Villa coloca Espanha nas meias-finais pela primeira vez
A Espanha ou a Alemanha. Uma destas equipas vai estar na final. A formação espanhola venceu (1-0) com dificuldade o Paraguai e apurou-se para a meia-final frente à Alemanha. (...)

Villa coloca Espanha nas meias-finais pela primeira vez
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2010-07-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Espanha ou a Alemanha. Uma destas equipas vai estar na final. A formação espanhola venceu (1-0) com dificuldade o Paraguai e apurou-se para a meia-final frente à Alemanha.
TEXTO: Nem jogou como nunca, nem perdeu como sempre. A selecção espanhola jogou quanto baste, mas ganhou como nunca, qualificando-se para as meias-finais do Mundial – jogo que disputará com a Alemanha. À quinta tentativa foi de vez. Espanha está entre as quatro melhores do Mundial. Fracassara em 1934 (Florença), em 1994 (Boston), em 1986 (Puebla) e em 2002 (Gwangju). Mas 2010 é um ano especial com uma equipa especial. Joanesburgo e David Villa (autor do único golo do encontro) já ficaram para a história. Os espanhóis, como muitos outros povos, costumam despedir-se do Campeonato do Mundo a dizer “este é que podia ter sido o nosso Mundial” e a olhar para a sua selecção como a madrinha de um casamento, engalanada como a noiva, mas que nunca tem direito a subir ao altar para dizer “sim, aceito”. A história deste sábado tinha protagonistas diferentes, mas o argumento parecia conduzir a um final "déjà vu". O Paraguai de Cardozo atreveu-se e a Espanha de Torres começou a acumular erros e indecisões pouco habituais para uma selecção que durante muito tempo só tinha sido batida pela Suíça (e num jogo bem conseguido dos espanhóis). Justo Villar foi para intervalo com as mãos frias dentro das luvas. A Espanha não conseguira rematar uma única vez na direcção da sua baliza, enquanto Valdez até já tinha arrancado para festejar um golo (aos 41’), anulado por um dos auxiliares de Carlos Batres (por interferência no lance de Cardozo). Era até então um jogo desinteressante, sem ritmo (do triângulo Xavi/Alonso/Busquets), sem Iniesta, sem Villa e especialmente sem Torres, outra das estrelas do Mundial sul-africano que parecem ter sido picadas pela mosca tsé-tsé. A equipa de Gerardo Martino desenrascou-se como poucas. O seleccionador acreditou que tudo podia acontecer. E podia mesmo ter acontecido. Num canto, Piqué, o único espanhol com as mesmas medidas que Cardozo (1, 92m), agarrou-o pelo braço e Batres apitou. Penálti. O Mundial espanhol por um canudo? Nada disso. O benfiquista Cardozo falhou transformando Casillas no herói. O jogo sonolento nunca mais adormeceu. O coração espanhol estava mesmo a precisar desse choque. Segundos depois, Villa entrava na área de Villar a alta velocidade quando Alcaraz se embrulhou nas suas pernas. Batres, penálti. Xabi Alonso foi chamado à marca da grande penalidade duas vezes. O primeiro remate entrou, mas o estádio teve que se recompor (porque um espanhol invadiu a área de rigor). O segundo foi travado por Villar, que no seguimento do lance também travou Fàbregas (ninguém viu). A madrinha continuava a olhar para o altar à espera do toque de génio de Xavi, da desenvoltura de Iniesta e do remate certeiro de um espanhol qualquer. Que seja Pedro! Poste. Que seja Villa! Poste, poste. A cabeça dos espectadores rodava como se fosse um jogo de ténis. Carambola, golo. Aceita estar nas meias-finais? Sim, aceito. PositivoGuarda-redesPrimeiro Casillas, depois Villar. Ambos defenderam a sua grande penalidade, dando alguma justiça a este jogo dos quartos-de-final que não merecia acabar na marca dos 11 metros. IniestaQuem já viu Espanha jogar algumas vezes ao vivo aprendeu a ter cuidado com a língua. Iniesta dificilmente joga mal, dificilmente está lá apenas para fazer número. O golo começa em Xavi, termina em Villa, mas passa por Iniesta. Sergio RamosSaiu do relvado com a cabeça ligada, com marcas de uma batalha difícil. O mais ingrato continua a ser chamar lateral direito a Sergio Ramos, um futebolista. ParaguaiFoi o adversário mais difícil de Espanha neste Mundial (e não nos estamos a esquecer da Suíça). NegativoÓscar CardozoQuando o jogo terminou, Cardozo ajoelhou-se, encostou a testa à relva e escondeu a cabeça com a camisola. Melhor que ninguém ele sabia que o seu pé esquerdo podia ter mudado o rumo do Mundial. Marcara o penálti decisivo frente ao Japão, mas não conseguiu bater Casillas. Carlos BatresO árbitro já era odiado pelos paraguaios, que o responsabilizam por erros passados. No global, Batres voltou a deixar pontas soltas. Não validou um golo ao Paraguai por suposto fora-de-jogo de Valdez, mandou repetir a grande penalidade espanhola por uma invasão da área, mas não assinalou novo penálti (sobre Fàbregas) no mesmo lance’. TorresAinda não apareceu neste Mundial.
REFERÊNCIAS:
Onde estão Messi, Kaká, Rooney, Ribéry e Ronaldo? Em casa...
Há quem lhe chame a maldição de Baggio. Pela quinta vez consecutiva, o melhor futebolista do mundo saiu eliminado de um Mundial sem fazer jus ao estatuto adquirido no ano anterior (desde a criação do prémio oferecido pela FIFA, em 1993, ao italiano Roberto Baggio, que o melhor dos melhores não se consagra no palco maior do futebol). O último desta nobre linhagem a cair foi o argentino Lionel Messi - deixou África como a tinha encontrado, sem um único golo. (...)

Onde estão Messi, Kaká, Rooney, Ribéry e Ronaldo? Em casa...
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há quem lhe chame a maldição de Baggio. Pela quinta vez consecutiva, o melhor futebolista do mundo saiu eliminado de um Mundial sem fazer jus ao estatuto adquirido no ano anterior (desde a criação do prémio oferecido pela FIFA, em 1993, ao italiano Roberto Baggio, que o melhor dos melhores não se consagra no palco maior do futebol). O último desta nobre linhagem a cair foi o argentino Lionel Messi - deixou África como a tinha encontrado, sem um único golo.
TEXTO: O camisola 10 da Argentina foi para casa, onde já estavam Kaká (Brasil), Rooney (Inglaterra), Ribéry (França), Buffon (Itália) e Ronaldo (Portugal). As principais estrelas das selecções mais fortes quase nem tiveram tempo de desfazer as malas: franceses e italianos nem passaram da primeira fase, ingleses e portugueses não transpuseram a fronteira dos oitavos-de-final; os brasileiros caíram nos quartos-de-final. "Lionel esteve longe de Messi. No seu último dia no Mundial, foi apenas um reflexo dele mesmo", foram as palavras duras do jornal argentino Olé na crítica à derrota frente à Alemanha (4-0). O jogador que deixou Rosário, na Argentina, com 13 anos, para abraçar a Catalunha e o Barcelona, assumiu a alcunha europeia de "Leo" e deixou cair o "Lio" sul-americano, mas os dois estiveram distantes na África do Sul. E isso os argentinos não conseguem perdoar, eles que o tratam como um traidor que renegou a pátria-mãe. "Farsa" e "vergonha" foram algumas das palavras gritadas pelos jornalistas argentinos no momento em que Messi e outros jogadores passaram sem falar na zona mista para as entrevistas. "Messi sabe que é o maior fracasso deste Mundial", afirmou o jornalista Danilo Avellaneda, do diário Clarín. Em 1993, Baggio foi escolhido o melhor do ano. No ano seguinte, falhou o penálti que o imortalizou pelas piores razões: deu o tetracampeonato ao Brasil nos EUA. Um ano antes do Mundial de França em 1998, Ronaldo foi o eleito e, na final de Paris contra os bleus, seria o pior jogador em campo numa das derrotas mais pesadas da história brasileira (3-0). Depois foi Figo em 2002, a chegar à Coreia do Sul com o prémio nas mãos, mas Portugal foi eliminado (e humilhado) na primeira fase. Seguiu-se Ronaldinho Gaúcho, na Alemanha, incapaz de driblar os adversários em 2006 e a cair nos quartos-de-final. Agora, o Campeonato do Mundo da África do Sul será recordado como o grande falhanço de Messi e das grandes estrelas. Messi não fugiu da "maldição de Baggio": foram 450 minutos da "Pulga" nos estádios africanos e nenhum golo, um contraste assustador à luz dos números do mesmo jogador no Barcelona - 38 golos ao serviço de Pep Guardiola na temporada que antecedeu o Mundial. Números invulgares para Messi, o argentino que na equipa de Maradona foi quem mais rematou (30 remates à baliza) e quem mais correu (42 quilómetros em cinco jogos). Em Portugal, Queiroz também não contou com o Ronaldo que Pellegrini teve a oportunidade de desfrutar. Os números também são assustadoramente diferentes dos do Real Madrid. Em 360 minutos marcou um golo e passou os outros três jogos em branco, realidade díspar da de Madrid, onde apontou 26 golos em 20 jogos. O português correu uma média de 8, 12 quilómetros por jogo (total de 32 nos quatro jogos), rematou muito (21, 9 foram à baliza). A hora é de Villa, o herói da Espanha. É líder dos marcadores com cinco golos apontados em outros tantos jogos. Sem Torres, autor do golo na final do Europeu 2008 que derrotou a Alemanha (1-0), Del Bosque conta com o novo jogador do Barcelona. O mesmo faz Joaquim Löw com Klose, com 4 golos está à beira de se tornar o melhor artilheiro absoluto das fases finais (leva 14 e está a um de Ronaldo). Com a técnica de Ozil, a sua eficácia torna-se letal. Uma espécie de Robben-Sneijder na Holanda. Foram estes (esta segunda linha) e não os outros, a tomarem o palco do Mundial.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Olegário Benquerença regressa a casa
O árbitro português Olegário Benquerença deu por terminada a sua participação no Campeonato do Mundo de futebol, a decorrer até ao próximo domingo na África do Sul. (...)

Olegário Benquerença regressa a casa
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DATA: 2010-07-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O árbitro português Olegário Benquerença deu por terminada a sua participação no Campeonato do Mundo de futebol, a decorrer até ao próximo domingo na África do Sul.
TEXTO: Olegário Benquerença, que dirigiu três encontros do Mundial 2010 - Japão-Camarões, Nigéria-Coreia do Sul e Uruguai-Gana -, está fora dos planos da FIFA para os últimos jogos. O organismo decidiu manter para a final e para o encontro de atribuição do terceiro e quarto lugares um grupo de oito árbitros, seguindo o princípio equitativo de equipas representativas dos vários continentes. Yuichi Nishimura (Japão), Jerome Damon (África do Sul), Benito Armando Tellez (México), Marco Antonio Moreno (México), Pablo Antonio Quinteros (Chile), Oscar Ruiz Acosta (Colômbia), Frank de Bleeckere (Bélgica) e Howard Webb (Inglaterra) mantêm-se na África do Sul. A revelação dos eleitos surgiu na sequência da nomeação do húngaro Viktor Kassai e do uzbeque Ravshan Irmatov para as meias-finais, respectivamente para o Alemanha-Espanha (às 19h30 de amanhã, RTP1) e para o Uruguai-Holanda (às 19h30 de hoje, RTP1).
REFERÊNCIAS:
Países México Alemanha Bélgica Japão Uruguai África do Sul Espanha Colômbia Nigéria Camarões Chile Coreia do Sul Gana
Jogadores do Gana recebidos em casa como heróis
Milhares de adeptos invadiram o aeroporto internacional de Kotoka, em Acra, para acolherem como heróis os jogadores da equipa nacional de futebol no seu regresso do Mundial da África do Sul. (...)

Jogadores do Gana recebidos em casa como heróis
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Milhares de adeptos invadiram o aeroporto internacional de Kotoka, em Acra, para acolherem como heróis os jogadores da equipa nacional de futebol no seu regresso do Mundial da África do Sul.
TEXTO: Os primeiros fãs começaram a afluir ao aeroporto seis horas antes da hora prevista para a chegada do voo que transportaria a selecção ganesa, enchendo a aerogare de sons de tambores e danças. O avião chegou com duas horas de atraso e foi recebido com gritos de alegria pelos adeptos, que tocavam vuvuzelas, empunhavam bandeiras do Gana e mostravam cartazes com dizeres como "Amamos os nossos heróis" e "Vocês são o orgulho do Gana e de África". O Gana foi a terceira equipa de futebol africana da história a atingir os quartos-de-final de um Mundial, depois dos Camarões (1990) e do Senegal (2002), tendo sido eliminada pelo Uruguai no desempate por grandes penalidades (4-2), após um empate, 1-1, ao fim de 120 minutos jogados.
REFERÊNCIAS:
Países Uruguai Camarões Gana Senegal
Árbitros acertaram 96 por cento das decisões, considera a FIFA
Um estudo da Comissão de Arbitragem da FIFA concluiu que 96 por cento das decisões dos árbitros no Mundial 2010 foram correctas. (...)

Árbitros acertaram 96 por cento das decisões, considera a FIFA
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um estudo da Comissão de Arbitragem da FIFA concluiu que 96 por cento das decisões dos árbitros no Mundial 2010 foram correctas.
TEXTO: "Noventa e seis por cento das decisões foram boas", disse o espanhol Garcia Aranda, presidente da Comissão de Arbitragem da FIFA, num estudo que avaliou os 62 jogos do Mundial já disputados. "Tivemos aqui os melhores jogadores do mundo, mas em 15 grandes penalidades assinaladas só nove foram convertidas em golo, o que dá uma precisão de 60 por cento. Comparado com os 96 por cento de acerto dos árbitros, penso que podemos estar muito satisfeitos”, acrescentou Garcia Aranda. O responsável pela arbitragem disse ainda que o número de lesões traumáticas foi muito baixo, o que em seu entender comprova o controlo que os árbitros conseguiram ter nos jogos. Um dos encontros mais polémicos foi o Alemanha-Inglaterra, que ficou marcado por um erro grave da equipa de arbitragem liderada pelo uruguaio Jorge Larrionda - não validou um golo de Lampard (38'), que daria a igualdade 2-2. O remate do médio levou a bola a ultrapassar completamente a linha de baliza defendida por Manuel Neuer, mas o árbitro não viu. No final, ganharam (4-1) os alemães, que seguiram para os quartos-de-final. Olegário Benquerença foi o único árbitro português que marcou presença na África do Sul, onde dirigiu três encontros do Mundial 2010: Japão-Camarões, Nigéria-Coreia do Sul e Uruguai-Gana.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave igualdade estudo
Deus pode perder. Basta chamar-se Maradona
Foi um jogador genial, mas será um treinador iluminado? Não conduziu a Argentina ao título mundial na África do Sul, mas os argentinos continuam a amá-lo e querem que ele fique. (...)

Deus pode perder. Basta chamar-se Maradona
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi um jogador genial, mas será um treinador iluminado? Não conduziu a Argentina ao título mundial na África do Sul, mas os argentinos continuam a amá-lo e querem que ele fique.
TEXTO: Pode não ser um mestre táctico, mas a sua arma no banco é a emoção e os jogadores jogam e querem ganhar para ele. Também eles querem que ele fique, para manterem o apoio divino. Diego Armando Maradona sempre fez o mundo acreditar que tinha um entendimento especial com o Barbudo (é o que Maradona chama a Deus). "Deus vai querer que nós cheguemos à final", dizia Maradona no seu melhor estilo de demagogo iluminado. Isto, claro, foi antes de a Argentina ter sido espectacularmente eliminada pela Alemanha no Mundial 2010. Uma derrota por 4-0 que afastou Maradona, o treinador, da sua condição divina omnipotente, mas não da adoração do povo argentino. O povo pediu-lhe para ficar quando a equipa chegou a Buenos Aires. Mas o semideus barbudo Maradona hesita. O regresso da selecção argentina contrastou, por exemplo, com o do Brasil, também eliminado nos quartos-de-final pela Holanda. Enquanto os brasileiros chegavam cabisbaixos e eram contestados (e com o seleccionador Dunga virtualmente despedido, o que aconteceu no próprio dia), os argentinos eram recebidos em apoteose, mesmo sem títulos e vergados pela humilhação alemã. "O que festejamos?", perguntava no dia seguinte o jornal argentino La Nación. Nos dias que se seguiram, os jornais publicaram sondagens que pediam a continuação de Maradona no cargo. O próprio presidente da federação argentina, Julio Grondona, dizia que a decisão estava nas mãos do "10" e que não tinha a intenção de o despedir, mesmo que Maradona tenha dito que o seu tempo na selecção tinha chegado ao fim. Talvez estivesse já a pensar numa eventual proposta do Nápoles, clube italiano onde fez história enquanto lá jogou, de 1984 e 1991, com dois títulos de campeão, uma Taça de Itália e uma Taça UEFA - o clube napolitano retirou o número "10", o que significa que mais nenhum jogador o irá usar na equipa. Não era assim quando assumiu o cargo de treinador. O povo dizia-lhe para ir embora, mas ele não arredava pé. A Argentina batia-se para se manter na luta pela qualificação, perdia jogos inesperados, barafustava com a imprensa e fazia do resto do mundo um inimigo. Quando a Argentina conseguiu apurar-se para o primeiro Mundial realizado em África, Maradona disparou: "Que la chupen, que la sigan chupando [chupem e continuem a chupar]. Para os que não acreditaram, para os que me trataram como lixo, agora vão ter de aceitar", disse, após a classificação. Assim, preto no branco. Maradona não gosta de cinzento. Ao ataqueAntes do Mundial, o que mais se ouvia era se a Argentina conseguiria ser campeã apesar de Maradona. A Argentina continuava a amá-lo, mas não acreditava que ele fosse técnico para conduzir o seu declarado sucessor em campo, Lionel Messi, a mais um título argentino. Quando foi nomeado sucessor de Alfio Basile, o mundo duvidou das suas capacidades, mas o que Maradona trazia era mais do que tácticas ou métodos inovadores - para a parte chata das tácticas Maradona tinha Carlos Billardo, o director-técnico. O que ele queria era futebol de ataque, nada de defender demasiado. E o que ele trazia à selecção era ele próprio e todo o seu simbolismo inspirador a um conjunto de jogadores que o veneram como a um deus. Os jogadores haveriam de querer ganhar por ele e festejar os golos com ele. Era o que faziam durante o Mundial. Corriam para o abraçar antes de se abraçarem uns aos outros - por exemplo, Martin Palermo, o veterano avançado do Boca Juniors que foi convocado contra todas as expectativas, correu como uma seta para Maradona depois de marcar frente à Grécia e abraçou-o com muita força. Mais que um pai, Maradona era um irmão. Mesmo preso dentro de um fato e com a barba cuidadosamente aparada, Maradona continua a ser o mesmo homem emotivo, desbocado e sentimental que sempre foi. "É uma boa experiência a de ser treinador, muito boa. Tornamo-nos muito mais sentimentais: magoam mais as coisas que fazem aos nossos jogadores do que as que nos aconteceram a nós", escreveu na autobiografia, muito antes de ser seleccionador. Ele grita, salta e reclama como um "hincha" (adepto fanático) e não o podem acusar de falta de dedicação à causa no que à selecção argentina diz respeito. "Maradona é um líder patriótico, ao nível dos heróis da nossa independência", observa Jorge Valdano, director desportivo do Real Madrid, antigo internacional argentino e grande amigo de Maradona. "Patria o muerte", como diria Fidel Castro, cujo rosto Maradona tem tatuado na perna esquerda. Afinal não se despiuEle prometeu, aliás, uma grande demonstração de fervor patriótico se a Argentina fosse campeã mundial, uma promessa bastante comum no futebol sul-americano. "Se formos campeões, dispo-me e vou a correr para o Obelisco", declarou, convicto, num programa de rádio, quando confrontado com a possibilidade de Vicente Del Bosque rapar o bigode se a Espanha fosse campeã - já não veremos, então, o pequeno e redondo Maradona a correr nu na Praça da República, em Buenos Aires, mas a modelo paraguaia Larissa Riquelme já se despiu para as páginas de um jornal apesar de ter prometido que apenas o fazia se o Paraguai chegasse às meias-finais (não chegou); e já que falamos de promessas radicais, Carlos Billardo afirmou que se deixava sodomizar pelo autor do golo que desse o Mundial aos alvicelestes. A verdade é que a Argentina de Maradona não fez pior que as selecções dos últimos mundiais e o seu ratio de vitórias é maior que muitos dos seus antecessores - os quartos-de-final foi o melhor que a Argentina fez desde o Itália 90, em que foi finalista vencido frente à Alemanha. Em 25 jogos, Maradona venceu 18 e perdeu sete, mais que Alfio Basile entre 2006 e 2008 (14 vitórias e oito empates em 28 jogos, 59 por cento), José Pekerman, seleccionador entre 2004 e 2006 (61 por cento) e o seu grande inimigo Daniel Passarella (65 por cento). A carreira de treinador de Maradona começou pouco antes de acabar a sua vida de jogador. Em 1994, tinha 34 anos e ia disputar, nos EUA, o seu último Mundial. Estava, conta na autobiografia, "limpo como nunca", e voltava a ser o capitão e o "10". Fez os dois primeiros jogos, contra a Grécia e a Nigéria, depois um controlo anti-doping que deu positivo quanto ao consumo de efedrina e Diego não jogou mais - sem ele, a Argentina seria eliminada nos oitavos-de-final pela Roménia. A FIFA suspendeu-o por 15 meses e Maradona foi convidado para ser o treinador do Mandiyú de Corrientes, uma equipa das divisões inferiores da Argentina. "Foi o primeiro a aparecer e teve o atrevimento de me dar uma oportunidade", conta. Maradona apenas chegou aos 12 jogos no Mandiyú, com uma vitória, seis empates e cinco derrotas. Não foi muito tempo, mas tempo suficiente para se envolver num confronto físico com o presidente do clube, numa ocasião em que ele "ousou" descer ao balneário para falar com os jogadores. Maradona não gostou desta atitude, mas o que lhe fez saltar a tampa foi quando o líder do clube lhe perguntou quem é que era Maradona, depois de este o ameaçar que lhe partia "as trombas". "Quando disse isso dei-lhe dois murros até que nos separaram [. . . ]. Depois disso, como é lógico, fui-me embora. "No ano seguinte, Maradona teve nova oportunidade, num clube com outra história, o Racing Club de Avellaneda, considerado um dos cinco "grandes" da Argentina. A experiência voltou a correr mal, com duas vitórias, seis empates e três derrotas. "Senti na alma quanto teria gostado, quanto gostaria ainda de ter nas mãos uma equipa poderosa", conta. Perto do final do tempo de suspensão, Maradona foi contactado por Pelé para ir treinar o Santos, do Brasil, mas tal não se chegou a concretizar porque apareceu-lhe um convite que não podia recusar, do Boca Juniors, o seu clube de sempre. E para jogar. E onde jogou até Agosto de 1997. Maradona, "Deus"A lenda Maradona começa em Vila Fiorito, um bairro pobre de Buenos Aires. Diego era de uma família com dificuldades, mas, entre as peladas com as outras crianças, cedo se percebeu que iria dar qualquer coisa como futebolista. Dos "Cebolitas", uma equipa de miúdos do bairro, foi para o Argentino Juniors e, depois, em 1981, para o Boca Juniors, clube do qual era adepto fervoroso. Apenas ficou um ano na Bombonera, de onde, depois de se começar a destacar na selecção argentina, foi para o poderoso Barcelona. No campeonato espanhol, Maradona era muito massacrado pelos adversários e não se adaptou, sendo despejado em 1984 para o Nápoles, clube do Sul de Itália e feito à medida do seu génio. Foi, simultaneamente, o melhor e o pior período de Maradona. O melhor, porque foi nesta altura que esteve no topo das suas capacidades, e o pior porque foi quando começou a ceder ao seu espírito hedonista, de satisfação rápida. Maravilhava nos relvados, mas destruía-se fora deles, com o abuso de drogas e outros vícios. Mas o que o mundo se lembra de Maradona é do que ele fez no Mundial do México em 1986, de como carregou a Argentina até ao título mundial e dos golos que marcou à Inglaterra, um deles uma grande aldrabice, mas justificado de forma genial - "foi a mão de Deus" -, o outro, uma jogada irrepetível, "o golo da sua vida". "A coisa foi assim: eu arranquei atrás do meio-campo, do lado direito; pisei a bola, rodei e passei entre Beardsley e Reid. Nesse momento, foquei a baliza, embora ainda estivesse longe. Com um toque para dentro, passei pelo Butcher, e foi a partir desse momento que Valdano me começou a ajudar, porque Fenwick, que era o último, não vinha para mim! [. . . ] Enfrentei-o, fintei para dentro e fui por fora, a descair para a direita. . . Fenwick deu-me um pontapé terrível! Eu continuei e lá tinha o Shilton à minha frente [. . . ] Fiz assim, o Shilton engoliu a finta, engoliu-a. . . Então cheguei ao fundo e fiz "tac", para dentro. . . [. . . ] Eu tinha feito o golo da minha vida. No balneário [. . . ] o Negro Henrique, que estava a tomar duche, aproximou-se e disse-me: "Muitos elogios para ele, mas se não tivesse sido o meu passe, ele não fazia o golo". O filho da puta do Negro! Tinha-me passado a bola na nossa área!""Maradona é uma religião, em que o Natal é o seu nascimento e a Páscoa é o dia do jogo com a Inglaterra. Maradona é Deus, apesar de todas as suas falhas terrenas. D10S, ou "Dios", é como o tratam os seus fiéis.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Duplo atentado no Uganda faz 74 mortos
Um duplo atentado à bomba ocorrido ontem à noite na capital do Uganda, Kampala, fez 74 mortos e mais de 60 feridos, referiu um porta-voz da polícia, citado pela AFP. (...)

Duplo atentado no Uganda faz 74 mortos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um duplo atentado à bomba ocorrido ontem à noite na capital do Uganda, Kampala, fez 74 mortos e mais de 60 feridos, referiu um porta-voz da polícia, citado pela AFP.
TEXTO: As explosões ocorreram em dois locais onde dezenas de pessoas estavam reunidas a ver a final do Mundial da África do Sul. A primeira bomba explodiu num restaurante etíope e, passado meia-hora, a segunda bomba rebentou numa sala de confraternização de um centro desportivo de râguebi. Um cidadão de nacionalidade americana morreu nos atentados à bomba, confirmou a embaixada americana na capital do Uganda. O Presidente norte-americano, Barak Obama, já qualificou os ataques de "deploráveis" e "cobardes", tendo sublinhado que Washington irá ajudar o país a apanhar e punir os responsáveis. Os ataques ainda não foram reivindicados, mas militantes islamistas que contestam o governo transitório da Somália apoiado pelas Nações Unidas já tinham ameaçado levar a cabo ataques no Uganda e no Burundi, que contribuem com tropas para a missão de estabilização de paz na Somália. De acordo com a Reuters, as suspeitas recaem num grupo rebelde somali chamado Shabaab, que terá ligações à al-Qaeda, depois de ter sido encontrada a cabeça cortada de um alegado bombista suicida no local dos atentados. Um comandante do grupo Shabaab em Mogadíscio já louvou os ataques, mas admitiu que o seu grupo não teve responsabilidade neles. Notícia em actualização
REFERÊNCIAS:
Cidades Washington Mogadíscio
Festa invade Espanha
O golo de Iniesta, aos 116 minutos da final do Mundial 2010, provocou esta noite uma enorme fiesta em Espanha. (...)

Festa invade Espanha
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DATA: 2010-07-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O golo de Iniesta, aos 116 minutos da final do Mundial 2010, provocou esta noite uma enorme fiesta em Espanha.
TEXTO: Uma multidão estimada em centenas de milhares pessoas está ainda multiplicar-se, formando uma maré humana vermelha e amarela, após o visionamento do jogo no Paseo de Recoletos, em Madrid, sendo este um fenómeno repetido por todo o território espanhol e um pouco por todo o mundo. "Campeões, Campeões!" ou "Viva a Espanha!" foram os gritos mais repetidos após o "capitão" espanhol, Casillas, ter recebido a taça das mãos do presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter, ainda no Estádio Soccer City de Joanesburgo, na África do Sul. Silêncio em AmesterdãoEm contraste, na Holanda viveu-se a desilusão de uma terceira final de um Mundial perdida, tal como frente aos anfitriões do RFA 1974 e do Argentina 1978, depois de 14 vitórias seguidas desde a fase de qualificação até à final do Mundial sul-africano. A derrota da selecção holandesa diante da Espanha provocou um silêncio colectivo em Amesterdão, apesar da presença de 180 mil pessoas que viram o jogo num ecrã gigante.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Polícia do Uganda faz “várias” detenções depois de ser encontrado cinto de explosivos
As autoridades ugandesas revelaram esta manhã ter feito detenções – sem especificar quantas – na esteira do duplo atentado de ontem, reivindicado por islamistas somalis, em que morreram pelo menos 74 pessoas. (...)

Polícia do Uganda faz “várias” detenções depois de ser encontrado cinto de explosivos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: As autoridades ugandesas revelaram esta manhã ter feito detenções – sem especificar quantas – na esteira do duplo atentado de ontem, reivindicado por islamistas somalis, em que morreram pelo menos 74 pessoas.
TEXTO: “As detenções foram feitas ontem, já muito tarde, depois de ter sido encontrado um cinto de explosivos, intacto, na área de Makindye [na capital do Uganda, Kampala], foi precisado pelo porta-voz do Governo, Fred Opolot, citado pelas agências noticiosas. O duplo atentado da véspera tomou por alvo um restaurante e um clube desportivo de Kampala, onde centenas de pessoas assistiam ao jogo da final do Campeonato do Mundo de Futebol. Foi ontem reivindicado pelo grupo radical islâmico Al-Shabaab, sedeado na Somália e próximo da Al-Qaeda, com reiteradas ameaças de ataque contra o Uganda e Burundi se estes países não tirarem da Somália as suas tropas – integradas na missão de paz da União Africana (AMISOM). A principal força de oposição ugandesa, o Fórum para a Mudança Democrática (FDC) instou hoje mesmo o Presidente, Yoweri Museveni, a dar ordem de retirada das tropas e anunciou planos de fazer avançar essa saída do território somali caso ganhem as eleições marcadas para o início de 2011. “Não há paz nenhuma para manter na Somália e o Uganda não tem lá qualquer interesse estratégico. Estamos apenas a sacrificar as nossas crianças, para nada”, avaliou o porta-voz do FDC, Wafula Oguttu, em declarações à agência noticiosa britânica Reuters.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ataque
Opinião de Bruno Prata: O Mundial em que brilharam principalmente os médios
Ronney, Ribéry, Anelka e Messi não marcaram e Ronaldo saiu frustrado com um golito. Balanço de uma prova com mais boas notícias que más. (...)

Opinião de Bruno Prata: O Mundial em que brilharam principalmente os médios
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ronney, Ribéry, Anelka e Messi não marcaram e Ronaldo saiu frustrado com um golito. Balanço de uma prova com mais boas notícias que más.
TEXTO: 1. Os avançados que mais camisolas vendem, salvo honrosas excepções, deram-se mal com o Inverno africano e o Mundial foi marcado pela excelência dos centro-campistas (Xavi, Sneijder, Iniesta e Özil, por exemplo), para o que contribuiu o sentido colectivo das suas equipas em desfavor dos egos que a publicidade recompensa a peso de ouro. Rooney e Ribéry pagaram os erros estruturais das suas selecções, Anelka contribuiu para o “manicómio” em que se transformou a França e Messi, apesar do brilho inicial, ficou refém de um Maradona que o deixou sempre a léguas da baliza. Nenhum marcou um golito. O insólito golo de Ronaldo frente à Coreia “militarista” foi uma areia no deserto, a exemplo do que aconteceu a Eto’o, Drogba e aos italianos Iaquinta e Di Natale. Claro que certos avançados atingiram nível alto, a começar por Forlán, que levou a “Bola de Ouro”, numa votação que teve tanto de surpreendente como de meritória. O uruguaio forma uma boa sociedade com Suárez, que já justifica outra liga. Villa também fez jus aos seus créditos, Klose voltou a transcender-se numa prova feita à sua medida e também não foi por Higuaín, ou até por Tévez, que a Argentina foi cedo para casa. Entre os avançados com menos notoriedade, Honda, Vittek e Asamoah Gyan também se destacaram. Mas quem brilhou mesmo foram os médios. A começar por Sneijder, o suplemento de qualidade que ajudou uma Holanda banal na defesa a transformar-se num surpreendente finalista. Depois da tripla vitória no Inter de Milão, quase repetiu o feito único de Pelé. Para mim, foi o melhor jogador do Mundial, por muito que valorize as exibições de Forlán. A um nível idêntico estiveram Xavi e Iniesta, enquanto Özil sai prejudicado devido ao apagamento frente à Espanha. Mesmo assim, o alemão foi talvez a grande revelação do campeonato. A FIFA atribuiu o prémio de jogador jovem a Thomas Muller, cujos cinco golos e três assistências lhe valeram ainda a Bota de Ouro. Mas o extremo do Bayern Munique, sendo mais novo um ano, já havia tido uma boa época no clube bávaro. No capítulo das revelações sobram os nomes de Fábio Coentrão, André Ayew e Elia. No domínio dos médios importa ainda referir a qualidade de Vera (Paraguai), Donovan (EUA) e Boateng (Gana), sem esquecer a qualidade dos mais defensivos, como Schweinsteiger (uma reconversão de sucesso) e Khedira, Busquets, Brandley e Van Bommel. 2. O nível médio do Mundial foi razoável. Os quatro semifinalistas destacaram-se pelo futebol positivo e colectivo, enquanto o futebol poltrão do Brasil e da Inglaterra, por exemplo, foi castigado. É verdade que houve poucos golos (64 em 145 jogos, o que dá 2, 26 por partida, a segunda pior média de sempre, só superada pelo Itália 90), mas em termos de qualidade de jogo o Mundial de 94, por exemplo, deixou bem mais a desejar. As coisas melhoraram depois de uma primeira fase em que imperou o medo. A América do Sul chegou aos “quartos” com quatro das suas cinco equipas, mas foi perdendo fulgor para uma Europa que dominou as duas últimas finais. A Ásia esteve razoável (Coreia do Sul e Japão), mas, como era de esperar, a África ainda tem muito caminho para andar, salvando-se o Gana. 3. A Espanha mereceu o título. Foi menos exuberante do que no Euro 2008, marcou poucos golos (oito em sete jogos é a pior média de sempre de um campeão), mas recompensou isso tudo com a identidade, a qualidade e um novo conceito de jogo, mesmo que bebido no Barcelona de Guardiola (e de Cruyff). 4. A Itália foi a principal desilusão. Pagou a lesão de Pirlo, mas principalmente as carcaças velhas em que se transformaram muitas das suas figuras. Ao campeão juntou-se o “vice”, com a agravante de a França se ter transformado numa espécie de bobo da corte. Fábio Capello desiludiu aqueles que acreditaram que ele poderia afinar uma Inglaterra que acabou esmagada pela Alemanha, uma das melhores notícias deste Mundial - com a equipa mais jovem da sua história, a “Mannschaft” ganhou em tornar-se mais “morena” e menos “loura”. 5. O melhor golo foi marcado pelo espanhol David Villa às Honduras. Tirar os adversários da frente e rematar em queda e com aquele efeito num espaço tão povoado só está ao alcance de um grande jogador. 6. Nunca se viu tão bem um Mundial pela televisão. As 29 câmaras (32 nalguns jogos) permitiram-nos observar os mais pequenos pormenores: as espectaculares repetições obtidas em super “slow motion”, as linhas virtuais apresentadas em segundos e as reacções dos treinadores e dos adeptos. O mérito principal parece ser do francês Francis Telier, um engenheiro que já tinha colaborado nos Jogos Olímpicos de Barcelona. 7. A organização merece nota positiva, não se confirmando os receios excessivos relacionados com a segurança. Não houve tensão racial (“Há mais unidade nacional na África do Sul do que em Espanha”, escreveu John Carlin no “El País”) e registaram-se apenas alguns problemas no transporte dos adeptos. Apesar dos preços altos dos bilhetes, os estádios tiveram uma ocupação de 93 por cento (a média foi de 49. 670, um pouco abaixo da registada no Alemanha 2006). A África do Sul investiu quatro mil milhões de euros, mas foi dinheiro bem gasto, apesar dos apenas 200 mil visitantes, como reconheceu Okocha, o antigo craque da Nigéria: “Este Mundial mudou a imagem que o mundo tinha de África. ” Claro que, para a FIFA, importa principalmente os 162 milhões de euros que vai ter de lucro, que rapidamente farão com que os seus responsáveis se esqueçam dos erros de arbitragem, dos relvados deploráveis, da bola mentirosa e das vuvuzelas insuportáveis. . .
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA