália”. O futuro das 854 pessoas detidas na ilha de Manus pode passar pela transferência para o centro de Nauru ou para um outro centro na ilha de Natal, escreve a BBC. A directora do gabinete da Austrália da Human Rights Watch, Elaine Pearson, disse ao Guardian que o encerramento do centro de detenção de Manus chega “com grande atraso” e apela a mudanças na forma como os requerentes de asilo são tratados pela Austrália. “Quase mil pessoas em Manus já perderam três ou mais anos das suas vidas fechadas num limbo sem uma boa razão. Suportaram sujidade, instalações lotadas, cuidados médicos inadequados e violência. É tempo, finalmente, de deixá-los avançar com as suas vidas em segurança e com dignidade. ”O acordo foi divulgado pelo primeiro-ministro da Papuásia-Nova Guiné, Peter O’Neill, depois de um encontro com Peter Dutton esta quarta-feira em Port Moresby. “É importante que este processo não seja apressado, mas levado a cabo de uma forma cuidadosa. É preciso ter em conta os interesses das pessoas da Papuásia-Nova Guiné e o bem-estar dos requerentes de asilo e refugiados”, disse O’Neill. Ainda esta quarta-feira um discurso do primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, foi interrompido por manifestantes que pediam o fecho dos centros de Manus e Nauru. Apesar de grande parte das embarcações de imigrantes que se dirigem à Austrália serem provenientes da Indonésia, são sobretudo membros da minoria Rohingya — cuja perseguição na Birmânia é reconhecida pela ONU — que as enchem. Mas Canberra mantém a sua recusa em aceitar refugiados que tenham chegado à Indonésia após Junho de 2014, apesar dos vários apelos lançados por Bali. A estratégia de combate à “imigração irregular” na Austrália teve início em 2001, com a chamada “Solução do Pacífico”. Depois de intensa pressão das organizações de defesa dos direitos humanos e do próprio Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em 2008 o programa acabou por ser abandonado e os centros de detenção encerrados. Mas quatro anos depois, a política de envio de requerentes de asilo para centros nas ilhas do Pacífico foi ressuscitada. Segundo o Governo de Canberra, o objectivo da sua política restritiva de imigração é desencorajar os traficantes de pessoas que lucram com o transporte de refugiados. “Esta não é uma questão política intensa e tóxica neste país. Temos um Governo e uma oposição unidas para ver quem consegue ser mais duro ou cruel”, dizia em Abril à Al-Jazira Pamela Curr, do Centro de Recursos para Requerentes de Asilo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Perguntas e respostas sobre os refugiados em Portugal
Quando chegam os refugiados a Portugal?Ainda não há uma data prevista. Mas a presidente do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito Morais, diz que os refugiados deverão demorar cerca de dois meses a chegar. “Nunca chegarão antes de Novembro”, afirma. “Neste momento estes refugiados estão a ser registados em centros de acolhimento na Grécia e em Itália e só depois serão encaminhados para os países de acolhimento”, acrescenta. Podem os particulares acolher refugiados nas suas casas?A Plataforma de Apoio aos Refugiados está a promover o acolhimento de famílias por instituições. Esta opção, justificam, “pr... (etc.)

Perguntas e respostas sobre os refugiados em Portugal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
TEXTO: Quando chegam os refugiados a Portugal?Ainda não há uma data prevista. Mas a presidente do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito Morais, diz que os refugiados deverão demorar cerca de dois meses a chegar. “Nunca chegarão antes de Novembro”, afirma. “Neste momento estes refugiados estão a ser registados em centros de acolhimento na Grécia e em Itália e só depois serão encaminhados para os países de acolhimento”, acrescenta. Podem os particulares acolher refugiados nas suas casas?A Plataforma de Apoio aos Refugiados está a promover o acolhimento de famílias por instituições. Esta opção, justificam, “prende-se com a complexidade e exigência deste acolhimento”, que implica respostas em muitas vertentes além do alojamento, nomeadamente alimentação, apoio de saúde, educação, aprendizagem do português e ajuda na integração laboral dos adultos. “Não está considerado, por isso, o acolhimento em contexto doméstico”, diz a plataforma no seu site. Contudo, a presidente do Conselho Português para os Refugiados admite que haja famílias a acolher refugiados, estando a remeter estas ofertas para as câmaras municipais. “As câmaras que têm equipas multidisciplinares é que podem coordenar estes apoios, nomeadamente fazer uma avaliação para perceber se as famílias possuem condições para receber os refugiados", afirma. Que risco corre quem vai buscar refugiados ao estrangeiro?O facto de várias fronteiras estarem fechadas poderá dificultar a viagem até Portugal, sendo ainda possível que não consiga trazê-las porque, como muitas não têm documentos, podem ser retidas num país de passagem. Em abstracto, quem facilita a entrada de pessoas em situação ilegal poderá incorrer num crime de auxílio à emigração ilegal, mas como este acto se integra no âmbito de uma assistência humanitária o cidadão não deverá ter problemas a este nível.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime educação ajuda humanitária ilegal
Grécia retoma deportações de refugiados para a Turquia
Nesta sexta-feira deverão sair 140 pessoas. Activistas protestam contra o acordo da UE com o Governo turco. (...)

Grécia retoma deportações de refugiados para a Turquia
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-11-15 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20191115174343/https://www.publico.pt/1728487
SUMÁRIO: Nesta sexta-feira deverão sair 140 pessoas. Activistas protestam contra o acordo da UE com o Governo turco.
TEXTO: Dois ferries com 120 refugiados deixaram esta sexta-feira a ilha grega de Lesbos com destino à Turquia. As autoridades cumprem assim o acordo destinado a deter a chegada em massa de migrantes à Europa, que começou a ser aplicado esta segunda-feira. O primeiro grupo a sair era constituído por 44 paquistaneses, segundo o ministro turco do Interior. Foram recebidos na localidade de Dikili por duas dezenas de polícias vestidos à civil, adianta a Reuters. O segundo barco levava a bordo 79 migrantes do Egipto, Afeganistão e Iraque. Pelo menos dois activistas (três, segundo a BBC) mergulharam perto do pequeno ferry, agarrando-se à âncora e fazendo o “v” de vitória, tentando impedir a sua partida do porto de Mytilene. Foram retirados da água pela guarda costeira. Cerca de 30 manifestavam-se junto aos portões do cais, gritando “Parem as deportações”, “UE, devias ter vergonha” e “Liberdade para os refugiados”. O protesto dirige-se contra o que os activistas consideram ser uma violação dos direitos humanos de pessoas que estão a fugir da guerra e da pobreza. Segundo o acordo, Ancara aceita todos os refugiados e emigrantes que tenham entrado na Grécia por vias irregulares desde 20 de Março (só desde essa data já chegaram cerca de 6 mil), caso não tenham requerido asilo ou o seu pedido tenha sido rejeitado. Por cada refugiado sírio que regresse à Turquia, a UE aceitará outro que tenha feito um pedido de entrada oficial. A Turquia receberá 3 mil milhões de euros, levantamento da obrigatoriedade de visto para o espaço Schengen e avanços nas negociações para a candidatura do país à União Europeia. Já na segunda-feira, um primeiro grupo de pessoas, maioritariamente do Paquistão e Afeganistão, foram levadas de Lesbos e Chios com destino à Turquia. Logo de seguida, o processo foi congelado devido a um elevado número de pedidos de asilo. Cada pedido é avaliado individualmente e a Grécia comprometeu-se a dar uma resposta em 15 dias. Mas foram poucos os especialistas em direito de asilo, prometidos pela UE no quadro do acordo, a chegar às ilhas para fazer essa avaliação, refere a AFP. O Governo grego prevê que a próxima vaga de deportações demore mais 15 dias a concretizar-se. Uma vez em território turco, os não-sírios são enviados para centros de deportação e os sírios para campos de refugiados, onde substituirão aqueles que serão recebidos na UE. Os deportados são acompanhados por guardas da agência europeia de controlo de fronteiras Frontex, cuja porta-voz referiu não estar a haver problemas com o transporte dos refugiados do campo para o porto, avança a BBC. “Houve escoltas para cada deportado e uma equipa de auxílio”, afirmou Ewa Moncure. “Para além disso, a bordo do ferry seguia um médico e tradutores”. Por seu lado, a agência francesa refere que na quinta-feira 150 pessoas conseguiram fugir do campo de Samos, sendo depois convencidas a regressar, segundo avançou uma fonte governamental grega. O mesmo aconteceu na semana passada em Chios, quando pelo menos 600 pessoas deixaram o campo de Vial. Em Samos e Lesbos, dezenas de emigrantes terão dado início a uma greve de fome para impedir a sua expulsão. "Arriscámos as nossas vidas para chegar aqui e não queremos voltar para a Turquia, porque nos mandam de volta para o Paquistão, disse um homem identificado como Ali à AFP. "Não queremos pedir asilo na Grécia, queremos ir para a Alemanha". Os paquistaneses são o quarto maior grupo de migrantes a chegar à Grécia, depois dos sírios, afegãos e iraquianos - chegaram 5317 nos primeiros três meses do ano, adianta a BBC. A aplicação do acordo continua a ser dificultada pela chegada de novos refugiados em situação irregular, que todos os dias desembarcam nas ilhas, às dezenas – ainda que o número seja agora muitíssimo inferior quando comparado com os milhares que no Verão passado diariamente chegavam à Europa. De quinta para sexta-feira, 149 emigrantes chegaram da Turquia, de acordo com os dados publicados todos os dias pelo Governo grego. Desde o início do ano, e até 4 de Abril, entraram 152. 137 pessoas, 35% crianças, e mais de metade (53%) chegaram a Lesbos. Pelo menos 366 morreram na travessia entre a Turquia e a Grécia. A lei internacional de asilo impede que o requerente seja deportado até que o seu caso seja deliberado. Enquanto isso não acontece, a pressão recai nos centros de acolhimento que nas últimas semanas se converteram em espaços de detenção em massa e que ameaçam atingir o ponto de ruptura. É lá que são retidos todos os migrantes e requerentes de asilo que continuam a chegar à Grécia. As Nações Unidas afirmam que vivem já cerca de 600 pessoas para além do limite naquele que é o maior centro de detenção do país, em Moria, na ilha de Lesbos. Noutros espaços há mulheres grávidas, em aleitamento e crianças sem o devido acesso a comida e serviços básicos, segundo alerta a agência de protecção de refugiados da ONU, o ACNUR. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
Benetton sob fogo por usar refugiados do Aquarius em anúncio
“Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, defende o criador de algumas das campanhas mais polémicas da marca italiana. (...)

Benetton sob fogo por usar refugiados do Aquarius em anúncio
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, defende o criador de algumas das campanhas mais polémicas da marca italiana.
TEXTO: Já conhecida pela publicidade provocadora, a marca de roupa italiana United Colors of Benetton lançou uma campanha com imagens dos refugiados resgatados pelo navio Aquarius – que chegaram ao porto de Valência no domingo, depois de terem sido recusados por Itália e por Malta. “A tragédia humana em causa no Mediterrâneo nunca deve ser usada para fins comerciais”, condenou a ONG franco-alemã SOS Méditerranée, envolvida nas operações de resgate. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini – que tem ele próprio estado envolvido em polémica, por querer fazer o recenseamento dos ciganos em Itália e por querer expulsar e deter os imigrantes no país –, partilhou no Twitter a publicidade da Benetton e perguntou: “Sou só eu que acho isto repugnante?”. E obteve resposta do conhecido fotógrafo da Benetton, Oliviero Toscani, responsável por grande parte das campanhas da marca. “Veja, não é repugnante, é dramático. Infelizmente muitos não entendem o que está a acontecer. O facto de um negacionista como você criticar esta acção faz com que me aperceba de que estou correcto. ”As duas fotografias, que mostram os migrantes com coletes salva-vidas e em fila à espera de auxílio, foram partilhadas pela Benetton no início da semana nas redes sociais, tendo merecido críticas por parte de outros utilizadores; a acompanhar as duas imagens está a icónica etiqueta verde com o nome da marca italiana. Como explica a organização humanitária, estas fotografias foram tiradas a 9 de Junho, quando as equipas estavam a “socorrer pessoas em dificuldade” em alto mar, depois de terem naufragado ao largo da costa líbia. A SOS Mediterranée, que socorreu os 629 migrantes, ressalva que não tem qualquer ligação com a campanha publicitária e vinca que “a dignidade dos sobreviventes deve ser respeitada em todas as ocasiões”. Além disso, critica ainda a iniciativa dos fotógrafos de disponibilizarem estas fotografias à marca italiana. Uma das fotografias foi tirada por Kenny Karpov e outra por Orietta Scardino, da agência de notícias italiana Ansa. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O PÚBLICO contactou a Benetton para saber quais os critérios que levaram à escolha destas imagens e questionou também se a empresa apoia financeiramente estas causas sociais, mas não obteve resposta até ao momento. Este tipo de campanhas da Benetton, associado ao dilema de saber se ajudam a sensibilizar para questões sociais ou se se aproveita destas crises para lucrar, já tem dado que falar no passado, em grande parte devido a Oliviero Toscani. Exemplo disso é a fotografia do activista David Kirby no leito da morte, de líderes políticos a beijarem-se, ou da roupa ensanguentada de um soldado bósnio morto na guerra. “Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, adiantou Toscani ao diário italiano La Tribuna di Treviso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra humanitária morto
Estados Unidos saem de pacto global sobre refugiados e migrantes
"Nós é que decidimos qual é a melhor forma de controlar as nossas fronteiras e quem é autorizado a entrar no nosso país", disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Saída anunciada horas antes da primeira cimeira. (...)

Estados Unidos saem de pacto global sobre refugiados e migrantes
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Nós é que decidimos qual é a melhor forma de controlar as nossas fronteiras e quem é autorizado a entrar no nosso país", disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Saída anunciada horas antes da primeira cimeira.
TEXTO: O Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos de um pacto global para proteger os direitos dos refugiados e migrantes em todo o mundo, assinado no ano passado por todos os 193 países da Assembleia Geral das Nações Unidas. O anúncio da saída foi feito a poucas horas do início da primeira grande reunião sobre o tema, marcada para esta segunda-feira no México. Além de ter limitado a 45 mil o número de pessoas que terão direito a asilo nos EUA no próximo ano fiscal - o mais baixo em muitos anos - a Administração Trump mostra estar disposta a aplicar a doutrina America first também aos refugiados. "Nós é que decidimos qual é a melhor forma de controlar as nossas fronteiras e quem é autorizado a entrar no nosso país. A abordagem global na Declaração de Nova Iorque não é compatível com a soberania dos Estados Unidos", disse a representante norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley. Haley foi quem deu a cara pela decisão dos Estados Unidos, mas a representante norte-americana nas Nações Unidas foi a única a defender a permanência do país no pacto global sobre migrações, segundo o site da revista Foreign Policy. Durante as conversações que decorreram na Casa Branca na semana passada, o principal instigador da saída foi Stephen Miller, o conselheiro político de Donald Trump que se tem destacado pelas suas posições anti-imigração – Miller foi acompanhado pelo chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, e pelo attorney general (uma mistura entre o ministro da Justiça e o procurador-geral), Jeff Sessions. Contra a saída esteve apenas Nikki Haley, que defendia a permanência como a melhor forma de os Estados Unidos poderem influenciar as discussões, escreve a Foreign Policy. Mas a posição da representante norte-americana nas Nações Unidas foi contrariada pelo próprio Presidente, e Haley teve de anunciar a decisão final da Casa Branca na madrugada deste domingo. "A América orgulha-se da sua herança de imigração e da sua liderança moral no apoio a populações migrantes e de refugiados em todo o mundo. Nenhum país fez mais do que os Estados Unidos, e a nossa generosidade vai manter-se. Mas as nossas decisões sobre políticas de imigração devem ser sempre tomadas por americanos e só por americanos. A abordagem global na Declaração de Nova Iorque não é compatível com a soberania dos EUA", lê-se no comunicado da missão norte-americana nas Nações Unidas. A Declaração de Nova Iorque é um pacto assinado em Setembro de 2016 por todos os 193 países da Assembleia Geral das Nações Unidas, promovido pelo então secretário-geral, Ban Ki-moon. O objectivo é estabelecer uma série de regras internacionais para ajudar os refugiados a chegarem mais facilmente aos seus países de acolhimento e facilitar a sua integração e acesso aos cuidados de saúde e educação. Mas a Declaração de Nova Iorque não inclui nenhum passo específico para que isso seja feito. Para começar a dar forma à declaração de intenções, os países decidiram reunir-se na próxima semana em Puerto Vallarta, no México, entre segunda-feira e quarta-feira – uma reunião que já não vai contar com a delegação norte-americana. No comunicado em que dá conta da saída dos Estados Unidos do pacto global sobre imigrantes e refugiados, a missão norte-americana nas Nações Unidas sublinha que a assinatura que está no documento é a de Barack Obama: "A participação norte-americana no processo começou em 2016, depois da decisão da Administração Obama de apoiar a Declaração de Nova Iorque sobre migração. A Declaração de Nova Iorque tem várias cláusulas que são inconsistentes com as políticas norte-americanas sobre imigrantes e refugiados e com os princípios sobre imigração da Administração Trump. "Desde que chegou à Casa Branca, a Administração Trump tem cumprido várias promessas feitas durante a campanha eleitoral sobre o envolvimento dos Estados Unidos em acordos e pactos internacionais – principalmente dos que foram assinados pela Administração Obama. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No dia 23 de Janeiro, Trump retirou os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla original); no dia 1 de Junho, anunciou a saída do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas; e, no dia 12 de Outubro, o país deixou de integrar a UNESCO. Depois do comércio global, das alterações climáticas e da educação, ciência e cultura, esta semana chegou a vez das migrações – mais uma vez, a Administração Trump diz que este tipo de acordos globais é contrário à política norte-americana.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO EUA
No dia dos refugiados, Hungria aprovou lei que torna crime ajudá-los
Pacote legislativo STOP Soros é criticado por organizações de defesa dos direitos humanos, ONU e Parlamento Europeu. (...)

No dia dos refugiados, Hungria aprovou lei que torna crime ajudá-los
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pacote legislativo STOP Soros é criticado por organizações de defesa dos direitos humanos, ONU e Parlamento Europeu.
TEXTO: No Dia Mundial dos Refugiados, o Parlamento da Hungria aprovou um pacote legislativo que torna crime prestar auxílio a quem entre no país sem documentos legais – mesmo que para pedir asilo. Limitar a acção das organizações não-governamentais é o objectivo destas leis – em particular, as financiadas pelo milionário George Soros, americano de origem húngara, que recentemente anunciaram que saíam deste país. Ao abrigo da nova legislação, oficialmente designada STOP Soros, aprovada com a maioria de que dispõe o Fidesz, o partido do governo liderado por Viktor Orbán, indivíduos ou grupos que ajudem imigrantes a pedir asilo ou a permanecer na Hungria sem que tenham condições para tal podem ser condenados a penas de prisão. “O povo húngaro tem a expectativa de que o Governo use todos os meios necessários para combater a imigração ilegal e as actividades que a promovem”, diz o ministro do Interior, Sandor Pinter, numa justificação adicionada à legislação, citada pela Reuters. “Queremos usar estas leis para impedir que a Hungria se torne um país de imigrantes”, acrescenta. Estas leis foram condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos, pelo Parlamento Europeu e pelas Nações Unidas, como um ataque aos direitos fundamentais das pessoas que procuram asilo e também das que os auxiliam. O Conselho da Europeia tinha também pedido que a Hungria esperasse que a Comissão de Veneza, o seu painel de especialistas sobre lei constitucional e direitos humanos, se pronunciasse sobre estas alterações – a declaração é esperada sexta-feira. Mas o Governo de Viktor Orbán, ferozmente anti-imigração e sem contemplações para com refugiados, em especial se forem de países não cristãos, não esperou. Aprovou uma emenda constitucional que afirma que “uma população estrangeira não pode fixar-se na Hungria” – o que é visto como um ataque ao malogrado plano da Comissão Europeia de distribuir alguns dos muitos milhares de refugiados que chegaram à Europa em 2015 pelos Estados-membros segundo um sistema de quotas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A Hungria chegou mesmo a promover um referendo sobre este sistema de quotas de distribuição de refugiados na UE em 2016 – mas não participaram eleitores suficientes para validar a votação. Só votaram 45% dos eleitores, abaixo dos 50% necessários. Ainda assim, 95% dos que votaram manifestaram-se contra receber migrantes – ainda está viva na memória dos húngaros a grande vaga de sírios e iraquianos que chegaram às suas fronteiras no Verão 2015, em fuga da guerra na Síria. A grande maioria procurou países mais ricos e acolhedores, como a Alemanha. Mas esta onda serviu a Orbán para se erguer como defensor da civilização cristã e espalhar o receio dos refugiados. Há denúncias sistemáticas de maus-tratos a refugiados na Hungria. Orbán construiu uma vedação na fronteira para impedir entradas e ajudou outros países a construir muros. As estatísticas oficiais, porém, mostram que Abril havia apenas 3555 refugiados a viver na Hungria, um país de dez milhões de habitantes, diz a Reuters. Nos primeiros quatro meses deste ano, só 342 pessoas se tinham registado como requerentes de asilo na Hungria, a maioria dos quais originários do Médio Oriente. Destes, 279 receberam resposta positiva.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE