ADN localiza três cartéis que traficam marfim em África
Um dos grandes perigos para os elefantes é a caça furtiva pelo marfim. Agora, foram desenvolvidas novas técnicas genéticas e forenses para identificar os principais cartéis responsáveis pelo comércio ilegal de marfim. (...)

ADN localiza três cartéis que traficam marfim em África
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20190710181516/https://www.publico.pt/n1844538
SUMÁRIO: Um dos grandes perigos para os elefantes é a caça furtiva pelo marfim. Agora, foram desenvolvidas novas técnicas genéticas e forenses para identificar os principais cartéis responsáveis pelo comércio ilegal de marfim.
TEXTO: Se há crime que ameaça os elefantes em África é o tráfico de marfim. Por que não resolver este crime juntando técnicas genéticas e análise forense, ou seja, fazendo uma espécie de CSI? Foi isso que uma equipa de cientistas dos Estados Unidos, do Quénia e da Malásia fez e apresentou esta quarta-feira num artigo científico na Science Advances. Desta forma, conseguiu-se detectar três grandes cartéis que traficaram marfim para fora de África entre 2011 e 2014. O comércio internacional de marfim de elefantes é ilegal desde 1989, mas continua a ser um problema. “Os grandes crimes organizados transnacionais aumentaram drasticamente desde 2006, coincidindo com o grande aumento da carga em contentores transportada pelo mundo. O comércio ilegal de marfim de elefantes africanos não é excepção”, lê-se no artigo. Estima-se que esse comércio ilegal seja responsável pela morte de 40 mil elefantes todos os anos. Já entre 1996 e 2011, calcula-se que cerca de 70% das capturas de marfim tenham sido transportadas em grandes contentores (que têm, pelo menos, uma tonelada métrica). E, em 2016, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) chegou mesmo a apontar a caça furtiva pelo marfim como a principal razão pela morte de cerca de 111 mil elefantes entre 2005 e 2015. Foi a pensar neste problema que a equipa de Samuel Wasser – também autor do recente estudo e da Universidade de Washington, nos EUA – desenvolveu técnicas de análise genética para sequenciar ADN extraído de marfim do tráfico ilegal de elefantes. Num artigo científico publicado em 2015 na revista Science, essa equipa referia que tinha feito um “mapa” genético de populações de elefantes africanos à escala regional através de ADN de excrementos desses mamíferos. E contava que, a partir de uma colaboração com a Interpol (entidade policial internacional), tinha recebido amostras de marfim apreendido. No final, a equipa analisou 28 “lotes” de marfim ilegal apreendidos entre 1996 e 2014 e confrontou-os com o mapa genético elaborado anteriormente. Resultado: mais de 85% do marfim apreendido entre 2006 e 2014 tinha tido origem em duas regiões. Uma dessas regiões dizia respeito aos elefantes de floresta e situava-se entre o Nordeste do Congo, o Sudeste dos Camarões e o Sudoeste da República Centro-Africana. Já a outra correspondia aos elefantes de savana e ficava na África Oriental, mais precisamente entre o Sudeste da Tanzânia e o Norte de Moçambique. Na altura, este estudo também sugeria que um dos maiores lotes de marfim ilegal tinha material genético que vinha das duas regiões. O que significava isto? Que existiriam relações comerciais entre os principais traficantes naquelas zonas. Agora, quis-se saber quantos cartéis de tráfico de marfim existem em África. Para tal, juntou-se ao trabalho de 2015 a análise genética de presas de elefantes – os dois incisivos superiores, que são salientes e têm marfim – encontradas em 38 grandes remessas de marfim confiscadas entre 2011 e 2014. Em cada apreensão, procurou-se as duas presas do mesmo elefante. “Fizemos isso ao medir o diâmetro da base da presa, que é o local onde ela se liga à mandíbula. E alinhámos todas as presas da mais pequena à maior com base no seu diâmetro”, conta ao PÚBLICO Samuel Wasser. Depois, reorganizou-se as presas do mesmo tamanho com as que tinham a mesma cor (ou a tonalidade mais próxima). Teve-se ainda em conta a linha que separa a gengiva da parte visível do dente, pois é aqui que a presa “sai” do lábio do elefante. Além disso, a distância da base dessa linha é muito simétrica nas presas do mesmo elefante. Por fim, extraiu-se ADN dessas presas. Percebeu-se assim que muitas das presas estavam “órfãs”, ou seja, o seu par não estava na mesma apreensão. Contudo, ao compararem amostras de ADN das várias apreensões, verificou-se que 26 pares de presas de 11 apreensões tinham correspondência genética. Todas as peças desta investigação se encaixaram quando se juntaram a estes dados informações sobre as exportações no mesmo porto entre 2011 e 2014, altura em que o tráfico de marfim atingiu o seu pico. Desta forma, a equipa identificou o que acredita que sejam os três grandes cartéis que traficaram marfim durante esse período. Mais concretamente, esses grupos criminosos deverão actuar em Mombaça (Quénia), Entebbe (Uganda) e Lomé (Togo). “Não só identificámos as origens geográficas da caça furtiva de elefantes e o número de populações representadas numa apreensão como também ajudámos a relacionar as diferentes apreensões à mesma rede criminosa através das mesmas ferramentas genéticas”, resume Samuel Wasser. “O mais surpreendente foi saber que o número e a localização de grandes cartéis são relativamente baixos e que eles estão interligados. ” E reforça que não identificaram concretamente os cartéis no estudo e que esse trabalho é agora da responsabilidade das autoridades policiais. Para que pode contribuir então? “Pode ajudar a apanhar os grandes criminosos transnacionais que transportam o seu produto em grandes contentores legais por todo o mundo”, explica o cientista. “Os nossos métodos de ADN podem ajudar a polícia a alcançar o contrabando [de marfim] antes que saia de África e se torne mais caro e difícil de rastrear. ”Samuel Wasser defende que, ao combater-se o comércio ilegal desta forma, será mais fácil proteger os elefantes e mantê-los vivos. “Ambos os trabalhos indicam que o número de locais-chave e os grandes cartéis são poucos. Além disso, estes estudos mostram onde devemos actuar. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Neste momento, os dados obtidos por estas ferramentas genéticas estão a ser usados pela polícia e pelos decisores políticos. Samuel Wasser indica que estas técnicas não irão estar à venda, mas que estarão disponíveis para todos os que queiram utilizá-las. Este método pode ser aplicado também a outros animais, como tubarões e pangolins. Afinal, a equipa quer identificar agora outros cartéis em África que tanto trafiquem marfim de elefantes como de pangolins, um dos mamíferos mais traficados do mundo.
REFERÊNCIAS:
Carne de frango é fonte de infecção animal mais comum na Europa
Portugal não fornece dados sobre vários dos agentes que provocam doenças de origem animal, refere relatório da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar. (...)

Carne de frango é fonte de infecção animal mais comum na Europa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento -0.13
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal não fornece dados sobre vários dos agentes que provocam doenças de origem animal, refere relatório da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar.
TEXTO: A campilobacteriose, infecção gastrointestinal causada pela bactéria Campylobacter, continua a ser a doença animal transmitida a humanos (zoonose) mais frequentemente reportada na União Europeia (UE), tendo a carne de frango como principal fonte de infecção. Mas o relatório refere que Portugal não deu dados sobre a notificação desta bactéria na comida à Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, tal como aconteceu com outras substâncias que estão na origem de outras zoonoses e cuja vigilância é recomendada. A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária diz que nem sempre se justifica a recolha. As conclusões fazem parte de um relatório europeu divulgado esta quinta-feira. A Campylobacter continua a ser a infecção mais reportada em humanos na UE, como acontece desde 2005. O número de casos confirmados ascendeu a 214. 779, refere o relatório europeu que faz a síntese das tendências acerca das principais zoonoses em 2013, tendo envolvido 32 países (28 da União Europeia). A campilobacteriose tem um período de incubação de dois a cinco dias, tendo como sintomas mais comuns dores abdominais, diarreia com presença de sangue ou febre. A Campylobacter costuma existir em animais como aves, mas também em porcos e outros animais. Como medida de prevenção, as autoridades europeias recomendam o seu controlo em aves, assim como rigorosas medidas de higiene no processamento de carne. A boa notícia é que, apesar de tudo, a campilobacteriose estabilizou. Mas o relatório deixa um alerta: as opções de tratamento para algumas das infecções de origem animal mais comuns, tal como a Campylobacter, mas também a Salmonella, estão a diminuir devido ao aumento de resistência das bactérias aos antibióticos, tanto em seres humanos como em animais. “Os níveis altos de resistência às fluoroquinolonas [classe de antibióticos de largo espectro, que supostamente já atingem um grande número de espécies de bactérias] observados na Campylobacter, tanto em humanos como em frangos, são motivo de preocupação, tendo em conta que uma grande proporção das infecções humanas por Campylobacter resulta do manuseamento, preparação e consumo de carne de aves. Estes níveis de resistência reduzem o leque de tratamentos eficazes destinados a infecções graves por Campylobacter”, notou Mike Catchpole, cientista do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças que fez este documento juntamente com a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar. O documento refere que "informações sobre a notificação de Campylobacter não foram fornecidas por Portugal", lê-se na página 23. A este respeito, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DVAV) respondeu ao PÚBLICO que “existem dados de amostras colhidas em alimentos em Portugal”. Além de Portugal, há vários países em que se aponta a ausência de dados de notificação – são analisadas 16 zoonoses. No caso desta bactéria, também Chipre, França, Lituânia, Luxemburgo e Malta também não deram dados. No caso português, refere-se a ausência de dados sobre vários agentes analisados no relatório: a Listeria em animais, notando-se que o país também não faz a sua vigilância em humanos. A listeriose é causada pela bactéria Listeria monocytogenes e pode representar riscos graves de saúde, sobretudo no caso de grávidas, recém-nascidos e adultos com sistema imunitário enfraquecido, explica o site do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. Fonte oficial do Gabinete do Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar responde que a DGAV não considera a Listeria uma “fonte relevante de infecção para o homem pelo que não é pertinente a sua pesquisa". Portugal também não forneceu dados, em humanos e animais, sobre a Yersinia, em que os agentes de transmissão são muitas vezes os porcos e que pode causar gastroenterites. A DGVAV responde que “esta pesquisa foi efectuada em carne suíno e seus derivados em anos anteriores (2008-2010) sempre com resultados negativos, pelo que da avaliação de risco efectuada resultou a decisão de interromper a sua pesquisa. ”No que diz respeito apenas à comida e animais, as autoridades portuguesas não disponibilizaram, por exemplo, dados sobre a Echinococus, que pode estar presente em fezes de cães e pode afectar o fígado. A este respeito, a DGVAV nota que “em Portugal todos os matadouros pesquisam activamente quistos parasitários onde se inclui a equinococose. ” Acrescenta-se ainda que deram inicio, em Janeiro de 2014, a um plano de acção nacional para a redução do uso de antibióticos nos animais. No total, em 2013 foram reportados na União Europeia 5196 surtos de doença de origem alimentar, incluindo também os que tiveram como causa a água contaminada. A maior parte tiveram origem na Salmonella, seguida de vírus, bactérias tóxicas e da Campylobacter; em 28, 9% dos surtos o agente causador era desconhecido.
REFERÊNCIAS:
Antigo matadouro industrial, Porto: Uma catedral para a matança
O antigo matadouro deixou de ser um gigante de portas fechadas, para se ir abrindo aos curiosos (...)

Antigo matadouro industrial, Porto: Uma catedral para a matança
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O antigo matadouro deixou de ser um gigante de portas fechadas, para se ir abrindo aos curiosos
TEXTO: O século XX ainda era novo (estava-se apenas em 1910), quando os portuenses concluíram que o matadouro que servia a cidade de carnes já não chegava para as encomendas. Foi preciso projectar uma nova casa para a matança, escolher um local onde alojá-la e — não se saberia na altura — esperar uns 13 anos para que o novo espaço começasse a funcionar. Campanhã, aquela freguesia lá para o Oriente do Porto, onde estava a principal estação ferroviária da cidade, mas que ainda não estava muito apinhada de gente, foi o local escolhido. O engenheiro Avelino da Andrade projectou o espaço que é hoje considerado um dos mais “expectantes” da cidade. Ignorado durante os anos em que se manteve activo, o edifício ganhou uma nova visibilidade quando perdeu a sua função e passou a ser conhecido como “o antigo Matadouro Industrial do Porto”. No final dos anos 1980, ainda morriam ali milhares de animais, mas o espaço acabaria por ser desactivado, deixando as suas amplas naves sem uso definido. A Câmara do Porto passou a usá-las como armazém e, quando a Sociedade Protectora dos Animais teve de ser desalojada durante a implementação do Plano de Pormenor das Antas, o município cedeu-lhe parte das instalações do antigo matadouro, a título de “instalações provisórias”. De lá para cá, o edifício pouco mais fez do que definhar. Algumas paredes interiores cobriram-se de um musgo esverdeado, os vidros das janelas altas partiram-se, a tinta descascou, deixando manchas de humidade e velhice um pouco por todo o lado. Ainda assim, ninguém se atrevia a dizer que o edifício, classificado na Planta do Património como sendo de interesse municipal, devia permanecer naquele estado ou, pior ainda, ser demolido. Ele limitava-se a estar ali, à espera. O antigo matadouro voltou à ribalta quando o executivo de Rui Rio decidiu colocá-lo à venda. O edifício foi incluído no conjunto de imóveis a alienar para pagar um acordo com antigos proprietários dos terrenos onde fora construído o Parque da Cidade e as campainhas de alerta começaram a soar. O que faria o comprador? Iria demolir o edifício? Transformá-lo irremediavelmente num processo de “reabilitação” que apenas mantivesse a fachada? Iria a antiga casa da morte dos animais da região sucumbir também à pressão turística e transformar-se num hotel? Os receios ganharam novo fôlego quando, em 2012, uma proposta do executivo de alteração ao Plano Director Municipal estabeleceu que o terreno do antigo matadouro deixaria de ser considerado como uma “área de equipamento existente” para passar a ser “área de urbanização especial”, possibilitando assim “aumentar/diversificar as possibilidades de intervenção”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A sorte dos que temeram pelo fim do edifício é que Rui Rio nunca o conseguiu vender (nem este nem praticamente todos os que tinham sido indicados para venda, obrigando o autarca a pagar as indemnizações do Parque da Cidade com dinheiro do orçamento municipal) e que quem se candidatou às eleições autárquicas de 2013 começou a apontar a antigo Matadouro Industrial como um elemento importante no desenvolvimento de Campanhã. Mas, como o mundo dá mesmo muitas voltas, estava o edifício posto em sossego, à espera de um qualquer projecto brilhante para o resgatar à degradação, quando Rui Moreira, o novo presidente, decide incluí-lo nos imóveis a alienar. Lá estava ele no orçamento para 2014 e voltou a estar no deste ano. O autarca garante que não desistiu de transformar o matadouro num foco central de modernidade para a freguesia, mas isso, diz, não implica que ele não possa ser vendido. Tudo depende das condições de venda, argumenta. Entretanto, com pequenos passos, o antigo matadouro deixou de ser um gigante de portas fechadas, para se ir abrindo aos curiosos. Foi cenário de um filme, com o apoio do pelouro da Cultura. Esteve integrado na primeira edição do Open House que se realizou na cidade, em 2014 (altura em que foi descrito como uma “catedral” e se usou o tal termo “expectante” para o definir), e é desde Julho o palco de uma exposição sobre os bairros municipais da cidade, organizado pelo pelouro da Habitação. Até 20 de Setembro, o programa que acompanha a exposição inclui concertos, dança e debates. Já ninguém se atreve a adivinhar o futuro. O matadouro respira um pouco mais de vida, mas será que se livrou, de facto, da morte?
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte cultura
PS propõe touradas na taxa mínima de IVA, mas dá liberdade de voto
O PS contraria a visão da ministra da Cultura e decide propor como proposta de alteração ao OE 2019 a inclusão das touradas na taxa mínima de IVA, de 6%. (...)

PS propõe touradas na taxa mínima de IVA, mas dá liberdade de voto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O PS contraria a visão da ministra da Cultura e decide propor como proposta de alteração ao OE 2019 a inclusão das touradas na taxa mínima de IVA, de 6%.
TEXTO: Os deputados do PS vão propor uma alteração ao Orçamento do Estado que inclua as actividades tauromáquicas na taxa mínima do IVA, de 6%. O PS contraria a visão da ministra da Cultura - e do próprio primeiro-ministro - e decide propor como proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 a inclusão das touradas na taxa mínima de IVA, de 6%. A decisão foi tomada esta quinta-feira de manhã na reunião da bancada parlamentar do partido. Contudo, tendo em conta que se trata de uma matéria sensível, o presidente do grupo parlamentar, Carlos César, vai dar liberdade de voto se a matéria for chamada a plenário para votação. Ou seja, se depois da votação na comissão de Orçamento e Finanças, que vota os artigos do Orçamento um a um, um dos partidos chamar este assunto para ser votado pelo plenário de deputados. “A tauromaquia fará, por via da nossa proposta, parte desse conjunto de actividades que passarão para a taxa de 6%”, disse Carlos César à saída da reunião da bancada. “Tratando-se de matéria cuja implicação orçamental é quase residual, que os deputados poderão ter liberdade de voto e isso permite acomodar, numa matéria em que a avaliação, fora do plano de política orçamental, possam votar segundo o seu entendimento”, justificou assim a decisão de dar liberdade de voto aos deputados socialistas. Questionado se a questão tinha suscitado debate na reunião, Carlos César disse que tinham sido “nem dez minutos”. Entretanto, começaram a surgir declarações de deputados sobre este assunto. Tiago Barbosa Ribeiro, deputado eleito pelo Porto, escreveu no Facebook que votará contra a proposta, quando esta foi debatida e votada no plenário de deputados. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Posição idêntica tem o deputado Hugo Carvalho, também eleito pelo Porto. "Erradamente o PS avança com uma proposta para a redução do IVA das touradas. Evidentemente votarei contra com a convicção que são muitos os socialistas que isso esperam", escreveu também no Facebook. O primeiro-ministro, António Costa, saiu em defesa da sua ministra da Cultura em resposta à carta aberta sobre as touradas que o histórico socialista Manuel Alegre lhe dirigiu. “Não me receie como ‘mata-toureiros’, qual versão contemporânea de ‘mata-frades’”, avisou numa carta aberta publicada no PÚBLICO. E diz que prefere “conceder a cada município a liberdade de permitir ou não a realização de touradas no seu território”
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Partidos PS
Activistas criam “outdoors” contra a exploração animal e querem levá-los a todo o país
Lutam por quem não tem voz e sonham com o dia em que os animais nao sejam vistos como um objecto. É preciso uma nova lei e mudança de hábitos (...)

Activistas criam “outdoors” contra a exploração animal e querem levá-los a todo o país
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lutam por quem não tem voz e sonham com o dia em que os animais nao sejam vistos como um objecto. É preciso uma nova lei e mudança de hábitos
TEXTO: Pesquisem sobre o assunto e percam alguns minutos a pensar nele. O pedido é feito por oito activistas ligadas à causa animal (e não só) e esconde uma forte convicção: “Quero acreditar que as pessoas o fazem inadvertidamente, se houvesse reflexão seria diferente”, declara Bebiana Cunha. Aqui fala-se da exploração animal que alguns fazem e com a qual muitos outros compactuam – fala-se de ética, de uma lei desadequada que continua a ver os animais como “coisas” e não como seres vivos. Mas já lá vamos. Tudo começou numa troca de emails feita entre oito pessoas (na foto falta uma) que se conheciam de “outras lutas” em nome dos animais. Unia-as a vontade de fazer algo que ajudasse a consciencializar a sociedade para o tema da exploração animal. Estávamos em Maio de 2012. Quando a ideia dos cartazes surgiu (mérito para Bebiana Cunha) perceberam que podia ser aquele o projecto. Sara Branco assumiu a câmara fotográfica, Daniela Graça ficou responsável pelo design, todas (à excepção de Sara, que ficou do lado invisível) deram a cara pela causa – Bárbara Branco, Diana Loureiro, Inês Zilhão, Joana Dumas e Sandra Pereira completam o grupo. FotogaleriaFacebookPara já, a campanha está ainda na gaveta. Mas pronta a usar: “Apelamos a que haja alguém que queira aproveitar a nossa boa vontade e a nossa imagem, pegar na campanha para chegar a mais gente”, diz Bebiana. São sete os cartazes que as activistas sonham ver espalhados em “outdoors” pelo país e que, esperam, possam ajudar à “tomada de consciência” e a uma “alteração do paradigma em relação à ética animal”. No Facebook criaram a página "Qual é o teu cartaz?", que quer juntar mais gente, mais causas e mais informação - e convida todos os que tenham uma ideia a partilhá-la em formato de cartaz. Campanha sem radicalismosEsqueçam radicalismos, apesar de essa ser uma acusação que lhes é feita muitas vezes: “Dizem muitas vezes que só defendemos os animais e não queremos saber das pessoas. Não é real, não queremos saber só dos animais, somos pessoas preocupadas com todos os que não têm poder, que estão desempregados, que não têm voz. . . e os animais são um deles. ”O objectivo último desta acção é operar uma “mudança de legislação” que permita que “os animais deixem de ser vistos como objectos, como coisas, e passem a ter o direitos enquanto seres vivos que são” (há uma petição online pela mesma causa, uma nova lei de Protecção dos Animais em Portugal, que já conta com mais de 60 mil assinaturas). Quem perder alguns minutos a pensar nas linhas seguintes vai alterar alguns hábitos – palavra (ou esperança) destas activistas. Faz sentido a criação de animais em “verdadeiros campos de concentração” (“não há outro nome para a forma como os animais são colocados em espaços de um metro quadrado, para a forma como são explorados, a maior parte das vezes sem luz e sem acesso a espaços exteriores”, defende Bebiana Cunha)? Faz sentido as vacas estarem “constantemente prenhes para poderem produzir leite para os humanos consumirem”?Faz sentido “devastar a Amazónia” em busca de óleo de palma para produção de soja, que “serve maioritariamente para alimentar o gado”? Acreditam que “a produção de gado em termos de emissão de CO2 e de poluição dos lençóis freáticos é o maior poluente que nós temos”? Sabiam que alguns elefantes são “treinados sob metal a escaldar” com sons (condicionamento clássico de Pavlov) para aprenderem a levantar a pata no circo e dessa forma entreterem o ser humano? Que “um elefante em 'habitat' natural dura até aos 70 anos e no circo até aos 14/ 15 anos”?Por quê comprar um animal se há “milhares abandonados e à procura de um dono”? Em nome de quê se usam peles “manchadas de sangue e de sofrimento”? Por que razão “fazemos do sofrimento do touro um espectáculo”? Se existem métodos alternativos e a fiabilidade dos testes em animais “nem é assim tão grande”, “porque torturamos animais”?As perguntas lançadas querem ajudar a construir uma sociedade mais equilibrada e menos centrada no ser humano (“acho que continuamos a ter o complexo de Deus”, lamenta Daniela Graça), também em nome da “sustentabilidade e de gestão do planeta”. "Até porque, se pensarmos um bocadinho, percebemos que tudo isto só acontece para alimentar indústrias poderosas", acrescenta Bebiana Cunha. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Não defendem que temos todos de ser vegans (como Bebiana é), mas acreditam que pequenas acções podem fazer a diferença. Como a de Sara Branco, que passou a comer carne menos vezes e só compra carne biológica, ou como a “Segunda-feira sem carnes”, relembra a irmã, Bárbara Branco, a que vários países já aderiram e que “poupa muitas vidas”. “Acreditamos que podemos construir uma rede, eu influenciei a minha irmã, ele pode influenciar mais gente e por aí adiante”, diz Bárbara. Para que a mudança seja efectivada, é preciso mais "aposta na educação, de preferência logo nas escolas", defende Bebiana Cunha: “Falta ética animal, pensamos sempre na lógica humana, mas temos de perceber de uma vez por todas que tudo está ligado. ”A verdade, garantem, é que há alternativas que não implicam sofrimento de seres vivos. Roupa sintética em vez de peles, circos sim, mas sem animais, adoptar animais em vez de comprar, não usar animais para fazer testes, preferir carne biológica e reduzir (ou eliminar) o consumo. Touradas e lutas de cães nunca. Bebiana atira a pergunta final: “Qual é o sentido, quando estamos a falar de seres vivos que têm sentimentos, que pensam, que planeiam, que executam, que sofrem, que manifestam por nós afecto. . . qual é o sentido de chamarmos a um animal uma coisa e tratá-lo como tal?”
REFERÊNCIAS:
A tourada é um espectáculo e o PS também
António Costa admite que há uma "divergência" entre o grupo parlamentar do PS e o Governo sobre a descida do IVA para as touradas (...)

A tourada é um espectáculo e o PS também
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: António Costa admite que há uma "divergência" entre o grupo parlamentar do PS e o Governo sobre a descida do IVA para as touradas
TEXTO: Primeira evidência: o Governo, através da ministra da Cultura, corroborada por António Costa, está decidido a não incluir a tourada entre os espectáculos que serão objecto da redução do IVA de 13 para 6% no Orçamento do Estado. Segunda evidência: a maioria da bancada parlamentar está tão convencida do contrário, a começar pelo seu líder parlamentar Carlos César, que nem demorou mais de dez minutos a concluir que deveria apresentar uma proposta nesse sentido. Terceira evidência: apesar dos dez minutos de debate, a decisão divide o partido entre pró-touradas e antitouradas, entre distritos do Sul e distritos do Norte. Às vezes, o PS é um partido surpreendente. E consegue ser tão inesperado a ponto de agradar a Manuel Alegre e de surpreender o próprio secretário-geral e líder do Governo. O PS decidiu afrontar Costa porque alguns dos seus deputados são aficionados e defensores da tradição (afinal, as touradas à corda na Ilha da Terceira têm 400 anos), o impacto no orçamento é praticamente nulo e Centeno não se vai imiscuir nessa discussão sobre consciência e política fiscal e, talvez, apesar de dizerem o contrário, não apreciarem muito a nova ministra da Cultura. Para ficar de consciência tranquila com Costa e Alegre, César garante liberdade de voto aos deputados, como se esta questão colocasse as mesmas dúvidas que a legislação sobre a eutanásia e a morte medicamente assistida. É verdade que estamos mais habituados a divergências políticas — foi assim que se lhe referiu o primeiro-ministro — entre o Governo e os partidos da oposição do que entre o Governo e a bancada do seu partido. É verdade também que outras divergências já tinham sido visíveis nesta legislatura, nomeadamente entre Carlos César e Vieira da Silva (a propósito do código do trabalho ou das reformas antecipadas). Mas não há outro exemplo tão claro de divergência pública e notória entre o líder do Governo e o líder da bancada, o que explica a dureza do comentário de Costa: “Estou muito surpreendido com esta iniciativa do grupo parlamentar do PS. Se fosse deputado, votaria contra. Espero que a proposta do Governo passe e que haja uma redução da taxa do IVA” para os espectáculos de dança, teatro, etc, “mas que não haja uma redução da taxa do IVA para os espectáculos tauromáquicos”. No actual quadro parlamentar, tudo é possível: coligações positivas, coligações negativas, divórcios e uniões de facto. A tourada continua a ser um espectáculo e o PS também.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Graça Fonseca reafirma posição do Governo contra descida do IVA das touradas
O PS anunciou nesta quinta-feira que irá avançar com uma proposta de alteração ao OE 2019 a inclusão das touradas na taxa mínima de IVA, de 6%, mas dá liberdade de voto. (...)

Graça Fonseca reafirma posição do Governo contra descida do IVA das touradas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O PS anunciou nesta quinta-feira que irá avançar com uma proposta de alteração ao OE 2019 a inclusão das touradas na taxa mínima de IVA, de 6%, mas dá liberdade de voto.
TEXTO: A ministra da Cultura disse nesta quinta-feira que o Governo mantém a sua posição de recusa em relação à descida da taxa do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) a aplicar às touradas, de 13% para 6%. Em declarações aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), Graça Fonseca declarou: "O primeiro-ministro já falou. Já disse o que tinha a dizer. A única coisa que digo é o que já disse: a posição do Governo é clara. Foi assumida desde o início, quer por mim, quer pelo senhor primeiro-ministro, posteriormente". Graça Fonseca, que se deslocou à FCG para a cerimónia de entrega do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural 2018 à historiadora britânica Bettany Hughes, acrescentou: "A proposta do Governo está em discussão na Assembleia da República. Não mudou. Mantemos a nossa proposta, que é boa e equilibrada". António Costa manifestou-se "surpreendido" com a proposta do PS de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 para reduzir o IVA da tauromaquia de 13% para 6% e frisou que, se fosse deputado, votaria contra. António Costa falava aos jornalistas antes de presidir à cerimónia de entrega do Prémio Bartolomeu de Gusmão, para distinguir inovação científica, em Lisboa, depois de confrontado com a proposta apresentada pela bancada do PS sobre o IVA da tauromaquia, questão que também o levou a colocar em dúvida a possibilidade de os deputados socialistas terem liberdade de voto em matérias orçamentais. "Estou muito surpreendido com esta iniciativa do Grupo Parlamentar do PS. Obviamente que, se fosse deputado do PS, votaria contra, e tenho a esperança de que a proposta apresentada pelo Governo na Assembleia da República", de manutenção do IVA da tauromaquia nos 13%, seja aprovada, aplicando-se a redução do IVA para 6% aos espectáculos de teatro, dança e música, reagiu o primeiro-ministro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O PS anunciou esta quinta-feira que apresentará uma proposta de alteração ao orçamento para incluir a tauromaquia no conjunto de espectáculos culturais que terão uma redução do IVA para 6%, tendo os deputados socialistas liberdade de voto. Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos César, no final da reunião semanal da bancada socialista. No debate do Orçamento do Estado para 2019, na generalidade, Graça Fonseca recusou a descida do IVA incidente sobre a tauromaquia de 13 para 6%, alegando que se trata de uma questão de "civilização".
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
União Zoófila lança campanha contra abandono de animais quando donos vão para férias
As férias dos donos significam para muitos animais o abandono, uma situação que a União Zoófila quer evitar através de um alerta transmitido numa campanha, com a ajuda de profissionais da televisão e da música. (...)

União Zoófila lança campanha contra abandono de animais quando donos vão para férias
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: As férias dos donos significam para muitos animais o abandono, uma situação que a União Zoófila quer evitar através de um alerta transmitido numa campanha, com a ajuda de profissionais da televisão e da música.
TEXTO: “Não compre, adopte” é o apelo subjacente a esta acção, que será lançada hoje, para repudiar o abandono de animais domésticos durante o verão e apelar à adopção de cães e gatos que “foram deitados fora, como se fossem coisas”. O apresentador Manuel Luís Goucha, a vocalista dos Deolinda Ana Bacalhau e a actriz Jessica Athayde são algumas das 20 “caras da campanha”, tal como o actor Afonso Pimentel, que surge acompanhado pela Cristal e pelo Sky, dois cães de raça husky ou o apresentador do Curto-Circuito Diogo Valsassina, que aparecerá com a pit bull Slavika. Mafalda Ferreira, da União Zoófila, disse que se pretende “alertar as pessoas para o problema que é o abandono porque ao longo do ano, e este ano, tem sido terrível”. Na época de Verão, “em que as pessoas vão de férias e não têm onde pôr os animais e dá muito trabalho e dá despesa” encontrar uma solução, “deixam-nos em quantidades enormes” ou “aparecem atropelados”, salientou. Algumas “caras conhecidas, do cinema e da televisão” associaram-se à União Zoófila e foram fotografadas com animais que estão na associação e com cartazes onde estão inscritas frases habitualmente ditas pelas pessoas quando deixam os animais. “Quando chega a esta altura [do ano] qualquer desculpa serve, porque têm alergias, porque nasceu uma criança”, relatou Mafalda Ferreira. É importante que as pessoas “tomem consciência daquilo que não devem fazer porque isto é uma falta de consciência cívica” e ter um animal doméstico é “uma coisa para a vida, não só enquanto o animal é pequeno e tem graça”, acrescentou. Desde o início do ano, a União Zoófila recebeu cerca de 300 animais e tem agora um total de 800, preenchendo a sua capacidade de albergar cães e gatos só na região de Lisboa. A União Zoófila tem como objectivo a defesa, protecção e tratamento de animais domésticos em risco, e vive do pagamento das quotas dos seus sócios e de donativos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave criança cães animal raça
Desemprego e crise motivam mais abandonos de animais
São dezenas os pedidos que chegam diariamente à União Zoófila para entregar animais. Quem o diz é Luísa Barroso, presidente da União Zoófila. Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA) confirma que o número de abandonos de animais tem aumentado desde o ano passado. “Não há um dia que não recebamos uma chamada”, lamenta. (...)

Desemprego e crise motivam mais abandonos de animais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-10-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: São dezenas os pedidos que chegam diariamente à União Zoófila para entregar animais. Quem o diz é Luísa Barroso, presidente da União Zoófila. Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA) confirma que o número de abandonos de animais tem aumentado desde o ano passado. “Não há um dia que não recebamos uma chamada”, lamenta.
TEXTO: Vítimas de maus tratos, considerados empecilhos ou encontrados a vaguear na rua, os animais que chegam a União Zoófila encontram uma “casa” com a lotação quase sempre esgotada, pois as saídas de animais não conseguem ultrapassar as entradas. A crise pode contribuir para o aumento do número de casos de abandono de animais, mas segundo Luísa Barroso é a mentalidade “facilitista e descartável” que leva as pessoas a deixarem de querer ter os animais em casa. O desemprego que muitos casais com filhos enfrentam reflecte-se na perda de capacidade para pagar a alimentação e as idas ao veterinário dos seus animais domésticos. Maria do Céu Sampaio afirma que “é inadmissível” que a comida para os animais seja considerada um “luxo” e que não se possa deduzir no IRS os cuidados de saúde prestados ao animal. A presidente da União Zoófila considera que ter um animal não é demasiado dispendioso e que os benefícios superam largamente os gastos que se podem ter com ele. Evitar depressões, fomentar a responsabilidade nas crianças e combater a obesidade através de passeios diários com um cão são alguns exemplos identificados pela presidente da União Zoófila. Luísa Barroso aponta o dedo às câmaras municipais, pois considera que deviam assumir um papel mais activo na vacinação e na castração dos animais, em vez de os abater. E deveriam também potenciar uma “vigilância em massa” sobre os criadores de animais que por vezes têm licenças ilegais, acrescenta. A polícia deviria ter mais formação para atender a casos que envolvam queixas de animais em risco, adianta ainda a responsável da União Zoófila. Para além das associações de defesa e protecção dos animais estarem sobrelotadas, a presidente da Liga conta que os donativos que chegam às mesmas têm vindo a diminuir, quer da parte da sociedade civil quer de algumas empresas, devido à diminuição do poder económico. Maria do Céu Sampaio afirma que as leis de protecção dos animais “não funcionam” e que o Código Civil precisa de ser alterado através da introdução da ideia de que os animais são “seres sencientes” para que posteriormente seja possível estabelecer sanções para quem os abandone sistematicamente. A União Zoófila não vai participar em nenhuma iniciativa de comemoração do Dia Mundial do Animal, pois segundo a presidente “o dia do animal é todos os dias”. No mês de Agosto, a União levou a cabo a campanha “Não compre, adopte” que juntou 20 figuras públicas nacionais com o intuito de sensibilizar a sociedade civil para as “desculpas” que as pessoas dão quando querem abandonar os seus animais domésticos, desde uma mudança de casa, passando pela separação de um casal até ao nascimento de uma criança. No próximo fim-de-semana no jardim Vieira Portuense em Belém estarão presentes mais de 20 associações com 200 a 250 animais para adopção, uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA), onde serão recolhidas assinaturas com o intuito de sensibilizar a comunidade política para a alteração do Código Civil. Maria do Céu Sampaio deixa o alerta. “Pense bem se pode ou não ter um animal”.
REFERÊNCIAS:
Câmara de Viana não autoriza tourada com anões
O pedido de licenciamento de uma tourada com anões, anunciada para domingo em Mazarefes, Viana do Castelo, ainda não entrou na câmara, mas o presidente, José Maria Costa, avisa já que não será deferido. (...)

Câmara de Viana não autoriza tourada com anões
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O pedido de licenciamento de uma tourada com anões, anunciada para domingo em Mazarefes, Viana do Castelo, ainda não entrou na câmara, mas o presidente, José Maria Costa, avisa já que não será deferido.
TEXTO: O autarca lembra que o município foi pioneiro no país, em 2009, ao proibir qualquer espectáculo tauromáquico, no espaço público ou privado. Sublinha que nesta “cidade antitouradas” são proibidos espectáculos que “explorem, desrespeitem e maltratem os animais”. A organizadora da tourada com anões, a Comissão de Festas de S. Simão, admite que ainda “está a tratar do licenciamento”, mas já distribuiu flyers sobre o espectáculo, que implica montar uma arena, algo que é interdito em Viana. José Borlido, da comissão, entende que estas interdições não se aplicam, por não estar em causa uma tourada tradicional mas sim um espectáculo de humor. “São anões e touros pequenos a fazer acrobacias, para fazer rir o público. Não há ferros nem cavalos”, enfatiza. A iniciativa visa angariar fundos para a romaria de S. Simão, em Agosto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tourada