Quem manda na capa de Setembro da Vogue é Beyoncé
A cantora de 36 anos é a protagonista daquela que é considerada a mais importante edição do ano da revista porque marca a rentrée. (...)

Quem manda na capa de Setembro da Vogue é Beyoncé
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cantora de 36 anos é a protagonista daquela que é considerada a mais importante edição do ano da revista porque marca a rentrée.
TEXTO: Beyoncé será, pela quarta vez, capa da Vogue. Desta vez, da edição de Setembro, de acordo com o New York Post. A editora da revista norte-americana, Anna Wintour cedeu o controlo artístico à cantora de 36 anos, que escolheu o jovem fotógrafo Tyler Mitchell para a missão. Pela primeira vez na história de 126 anos da Vogue a fotografia de capa é feita por profissional de origem africana. Segundo duas fontes referidas pelo HuffPost, o acordo entre a publicação e Beyoncé garante à cantora a liberdade de tomar decisões relativamente à capa, às fotografias dessa produção e às legendas que as acompanham – que a própria terá escrito num formato longo. Beyoncé não deu uma entrevista à revista, tal como já tinha acontecido em 2015, a última vez que apareceu na capa. A cantora tinha sido também capa em 2009 e 2013. "A razão pela qual o profissional de 23 anos está a fotografar Beyoncé para a capa da Vogue é que Beyoncé usou o seu poder e e influência para lhe conseguir esse trabalho", conta ainda uma outra fonte ao HuffPost. Com base em Brooklyn, Tyler Mitchell começou a carreira a retratar a cultura jovem, moda e música de Atlanta (cidade onde nasceu) e Nova Iorque. Já trabalhou com publicações como a Teen Vogue, i-D e a própria Vogue americana e para marcas como Marc Jacobs, Givenchy e Nike, de acordo com o site do próprio. O perfil de Tyler Mitchell está longe daquele que a Vogue costuma escolher para tratar as suas produções de capa, optando normalmente por nomes consagrados da indústria, como Patrick Demarchelier, Annie Leibovitz e Steven Meisel. Terry Richardson, Mario Testino e Bruce Weber também foram durante muitos anos alguns dos fotógrafos de eleição da revista, mas o grupo Condé Nast (que além da Vogue tem outras publicações como a VanityFair e a GQ) deixou de trabalhar com estes, devido às várias alegações de assédio sexual feitas contra os mesmos. No caso de Richardson, a decisão veio mais cedo, em Outubro de 2017 – no seguimento do movimento #MeToo – e os outros dois foram afastados apenas no início deste ano. A edição de Setembro da Vogue é considerada a mais importante do ano – marcando a rentrée do mundo da moda – e até já deu o mote para um documentário lançado em 2009, sobre a forma como é organizada, The September Issue. No ano passado, marcou o 125. º aniversário da revista, com a actriz Jennifer Lawrence em quatro capas, feitas por quatro fotógrafos, Annie Leibowitz, Bruce Weber e a dupla Inez e Vinoodh. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A homónima britânica escolheu para a capa de Setembro outra das mais influentes cantoras do momento, Rihanna. "No que toca àquela mistura potente de moda e celebridade, ninguém o faz como Rihanna", comenta o director da revista, Edward Enninful, no editorial. "Independentemente de quão haute é o styling ou experimental o tom, nunca se perde nas imagens. É sempre a Rihanna", acrescenta. O facto de Anna Wintour ter passado para as mãos de Beyoncé a capa da edição de Setembro, veio reacender os rumores já com vários anos – e que nos últimos meses atingiram um pico – de que conhecida e influente directora não ficará muito mais tempo à frente da revista que comanda há três décadas. A Condé Nast, da qual Wintour é também directora artística desde 2013, já veio desmentir os rumores. Anna Wintour “é parte integrante do futuro e da mudança da nossa empresa e concordou em trabalhar connosco indefinidamente no seu cargo de directora e directora artística da Condé Nast”, declarou Bob Sauerberg, presidente-executivo do grupo, em comunicado, publicado no Twitter.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura sexual cantora assédio
O apartheid israelita
A igualdade de direitos prevista em 1948, na fundação do Estado de Israel, morreu. Em seu lugar nasce a discriminação institucionalizada que vai oficializar o terrorismo de Estado. (...)

O apartheid israelita
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A igualdade de direitos prevista em 1948, na fundação do Estado de Israel, morreu. Em seu lugar nasce a discriminação institucionalizada que vai oficializar o terrorismo de Estado.
TEXTO: Graças à lei que define o Estado israelita para os judeus e lhes dá o direito exclusivo à autodeterminação, é imperativo reconhecer que Israel tem hoje uma política racista oficial. A impressionante e muito respeitável história do país fica manchada com esta lei que os extremistas do Likud que ocupam o Governo fizeram questão de aprovar. Não é nada que fuja à deriva fundamentalista dos últimos anos: o que Netanyahu está a fazer ao Estado de Israel demorará décadas a reverter. É particularmente triste que isto aconteça num Estado que representa uma cultura tão fascinante e merecedora de respeito. É um paradoxo difícil de explicar e revela uma estranha insegurança vinda de um país que sempre fez gáudio em se afirmar como uma democracia rodeada de ditaduras e autocracias religiosas. Isso agora acabou. Com esta lei infeliz, Israel não se vai distinguir no essencial da cultura de Estado do Irão. Ser um Estado religioso implica dar primazia à interpretação divina dominante e não ao modelo social, subjugando o cidadão ao crente e desvalorizando a democracia em função da lei religiosa. Claro que a tradição democrática ainda impera no país e as instituições funcionam. Mas agora terão de se sujeitar gradualmente ao primado do divino, subvertendo o racionalismo que é ele também fruto da herança intelectual judaica. A democracia passará a ser uma formalidade e a discriminação será política oficial. Tudo isto é fruto da mudança populacional proporcionada pelo aumento dos ultra-ortodoxos — porque estes reduzem a mulher à condição de mãe e acabam por gerar muito mais crianças do que as famílias seculares. Com isto, a extrema-direita tem vindo a ganhar destaque e políticos como o execrável Lieberman, ministro da Defesa, têm hoje um protagonismo impensável há apenas duas décadas. A primeira consequência é a institucionalização do apartheid que vai começar a perseguir árabes e cristãos. Mas esse é apenas o primeiro passo de um crescente fundamentalismo que não vai ficar por aqui: daqui a pouco vai começar a virar-se contra as mulheres e contra as minorias sexuais, reprimindo quem não se conformar ao modelo religioso cada vez mais intolerante. E irá provocar que o laicismo cultural esteja cada vez mais longe das fronteiras israelitas, espalhado nas vibrantes e diversas diásporas judaicas espalhadas pelo mundo. Serão essas a demonstrar a vitalidade da cultura judaica, ficando Israel como mais um triste exemplo de uma deriva nacionalista e populista que nunca acabou bem.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
O "Clube 27" ganhou mais um membro
Vinte e sete anos. Muitos dos grandes mitos musicais do século passado morreram com esta idade. Amy Winehouse, uma cantora cujo enorme talento acompanhava uma vida de excessos, é mais um membro deste "Clube 27". (...)

O "Clube 27" ganhou mais um membro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vinte e sete anos. Muitos dos grandes mitos musicais do século passado morreram com esta idade. Amy Winehouse, uma cantora cujo enorme talento acompanhava uma vida de excessos, é mais um membro deste "Clube 27".
TEXTO: Eis alguns dos músicos que, tal como Amy, morreram aos 27 anos, no auge do talento musical:Brian Jones: Foi expulso dos Rolling Stones por Mick Jagger e Keith Richards. Era viciado em drogas e tinha problemas com a justiça. O guitarrista britânico foi descoberto morto na piscina na madrugada de 2 para 3 de Julho de 1969. As investigações à sua morte concluíram ter-se tratado de uma morte acidental, sob a influência das drogas e do álcool. Jimi Hendrix: O guitarrista afro-americano terá morrido sufocado no próprio vómito depois de ter ingerido um cocktail fatal de soporíferos e vinho tinto no dia 18 de Setembro de 1970 num hotel londrino, embora as circunstâncias da sua morte nunca tivessem sido completamente explicadas. Foi o ponto final de uma carreira efémera mas que deixou uma marca histórica na música universal. Janis Joplin: Quando gravava o álbum “Pearl” - o seu sobrenome - a cantora americana foi encontrada morta num quarto de hotel no dia 4 de Outubro de 1970. Causa de morte: uma overdose de heroína. Esta cantora americana, uma fervorosa activista contra o racismo e contra o conservadorismo, morreu escassos 15 dias depois de Hendrix. Jim Morrison: O vocalista dos The Doors morreu no dia 3 de Julho de 1971 em Paris, onde estava exilado depois de ter sido condenado nos EUA por “exibicionismo”. De acordo com a polícia, Jim Morrison morreu em consequência de uma crise cardíaca. Outras fontes alegam, porém, que a causa da morte se deve a uma “overdose”. A sua campa continua a ser uma das mais visitadas do cemitério parisiense de Père-Lachaise. Kurt Cobain: o guitarrista e vocalista dos Nirvana suicidou-se com um tiro no dia 5 de Abril de 1994 na sua casa de Seattle. Cobain foi um dos músicos que ajudou a apresentar ao mundo o estilo grunge, personificando o mal de vivre adolescente que marcou a década de 1990. Casado com a cantora Courtney Love, Cobain - que também sofria de problemas de dependência das drogas - nunca reagiu bem à fama mundial desencadeada com o álbum “Nevermind”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Cantora Cesária Évora morreu aos 70 anos
A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada”. (...)

Cantora Cesária Évora morreu aos 70 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-17 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20111217160504/http://publico.pt/Cultura/morreu-cesaria-evora-1525468
SUMÁRIO: A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada”.
TEXTO: A notícia foi confirmada à agência Lusa pelo director clínico do hospital, que explicou que a morte ocorreu por volta das 11h20. Alcides Gonçalves disse ainda que desde que Cesária deu entrada no hospital esteve internada nos serviços de cuidados intensivos “com um quadro muito complexo”. “Durante este período, ela alternou momentos de lucidez com momentos de inconsciência e esteve sempre acompanhada pelo seu empresário José da Silva”, acrescentou. A “diva dos pés descalços”, como a imprensa se referiu muitas vezes a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente, no seio de uma família de músicos. Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez afirmou: “Tudo à minha volta era música”. O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza. “Cise” como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana. Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: “Cantava ao ar livre, nas praças da cidade, para afastar coisas tristes”. Aos 16 anos, canta nos bares da cidade e nos hotéis, começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como “rainha da morna”. A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um “período negro” da cantora, que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área. Em 1985, a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, "Cise" vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é “descoberta” e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo. Em 1988, grava “La diva aux pied nus”, álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira, tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva. Em 1992, Cesária Évora gravou “Miss Perfumado” e aos 47 anos torna-se uma “estrela” internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos. Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, “Sôdade”. Em 2004, recebeu um Grammy para o Melhor Álbum de world music contemporânea, pelo disco “Voz d’Amor”. "Cise" não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal. “Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas”, confidenciou certa vez à Lusa. A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns “sustos”, como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria. Em 2009, o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgica que a levou a temer pela vida. Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uma digressão, como a gravação de um novo disco, que deveria sair no próximo ano. No dia 24 de Setembro, numa entrevista ao Le Monde, a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da “diva dos pés descalços” e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer. Nesse mesmo dia, ao princípio da tarde, a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido mais um acidente vascular cerebral (AVC). A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado, dando conta de que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era “reservado”.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Human Rights Watch pede a Angola "investigação imparcial" a actos de violência policial
Relatório sobre “Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola” denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra vendedores de rua, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”. (...)

Human Rights Watch pede a Angola "investigação imparcial" a actos de violência policial
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Relatório sobre “Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola” denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra vendedores de rua, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”.
TEXTO: Mercados de Luanda, como o célebre Roque Santeiro em 2010, foram encerrados ou transferidos nos últimos anos. Em 2012, o governo provincial decretou o fim das vendas de rua. A polícia intensificou a pressão sobre os vendedores ambulantes. E os episódios de violência tornaram-se mais frequentes. A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) dedica o seu mais recente relatório sobre Angola, publicado esta segunda-feira, a este universo dos vendedores de rua – constituem uma parte importante da população de Luanda e da população mais pobre. A violência das autoridades é denunciada e descrita no contexto mais vasto de uma violência social contra pessoas em situação vulnerável, sob a ameaça de figuras da autoridade do Estado, sem conhecimento dos seus direitos e sem alternativa de sustento que não seja a zunga. Zunga, é como se chama a venda ambulante em Angola. A ela se dedicam essencialmente mulheres, conhecidas como zungueiras. Muitas vivem na “pobreza extrema”. As vendas de rua são o seu principal – se não único – sustento. Mesmo grávidas ou carregando os filhos pequenos às costas, são agredidas pela polícia, denuncia a HRW no relatório de 38 páginas. Desde que, em Outubro de 2012, o governador provincial de Luanda, anunciou novas medidas para acabar com a venda informal nas ruas da capital, a polícia intensificou a repressão, conclui o documento publicado esta segunda-feira e que reproduz testemunhos. “Onde eu vendo, há muitas zungueiras com bebés às costas”, contou uma vendedora de 22 anos, numa das dezenas de testemunhos recolhidos entre Janeiro e Abril de 2013. “Os polícias e os fiscais vêm de moto. Dão-nos pontapés e atiram as nossas coisas para o chão. Alguns levam as nossas coisas. Só não levam se pagarmos. Dizem: ‘Tira estas porcarias daqui. Aqui não é sítio para vender. ’”Operações de polícia e fiscaisO relatório 'Tira essas porcarias daqui': Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra as zungueiras, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”. As operações são conjuntas entre a polícia e os fiscais do Governo que, além de agredirem e intimidarem os vendedores ambulantes, “frequentemente confiscam bens, extorquem dinheiro, ameaçam com detenções e, nalguns casos, detêm os vendedores de rua”. A HRW denuncia ainda a detenção de testemunhas e jornalistas, como meio de “intimidação” para impedir denúncias, para deixar incompleto o quadro sobre os episódios de violência contra as vendedoras de rua, sugere. A estas dificuldades, acrescem as barreiras com que as vendedoras se deparam na tentativa de obtenção de licenças de venda em mercados formais, longe das ruas, e a falta de alternativas à venda informal como meio de sustento para viver. “O processo na administração municipal” é “burocrático, opaco e inacessível”, queixou-se uma das pessoas entrevistadas pela HRW. E nos mercados, há queixas de serem exigidas “somas elevadas”, entre 30. 000 e 40. 000 kwanzas (cerca de 300 euros), para atribuição de um espaço ou licença. O PÚBLICO tentou obter uma reacção junto da Direcção Provincial de Luanda às várias denúncias feitas. Os pedidos, feitos por telefone, não foram encaminhados. Milhões na pobrezaA intenção, anunciada em Outubro do ano passado, pelo governo provincial de pôr fim ao comércio informal foi acompanhada da promessa de “transferir os comerciantes para mercados formais que as autoridades diziam estar a ser renovados ou construídos”, especifica o relatório, que nota que tal ainda não aconteceu. O caso ganha expressão. Os vendedores informais constituem uma importante parte da população de Luanda – os números multiplicaram-se com a vinda dos deslocados das províncias durante a guerra civil que terminou em 2002. Estes “milhões de cidadãos” na pobreza “não beneficiaram do boom económico do pós-guerra e lutam para sobreviver num ambiente de custos de vida astronómicos”, refere ainda a HRW que recomenda ao Governo e à Procuradoria-Geral da República que investiguem de forma "imparcial" e "imediata" os "abusos contra vendedores" e que os responsáveis das violências sejam condenados. Nos últimos anos antes do fim da guerra, cerca de dois terços da população activa de Angola trabalhava no sector informal, e este empregava uma pessoa em pelo menos cerca de 78% de lares da cidade de Luanda. Este retrato, feito há mais de dez anos, não voltou a ser actualizado. Os resultados de um novo estudo conduzido pelo Ministério da Economia em 2012 (quando a população total era de 20 milhões, segundo estatísticas oficias) ainda não foram publicados, nota o relatório. “O Governo afirma que a satisfação dos direitos económicos e sociais é uma prioridade, mas, se assim é, deveria garantir que as comunidades mais pobres de Angola são protegidas e não alvo de abusos, ” afirma Leslie Lefkow, directora-adjunta para África da HRW no comunicado de imprensa publicado. “Ajudar os vendedores ambulantes a ter acesso a bilhetes de identidade e a serviços públicos seria um primeiro passo muito positivo. ”O relatório refere que que estas pessoas se “incluem nos mais de 50% de angolanos que, segundo o Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), sobrevivem com menos de 1, 2 dólares (cerca de um euro) por dia” em Angola. A sua situação, mais de dez anos depois do fim do conflito, reflecte o “fracasso” do Governo em proteger os “direitos dos seus cidadãos, apesar do crescimento significativo dos rendimentos do petróleo”, conclui a HRW.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra humanos violência social estudo mulheres pobreza
Projecto educativo de Madonna no Malawi cancelado por má gestão
Os gestores do programa de ajuda ao Malawi posto em marcha pela cantora Madonna, que previa a construção de uma academia para raparigas, foram afastados dos seus cargos depois de terem gasto 3,8 milhões de dólares no projecto de uma escola que nunca chegará a ser construída. (...)

Projecto educativo de Madonna no Malawi cancelado por má gestão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.09
DATA: 2011-03-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os gestores do programa de ajuda ao Malawi posto em marcha pela cantora Madonna, que previa a construção de uma academia para raparigas, foram afastados dos seus cargos depois de terem gasto 3,8 milhões de dólares no projecto de uma escola que nunca chegará a ser construída.
TEXTO: A grande fatia de gastos foi para os projectos de arquitectura e design que agora não terão qualquer uso. O director deste programa de ajuda, Philippe van den Bossche, companheiro de uma ex-instrutora de Cabala da cantora, abandonou o cargo em Outubro, depois de ter vindo a público o seu estilo perdulário de gestão, indica o “The New York Times”. Os auditores descobriram que muito do dinheiro foi gasto em coisas como salários, dois carros para funcionários que ainda nem sequer estavam nomeados, escritórios, quotas de um clube de golfe, arrendamento de casas e condutores particulares. Outra gestora, Anjimile Oponyo, que viria a ser a directora da escola, foi igualmente criticada por falta de conhecimentos práticos e fracas prestações de gestão efectiva. A situação foi apelidada pelos auditores como de “caos financeiro e programático”. Ainda assim, os auditores admitem que ainda não conseguiram perceber exactamente em que é que foram gastos os 3, 8 milhões de dólares. O fim deste projecto, que tinha como missão construir uma escola para raparigas - a Raising Malawi Academy for Girls -, que era apoiada financeiramente por outras estrelas de Hollywood que, tal como Madonna, seguem os ensinamentos cabalísticos [conjunto de ensinamentos sobre a natureza divina], foi anunciada em Janeiro. A decisão apanhou o governo do Malawi de surpresa e irritou aqueles que tinham sido expropriados dos terrenos onde seria erguida a nova escola, perto da capital, Lilongwe. Muitos argumentam não terem recebido as compensações devidas. A própria cantora americana tinha encaminhado 11 milhões de dólares para o projecto. O edifício deveria ficar construído em Dezembro deste ano. Michael Berg, co-director do centro cabalístico envolvido no projecto e co-fundador da Raising Malawi, aceitou a derrota esta semana: “Foi tomada uma decisão consciente de descontinuar os planos da Raising Malawi Academy for Girls”. Madonna - que adoptou um rapaz e uma rapariga do Malawi - já disse, porém, que irá continuar a trabalhar naquele empobrecido país africano. “Existe uma verdadeira crise de educação no Malawi”, disse a cantora. “Sessenta e sete por cento das raparigas não frequentam o ensino secundário e isso é simplesmente inaceitável. A nossa equipa vai trabalhar para atacar este problema de todas as formas que conseguirmos”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Príncipe Alberto e Charlene disseram “sim” no Mónaco
O príncipe Alberto II do Mónaco e a princesa Charlene disseram este sábado o “sim” numa cerimónia religiosa na sala do trono do palácio real, transformada hoje em catedral, a que assistiram perto de 800 convidados. Entre os ilustres estiveram o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros de outras casas reais, modelos, estilistas, desportistas e músicos. (...)

Príncipe Alberto e Charlene disseram “sim” no Mónaco
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O príncipe Alberto II do Mónaco e a princesa Charlene disseram este sábado o “sim” numa cerimónia religiosa na sala do trono do palácio real, transformada hoje em catedral, a que assistiram perto de 800 convidados. Entre os ilustres estiveram o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros de outras casas reais, modelos, estilistas, desportistas e músicos.
TEXTO: A cerimónia, celebrada pelo monsenhor Bernard Barsi, arcebispo do Mónaco, começou enquanto se ouvia “Gloria” de Mozart interpretado pelo coro da Ópera do Mónaco. Charlene, num vestido branco com pedras brilhantes incrustadas assinado por Giorgio Armani, e Alberto, num uniforme militar, mostraram-se emocionados durante a cerimónia. No momento do “sim”, Alberto piscou o olho a Charlene, arrancando um sorriso à sua mulher. A troca de alianças foi acompanhada por uma canção tradicional sul-africana, interpretada por Pumela Matshikiza, para desejar boa sorte aos noivos. Também a cantora norte-americana Renée Fleming interpretou um cântico religioso na cerimónia. À cerimónia religiosa assistiram perto de 800 convidados, entre eles o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros das casas reais inglesa, sueca, norueguesa, os estilistas Giorgio Armani e Karl Lagerfeld, as modelos Naomi Campbell e Inès de la Fressange, músicos como Jean-Michel Jarre, que ontem actuou para os noivos após a cerimónia civil. Terminada a cerimónia religiosa, os recém-casados dirigiram-se num carro descapotável até à Igreja de Sainte Dévote, onde foram recebidos pelos populares. Charlene, muito emocionada, depositou o seu bouquet na igreja. À saída da igreja, centenas de pessoas saudaram o casal. A partir das 21h00, é servido o copo-de-água nos terraços da Ópera de Monte Carlo. Segue-se um espectáculo de fogo-de-artifício e um baile de gala.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher cantora
Marcha LGBT vai celebrar conquistas recentes e reivindicar “as que estão por fazer”
A 11.ª Marcha do Orgulho LGBT vai celebrar conquistas recentes e “recordar as muitas que ainda há por fazer”, afirmou Salomé Coelho, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), uma das 18 estruturas que organizam a iniciativa. (...)

Marcha LGBT vai celebrar conquistas recentes e reivindicar “as que estão por fazer”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 3 Homossexuais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A 11.ª Marcha do Orgulho LGBT vai celebrar conquistas recentes e “recordar as muitas que ainda há por fazer”, afirmou Salomé Coelho, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), uma das 18 estruturas que organizam a iniciativa.
TEXTO: A marcha “vai ser um momento para celebrar as recentes conquistas - como o casamento entre pessoas do mesmo sexo - e para recordar que ainda há muitas outras por fazer, nomeadamente no que diz respeito à parentalidade e co-parentalidade e à adopção”, declarou Salomé Coelho à Lusa. Entre as reivindicações figura “a urgência de uma lei de identidade de género que permita responder célere às pessoas transgénero e transexuais” e “o acesso de lésbicas à procriação medicamente assistida”. No que respeita a esta questão, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida informou ontem que o acesso àquelas técnicas continua “legalmente vedado às pessoas do mesmo sexo casadas entre si”, proibição que se manterá se não houver uma alteração legislativa. Salomé Coelho não quis, todavia, avançar qualquer comentário, assinalando que a marcha - ao ser organizada por entidades “com uma grande diversidade” de opiniões - “não tem posição em relação ao parecer”. Ainda de acordo com a representante da UMAR, a marcha “pretende ocupar o espaço público com o orgulho LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros] por oposição à vergonha imposta pela homofobia, pela bifobia e pela transfobia”, não sendo “esperadas nem desejadas” reações negativas dos transeuntes. “Nos anos anteriores as reações foram muito diversas, mas a maioria de apoio à marcha, porque é um momento de ocupação pela diversidade e aquilo que se está a reivindicar são direitos humanos. Acho que essa mensagem passa, apesar de ser clara a homofobia e a transfobia no quotidiano”, declarou. A responsável disse também acreditar que “a crescente visibilidade das questões das pessoas LGBT também promove uma maior aceitação e uma maior consciência” de que a diversidade sexual é “um direito humano”. “Denunciar o facto de, pelo mundo fora, existirem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital e que em 93 outros qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero” é outro dos objectivos da marcha, que tem início sábado, pelas 17h00, no Príncipe Real, em Lisboa. Entre as 18 entidades que organizam a iniciativa contam-se, além da UMAR, SOS Racismo, Associação para o Planeamento da Família, Panteras Rosa, ILGA Portugal e Médicos pela Escolha. Participam na organização pela primeira vez estruturas como o Núcleo LGBT da Amnistia Internacional Portugal ou o Grupo de Trabalho Identidade X/Y que integra o Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública.
REFERÊNCIAS:
Portugal terá menos um milhão habitantes em 2050
Portugal perderá um milhão de habitantes de hoje até 2050, diz a divisão de população da ONU nas suas últimas "Estimativas da População Mundial". As projecções em relação a Portugal dizem que dos 10,016 milhões de habitantes em 2000 se passará para um pouco mais em 2015 (10,030 milhões), mas logo em 2025 haverá um decréscimo (9,831 milhões), chegando por fim a 9,006 milhões em 2050. Em 2000, havia 4,819 milhões de homens e 5,197 milhões de mulheres (93 homens para cada 100 mulheres). (...)

Portugal terá menos um milhão habitantes em 2050
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 3 | Sentimento -0.16
DATA: 2011-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal perderá um milhão de habitantes de hoje até 2050, diz a divisão de população da ONU nas suas últimas "Estimativas da População Mundial". As projecções em relação a Portugal dizem que dos 10,016 milhões de habitantes em 2000 se passará para um pouco mais em 2015 (10,030 milhões), mas logo em 2025 haverá um decréscimo (9,831 milhões), chegando por fim a 9,006 milhões em 2050. Em 2000, havia 4,819 milhões de homens e 5,197 milhões de mulheres (93 homens para cada 100 mulheres).
TEXTO: Ainda em relação a Portugal a taxa de fertilidade total aumenta (de 1, 45 em 2000 para 1, 83 em 2050), ficando, no entanto, abaixo dos 2, 1 filhos por mulher, que é considerada a taxa de substituição. Rússia é quem mais perdeO país que mais vai perder população em termos absolutos é a Rússia, que passa dos 145, 4 milhões de habitantes no ano 2000 para 104, 2, um decréscimo de 28 por cento. Em termos percentuais, será a Bulgária, que de 2000 para 2050 perde 43 por cento da sua população (de 7, 9 milhões de habitantes para 4, 5) Os países em vias de desenvolvimento são os responsáveis pela maioria do crescimento populacional até 2050, enquanto os países industrializados vão manter-se mais ou menos na mesma. A população mundial, que era em 2000 de cerca de 6, 1 mil milhões de pessoas, poderá atingir os 9, 3 mil milhões (variando, segundo as contas da ONU, entre os 10, 9 mil milhões ou os 7, 9) em 2050. O relatório sublinha, no entanto, que, mesmo em África, onde o impacte da sida na população é devastador, a população vai crescer (com a excepção da África do Sul). Mas são sobretudo seis países os responsáveis por metade do crescimento actual da população (77 milhões de pessoas por ano) - Índia (21 por cento), China (12 por cento), Paquistão (5 por cento), Nigéria (4 por cento), Bangladesh (4 por cento) e Indonésia (3 por cento). A epidemia da sida vai ter um efeito cada vez maior em termos de morbilidade, mortalidade e perda de população, diz o documento. Há 45 países que são considerados os mais afectados (considerando a prevalência da doença, assim como o número total de doentes), mais do que os 35 que em 1998 estavam nesta categoria. Destes 45 países, 35 estão na África subsariana, seis na América Latina e Caraíbas, e quatro na Ásia. Dos 33 milhões de adultos que estão infectados com o HIV no mundo (dados de 1999), 29 milhões (88 por cento) vivem nestes 45 países. O Botswana é dos países mais afectados - um em cada três adultos são seropositivos. Se não existisse o HIV, em 2050 a esperança de vida seria de 73 anos, mas com a existência da epidemia calcula-se que atinja apenas os 43 anos.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Nasceu um campo de refugiados no centro da capital da Europa
“Aqui sente-se que há humanidade”, diz um sírio que acabou de chegar a Bruxelas para testemunhar uma vaga de solidariedade inédita. (...)

Nasceu um campo de refugiados no centro da capital da Europa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Aqui sente-se que há humanidade”, diz um sírio que acabou de chegar a Bruxelas para testemunhar uma vaga de solidariedade inédita.
TEXTO: Um jovem iraquiano com a mão ligada espera para receber assistência médica de uma ONG, voluntários descarregam fraldas de bebé de um carro. Por trás de uma cantina de campanha onde se faz a distribuição da comida foram montadas 300 tendas de vários tamanhos… Bem-vindos ao campo de refugiados que nasceu no centro de Bruxelas, fruto de uma mobilização cidadã sem precedentes. “Se a Bélgica nos mandar de volta para o Iraque, eu e a minha mulher decidimos que nos suicidamos”, diz à AFP um dos ocupantes deste campo que começou a crescer no início do mês no Parque Maximilien, perto da Gare du Nord. Engenheiro em Bagdad, casado com uma psicóloga, o homem de cerca de trinta anos que prefere não dizer o nome continua nervoso e desconfiado. Diz ser “ateu” e espera que a Bélgica lhe atribua o estatuto de refugiado. Tal como centenas de homens, mulheres e crianças também ele encontrou um refúgio inesperado neste acampamento improvisado, onde reina uma atmosfera surpreendentemente descontraída. Todos eles, tenham vindo do Iraque, Síria, Somália, Eritreia ou Afeganistão, têm que esperar três a cinco dias para submeter o seu dossier no Serviço de Estrangeiros”. O campo nasceu em frente da sede desse organismo no momento em que o número de refugiados ultrapassou a capacidade de processamento destes serviços administrativos, que só conseguem tratar de 250 inscrições por dia. Sem saberem para onde ir, totalmente desprotegidos, os refugiados não tiveram outra escolha a não ser instalarem-se neste pequeno parque rodeado de edifícios de escritórios e prédios de habitação social, local de encontro habitual para os sem-abrigo e os toxicodependentes, situado não muito longe da sede das instituições europeias e do parlamento belga. Nos primeiros dias, cidadãos anónimos chegaram com algumas tendas, roupa ou comida. Depois estes bem-feitores criaram uma “plataforma cidadã” que contava no final desta semana com dez mil inscritos no Facebook. Em poucos dias, os voluntários, na maioria jovens, montaram uma pequena aldeia, com a ajuda de organizações não-governamentais. Fazer a triagem das doações que chegam em grande quantidade, organizar um posto médico e uma cozinha, orientar os novos voluntários e informar os refugiados sobre os passos a seguir: tudo está organizado no terreno. Mas o sistema permanece frágil, reconhece um dos voluntários. As famílias belgas continuam a chega com brinquedos e comida, propondo-se, às vezes, dar uma ajuda. “Eu até vi um senhor de fato e gravata a despejar o lixo dos caixotes”, conta Zained, um belga de origem iraquiana que ajuda como intérprete no campo. Alguns voluntários, no entanto, dizem-se chocados. “Estou orgulhoso de ver a velocidade com que esta solidariedade se organizou, mas também estou escandalizado. Um campo de refugiados é para países que não tem meios para fazer de outra maneira. Seria a última coisa que devíamos ver na capital da Europa”, critica Jean Pletinckx. Face à pressão mediática e das associações de apoio aos refugiados, o secretário de Estado para o Asilo e Migrações, o nacionalista flamengo Théo Francken, acabou por instalar 500 camas de campanha para os recém-chegados num edifício de escritórios ao lado do Serviço de Estrangeiros. Mas este centro de urgência só está aberto à noite, não tem duches e lá dentro não é permitido comer. “É completamente inadequado e indigno”, protesta Jean Pletinckx. Depois da sua abertura, há uma semana, o centro de urgência só recebe cerca de 20 pessoas por noite. Théo Francken censurou os refugiados que “preferem as suas tendas acolhedoras” e exigiu “um pedido de desculpa” aos críticos, provocando uma vaga de indignação entre a oposição e as agências humanitárias. Já esta segunda-feira, o primeiro-ministro Charles Michel deu ordem para que as condições de estadia no centro seja melhoradas, que ai sejam colocadas mais camas, e que este passe a estar aberto 24 horas por dia. O objectivo é "evacuar progressivamente" o acampamento do Parque Maximilien. Longe da polémica, um sírio de 52 anos, que partiu de Lattakia há um mês e chegou na passada quarta-feira a Bruxelas, recupera forças num banco do Parque Maximilien. “Aqui sente-se que há humanidade”, diz. Separado na Grécia dos seus filhos de 18 e 21 anos, que o regime sírio queria recrutar à força para o exército, ele considera “fantástico” o acolhimento recebido na Bélgica, e espera encontrar muito em breve os seus dois rapazes. AFP
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens campo mulher ajuda homem social mulheres refugiado