Bombeiros de Lagoa salvam cão lançado de uma arriba com bloco de cimento ao pescoço
O animal, após tratamento médico e um período de dois dias de repouso, foi nesta sexta-feira adoptado por uma família de acolhimento. (...)

Bombeiros de Lagoa salvam cão lançado de uma arriba com bloco de cimento ao pescoço
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O animal, após tratamento médico e um período de dois dias de repouso, foi nesta sexta-feira adoptado por uma família de acolhimento.
TEXTO: Um cão rafeiro, com um bloco de cimento atado por um baraço ao pescoço, foi atirado na passada terça-feira de uma arriba com cerca de duas dezenas de metros de altura perto do farol do Ferragudo, em Lagoa. O animal, retido por um moita a meio do precipício, acabaria por ser salvo pelos Bombeiros Voluntários de Lagoa. Após uma observação clínica e um período de repouso de dois dias, foi agora adoptado por uma família de acolhimento. O comandante dos Bombeiros de Lagoa, Vítor Rio Alves, disse ao PÚBLICO que este foi um caso que “chocou a população” pela forma cruel como se terá dado a tentativa de matar o animal. A operação de resgate e salvamento foi levada a cabo por uma equipa especializado dos bombeiros, que desceu por cordas até ao local em que se encontrava o cão, em estado de aflição, a ganir. “Pegaram-no ao colo, encontrava-se muito frágil”, observou. A seguir, foi transportado para o quartel e observado por uma médica veterinária que lhe ministrou uma injecção contra as dores. Dois dias após a intervenção clínica, surgiu uma família que já possuía outros animais, oferecendo-se (mediante o anonimato) para ficar com mais este jovem cão, rafeiro, com cerca de dois anos de idade. Ana Conduto, voluntária do canil Refúgio dos Burros, em Lagoa, comentou: “Felizmente, este foi um caso com final feliz, o que nem sempre acontece. ” A associação de que faz parte acolhe 150 animais, dos quais 110 são cães. Quando surgem pedidos para adopção, diz, “geralmente querem cães novos e porte pequeno, os outros vão ficando”. O que se passou com este cão, acrescenta, “chamou a atenção para a necessidade de as autoridades estarem mais vigilantes na defesa dos direitos dos animais”. O cão resgatado, adiantou o comandante Rio Alves, “vai passar por um período de adaptação” na família de acolhimento. No entanto, prevê que o animal, que é “muito meigo”, não terá dificuldades em adoptar como seu novo dono alguém que, desta vez, o trate bem.
REFERÊNCIAS:
Maria vive para os Animais de Rua
Advogada, activista e presidente de uma associação de protecção de animais, Maria Pinto Teixeira luta pelo “tratamento digno” dos mesmos. Animais de Rua já permitiu a esterilização de mais de 21.000 gatos e cães em Portugal. (...)

Maria vive para os Animais de Rua
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Advogada, activista e presidente de uma associação de protecção de animais, Maria Pinto Teixeira luta pelo “tratamento digno” dos mesmos. Animais de Rua já permitiu a esterilização de mais de 21.000 gatos e cães em Portugal.
TEXTO: Tinha 15 anos quando começou a fazer voluntariado com animais, em associações do Grande Porto. Trabalhava com acolhimento e adopção — o “percurso normal de quem decide ajudar” e entregar o tempo livre à causa animal — quando percebeu que não era suficiente: “Acolher e adoptar é um paliativo que não soluciona o problema gravíssimo de sobrepopulação animal que continua a existir em Portugal”. A frase é de Maria Pinto Teixeira, advogada, activista e presidente de uma associação responsável pela esterilização de mais de 21. 000 gatos e cães a viver em espaços públicos portugueses. Em 2006, enquanto reflectia sobre estas questões, esbarrou, juntamente com amigos, numa colónia de gatos no Parque da Cidade do Porto, no fim da Avenida da Boavista. “Uma coisa perfeitamente dantesca: mais de 30 gatos, todos muito doentes, miseráveis”, recorda, em conversa com o P3. Era preciso agir rapidamente, mas como o poderia fazer se nem conseguia aproximar-se dos gatos? Estava lançada a primeira semente da Animais de Rua, cuja história se confunde com a da própria fundadora. Com 37 anos, Maria dedica 100% do tempo à Animais de Rua. Se quando a associação estava a dar os primeiros passos conciliava o voluntariado com a advocacia, a dada altura o malabarismo deixou de ser suportável. No momento da escolha, o coração pendeu para os animais. Nascida numa “família de advogados e magistrados”, a decisão não foi totalmente pacífica. Isto foi em 2009: de lá para cá, nunca se arrependeu. “Sou muito mais feliz agora”, garante. “E tenho sempre a oportunidade de utilizar muitos dos meus conhecimentos jurídicos. ” Isto porque os últimos anos têm sido férteis em mudanças legislativas no campo dos direitos dos animais. Foi quando estudava uma solução para a captura e esterilização dos gatos daquela colónia do Porto que se deparou com um novo conceito, o de gato silvestre, aquele que “não se aproxima das pessoas”. “Não é um gato selvagem” — até porque é da mesma espécie do doméstico —, mas como nunca teve contacto com pessoas por ter nascido e vivido na rua tem “um comportamento completamente doméstico”. “É tão violento obrigar um gato doméstico a viver na rua como um silvestre a viver numa casa”, compara, em jeito de explicação. Muitas horas de pesquisa online depois, fez-se luz: há mais de 30 anos que no Reino Unido e nos Estados Unidos se utiliza um método de captura, esterilização e devolução (CED). “E com provas dadas de sucesso. ”Maria queria importar esse método, mas aplicá-lo e ensiná-lo exige formação específica. “Em Portugal existe algum amadorismo nesta área, as pessoas bem intencionadas pensam que se munem de algum equipamento de captura e apanham uns gatos. ” Viajou até Brooklyn, nos Estados Unidos, e aprendeu tudo o que havia para saber sobre o método CED. O primeiro passo é abordar a entidade municipal, a seguir trabalhar em conjunto com os cuidadores para que não boicotem, sem querer, o processo. Só depois são capturados todos os animais de uma colónia, e não apenas as fêmeas, após um período de jejum que os encoraja a entrar nas armadilhas. Os animais são encaminhados para clínicas veterinárias, onde são esterilizados por profissionais, e devolvidos ao local onde vivem. A primeira vantagem da esterilização é o controlo populacional, mas os próprios animais beneficiam em termos de saúde. “A esterilização aumenta logo a esperança média de vida em quatro ou cinco anos e alivia a angústia das fêmeas e dos machos na época do cio”, enumera. Agir sobre as colónias, admite Maria, “tornou-se viciante”. “O antes e o depois dos animais é incrível e as mudanças são imediatas. São muitos milhares de animais que não nascem porque estes não se reproduzem. ” Só em Portugal, estima-se que existam um milhão de animais a reproduzir-se continuamente na via pública. Com núcleos no Porto, Lisboa e Sintra, Faro e São Miguel, a Animais de Rua tem ainda protocolos com dez entidades e parcerias com médicos veterinários que cobram entre 15 e 30 euros pela operação, em vez dos 150 a 250 euros praticados comercialmente. “Há muitas pessoas que, não sendo propriamente carenciadas, não têm a sobrar esse dinheiro para esterilizar animais. ”Vegetariana há 17 anos — e “tendencialmente vegan” —, Maria procura, diariamente, “quebrar com a ideia de que as pessoas que defendem os animais são um bocadinho estranhas, pouco razoáveis, extremistas”. O objectivo de um projecto como a associação que dirige, e que conta com perto de 100 voluntários a nível nacional, é “criar uma via intermédia de bom senso e equilíbrio, com argumentos e propostas concretas”. “Costumo dizer que não estamos contra os maus tratos, mas sim a favor do tratamento digno dos animais. ” São necessárias abordagens “mais racionais, profissionais, objectivas e, sobretudo, mais integradas na sociedade”. Devido à nova legislação que criminaliza os maus tratos e proíbe o abate já a partir de 2018, a associação tem emitido pareceres e recebido pedidos de formação do método CED por parte das autarquias. Mas ainda há muito para ser feito. “Supostamente, nestes últimos dois anos de moratória, era suposto todos os municípios estarem a esterilizar massivamente os animais para depois terem menos a dar entrada nos canis”, adianta, algo que não está a acontecer. “Caso contrário, o que acontece aos 100 mil animais que são abatidos, todos os anos, nos canis portugueses?”Os direitos dos animais são agora um “assunto mainstream”, mas “não uma moda”. “Não acredito que volte atrás, uma vez que tem a ver com o avanço civilizacional do próprio país. ” A atenção dos partidos políticos à causa “trouxe alguma seriedade” a uma discussão que, do ponto de vista de Maria, deve ser estendida “a todos os animais e não apenas aos de companhia”. Existe, ainda, uma “visão muito antropomórfica”. Mesmo a própria lei “criminalizou os maus tratos e o abandono dos animais de companhia pela ligação especial que têm para com o ser humano”. Por outro lado, continua, “é preciso formar os agentes de autoridade e os próprios aplicadores da lei (magistrados e advogados)”. Maria não gosta de dizer que se mudou do Porto para Lisboa, mas a verdade é que já conta anos a “dividir o tempo” entre as duas cidades. As viagens constantes e as jornadas de 12 a 16 horas de trabalho obrigaram-na a deixar os próprios animais de companhia aos cuidados de familiares. “E faz-me muita falta o toque do animal, é algo incrivelmente terapêutico. ” Para isso viaja, pelo menos todo os meses, até Paredes de Coura, onde a mãe e o padrasto puseram de pé uma organização sem fins lucrativos, um santuário para animais resgatados e uma unidade de alojamento. Falamos da Quinta das Águias, nascida do sonho de Ivone e Joep Ingen Housz e parceira da Animais de Rua. Campanha de Natal solidária Animais de Rua e Quinta das ÁguiasComo ajudar a Animais de RuaSiteFacebookSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Dos mais de 130 animais que a Quinta das Águias acolhe nos cinco hectares de terreno, muitos chegaram lá através da associação. “Quando vi tanto espaço, pela primeira vez, pensei logo nos gatos silvestres que, por alguma razão, não podem voltar para a colónia de origem”, recorda. Gatos, cães, porcos, ovelhas, porquinhos-da-índia foram resgatados e vivem agora em convivência pacífica sob os cuidados de Ivone e Joep. Entretanto, “muitos voluntários da Animais de Rua entusiasmaram-se com a Quinta das Águias” e desdobram-se em ajudas pelos dois projectos solidários. Desde voluntários — que podem contribuir com alguns minutos de trabalho a partir de casa, através computador — a Famílias de Acolhimento Temporário (FAT) dispostas a receber animais em risco, há muitas formas de apoiar estes dois projectos. “Se nada disto conseguirem fazer”, realça Maria, “podem, quando encontrarem um animal na rua e mesmo que não consigam levá-lo para casa, esterilizá-lo para que outros não nasçam e sofram o mesmo que esse animal já está a sofrer. ”
REFERÊNCIAS:
Nas Famílias de Acolhimento Temporário o amor pelos animais não tem limites
Acolher, cuidar, alimentar, afeiçoar-se, às vezes ver morrer. No fim, quando tudo corre bem, ver partir. As Famílias de Acolhimento Temporário são uma ajuda fundamental para muitas associações e porto seguro de muitos animais. Mas a missão “não é para todos” (...)

Nas Famílias de Acolhimento Temporário o amor pelos animais não tem limites
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.5
DATA: 2019-11-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acolher, cuidar, alimentar, afeiçoar-se, às vezes ver morrer. No fim, quando tudo corre bem, ver partir. As Famílias de Acolhimento Temporário são uma ajuda fundamental para muitas associações e porto seguro de muitos animais. Mas a missão “não é para todos”
TEXTO: Os pulos de felicidade com a presença humana fazem parecer muito distante o cenário ali chegado há apenas quatro dias. A narrativa não é inédita para Luísa Rocha: em matéria de maus tratos a animais, já ouviu e testemunhou quase tudo. Ainda se espanta e revolta como nos primeiros dias mas, numa estratégia de auto-defesa, procura manter-se longe de pormenores. Há dias, quando aceitou acolher em casa cinco cães bebés a precisar de cuidados ao minuto, não pôde, no entanto, passar ao lado da história. Os cachorros recém-nascidos que entravam na casa dela naquele momento tinham sido fechados dentro de um saco de plástico preto e atirados de um carro em movimento. Vinham com patas e narizes “completamente estourados”. Um deles, “rebentado por dentro”, acabou por morrer passado 24 horas no colo da filha mais nova de Luísa. Os outros, recuperam aos poucos. Estamos na casa de uma FAT — Família de Acolhimento Temporário, lar de passagem para animais abandonados, mal tratados ou perdidos e recém-nascidos órfãos a precisar de “pais” humanos. Por aqui, o rebuliço de emoções é “permanente” e a “missão” uma mistura de conjugações verbais, algumas de difícil digestão: acolher, cuidar, alimentar, afeiçoar-se, às vezes ver morrer, no fim, quando tudo corre bem, ver partir. “Não é para todos”, diz Luísa enquanto alterna o biberão de leite entre dois gatos bebés com 48 horas de vida, ainda com os olhos fechados e cordão umbilical. A contabilidade está por fazer. Por ser uma actividade voluntária, ninguém sabe quantas pessoas serão famílias de acolhimento temporário em Portugal. Sabe-se que são um suporte fundamental no trabalho de associações e grupos informais de apoio animal — e que a procura por estes portos seguros é seguramente maior do que a oferta. No Cantinho do Tareco, associação com sede na Maia, a “bolsa” de famílias tem apenas um dígito: são seis e só uma, a de Luísa Rocha e das duas filhas, acolhe recém-nascidos órfãos. Para esse papel, a disponibilidade tem de ser total: os gatos têm de ser vigiados, amamentados de três em três horas (inclusive durante a noite) e “estimulados”, com algodão húmido ou toalhetes, para conseguirem urinar ou evacuar (as mães gatas fazem este “trabalho” lambendo os filhos, sem uma “imitação” desse gesto os animais morrem). Luísa Rocha não tem formação na área, mas leva mais de vinte anos a acolher e cuidar de animais. Com apenas dez, escapava às aulas para passar horas numa clínica veterinária perto de casa. O médico de serviço, amigo dos pais, deixava-a andar por lá e ela aprendia, atenta: assistia às operações, fazia curativos, administrava vacinas. “Chegavam ao ponto de me dar gorjetas”, graceja. Em casa sempre teve animais, mais por “imposição” dela, a mais nova de três irmãos, do que por escolha parental. Um dia, apareceu na escola um cão perdido e ela levou-o para casa, noutra altura recolheu uma coelha anã e teve-a debaixo da cama, sem os pais perceberem, durante uma semana, gatos bebés eram presença habitual. Aos poucos, a própria clínica recorria a ela: “Ligavam-me a dizer que tinham um gatinho e a pedir para cuidar dele. Chegava lá e era uma ninhada. Não tinha coragem de trazer só um. ” Naqueles anos, as redes sociais não eram ainda a valiosa ajuda de hoje. Mas ela desenrascava-se: “Os meus pais chegaram os ponto de ter de pôr anúncios nos jornais: ‘Dão-se gatinhos’. ”De uma forma “natural”, a rede foi sendo criada: as associações pediam-lhe ajuda, alguns particulares também e a casa dela foi ficando de portas abertas. “É uma entrada e saída constante de animais. Não tem limites. Às vezes penso em fazer uma pausa, mas se me ligam a pedir ajuda não tenho coragem de recusar. ”Manuela Melo conhece bem a sensação. Se vê um cão ou gato mal tratado ou abandonado, não consegue ficar indiferente. Se lhe pedem ajuda, não consegue dizer não. “Afecta-me muito pensar num bicho mal, não queria que me afectasse assim. ” Manuela cresceu sem animais e, até há dez anos, nunca quis ter nenhum — parecia-lhe darem demasiada despesa e trabalho. Numa ocasião, com a filha adolescente a viver um momento de depressão, decidiu tentar o “poder curativo” dos gatos. Foi a uma clínica para adoptar um e, quando lá chegou, deparou-se com dois: “Um preto e branco muito bonito e um preto escanzelado. Pensei: ‘Se deixo o preto ninguém o vai querer’. Então, trouxe os dois. ”Foi como se uma caixa de pandora se abrisse. Não passou muito tempo até lhe aparecerem quatro recém-nascidos numa caixa de cartão à porta de casa. Depois mais três. A seguir uma gata grávida. Aprendeu a cuidar deles, a “voltar a ser mãe”, e tornou-se conhecida na clínica veterinária vizinha, a AnimaisVet. “Começaram a pedir-me ajuda com alguns bebés”, conta, enquanto vai afastando as unhas felinas do sofá — “É verdade que destroem muito, mas que importa?”. A hora da despedidaO drama maior de Manuela Melo, 47 anos, são as despedidas. O número de moradores residentes lá em casa foi crescendo à conta do aperto no coração na hora de os entregar. Lembra-se perfeitamente do primeiro gato que deu, um preto e branco: “Fui o caminho todo a chorar. A senhora a dizer que ia tratá-lo muito bem e eu chorava e chorava. ” Agora, “mais mentalizada para esse dia”, já não sai tão lavada em lágrimas. “Continua a custar. Mas fico feliz quando vão para uma família cinco estrelas. ” Manuela, desempregada há cerca de um ano, abre o computador e a página pessoal do Facebook para se fazer entender: “Veja estes a dormir na cama da dona. Só posso ficar feliz. ” Na rede social, mantém contacto com a maioria das “talvez cem” famílias a quem já entregou gatos. E assim acalma o coração. “Não é para todos. ” António Manuel, da direcção da Miacis — Protecção e Integração Animal, repete-nos a frase ouvida na casa de Luísa Rocha. Ser Família de Acolhimento Temporário é uma “missão” para a qual nem todos têm capacidade: “Eu faço tudo, ajudo de todas as formas, mas FAT não consigo ser”, admite. “Se um animal entra em minha casa já não consigo que saia. ” Para a associação criada em 2013, e particularmente focada na esterilização de animais em risco (já o fizeram com mais de quatro mil), estas famílias são de “extrema importância”: sem abrigo próprio, a Miacis conta apenas com elas e com os voluntários para recolher animais. Têm cerca de 15 lares a quem apelar e não é nada fácil fazer este número crescer. “É preciso muita disponibilidade. E um altruísmo gigante. Até porque quando pedimos ajuda não sabemos se o animal vai demorar dois dias, duas semanas ou dois anos a encontrar um dono”, diz, dando o exemplo da Luni e da Terinha, duas gatas adultas cuja dona, uma senhora de idade, foi institucionalizada e que foram abandonadas na rua pelos filhos. “Estas gatas foram para uma FAT e como eram inseparáveis tínhamos de encontrar alguém que adoptasse as duas. Não foi fácil. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Numa boxe na cozinha de Luísa Rocha, os quatro cachorros bebés ganham forças. Olaf, um gato preto com porte de respeito que adopta todos os bebés que ali chegam, recupera de um atropelamento. Numa transportadora, uma pomba refaz-se de um ataque de gaivota. Num quarto já ali ao lado, dois gatos tigrados com dois meses estão a dias de sair para adopção e, no compartimento a seguir, uma gata selvagem amamenta os seus quatro bebés e mais três adoptados. Na sala de estar, nove pequenos felinos já correm e brincam — mais um mês e poderão encontrar uma família definitiva. Ali perto, na mesa, duas cestas de verga amparam os mais bebés: uma ninhada de dois, com apenas 48 horas, e uma de três, todos pretos, com menos de duas semanas. Passado dois dias de o Pet ter visitado a casa, um dos três pretinhos morreu. Tinha um vírus, contagioso, e a família virou de pernas para o ar. Luísa vai agora fazer testes em todos — incluindo os três permanentes da casa, todos salvos da rua: Pipokas, uma gata com 19 anos, Bijouh, uma tricolor de 12, e Clif, um paciente cão cocker preto. “Quando nos morre um animal é horrível. Sinto como uma falha minha. ”“Não é racional” a escolha de ser Família de Acolhimento Temporário, diz Luísa Rocha: “É pensar com o coração e gostar deles em dobro. ” Desempregada há um ano, e formada em Turismo, já ponderou algumas vezes fazer um curso na área animal. “Já tive papéis nas mãos para me inscrever. Mas nunca me decidi”, sorri. Sobre o número de animais que deu para adopção, perdeu a conta — “mas foram centenas, seguramente”. No porto seguro dos bichos, sente-se também em segurança. Talvez seja isso que a faz continuar: “Eles nunca nos enganam. Dão tudo sem exigir nada em troca. ”
REFERÊNCIAS:
Terceira edição do festival Trengo traz 16 espectáculos de circo ao Porto
De 30 de Junho a 8 de Julho, o novo circo e o circo contemporâneo vão ocupar vários espaços da cidade. (...)

Terceira edição do festival Trengo traz 16 espectáculos de circo ao Porto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: De 30 de Junho a 8 de Julho, o novo circo e o circo contemporâneo vão ocupar vários espaços da cidade.
TEXTO: A terceira edição do festival Trengo, que decorre de 30 de Junho a 8 de Julho, vai apresentar, em três espaços do Porto, um total de 16 espectáculos de circo, com destaque para as estreias absolutas de Arquétipo Acto II, da companhia Radar 360, e Fugu, de Gilberto Oliveira e Margarida Fernandes, ou ainda para Rojo Estándar, dos espanhóis Lanórdika. Além das 11 criações nacionais e de outras cinco internacionais, todas em estreia nacional, que compõem o cartaz, o festival vai contar com palestras, oficinas de formação e debates. O evento desdobrar-se-á entre os espectáculos de rua, de entrada gratuita, no Jardim Paulo Vallada e na Quinta do Covelo, e o Teatro Municipal Rivoli, onde se apresentarão Fugu, a 30 de Junho, Baixos e Altos, da companhia portuguesa FIAR, a 6 de Julho, e Mundo Interior, de João Garcia Miguel, com a companhia O Último Momento, no dia 7. Da programação constam ainda dois Trengolas, no dia 1 e no dia 8, na Quinta do Covelo, formato que consiste na primeira apresentação de espectáculos ainda em construção (no caso, de Teresa Santos ou Daniel Gonçalves), e a estreia da versão de rua de Savar AM, da Erva Daninha. "Ao invés de um tema, o que temos no festival é uma tentativa de trazer o circo muito para o contemporâneo. Gostamos até de distinguir o circo contemporâneo do novo circo, apresentando espectáculos mais completos, mais de autor", apontou à Lusa Julieta Guimarães, que assume com Vasco Gomes a direcção artística do Trengo, destacando ainda a "mistura de linguagens" e a "presença constante do movimento e da dança" que caracterizam esta terceira edição do festival. É um efeito do "grande movimento da dança" que se verifica actualmente na cidade, mas também uma resposta às expectativas do público, que "já viu os mortais e os trapézios todos". Apoiado pela primeira vez pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), num montante de 40 mil euros, o festival pôde "dobrar o orçamento" e aumentar não só "a qualidade da programação mas também da recepção de artistas e programadores", o que lhe permitirá ter observadores estrangeiros no Porto a assistir aos espectáculos, destaca Julieta Guimarães. Este apoio da DGArtes, acrescenta, reforça a valorização "do circo e das artes de rua". O apoio do Teatro Municipal do Porto, que cede o espaço do Rivoli para três espectáculos, deu ao Trengo a possibilidade de atribuir "três bolsas de apoio à criação a projectos nacionais", um estímulo às áreas do novo circo e do circo contemporâneo, ainda "em desenvolvimento em Portugal", onde continuam preconceituosamente associadas a uma ideia de "comercial e entretenimento. "Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Não chega trazer exemplos franceses e belgas a Portugal sem dar financiamento a quem trabalha cá, se não vai tudo estudar e trabalhar para fora. Precisamos de pessoas aqui que façam coisas, e para isso é preciso dinheiro", resume a directora artística do Trengo. O reforço do financiamento ao novo circo, no âmbito de uma nova linha de apoio, permite ainda "construir espectáculos com dimensão europeia, para se trabalhar a essa escala", em vez de espectáculos mais pequenos que têm, depois, "mais dificuldades de entrar no mercado internacional". O foco no apoio a artistas para apresentarem espectáculos no estrangeiro terá sequência num novo "projecto de apoio à criação e desenvolvimento do circo português" promovido pela Erva Daninha e pelo Teatro Municipal do Porto, que lhe consagrará uma presença mais significativa na sua programação. A expectativa da organização é "manter o número de público", mesmo que isso não seja a principal preocupação do evento, que pretende sensibilizar para a existência do circo contemporâneo no Porto, prosseguindo o legado da antiga directora do Rivoli, Isabel Alves Costa (1946-2009) – um legado de que a Erva Daninha, a companhia organizadora do festival (em parceria com a empresa municipal Porto Lazer), se reclama.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave circo
Este acordo quer deixar (bem) claro qual é o papel dos animais no laboratório
No início da tarde desta quinta-feira, em Braga, é lançado um compromisso sobre a transparência da experimentação animal que já conta com a assinatura de 16 instituições científicas portuguesas. (...)

Este acordo quer deixar (bem) claro qual é o papel dos animais no laboratório
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.165
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: No início da tarde desta quinta-feira, em Braga, é lançado um compromisso sobre a transparência da experimentação animal que já conta com a assinatura de 16 instituições científicas portuguesas.
TEXTO: Melhorar a compreensão e a aceitação dos portugueses sobre as experiências com animais em laboratório. Este é o principal objectivo de um acordo lançado esta quinta-feira, por volta das 14h30, durante o IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências em Animais de Laboratório (SPCAL), que decorre na Escola de Medicina e Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho, em Braga. Chama-se Acordo de Transparência sobre a Investigação Animal em Portugal e já foi assinado por 16 centros de investigação e universidades portuguesas. “À semelhança do que muitas vezes é prática comum em Portugal, a investigação em animais sempre foi feita com a máxima discrição por ser um tema sensível”, começa por explicar Ricardo Afonso, médico, professor na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e presidente da SPCAL, que apoiou e divulgou o acordo. “Também devido a uma maior consciencialização da sociedade têm sido levantadas muitas questões quer sobre a necessidade quer sobre a pertinência de usar animais na investigação biomédica. ” Por isso, no âmbito deste acordo, as instituições científicas devem deixar bem claro que usam os animais com o máximo de ética, com um elevado padrão de qualidade e que cumprem todos os regulamentos. E o que terão de fazer as instituições que aderiram ao acordo? Terão de cumprir cinco estratégias de transparência. Primeiro, terão de colocar uma declaração referente ao bem-estar animal no seu site e um link para o acordo de transparência (que ainda não está, mas ficará online). Depois, terão de dar aos órgãos de comunicação social e ao público em geral informações que sejam necessárias e pertinentes sobre as condições em que é feita a investigação em animais e os seus resultados. Por fim, as instituições terão de desenvolver iniciativas que promovam o conhecimento e a compreensão da sociedade sobre a experimentação animal, assim como reportar anualmente os progressos obtidos e mostrar como os animais foram úteis. “Este é o momento certo para tentarmos transmitir com conhecimento de causa e da forma mais assertiva possível a necessidade e a forma como se desenvolve a experimentação animal”, considera Ricardo Afonso. Para o presidente da SPCAL, a sociedade portuguesa tem vindo a fazer um grande percurso na literacia científica. Mesmo assim, o médico refere que as pessoas precisam de ser informadas, contextualizadas e de saber que os animais são utilizados porque são necessários para o avanço da medicina. Muitas pessoas também se mostram mais relutantes relativamente à utilização de ratinhos, ratos ou macacos (sendo que a experimentação em macacos não é permitida em Portugal) em vez de moscas-da-fruta e Ricardo Afonso diz que isso tem uma justificação. “Quando passamos da mosca para o ratinho estamos a dar um passo gigante em tudo o que são sensações de dor ou de mal-estar que podemos provocar ao animal, para além de que as pessoas têm mais aversão”, explica o médico. “E há uma grande diferença no desenvolvimento do sistema nervoso de um e de outro. O ratinho, no que diz respeito ao seu desenvolvimento, é um animal mais complexo comparado com a mosca. ”E quanto aos modelos alternativos que podem substituir os modelos animais? Actualmente já existem modelos matemáticos, culturas de células, culturas de tecidos ou órgãos que podem servir como modelo de investigação, mas ainda não há alternativas que substituam completamente o modelo animal (e o modelo humano) para o estudo de algumas doenças e desenvolvimento de alguns fármacos e vacinas. Além disso, qualquer investigador que utilize animais em laboratório terá de aplicar a “Política dos 3R”: “Replacement” (substituição de animais por todos os modelos alternativos que se possam encontrar), “Reduction” (redução do número de animais) e “Refinement” (refinamento das técnicas utilizadas que induzam o menor mal-estar possível aos animais). É na aplicação da “Política dos 3R” que assentam as legislações europeia e portuguesa. “Penso que falo por todos os investigadores que usam modelos animais: todos gostaríamos de ter modelos alternativos completos e eficazes ”, afirma Ricardo Afonso, frisando que há investigação no sentido de se criar novos modelos alternativos. “A médio e curto prazo, será muito difícil substituir completamente o modelo animal. Mas se alcançável, é o desejável. ”Voltando ao acordo de transparência. Tudo começou em Fevereiro de 2017 numa reunião em Lisboa organizada pela Associação Europeia de Investigação Animal (EARA, na sigla em inglês) sobre a compreensão e aceitação da experimentação animal em Portugal. A EARA propôs então que se desenvolvesse um acordo de transparência sobre esse tema, que foi apoiado pela SPCAL e baseado no Acordo de Transparência Espanhol lançado em 2016. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Passados sete meses, a SPCAL já estava a enviar para várias instituições científicas do país uma carta – que materializava o primeiro compromisso deste género em Portugal –, onde as convidava a assinar o acordo. Ao todo, foram contactadas cerca de 24 instituições e 16 responderam afirmativamente ao convite (nenhuma delas o recusou). Entre elas estão a Fundação Champalimaud ou o Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa; o Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras; o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto; a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra; o Centro de Ciências Marinhas, em Faro; ou o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, em Braga. Agora, no congresso da SPCAL com o tema “Qualidade e Transparência na Investigação com Animais de Laboratório”, surgiu a oportunidade certa para apresentar o acordo. Numa primeira parte, o compromisso será apresentado por Ricardo Afonso, Kirk Leech (director-executivo da EARA) e Nuno Sousa (presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho), o rosto deste acordo. “O professor Nuno Sousa aparece como um investigador de renome na área da biomedicina, os resultados do seu processo científico são validados e, em muitas ocasiões na sua carreira, utilizou modelos animais para obter resultados que permitiram avançar o conhecimento na sua área”, justifica a escolha Ricardo Afonso. De seguida, ainda haverá um debate sobre a relevância do acordo e a sua utilidade para a sociedade com a participação da presidente da Comissão Nacional para a Protecção dos Animais Utilizados para Fins Científicos, Yolanda Vaz, que também representará a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária; da deputada do Partido Social Democrata, Laura Magalhães; e de Sara Carneiro Fernandes, do Conselho de Jurisdição Nacional do partido Pessoas-Animais-Natureza.
REFERÊNCIAS:
Connor “deixou tudo” e enfrentou o “Harvey” para salvar dois cães
A passagem do furacão "Harvey" já fez pelo menos 30 mortos. Dos Estados Unidos, surgem histórias de heroísmo como a de Connor, que conduziu mais de 300 quilómetros para resgatar dois cães (...)

Connor “deixou tudo” e enfrentou o “Harvey” para salvar dois cães
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: A passagem do furacão "Harvey" já fez pelo menos 30 mortos. Dos Estados Unidos, surgem histórias de heroísmo como a de Connor, que conduziu mais de 300 quilómetros para resgatar dois cães
TEXTO: Chama-se Connor e, durante a passagem do furacão Harvey pelo Texas, conduziu uma carrinha pick-up preta e usou uma t-shirt vermelha. Sabemos isso porque, depois de decidir fazer os quase 350 quilómetros que separam Austin (Texas) da cidade de Corpus Christi, tirou fotos com os cães que salvou. “Connor salvou o dia, fez um grande sacrifício, ao deixar tudo e conduzir quatro horas para uma área prestes a ser atingida por um furacão”, disse em comunicado a Lucky Lab Rescue and Adoption, uma associação que está a resgatar os cães que a tempestade tropical espalhou pelas ruas. Foi um percurso em contramão. Connor soube de dois cães num abrigo a quatro horas de distância de casa através da mãe, voluntária numa associação de resgate animal . Enquanto milhares de carros evacuavam as ruas do estado americano, o jovem de 22 anos fazia o percurso inverso. “Eu não pensei. Simplesmente apercebi-me que alguém devia ajudar”, contou o jovem ao portal The Dodo. E assim foi. Thelma e Hercules (os dois cães que Connor apontou para salvar) estavam, horas depois, numa nova casa. Segundo o The Dodo, este comportamento tem sido comum no Texas, com vários resgatadores a saírem à rua para salvar os animais que foram deixados para trás. Neste momento, a tempestade já fez pelo menos 30 mortos.
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Palavras-chave cães animal
Paris Jackson abandonou desfile Dior em protesto contra crueldade animal
A modelo de 20 anos veio explicar nas redes sociais por que razão se levantou e saiu no início da apresentação, que incluía um espectáculo com cavalos. (...)

Paris Jackson abandonou desfile Dior em protesto contra crueldade animal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A modelo de 20 anos veio explicar nas redes sociais por que razão se levantou e saiu no início da apresentação, que incluía um espectáculo com cavalos.
TEXTO: As condições climatéricas não foram as mais favoráveis durante o desfile da colecção cruise de 2019 da Dior, no fim-de-semana, obrigando as modelos e os cavalos que completavam a cenografia a desfilar à chuva no Musée Vivant du Cheval à Chantilly, perto de Paris. Mas quem fez notícia na apresentação foi a filha de 20 anos de Michael Jackson, que se levantou e abandonou o recinto logo ao início. A notícia foi avançada primeiro pela Harper's Bazaar, sendo que a própria modelo publicou uma fotografia fora do desfile descalça e à chuva. "Saí mais cedo e fiz isto", escreveu então. Mais recentemente, Jackson veio explicar, via Twitter, a razão pela qual decidiu sair. "Para que fique claro, eu não saí de rompante. Eu levantei-me silenciosamente e sai, tentando não fazer uma cena", começa por esclarecer. "Não apoio a ideia de animais serem marcados e chicoteados. Não estou a tentar tornar-me inimiga da indústria da moda de forma alguma, mas serei sempre eu própria. "Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. De acordo com o comunicado da marca, citado pela In Style, a criadora Maria Grazia Chiuri inspirou-se nas "amazonas e, mais concretamente, nas escaramuzas: cavaleiras femininas que praticam uma arte tradicionalmente reservada aos homens, afirmando ao mesmo tempo a sua feminilidade, usando saias grandes e chapéus imponentes". Jackson acrescentou que ficou "surpreendida" e "de coração partido" com a utilização dos cavalos para fins de entretenimento. "Não tenho dúvida que todas as marcas de moda de luxo irão em breve fazer a transição para 'sem pêlo e sem crueldade animal', já que esse parece ser o padrão", comenta.
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Palavras-chave homens filha animal
Cascais tem um canil novo e ambulância para animais 24h
O centro de protecção construído de raiz para mais de cem animais e a ambulância disponível 24h, já funcionam (...)

Cascais tem um canil novo e ambulância para animais 24h
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.136
DATA: 2017-07-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O centro de protecção construído de raiz para mais de cem animais e a ambulância disponível 24h, já funcionam
TEXTO: A partir desta semana, quem se deparar com um animal ferido ou abandonado, a qualquer dia e a qualquer hora em Cascais, já tem a quem recorrer. O novo Centro de Protecção de Animais foi construído com o objectivo de aumentar a capacidade de acolhimento e reforçar o Serviço de Intervenção Rápida através de uma ambulância que irá funcionar 24h, todos os dias do ano. É na porta número 432 da Estrada Principal do Zambujeiro que se encontra o centro, construído de raiz e equipado com meios tecnológicos que garantem as melhores condições de higienização, conforto e segurança para os animais. O centro conta com sala de cirurgia, sala de vacinação antirrábica e de colocação de microchip, espaço de recobro para cães e gatos e também para acolhimento temporário de animais de grande porte (bovinos, caprinos, equinos, etc. ). A partir de agora, mais de 100 animais podem ser acolhidos neste centro, que tem espaço para 40 a 45 cães e igual quantidade de gatos e ainda três boxes destinadas a quarentena ou recobro de cães e quatro boxes de quarentena e recobro para gatos. Na Associação S. Francisco de Assis, que apoia e é apoiada pelo centro e para onde se entra pela mesma porta, há uma boxe para animais de grande porte e 12 gaiolas de internamento. A ambulância para os animais, que funciona 24h e 365 dias, tal como em Oeiras, o concelho vizinho, é sempre acompanhada por um piquete e um médico-veterinário. O contacto com o Piquete de Intervenção de Emergência de Resgate de Animais pode ser feito através do próprio número do Centro de Protecção de Animais (214 870 095) nos dias úteis, das nove da manhã às seis da tarde. Fora deste horário, podem ser contactadas a Polícia de Segurança Pública de Cascais (214 814 060), a Polícia Municipal de Cascais (214 815 611), a Protecção Civil de Cascais (214 607 610), a GNR de Alcabideche (213 252 660) e os bombeiros de qualquer freguesia. Ao receberem as chamadas dos munícipes, estes fazem uma triagem prévia e avaliam a necessidade de uma intervenção do piquete e do médico-verterinário. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O antigo canil vai ser totalmente recuperado e essas instalações vão ser remodeladas para permitir um maior aumento da capacidade de recolha, protecção e acolhimento de animais. O Centro de Protecção de Animais e as novas condições do Serviço de Intervenção Rápida, que funciona desde Março, são garantidos no âmbito de uma proposta vencedora do Orçamento Participativo de Cascais de 2013. Texto editado por Ana Fernandes
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Entidades GNR
Prendas de Natal que ajudam animais (e surpreendem quem gosta deles)
Fizemos uma lista de prendas para dar a quem gosta de animais — que, ao mesmo tempo, também os ajudam a eles. E eles são cães e gatos, mas também animais selvagens e associações que lutam para os conservar. Há até uma ideia para quem se deixa fascinar por insectos. (...)

Prendas de Natal que ajudam animais (e surpreendem quem gosta deles)
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fizemos uma lista de prendas para dar a quem gosta de animais — que, ao mesmo tempo, também os ajudam a eles. E eles são cães e gatos, mas também animais selvagens e associações que lutam para os conservar. Há até uma ideia para quem se deixa fascinar por insectos.
TEXTO: Quem luta pela protecção e bem-estar animal sabe que não há dias de descanso. O que não quer dizer que não tenha de saber a quantas anda. Por isso é que as primeiras sugestões são um clássico natalício: agendas e calendários solidários. Estes que aqui deixamos são todos protagonizados por animais — afinal, esta lista é uma prenda também para eles. Já em Setembro tínhamos falado do lançamento do calendário e da agenda da Animais de Rua, associação com vários pólos a nível nacional que se dedica ao controlo populacional de animais errantes, através do método CED (capturar, esterilizar e devolver). Para começar 2019 com o pé e a pata direita, a Animais de Rua e o santuário Quinta das Águias, em Paredes de Coura, juntaram várias caras conhecidas com focinhos desconhecidos que podem ser adoptados. O calendário e a agenda estão à venda na loja online por oito euros e as receitas angariadas revertem a favor das duas associações. Também o atelier abc voltou a editar uma agenda solidária (10 euros ou 15 euros, dependendo do tamanho) em que cada mês é ilustrado por um animal convidado. Além dos 10% que vão ser doados a cinco instituições — Ajuda a Alimentar Cães, Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, Pata Ativa Associação, Projeto Patas Açores e Sociedade Protectora dos Animais do Porto — cada partilha da agenda no Facebook equivale a uma taça de ração de 50 gramas para o Cantinho dos Animais. Quantos dos teus amigos que também são amigos dos animais é que estão nesta rede social mesmo?Se o que procuras é um calendário para uma dog person que também goste de fotografia e design, a sugestão pode ladrar em inglês. No calendário editado pela The Gourmand, só entram cães com "nomes culinários", como o Basil ou o Brie, num cenário que simboliza esse alimento. O calendário está disponível por 17 euros (15 libras) no site oficial da revista e o valor reverte a favor da Mayhew, uma associação londrina de protecção animal. Deixamos agora os animais de companhia e passamos para os selvagens, que, apesar de não poderes ter em casa, podes apadrinhar. Falamos de águias-de-asa-redonda, peneireiros-vulgares, milhafres-pretos, corujas-das-torres (para fãs do Harry Potter), ouriços-cacheiros e outras aves que o CERVAS (Gouveia) e o RIAS (Olhão), dois centros de recuperação de fauna selvagem, mantêm debaixo de olho. Quem os apadrinhar receberá o "presente original e solidário" que é "assistir à devolução à Natureza do animal", se tal for possível, "no final do processo de recuperação”. E, claro, um certificado de padrinho/madrinha e uma fotografia do “afilhado”. Existem três modalidades de apadrinhamento, que vão dos 15 aos 35 euros. O mesmo propõe a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), há já 15 anos. A associação sem fins lucrativos já conta com 1200 pessoas que aderiram à campanha de apadrinhamento de um burro de Miranda, uma espécie autóctone portuguesa. O custo mínimo é de 30 euros e, dependendo do valor doado, além do certificado poderás receber um burro de peluche, um íman ou um caderno. A AEPGA disponibiliza a lista de nomes e características de cada um dos animais para escolheres o que mais se adapta à pessoa que queres presentear. E não te esqueças de escrever o porquê da tua escolha no envelope que vais entregar. Depois de cães e gatos, animais selvagens e burros mirandeses, chegamos agora a um grupo que grande parte das pessoas preferiria nunca ver, quanto mais apadrinhar ou adoptar. É também esta ideia que o projecto Vaca Loura procura mudar, ao focar-se na preservação de escaravelhos. Mais precisamente na vaca-loura, “um símbolo das florestas nativas em Portugal”. Para continuarem a fazer este trabalho, lançaram uma campanha de crowdfunding que a menos de uma semana de terminar ainda não chegou a metade do valor pedido. Há várias opções de contribuição e a cada uma delas equivale, por exemplo, uma árvore plantada, um crachá, um caderno ilustrado, uma t-shirt ou, para os mais generosos, uma saída de campo de dois dias numa zona natural. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Para tornar o presente numa experiência ainda mais pessoal, podes sempre oferecer uma anuidade de sócio de uma associação da tua zona ou angariar materiais como camas, coleiras e alimentos para doares em nome da pessoa presenteada. Quiçá se um presente de Natal não faz nascer um voluntário para todo o ano. Ou dois.
REFERÊNCIAS:
Porque “os animais não são prendas”, há associações que param as adopções no Natal
Havia quem lhes fosse buscar um cão ou um gato quase na véspera de Natal. "Só faltava pedirem um lacinho", ironiza uma das associações portuguesas e abrigos que não permitem adopções no período festivo, para prevenirem abandonos e devoluções em Janeiro. "Um animal nunca pode ser uma prenda espontânea", avisam. (...)

Porque “os animais não são prendas”, há associações que param as adopções no Natal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Havia quem lhes fosse buscar um cão ou um gato quase na véspera de Natal. "Só faltava pedirem um lacinho", ironiza uma das associações portuguesas e abrigos que não permitem adopções no período festivo, para prevenirem abandonos e devoluções em Janeiro. "Um animal nunca pode ser uma prenda espontânea", avisam.
TEXTO: A duas semanas do Natal, a União Zoófila fecha a porta a adopções. Não por falta de interessados, mas porque “nenhum animal pode ser encarado como uma prenda de Natal”. Mesmo que cada um dos mais de 500 cães e 200 gatos que ali esperam por uma nova casa “sejam uma das melhores prendas que alguém pode escolher”. E “escolher” é a palavra-chave, frisa Lurdes Pimenta, tesoureira da associação responsável por um abrigo em Lisboa. Ter um animal de companhia “não pode ser um peso imposto” que é escondido debaixo do pinheirinho. “É uma vida e é uma responsabilidade para a vida”, avisa. Esta é só uma das várias associações portuguesas que, apesar das instalações sobrelotadas, negam os pedidos de adopções nas semanas que antecedem o Natal — e dizem impor “regras exigentes” durante o resto do ano. O Cantinho dos Animais Abandonados de Viseu é outra delas, há mais de 20 anos. "Entre 18 de Dezembro e 1 de Janeiro não há adopções", garante Ana Vaz, presidente da associação sediada num município sem Centro de Recolha Oficial Animal. Culpa da “falta da experiência”, nos primeiros Dezembros deram animais quase até à véspera de Natal. “E muitos eram devolvidos pouco tempo depois”, lamenta. Queixavam-se: “Ai, nem queira saber o horror de noite de Natal que tive. ” Porque o cão ficou doente depois de toda a família lhe ter dado os restos da comida. Porque chorou toda a noite (“E como é que larga tanto pêlo?”). Porque o cachorro se assustou com a confusão dos dias e noites agitados, com as crianças a quererem brincar ou com o barulho do o fogo-de-artifício — curiosidade: também para prevenir a fuga de cães, o fogo da passagem de ano na Avenida Paulista, no Brasil, só terá efeitos visuais. Para prevenirem "decisões pouco reflectidas", o Cantinho também diz não organizar campanhas de adopção. “As pessoas deixam-se influenciar por momentos de emoção e depois corria mal. ” Algum tempo depois, mais uma vez, alguém lhes trazia de volta o cão. Ou, pior, abandonavam-no na rua. Por ano, os centros de recolha oficiais (CRO), que não existem em 131 dos municípios portugueses, recolhem mais de 30 mil animais. Destes, apenas 35% são depois adoptados, contabiliza a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária. E se a relação entre adopções no Natal e devoluções nos primeiros meses do ano é pouco expressiva na maior parte das associações com quem o P3 falou — “principalmente por causa de todas as medidas ainda mais criteriosas” que começaram a tomar —, é no Verão e nas férias grandes que se continuam a registar mais abandonos. No entanto, os animais continuam a ser uma das prendas mais desejadas no sapatinho pelos mais pequenos. Em Portugal, mais de metade dos lares têm um animal de companhia, segundo diz um estudo da GFK divulgado em 2017. Com eles gastámos 12% do orçamento familiar, acrescenta a DECO: 1007 euros se formos fiéis a um cão, 865 se for um gato a roubar-nos o coração. Estas são contas que têm de ser feitas — pelo adoptante, "não pelo Pai Natal", alertam as associações. Em 2017, o Cantinho, em Viseu, recebeu 1200 cães e gatos. Este ano deram 532 animais. Ao seu cuidado ficaram ainda 600. O limite máximo confortável do abrigo, calcula Ana Vaz, deveria estar no 300. Ponto positivo: só dois foram devolvidos este ano. “Temos uma política de adopção rigorosa”, diz. Não dão animais a desempregados, estudantes ou estrangeiros sem prova de residência, por exemplo. E todos os animais saem com o chip que tem os dados do novo tutor. Apesar das regras serem “explícitas”, incluindo a proibição de adopções nesta altura, ainda são alvo “de muitas insistências [para as contornar]”. À Associação Zoófila Portuguesa (AZP) também chegam “muitos pedidos de adopção na véspera, a 24 de Dezembro”. Dizem-lhes que procuram “um animal para oferecerem amanhã”. Quase sempre um “cachorrinho”. Ou um “gatinho, mas ainda bebé”. “Esquecem-se que depois em Janeiro não há trocas”, diz Bianca Santos, uma das responsáveis da associação cujos abrigos são apenas as casas de várias famílias de acolhimento temporário (FAT). Já famílias para sempre, garante, “não se encontram com adopções por impulso” ou “surpresas” inebriadas pelo espírito natalício. E, por isso, apesar de não suspenderem as adopções no Natal e de registarem mesmo “um aumento de pedidos de adopção nesta altura”, os mesmos não se traduzem, normalmente, num aumento de adopções. O mesmo dizem as responsáveis pela Patinhas Sem Lar, em Espinho, e pela Cão Viver, na Maia, que pelo sexto ano organizou por esta altura uma "cãominhada", para angariar fundos. "Não fechámos, mas somos tanto ou mais criteriosos neste período". Até porque "há quem já esteja a pensar em ter um animal há muito tempo e aproveite esta época de solidariedade para o fazer". Já a Asaast, associação dos amigos dos animais de Santo Tirso, não permite “que os animais sejam devolvidos porque são um presente que correu mal”. Também eles negam adopções neste período, há quatro anos. Antes, havia quem esperasse quase até à Consoada para escolher um dos 500 animais. “Vir adoptar na véspera? Só falta mesmo pedir se temos o lacinho para pôr no cãozinho”, responde uma das responsáveis pela associação. Sabe que há quem tente, e consiga, por outros meios: “Vão às lojas ou escolhem a raça que querem e compram a um criador”. Já ali, “antes de o levar, a pessoa tem de estar com o animal, para ver se têm afinidade, se ele se encaixa na família": "Não permitimos a entrega a outra pessoa que não ao tutor. ”Para ser adoptante na União Zoófila, por exemplo, o candidato tem de passear o cão, normalmente de idade adulta ou sénior, “cinco a seis vezes”. Antes, promovem o apadrinhamento para “se habituarem um ao outro”. O processo demora cerca de um mês a estar concluído. O saldo é positivo: em média, por ano, menos de 5% dos animais são depois devolvidos. “E todos eles nos marcam. Um bebé que cresce numa família e depois com dois anos volta ao canil fica muito traumatizado. Nós sentimos sempre que falhámos. E que é o animal que sofre”, confessa Lurdes Pimenta. “O sofrimento dos cães compadece os humanos. Porque eles raspam as unhas, eles choram, eles tremem. Mas os gatos sofrem bastante mais, depois de abandonados. É muito difícil motivá-los a comerem, por exemplo. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Esta associação conta com 250 voluntários. Até ao final de Novembro, entregaram 160 cães. Para quem está a pensar dar um animal este Natal, propõem antes que levem a um abrigo a pessoa que querem presentear e que ela mesma escolha “a futura companhia”. Ou, se não quiserem estragar a surpresa, aconselham a “oferecer a cama e os brinquedos, para o animal ter tudo o que precisa quando chegar”. Não pedem desculpa pelas barreiras: “A partir do momento em que entram nós passamos a ser responsáveis por eles. ” E cada adopção bem-sucedida, “bem, é como receber a prenda perfeita no Natal”. A Dogs Trust, uma das maiores associações sem fins lucrativos de protecção de cães no Reino Unido, recebeu quase cinco mil chamadas de pessoas a quererem entregar os seus cães, só entre 26 de Dezembro e 31 de Janeiro (outras no próprio dia de Natal). Foram 138 chamadas por dia, “muitas delas sobre cães que foram presentes indesejados” para “pessoas que não estavam cientes da responsabilidade necessária”. Para prevenirem decisões “pouco ponderadas”, a organização criou um slogan registado há 40 anos: A dog is for life, not just for Christmas. Este ano, no seu anúncio publicitário natalício, falam do tema de “forma cómica”: mostram pessoas a passearem consolas, a atirarem uma bola a um secador, a ordenarem “senta-te” a um drone. No final, enquanto uma mulher tenta embrulhar um cachorro, ouve-se o conselho da apresentadora Mel Giedroyc a vir da televisão: “Presentes de Natal não são cães. E cães não são presentes de Natal. "
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