Maria é loira, de olhos verdes e filha de ciganos búlgaros pobres. E agora?
Ficou provado que houve um crime. Mas o "caso do anjo loiro" também provou os preconceitos da Europa, diz o sociólogo Pedro Góis. (...)

Maria é loira, de olhos verdes e filha de ciganos búlgaros pobres. E agora?
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento -0.20
DATA: 2013-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ficou provado que houve um crime. Mas o "caso do anjo loiro" também provou os preconceitos da Europa, diz o sociólogo Pedro Góis.
TEXTO: Maria, a menina encontrada num acampamento cigano na Grécia, não é uma criança desaparecida ou raptada. É filha biológica do casal de ciganos búlgaros Sacha e Atanas Rusev. Os testes de ADN provaram-no. E agora?Agora, acabou o sonho. Os media gregos chamaram-lhe “anjo loiro” e os meios de comunicação da Europa reproduziram a frase. Porque a criança é loira e tem os olhos verdes, todos quiseram acreditar num “milagre” — os jornais britânicos até disseram que a descoberta de Maria dava esperança a todos os pais de crianças desaparecidas. Se o “anjo loiro” foi encontrado, Maddie McCann também poderia ser. Os media e o seu público sofreram com a sorte da criança, obrigada a mendigar na rua. Sabe-se agora que a família biológica é ainda mais pobre do que a grega e vive não num acampamento mas num gueto — se na Grécia os ciganos são discriminados, na Bulgária são perseguidos. E agora?Agora, explica o sociólogo Pedro Góis, que se especializou em imigração (e minorias) em Portugal e na Europa, vamos perceber como se construiu uma série de ilusões apenas porque o caso nasceu de um preconceito. “Chamaram-lhe anjo loiro. . . andamos todos, na Europa, à espera de uma espécie de milagre, de uma história feliz, que nos redima neste período em que vivemos, mas não é assim”, diz Pedro Góis, que é professor na Universidade do Porto e investigador na de Coimbra. Maria foi vista por um polícia que, durante uma rusga ao acampamento grego, achou que uma menina tão loira não podia ser cigana. “Creio que a primeira notícia foi muito amplificada porque se usou essa categoria, cigano, que acabou por marcar toda a história”, diz o sociólogo. À identificação étnica da família com quem a criança vivia seguiram-se outras notícias que ligaram ciganos a roubo ou compra de crianças. Histórias assim contadas, diz o sociólogo, adensam a exclusão das minorias que vivem no espaço europeu. “Todos os paises envolvidos nesta história são da União Eurpeia. E o caso revela que a Europa não está conciliada com a sua própria realidade. A Europa é diversa, tem todos os tipos de pele e a maioria dos grupos étnicos do mundo, mas percebemos que a realidade sociológica avançou mas que os nossos estereótipos não se adequam à realidade”, diz o sociólogo. Nesse desfasamento, o preconceito ganha e o bom senso perde, como se viu na Irlanda do Norte, onde outra menina loira foi retirada à família cigana com quem vivia, para se provar com ADN que era filha daqueles pais. Por entre a teia de preconceitos, provou-se que houve um crime, que será julgado. A “família” de Maria foi acusada de tráfico de menores (registaram-na ilegalmente como sua filha), a família biológica poderá ser acusado de abandono e de tráfico se fi car provado que a vendeu por €250. A criança está a viver numa associação de apoio à criança. Filhos-fantasmasPorém, para Pedro Góis, o que é realmente importante foi ter-se destapado uma realidade que já se sabia que existia: o tráfico de crianças está cada vez mais activo na Grécia e na Bulgária. A investigação revelou outros casos (dois esta semana) e esquemas — a mãe “adoptiva” registou o nascimento de seis filhos em dez meses e, diz a AFP, obtém cerca de 2700 euros de abonos de família. Filhos fantasmas estão a nascer em toda a Grécia, não apenas nas famílias pobres de minorias, mas nas famílias dos novos excluídos. “A Grécia está particularmente vulnerável a estes casos. Tem um conjunto de campos de refugiados económicos onde se vive de forma inumana. Os bairros de gente muito pobre crescem de dia para dia — são pessoas que estavam protegidas pela Segurança Social e que agora estão totalmente excluídos e à mercê da exploração e do abandono”, diz Pedro Góis. Para se saber isto, diz o sociólogo, não era preciso dizer-se que Maria vivia com uma família cigana: “Há na Europa um antagonismo contra os grupos de ciganos, que impede que olhemos para eles como seres humanos iguais a nós. E casos como este, amplificados desta forma pelos media, podem servir de acelerador para os movimentos de extrema-direita pegarem no lado negativo desta exclusão e criarem bodes expiatórios, como já aconteceu no passado. ”A história de Maria, que tentámos transformar no conto de fadas, não teve o fim feliz que a Europa esperava. Mas pode ser positiva, diz o sociólogo. Em primeiro lugar, para Maria. “Pode haver a possibilidade de ser incluída socialmente, com as mesmas oportunidades dos outros. A sociedade europeia é isso mesmo, é a construção da igualdade de oportunidades, e esta história pode alertar de que há outras crianças ao nosso lado que não podem ficar excluídas — se demorarmos dez anos a dar por elas, será mais difícil, se demorarmos 20, serão adultas com uma vida de exploração e mendicidade. ”Maria, afinal, não era "Maddie". Mas Pedro Góis deseja que tenha na União Europeia um efeito idêntico ao que a inglesa desaparecida na Praia da Luz teve em Portugal: “Tornarnos mais atentos ao que se passa à nossa volta”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Cigano Búlgaros
Morreu a cantora Esma Redzepova, "a rainha dos ciganos"
Um dos nomes da música do mundo da Macedónia morreu aos 73 anos. (...)

Morreu a cantora Esma Redzepova, "a rainha dos ciganos"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um dos nomes da música do mundo da Macedónia morreu aos 73 anos.
TEXTO: Esma Redzepova, a mais celebrada cantora cigana da Macedónia, morreu neste domingo em Skopje. Redzepova, a diva conhecida como “rainha dos ciganos”, morreu aos 73 anos, segundo noticiaram os media locais, citados pela AFP. Originária de Skopje, a sua voz, descrevia o PÚBLICO numa crítica de discos em 2000, é “um sopro apontado aos extremos, sempre à beira das convulsões e dos abismos das emoções”. A cantora esteve nas Festas de Lisboa em 2001. O início da longa carreira de Redzepova, com mais de cinco décadas, não foi fácil. Teve que enfrentar uma dupla discriminação: a cultura cigana não ser bem vista nas Balcãs e não ser suposto uma mulher cigana cantar em público. Para mais, Esma Redzepova casou fora da comunidade, com o compositor Steve Teodosievski, que a descobriu. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ela, que foi uma das primeiras a cantar em romani, misturava a tradição cigana e macedónia com sonoridades mais modernas, colaborando nos últimos anos com jovens artistas dos balcãs. Foi uma militante da emancipação da mulher romani e adoptou mais de 40 crianças vítimas de abusos e da guerra dos Balcãs.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra cultura mulher rainha comunidade cantora discriminação
Estudantes franceses na rua contra a expulsão de uma imigrante cigana
O fraccionamento dos socialistas é cada vez mais evidente, mas o ministro Manuel Valls é o trunfo de Hollande contra a Frente Nacional de Marine Le Pen. (...)

Estudantes franceses na rua contra a expulsão de uma imigrante cigana
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 18 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O fraccionamento dos socialistas é cada vez mais evidente, mas o ministro Manuel Valls é o trunfo de Hollande contra a Frente Nacional de Marine Le Pen.
TEXTO: Os alunos do ensino secundário de Paris (França) encerraram nesta quinta-feira 14 escolas em protesto contra a expulsão, pelo Governo socialista, de estudantes que eram imigrantes ilegais. Foram mobilizados por dois casos concretos – o de Leonarda Dibrani, cigana kosovar de 15 anos, e Khatchik Kachatryan, arménio de 19 anos – e exigem a demissão do ministro do Interior, Manuel Valls. O sindicato dos estudantes do secundário, FIDL, mobilizou os alunos através das redes sociais e marcou concentrações e manifestações em Paris. Centenas de cem pessoas concentraram-se na reitoria da Universidade de Paris e houve uma marcha em direcção à Praça da Nação. O sindicato pediu aos "pais dos estudantes de Paris" para se juntarem à marcha e apelou às escolas de todo o país para se juntarem ao protesto nos próximos dias. "A palavra de ordem é mobilizarmo-nos pelo regresso de todos os estudantes expulsos", disse ao jornal Le Monde o porta-voz do FIDL, Steven Nassiri. "É inadmissível que, tendo nós um Governo de esquerda, sejam precisos papéis para se ir à escola. A educação é um direito de todos", acrescentou. A ida dos alunos para a rua - onde gritaram, "Com ou sem pa´péis são todos como nós, estudantes - adensou uma crise que alguns esperavam que se desanuviasse com a passagem dos dias. As tensões dentro do Governo, as fracturas dentro do aparelho socialista e o embaraço do ministro do Interior foram potenciadas com a expulsão de Leonarda Dibrani, de 15 anos, que há cinco frequentava o ensino público francês (em Doubs, no Leste da França). A rapariga, cigana kosovar, seguia numa camioneta com a turma numa visita de estudo a uma fábrica de automóveis quando foi presa; poucas horas depois, ela e a sua família (mãe e cinco irmãos, dois deles nascidos em França e, por lei, cidadãos franceses), tinham sido colocados num avião a caminho do Kosovo. Numa entrevista à rádio France Inter, Leonarda contou que está com a família em Mitrovica, uma cidade que é um enclave sérvio no Kosovo. Disse que, por ser cigana, não pode ir à escola e como a família não tem casa está a dormir "na rua, em bancos" - debaixo dos holofotes mediáticos, os Dibrani foram entretanto alojados numa casa-abrigo. "O que quero é regressar a França com a minha família. Quero voltar às aulas e ter um futuro". Na Assembleia Nacional (Parlamento), um grupo de deputados indignou-se e exigiu o regresso imediato de Leonarda e da família. Muitos deles são socialistas. Valls anunciou um inquérito para apurar a sequência da expulsão (e se houve falhas, por exemplo, quanto à existência de irmãos franceses); soube-se depois que a investigação foi forçada pelo primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault. O segundo caso mencionado pelos estudantes nas ruas é o de Khatchik Kachatryan, de 19 anos, que foi expulso no sábado e que, ao chegar à Arménia, recebeu a convocatória para o serviço militar obrigatório, que tem de começar a cumprir em Novembro. Desde que os socialistas chegaram ao poder, dizem as organizações de defesa da integração dos imigrantes através da educação, foram repatriados 50 adultos estudantes. "Espectáculo" da fractura socialistaEm Setembro, quando o programa de expulsão dos imigrantes ilegais gerou um primeiro momento de tensão dentro do Partido Socialista, o Presidente François Hollande interveio para pacificar o partido e travar a polémica. Agora, diz o jornal Le Figaro, há outra dimensão no "espectáculo" dos socialistas "fragmentados". Valls – a que a revista britânica The Economist chamou "Sarkozy socialista", no perfil que dele publicou no final do ano passado – é cada vez mais contestado internamente, mas poucos acreditam na sua queda. Pelo menos enquanto dentro do partido não houver uma verdadeira ruptura que conduza à vitória da ala mais à esquerda ou, como dizem alguns, mais socialista. O presidente da Assembleia Nacional, o socialista Claude Bartolone, usou palavras suaves para criticar o que considera um desvio na ideologia na génese do partido: "Os acontecimentos políticos dos últimos dias confrontaram-me com a ideia de que devemos reconstruir uma República de valores". A ala pró-Valls, a que domina o poder, é mais directa. "Vemos perfeitamente que, em vez de discutirem a questão de forma objectiva, se está a usar a questão para atirar munições contra Manuel Valls. Alguns deputados socialistas, por motivos internos e se calhar históricos, ganharam o hábito de pôr em causa o ministro do Interior. No seio da maioria há uma vontade de prejudicar que coloca um problema de solidariedade e até de fraternidade", disse o deputado socialista Jean-Marie Le Guen ao jornal L'Opinion. Valls é o ministro mais popular da equipa governativa de Hollande, com 53% de taxa de aprovação. Porém, os estudos de opinião também mostram que é o favorito do eleitorado mais à direita. Como explica uma análise do Figaro, percebe-se que seja a arma de Hollande nas próximas eleições locais para travar a Frente Nacional de Marine Le Pen (extrema-direita) que está em ascensão e aspira vencer as europeias de Maio e obter uma grande implantação a nível autárquico (que actualmente não tem) nas eleições locais de Março. Manuel Valls está desde quarta-feira de visita às Antilhas. Antes de sair de França continental, por três dias, disse que não mudará o seu programa de expulsão de imigrantes ilegais. Um seu assessor, confrontado com a possibilidade de a expulsão de Leonarda provocar uma convulsão social, disse que o ministro não via motivo para adiar a viagem.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei escola educação social estudo rapariga
Polémica em França devido a expulsão de adolescente cigana
Noventa e três por cento dos franceses concordam com o ministro do Interior, que disse: “Eles não se integram” (...)

Polémica em França devido a expulsão de adolescente cigana
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Noventa e três por cento dos franceses concordam com o ministro do Interior, que disse: “Eles não se integram”
TEXTO: Leonarda Dibranni, uma rapariga cigana de 15 anos a viver em França, estava a começar uma excursão com os colegas de escola quando um telemóvel tocou dentro do autocarro. A professora de Geografia atendeu e ouviu o presidente da Câmara de Levier (Leste), Albert Jeannin, dizer que ia passar à polícia. “Um polícia explicou-me que tinha que prender a aluna que estava em situação irregular. Eu disse-lhe que não me podia pedir uma coisa tão desumana, mas ele respondeu que ia haver eleições e que eu devia parar imediatamente o autocarro”. Minutos depois, Leonarda foi presa. Poucas horas mais tarde, foi deportada para Pristina, no Kosovo, juntamente com a mãe e os cinco irmãos com idades compreendidas entre um e 17 anos. Leonarda frequentava aquela escola, o Instituto André Malraux, há cinco anos. Estava, portanto, escolarizada e integrada – jornais como o Le Monde e o Libération explicaram que fala perfeitamente francês, que já pouco se lembra da sua língua de origem e que sempre teve boas notas. A expulsão teve lugar no dia 9 de Outubro, mas só no dia seguinte a notícia foi conhecida, quando o governo da região de Doubs decidiu emitir um comunicado a justificar a expulsão da família Dibranni. Aos poucos, a indignação foi subindo de tom com as redes sociais a comentarem a brutalidade da política socialista para com a minoria cigana em França (200 mil pessoas). Finalmente, na terça-feira, a polémica foi assumida pelo ministro do Interior, Manuel Valls, que explicou que a legislação sobre imigrantes ilegais deve ser “firmemente seguida” e que o repatriamento da família de Leonarda “respeitou escrupulosamente os direitos dos estrangeiros”. Um ministro socialista, ainda por cima o braço direito do Presidente François Hollande que fez campanha (e venceu o candidato da direita, Nicolás Sarkozy) prometendo “A mudança é agora”, a defender a expulsão da minoria mais perseguida na Europa? A esquerda caiu em cima de Valls. Uma parte do PS, a que está ligada à ala mais à esquerda do partido (liderada pelo secretário-geral, Harlam Désir), crucificou-o. Mas o resto do espectro político manteve-se em silêncio, assim como a outra grande facção socialista, a hollandista, que vê em Valls uma estrela em ascensão. O ministro, que já se envolveu outras vezes em polémicas (com a Europa Ecologia Os Verdes, por exemplo) devido à política de expulsão de ciganos ilegais, está em sintonia com a opinião pública – 93% dos franceses, revelam as sondagens, consideram que os ciganos não se integram e não se esforçam por o fazer; o ministro tem dito o mesmo. Inaceitável, dizem os socialistasFoi Sarkozy quem acelerou o programa de expulsão dos ciganos, em 2010. Vals deu-lhe sequência. E o “caso Leonarda” seria apenas mais um se a sua prisão não tivesse acontecido como aconteceu – à frente dos colegas de escola e com as autoridades a obrigarem uma professora a colaborar. Um acto “inaceitável”, disse o porta-voz dos socialistas, David Assouline, no Parlamento de Paris. Um colega seu, Pouria Amirshahi (de origem iraniana), exigiu que o Governo de Hollande faça regressar a família de Leonarda “imediatamente” a França. A história de Leonarda e da sua família foi pretexto para as associações de defesa dos direitos dos ciganos – perseguidos no seu país de origem, o Kosovo –, denunciarem que o Governo francês discrimina esta população, mesmo quando cumprem os requisitos das excepções previstas pela lei e que favorecem alguns imigrantes ilegais. “Como pode Manuel Valls dizer que os ciganos não se integram quando os manda prender na escola?”, ironizou Jean-Luc Mélenchon, do Partido da Esquerda. Leonarda e família entraram ilegalmente em França em Janeiro de 2009, conta a AFP. Antes, tinham vivido em Itália, de onde fugiram para escapar ao programa de repatriamento de ciganos decretado pelo então primeiro-ministro Silvio Berlusconi. No ano em que chegaram, os Dibranni fizeram três pedidos de asilo político, ao abrigo da lei que protege pessoas perseguidas nos países de origem; foram recusados. Em Setembro deste ano, a família – o pai, que estava detido por imigração ilegal na Alemanha, foi repatriado para Pristina – recebeu ordem para abandonar voluntariamente a França. Accionaram uma das tais excepções da lei, que permite a legalização de famílias integradas – com casa, emprego e os filhos na escola. O parecer foi negativo. Apesar de as crianças frequentarem a escola, os Dibranni não cumpriam as condições “socioeconómicas” exigidas. Abertura de inquéritoA partir daqui, a história está mal contada e cada um tem uma versão diferente. As autoridades de Levier, citadas pela imprensa francesa, disseram que foi a mãe que pediu o repatriamento porque queria reunir a família ao pai, já em Pristina. As organziações de apoio aos ciganos dizem que essa tese é impensável porque em Pristina os ciganos são perseguidos – garantem que a mãe queria ficar em França e educar ali os filhos. “É uma loucura. O Kosovo é conhecido por perseguir os ciganos. A mãe nem sabia o que fazer, queria ficar em França”, disse um porta-voz da Réseau Éducation Sans Frontières, um grupo de organizações que promove a integração de imigrantes através da educação. O Governo, através do ministro Manuel Valls, descartou os detalhes e sustentou que “esta recondução à fonteira respeitou o direito dos estrangeiros, ” pois a decisão foi tomada “com discernimento, inteligência e humanidade”. Para o provar, mandou abrir um inquérito, na terça-feira. A polémica continua a crescer nas redes sociais. E entre os socialistas há quem queira que o “caso Leonarda” se mantenha no debate sobre a política de Hollande para com as minorias e os imigrantes. O secretário nacional dos socialistas, Stéphane Delpeyrat (um dos homens de Harlam Désir), disse que a liderança do partido tem que agir porque a expulsão de Leonarda foi “a gota de água que fez transbordar o copo”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
França começa a repatriar hoje ciganos para a Roménia
Até ao final do mês, Paris quer mandar de volta para os seus países 700 imigrantes ilegais. A União Europeia está de sobreaviso. (...)

França começa a repatriar hoje ciganos para a Roménia
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Até ao final do mês, Paris quer mandar de volta para os seus países 700 imigrantes ilegais. A União Europeia está de sobreaviso.
TEXTO: Os primeiros repatriamentos de ciganos da Europa de Leste expulsos dos seus acampamentos em França durante o último mês realizam-se hoje, no meio de uma chuva de críticas à política do Governo de Nicolas Sarkozy, por estar a pôr em prática uma política que recorda as décadas de 1930 e 1940 na Europa, os anos do nazismo e do estalinismo, dos movimentos forçados de populações e da sua perseguição. "A França deve respeitar as regras de protecção dos cidadãos europeus", avisou Matthew Newman, porta-voz de Viviane Reding, comissária europeia da Justiça e Direitos Fundamentais. "Estamos a observar a situação muito atentamente para verificar que são respeitados. Está-se a falar de regresso voluntário", sublinhou. Um primeiro voo com 79 roms - a designação dos ciganos desta zona da Europa (ver caixa) - deve partir hoje para a Roménia, no quadro da ajuda humanitária ao regresso, esclareceu o ministro da Imigração, Éric Besson. Todos receberam 300 euros para regressar ao seu país - normalmente a Roménia, ou a Bulgária -, mais cem euros por criança. A 26 de Agosto, realizar-se-á um outro voo - o objectivo, como prometeu o ministro do Interior, Brice Hortefeux, é mandar embora 700 destas pessoas não desejadas em França, em resultado dos despejos efectuados em 51 acampamentos de roms durante o último mês. O porta-voz de Viviane Reding avisou ainda o Governo francês de que não é possível expulsar cidadãos europeus, a não ser que sejam considerados uma ameaça para o país onde estão. "Se um Estado procede a uma expulsão, é preciso avaliar se é uma decisão é adequada. É preciso analisar caso a caso. Não se pode tomar uma decisão que abranja toda uma população", sublinhou Matthew Newman, colocando de sobreaviso contra a questão que parece estar em jogo na medida francesa. A verdade é que as pessoas que os ministros franceses Hortefeux e Besson ficaram encarregues de mandar embora podem voltar: são cidadãos de um país da União Europeia (ver caixa). Para tentar evitá-lo, as autoridades estão a recolher as impressões digitais de quem aceitou receber o incentivo económico para regressar ao seu país de origem, colocando-as numa base de dados chamada OSCAR, adianta o jornal Le Figaro. Este caso foi suscitado pela investida securitária lançada pelo Presidente Nicolas Sarkozy a 30 de Julho - em que liga claramente a criminalidade à imigração. Além de estar gerar grande discussão e uma de onda críticas em França, extravasou já fronteiras. Desde logo na Roménia e na Bulgária, que se sentem directamente visadas e onde as notícias vindas de França têm gerado indignação. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros romeno, Teodor Baconschi, avisou Paris de que estava à beira de "estimagtizar um grupo étnico" e de fazer "expulsões colectivas" - acções de longa e má memória na Europa, e de que os ciganos foram um dos alvos preferidos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos imigração ajuda criança humanitária perseguição
Expulsão de ciganos marca rentrée política de Sarkozy, que enfrenta críticas da Igreja
O Vaticano apelou ao acolhimento "das legítimas diversidades humanas", e o jornal Le Monde tornou-se ontem no palco das opiniões críticas, de esquerda e de direita. (...)

Expulsão de ciganos marca rentrée política de Sarkozy, que enfrenta críticas da Igreja
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Vaticano apelou ao acolhimento "das legítimas diversidades humanas", e o jornal Le Monde tornou-se ontem no palco das opiniões críticas, de esquerda e de direita.
TEXTO: Nicolas Sarkozy regressa hoje ao trabalho, depois de 20 dias de férias, com uma remodelação governamental prometida, mas o que o espera é uma chuva de críticas vinda da esquerda, de alguns líderes da direita e até da Igreja. O Presidente francês está a ser duramente contestado pelas suas políticas que, em nome da segurança, já levaram à expulsão de mais de 200 ciganos para a Roménia ou a Bulgária. Algumas sondagens indicam que a sua popularidade nunca foi tão baixa. As críticas estão a chegar até do Vaticano: no domingo, o Papa Bento XVI recebeu um grupo de peregrinos franceses e, apesar de não referir explicitamente a expulsão de ciganos em França, apelou ao acolhimento "das legítimas diversidades humanas", naquela que foi considerada uma mensagem do Vaticano às autoridades francesas. E o arcebispo Christophe Dufour, de Aix-de-Provence, no Sul do país, emitiu um comunicado em que diz ter assistido ao desmantelamento de um acampamento de ciganos. "As caravanas foram destruídas. (. . . ) Apelo ao respeito pelas pessoas e a sua dignidade". As críticas não chegam apenas da Igreja. Sarkozy já tinha anunciado no final de Julho que muitos acampamentos de ciganos iriam ser desmantelados e que cerca de 700 seriam repatriados para a Bulgária ou a Roménia. Os repatriamentos começaram na semana passada e durante o fim-de-semana mais de 200 ciganos tiveram de abandonar a França, ainda que as autoridades defendam que não foi violada qualquer lei sobre a liberdade de circulação na União Europeia. Uma mancha na bandeiraAmanhã, Sarkozy irá presidir ao primeiro Conselho de Ministros após as férias, mas a rentrée está já a ser marcada pelas críticas que chegam dos vários quadrantes políticos, da oposição socialista à direita mais próxima do Governo. O antigo primeiro-ministro Dominique Villepin escreveu no Le Monde que a política de segurança de Sarkozy é uma "indignidade nacional" e adiantou: "Há hoje uma mancha de vergonha na nossa bandeira". Villepin teve Sarkozy como ministro do Interior do seu Governo, entre 2005 e 2007, e é ainda membro da União para um Movimento Popular do Presidente francês, apesar de os dois se terem incompatibilizado e de Villepin ter fundado o República Solidária. Também o antigo primeiro-ministro socialista Lionel Jospin defendeu no Le Monde que o objectivo do Governo "não é tanto reduzir a insegurança, mas sim explorá-la". Ao contrário do que tem sido defendido pelas autoridades, sublinhou, não houve um reforço dos meios de luta contra a insegurança, mas até "uma redução, em três anos, de 9000 postos de polícia". A ex-ministra da Justiça de Sarkozy, Rachida Dati, que hoje é eurodeputada, assinou também um artigo no Le Monde em que apela a "reencontrar a unidade perdida nos valores da República". Ela, que é de origem marroquina e filha de imigrantes, considerou que, para os filhos da imigração, "a igualdade é o vector e a finalidade de uma integração de sucesso". Sarkozy tem prometida uma remodelação governamental para o Outono - não se sabe quem sai, mas ontem o Libération especulava sobre a possível saída do próprio primeiro-ministro, François Fillon, que se tem mantido silencioso nesta polémica da política securitária. Popularidade em baixo
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha lei imigração igualdade vergonha
Franceses protestam contra expulsão de ciganos
Milhares de pessoas marcham através da capital francesa e mais uma centena de outras cidades do país - e pela Europa - num protesto às políticas de "xenofobia" do Presidente, Nicolas Sarkozy. (...)

Franceses protestam contra expulsão de ciganos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Milhares de pessoas marcham através da capital francesa e mais uma centena de outras cidades do país - e pela Europa - num protesto às políticas de "xenofobia" do Presidente, Nicolas Sarkozy.
TEXTO: O volume de manifestantes, que contestam a expulsão de ciganos de França, foi-se avolumando em Paris desde a primeira hora da congregação, às 14h (locais, menos uma hora em Portugal), e segue já numa grossa coluna em direcção à praça do município, com dezenas de membros da etnia cigana à cabeça da marcha. A participação parece, porém, estar abaixo das expectativas dos grupos anti-racismo que apelaram ao protesto, os quais esperavam umas 30 mil pessoas só em Paris, segundo foi testemunhado pelo correspondente da BBC em França. O número de polícias anti motim era, de início, mesmo superior ao dos manifestantes, na grande maioria imigrantes ilegais oriundos de países africanos, era descrito. Outras cidades francesas como Marselha, Lyon, Rennes, Lille e Bordeaux, tinham igualmente alguns milhares de pessoas nas ruas, num total de 138 protestos organizados por todo o país, assim como junto às embaixadas de França em várias capitais europeias. Os manifestantes estão contra as expulsões levadas a cabo pelo Governo francês – no mês passado, mil ciganos regressaram à Roménia e Bulgária. A questão provocou fortes críticas internacionais (e até dentro do Governo do Presidente Sarkozy), mas as sondagens sugerem que mais de metade dos franceses apoiam o Governo nesta medida. A Liga de Direitos Humanos, que apelou para as manifestações, diz que quer contrariar a xenofobia do Governo e o que descreve como os abusos sistemáticos dos ciganos em França. Os protestos são ainda apoiados pelo Partido Socialista e pela Confederação Geral do Trabalho. De acordo com números oficiais, foram expulsos mais de 11 mil ciganos de França no ano passado. No entanto, no mês passado começou uma campanha de grande visibilidade nos campos de ciganos ilegais, uma medida que o Governo liga à sua promessa de combater a criminalidade e violência. A acção foi anunciada após uma série de incidentes violentos que tiveram como alvo a polícia, depois de um agente ter morto a tiro um assaltante num tiroteio. Notícia actualizada às 15h40
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos violência racismo morto xenofobia
Estudante cigana expulsa pode regressar a França, mas sozinha, diz Hollande
Presidente francês fala depois de inquérito determinar que expulsão de Leonarda foi feita “conforme a legislação em vigor”. (...)

Estudante cigana expulsa pode regressar a França, mas sozinha, diz Hollande
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 5 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente francês fala depois de inquérito determinar que expulsão de Leonarda foi feita “conforme a legislação em vigor”.
TEXTO: O Presidente francês, François Hollande, anunciou que Leonarda, a estudante cigana expulsa na semana passada por estar ilegalmente no país, poderá voltar a França, “se fizer um pedido” - mas sozinha. Leonarda já respondeu, recusando “abandonar a família”. Hollande diz que tomou a decisão por uma questão de “humanismo”, sublinhando que “não foi violada nenhuma regra” na expulsão da família, diz o site da revista L'Express. A expulsão controversa da estudante Leonarda para o Kosovo, que provocou protestos de estudantes do ensino secundário em França, foi feita “conforme a legislação em vigor”, segundo um inquérito que tinha sido pedido pelo Ministério do Interior, divulgado pouco antes. Leonarda Dibrani, 15 anos, foi levada pela polícia quando participava, com a sua turma, numa visita de estudo, por estar em França em situação ilegal. Horas depois, no dia 9 de Outubro, a sua família, de etnia cigana, já estava no Kosovo. A revista L'Express dava conta da sua reacção à proposta de Hollande: "Não vou para França sozinha", disse Leonarda. "Não vou abandonar a minha família. "No entanto, o inquérito diz que as forças de segurança não mostraram “o discernimento necessário” ao interpelarem a jovem durante a excursão. O relatório recomenda que as intervenções da polícia não possam ser feitas durante o horário de actividades escolares. A expulsão de Leonarda, e também de um outro aluno, o arménio Khatchik Kachatryan, estudante de 19 anos, que ao chegar à Arménia foi imediatamente convocado para fazer o serviço militar obrigatório, provocaram protestos. Entre 4000 e 12 mil estudantes (números da polícia e dos organizadores, respectivamente) manifestaram-se na sexta-feira em Paris, exigindo o regresso de alunos expulsos. "Queremos papéis para todos!", gritaram, e exigiram a demissão do ministro do Interior, o socialista Manuel Valls, responsável pelo programa de repatriamentos. Mas segundo o Libération, dois terços dos franceses não querem que Leonarda regresse a França. A sua família foi instalada pelas autoridades kosovares em Mitrovica, onde os filhos não frequentam a escola porque não falam sérvio nem albanês. Que nacionalidade têm os Dibrani?O pai, Resat Dibrani, contou numa entrevista à AFP que apenas ele é kosovar. Os filhos nasceram em Itália, mas isso não é suficiente para obter nacionalidade italiana. De qualquer forma, diz o pai na entrevista, ele diz que queimou os documentos, achando que assim era mais fácil pedir asilo. Uma das filhas, de 17 meses, nasceu em França e teria nacionalidade francesa. Mas o resto da família, tendo deixado a Itália, não poderia tentar pedir nacionalidade italiana, e França considerou que os documentos apresentados sugerindo perigo para a sua vida no Kosovo não eram fiáveis. Foram considerados migrantes por motivos económicos e não perseguidos politicamente. O ministro do Interior Vals antecipou o regresso de uma viagem que tinha marcado às Antilhas, para ouvir hoje as conclusões do inquérito. A polémica sobre a expulsão de Leonarda (aumentada pela forma como foi feita) abriu uma crise entre os socialistas no poder. O partido está dividido sobre os programas de repatriamento de cidadãos que estejam em França ilegalmente, mas Manuel Valls, antes de partir para as Antilhas, disse que não os iria mudar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola estudo ilegal
Alta-comissária para a Imigração considera o bairro para ciganos em Beja uma solução infeliz
Rosário Farmhouse acredita que há populações em piores condições no Alentejo, mas frisa que o muro que isolou o bairro das Pedreiras é "um estereótipo". (...)

Alta-comissária para a Imigração considera o bairro para ciganos em Beja uma solução infeliz
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento -0.16
DATA: 2010-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rosário Farmhouse acredita que há populações em piores condições no Alentejo, mas frisa que o muro que isolou o bairro das Pedreiras é "um estereótipo".
TEXTO: A alta-comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, pronunciou-se ontem sobre o muro que rodeia a comunidade cigana de Beja alojada no Bairro das Pedreiras salientando que "todas as soluções que acabem na criação de guetos não são soluções felizes". Rosário Farmhouse visitou o bairro, na periferia de Beja, em Novembro de 2008, e chegou à conclusão de que há outras comunidades ciganas da região a viver em piores condições. O muro de betão que isola parte do bairro é "um estereótipo" e "deitá-lo abaixo pode vir a agravar a situação" se outros "muros invisíveis" não forem previamente derrubados como "os do medo e do desconhecido". O caminho para aplacar a tensão que tem existido entre as comunidades cigana e não-cigana "obriga a uma mudança de parte a parte". A reportagem do PÚBLICO sobre o quotidiano no Bairro das Pedreiras levou Maria Manuel Coelho, ex-vereadora da Câmara de Beja entre 1998 e 2001, a vir a público lembrar a origem do muro. O objectivo, disse, não era " esconder os ciganos", mas sim proteger os moradores "da circulação intensa de camiões na estrada que existe paralela às casas". A sua construção representa "um mal menor" porque "em termos técnicos ninguém o defende. Em termos humanos, condenamo-lo veementemente". O local de instalação do bairro "foi o único com espaço suficiente (. . . ) aquele que foi possível adquirir na época, numa luta contra o tempo, a falta de recursos e de vontades, após meses de procura e de sistemática recusa dos proprietários em vender à câmara os seus terrenos, logo que sabiam que o objectivo era realojar ciganos", realçou Maria Manuel. Que conclui: "Há no bairro situações concretas e actuais que não nos orgulham e carecem de resolução urgente, problemas que não devem ser escamoteados. "Uma associação não-governamental europeia apresentou queixa em Bruxelas, acusando a Câmara de Beja de segregar os ciganos, por causa do muro e das condições "deploráveis" em que se vive no Bairro das Pedreiras. A União Romani, que representa populações ciganas, avisou, por sua vez, que fará uma concentração nacional às portas de Beja se os problemas não forem resolvidos.
REFERÊNCIAS:
No Ponto: bolo cigano
Regularmente, a Fugas revela um vídeo novo sobre um doce diferente. (...)

No Ponto: bolo cigano
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Regularmente, a Fugas revela um vídeo novo sobre um doce diferente.
TEXTO: Situado na vila ponte-sorense de Montargil, o restaurante Tropical, de Maria do Rosário Teles, oferece um bolo cigano maravilhoso. A receita do bolo é conhecida pelo país fora, mas em Ponte de Sor tornou-se numa das especialidades locais e é hoje em dia um dos poucos lugares onde se produz o bolo para venda. O nome do doce talvez tenha a ver com o facto de estar muito difundido. Não se sabe bem realmente se será assim, mas é uma boa teoria. Certo é que a sua difusão resultou em variações na receita, aproveitando os conhecimentos de cada doceira. Quem faz é que sabe. Cristina Castro criou o projecto No Ponto para registar e dar a conhecer os doces do país. Tem vindo a publicar a colecção A Doçaria Portuguesa, "os mais completos livros sobre a história e actualidade dos doces de Portugal". A investigação para este trabalho levou a autora a viajar por todos os concelhos em busca de especialidades doceiras. A partir da oportunidade de ver como se faz, de falar com quem produz, de conhecer vidas, histórias e tradições associadas à doçaria, surgiram os vídeos que desvendam um pouco de cada doce. Regularmente, a Fugas revela um vídeo novo sobre um doce diferente.
REFERÊNCIAS:
Étnia Cigano