Tóli César Machado deixou os GNR temporariamente sós para fazer um disco “menos mainstream”
Passou da bateria para o acordeão, e daí para as teclas e para a guitarra. Com os GNR, a sua banda de sempre, Tóli César Machado foi-se aproximando da frente do palco. Demorou quase 40 anos a chegar a Contrário da Escuridão, o seu primeiro disco a solo. (...)

Tóli César Machado deixou os GNR temporariamente sós para fazer um disco “menos mainstream”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento -0.08
DATA: 2018-06-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Passou da bateria para o acordeão, e daí para as teclas e para a guitarra. Com os GNR, a sua banda de sempre, Tóli César Machado foi-se aproximando da frente do palco. Demorou quase 40 anos a chegar a Contrário da Escuridão, o seu primeiro disco a solo.
TEXTO: "Um disco muito cinematográfico", inspirado na sétima arte e nas bandas sonoras que compôs para telefilmes que animavam os ecrãs nacionais no virar do século: Amo-te Teresa (2000) ou Amor Perdido (2001). Mas não um disco de "paisagens sonoras". O conjunto de canções que Tóli César Machado criou sob uma máscara translúcida — chamou-lhe Espírito — põe as palavras no centro da música. O compositor dos GNR, que assina aqui o seu primeiro projecto a solo, é lacónico: ouvir este disco "é ler". Tem a ver com a alma, com a essência, "é uma coisa mais íntima". Espírito poderia ser descrito pelo que José Luís Peixoto escreveu para Marcela Freitas cantar em Contrário da escuridão, o single que dá nome ao álbum: "aquilo que sobra, aquilo que ninguém quer; um nó embaraçado, um resto de fado, um nada qualquer". "As letras são muito importantes, principalmente quando é em português", diz Tóli. Se se pudesse pensar que a música seria a única preocupação de alguém habituado a trabalhar com Rui Reininho, o compositor reponde que é ele quem sai "super valorizado por ter aqueles poemas" no disco. E os poemas são do escritor José Luís Peixoto e dos letristas Tiago Torres da Silva, Mário Alves e Jónatas Pires. Contrário da Escuridão, o disco, celebra o espírito lusófono, é um retrato sobre diáspora e interculturalidade. Passa por terras africanas, com a colaboração da luso-moçambicana Selma Uamusse, e chega ao Brasil com Dom La Nena. Mas que também se arrisca no fado com Ricardo Ribeiro, que não é bem tradicional, "é um bocadinho mais árabe, mais cigano, sai dali do fado e abrange outras coisas". Os artistas foram escolhidos a dedo. Tóli diz que "há pessoas que não se conseguem substituir" e, "por incrível que pareça", os convites foram aceites. Atirou o barro à parede, Dom La Nena aceitou – "que sorte, não é?". Canta, toca violoncelo, guitarra eléctrica: "é uma artista completamente alternativa". Quis alguém assim, não uma Ivete Sangalo ou uma Maria Bethânia. E o convite para a artista franco-brasileira, que esteve em Portugal em 2015 para apresentar Soyo, seguiu mesmo sem Tóli a conhecer. Rui Maia, o produtor do disco, enviou-lhe a melodia, a letra, e Dom La Nena gravou em Paris. Cantou "à maneira dela com a liberdade toda e a coisa resultou". Foi a Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mãos Morta — Tóli exagera: "o último artista que ainda não se vendeu em Portugal" — que coube azedar uma doce melodia, a de Enlouquece toda a gente, com algo "meio falado, meio pausado". Por fim, os toques essenciais das duas instrumentistas Luísa César Machado, no baixo e contrabaixo, e da violinista Ianina Khmelik, que conhece há pelo menos uma década — convidada habitual dos GNR — e com quem tem "uma química a tocar". O produtor de X-Wife e Mirror People, Rui Maia, foi "a pessoa certa para comandar este projecto". São dele os arranjos. Na verdade, era para ser um disco instrumental mas "as coisas foram crescendo". Pôs a hipótese de um ou dois convidados e, de repente, "dois passaram para quatro e para cinco" e por aí fora. Contrário da Escuridão foi lançado há dois meses, em Abril, apesar de só agora o músico portuense ter descido a Lisboa para uma ronda promocional com os jornalistas. Mas era "um disco que já cheirava a mofo" e que, depois de uma dura batalha entre financiamentos e direitos autorais, conseguiu ter agora cá fora. O resultado agrada-o: é um álbum diferente, "menos mainstream entre aspas". Este projecto a solo estava planeado há cinco, seis anos. Coincidiu com o período em que estava a compor, com os GNR, o último álbum de estúdio, Caixa Negra (2015), um "voltar atrás" no qual "o Rui [Reininho] canta, o Jorge [Romão] toca o baixo" e Tóli César Machado acabou por tocar guitarra, bateria e teclados. "É engraçado porque tem ali alguns sons que são usados num e noutro mas isso é normal, estava nas duas frentes", explica. Apesar de ser um disco que não vendeu muito, a crítica gostou e o fundador dos GNR também considera Caixa Negra "um disco muito feliz", que conseguiu espelhar a essência da banda, dispensando convidados. Chamar músicos de fora pode ter um senão: "A gente pode recorrer a músicos fantásticos, mas às vezes o som fica assim meio desvirtuado". Até por isso, decidiu assumir outras funções na banda, pegando na guitarra. A certa altura, apercebeu-se que "os guitarristas convidados, não era de propósito, mas estavam de alguma maneira a estragar o som [da banda] e era mais fácil meter [a tocar guitarra] um baterista que estava lá atrás do que estar a entregar o ouro ao bandido". A inspiração para o novo disco também veio de músicas mais antigas dos GNR, como Coimbra B do álbum Psicopátria (1986), quando assumiu a posição de compositor e produtor. Se há disco dos GNR que se tornou um clássico foi este que, tendo sido um sucesso, os pôs "na boca do povo". E foi precisamente em 2016, altura em que estava a compor para Contrário da Escuridão, que a banda revisitou Psicopátria na íntegra para celebrar os 30 anos do álbum, numa série de concertos, entre os quais no Teatro Rivoli, onde se voltaram a ouvir os acordes de Coimbra B. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas a carreira de Tóli César Machado não se fez só de GNR. No ano seguinte, compôs uma música, My paradise, interpretada por David Gomes para o Festival da Canção. Acredita ter "dado um tiro no pé" ao escolher uma música em inglês, que acabou classificada em penúltimo lugar. Porém, gostou da experiência, sendo "dado quase adquirido" uma nova colaboração com o jovem cantor, para quem já tem algumas canções em mente. Com este novo álbum a solo, o objectivo era "afastar-se e nunca ser tipo um projecto paralelo" daquele que é o seu "emprego há, pelo menos, 36 anos". Mas esta não é a primeira vez que um membro dos GNR lança um projecto a solo. Em 2008, Rui Reininho lançou Companhia das Índias. Não nega que o protagonismo de Reininho possa "ter tido inconscientemente" alguma influência na vontade de criar um disco seu, mas garante que "não há ressentimento nenhum". Apesar de este disco levar apenas o seu nome, Tóli faz questão de lembrar que este é um trabalho colectivo. Para breve, está o lançamento de um novo single dos GNR, já gravado, que deverá sair daqui a um ou dois meses. Quanto ao próximo álbum, depois vão "fazendo o resto": nos dias de hoje, "isto é como os taxistas, temos de nos adaptar e habituar que a Uber existe". Texto editado por Hugo Torres
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR
Sistema de justiça desconsidera "os arguidos e os reclusos mais frágeis”
Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos venceu Prémio dos Direitos Humanos da Assembleia da República. A tensão dos últimos dias nas prisões, diz o seu fundador, é apenas “uma repetição do que se tem passado nos últimos anos”. (...)

Sistema de justiça desconsidera "os arguidos e os reclusos mais frágeis”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos venceu Prémio dos Direitos Humanos da Assembleia da República. A tensão dos últimos dias nas prisões, diz o seu fundador, é apenas “uma repetição do que se tem passado nos últimos anos”.
TEXTO: “É preciso começar a colocar na opinião pública a ideia de que as prisões são instituições indignas daquilo que é a civilização no século XXI”, afirmou nesta segunda-feira Manuel Almeida dos Santos, presidente da Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (OVAR). No seu discurso, na cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos 2018, atribuído à OVAR pela Assembleia da República, Almeida dos Santos destapou em poucos minutos aquilo que “a sociedade não quer ver”, como se referiu depois em declarações ao PÚBLICO: um rol de situações “desumanas” nas prisões de que raramente (ou nunca) se fala. A sua mensagem foi dirigida aos deputados, ao Governo, mas sobretudo à sociedade no seu todo. No final da cerimónia na Sala do Senado, que contou com a presença do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelo PÚBLICO sobre a tensão nas prisões, agravada nos últimos dias pelas greves dos guardas prisionais, apenas disse: “Infelizmente é uma repetição do que se tem passado nos últimos anos. ”E o que se passa “é uma realidade que a sociedade não quer ver". No seu discurso apontou um caminho: o fim das prisões. “As estruturas de direitos humanos das Nações Unidas têm recomendado a substituição da via punitiva pelas vias da reabilitação e da justiça restaurativa. "“Será uma utopia?”, questionou. E respondeu citando António Arnaut, que foi deputado e responsável pela criação do Serviço Nacional de Saúde: “‘Utopia? Talvez. Mas utopia (…) não é o impossível. É o lugar do encontro. E esse lugar está dentro de nós. ’”Manuel Almeida dos Santos descreveu as prisões como “instituições retrógradas, arcaicas, medonhas, medievais e violentas”. Frente a uma plateia de altos representantes políticos e militares – como a ministra da Justiça e o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas – deputados e convidados usou da palavra para dizer que Portugal não cumpre as regras constantes nos protocolos internacionais que assina. “Portugal é dos países que mais tratados, convenções e protocolos de direitos humanos tem assinado e ratificado e ainda bem que é assim”, disse, mas estes referenciais “são normativos jurídicos e, portanto, têm de ser cumpridos”. E exemplificou: “Assiste-se ao desrespeito do espírito da Constituição da República Portuguesa e do Código Penal com a permissão de que o tempo consecutivo de permanência na prisão exceda os 25 anos nos casos das penas sucessivas e das medidas de segurança, configurando a prisão perpétua constitucionalmente proibida”, e “persiste-se nas penas mais longas da União Europeia – o tempo médio de cumprimento de pena em Portugal é o triplo da média". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Qualificou de “quase inexistente” a dinâmica de reinserção do recluso, também porque “o actual sistema prisional e de justiça é aterrador, frio, desumano e tecnocrático, desconsiderando os arguidos e os reclusos mais frágeis”. Lamentou a “aceitação acrítica sobre a vivência dos bebés no interior das prisões acompanhando o cumprimento de penas das suas mães”. E denunciou “um patente autismo da sociedade em geral e do poder político em particular” face ao desrespeito do direito do recluso e da sua família de serem tratados com dignidade. Já depois de manifestar “gratidão” pelo prémio, partilhou-o “com todos os que são sensíveis ao respeito pelos direitos humanos”. A Assembleia da República atribuiu a medalha de ouro comemorativa do 70. º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos a Joana Gorjão Henriques, jornalista do PÚBLICO, pelas reportagens sobre o racismo e a discriminação e, em particular, à obra “Racismo à Portuguesa” publicada pela Tinta-da-China. Os outros dois distinguidos com a medalha de ouro foram a Letras Nómadas – Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades Ciganas e a Orquestra Geração, com 11 anos de existência. Em nome da Letras Nómadas, a presidente Olga Natália Mariano congratulou-se pela “mudança de mentalidade” que este reconhecimento revela e frisou a importância da educação numa perspectiva de “inclusão na diversidade” e “não de assimilação” da comunidade cigana. António Wagner Diniz, responsável da Orquestra Geração, apelou, por seu lado, à criação de uma disciplina de música no ensino formal desde o jardim-de-infância ao fim do secundário, em Portugal. “Se conseguirmos isto, mais do que uma revolução, conseguiremos algo de transcendental”, declarou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos educação prisão racismo comunidade discriminação
A inabalável confiança da Frente Nacional e a desmoralização dos sindicatos
A três semanas das eleições europeias, Marine Le Pen quis exibir a cada vez maior força do seu partido, que espera uma vitória histórica nas eleições europeias. No 1.º de Maio parisiense, os trabalhadores saíram à rua para condenar as medidas de austeridade do Governo de Valls. (...)

A inabalável confiança da Frente Nacional e a desmoralização dos sindicatos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A três semanas das eleições europeias, Marine Le Pen quis exibir a cada vez maior força do seu partido, que espera uma vitória histórica nas eleições europeias. No 1.º de Maio parisiense, os trabalhadores saíram à rua para condenar as medidas de austeridade do Governo de Valls.
TEXTO: A esplanada do Café de La Paix, em Paris, é uma das mais célebres do mundo. Clientes de todo o mundo fazem fila para se poderem sentar no mesmo local imaginando as conversas, noutros tempos, de Émile Zola, Guy de Maupassant, entre outros clientes habituais ilustres. Mas neste 1. º de Maio, os protagonistas na Praça da Ópera foram outros, mais ruidosos e não menos polémicos. A Frente Nacional (FN) celebrou o “seu” 1. º de Maio no famoso café e deu uma demonstração de grande confiança, quando falta menos de um mês para as eleições para o Parlamento Europeu de 15 de Maio. Quanto ao Café de La Paix, as suas cobiçadas esplanadas tiveram de ser recolhidas para dar lugar ao “show” de Marine Le Pen. Há já 27 anos que a FN reserva para esta data a celebração em honra de Joana d'Arc, a heroína e mártir, símbolo da resistência francesa contra a ocupação britânica durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453). No palco onde decorreu o comício do partido nacionalista e de extrema-direita estava um grande cartaz com o slogan “Não a Bruxelas, Sim à França” e a imagem de Joana d'Arc a soprar para longe as estrelas da bandeira da União Europeia. Houve uma pequena acção de protesto, mas não perturbou a jornada da FN. Enquanto Marine Le Pen e o seu núcleo mais próximo marchavam em direcção à Praça da Ópera, duas activistas do grupo Femen abalroaram a comitiva e foram imediatamente neutralizadas pelo forte aparato de segurança, enquanto lançavam gritos de “fascismo, epidemia!”. Foi com as baterias apontadas às eleições de 25 de Maio que Marine Le Pen se dirigiu aos cerca de cinco mil militantes e simpatizantes da Frente Nacional que enfrentaram a chuva persistente na Opéra. “O sistema europeísta não pode ser reformado”, afirmou, após uma subida triunfal ao palco, ao som de uma marcha instrumental. Criticou o “utilitarismo de Bruxelas” e as “elites francesas que defendem uma visão pós-francesa” do país. “Não me decepcionem”As eleições europeias do final do mês vão ser o grande teste à popularidade crescente da Frente Nacional e dos partidos antieuropeus. Le Pen sabe-o bem e deixou um apelo muito claro: “Não caiam na armadilha da abstenção, não me decepcionem e votem. ”Praticamente todas as sondagens apontam para uma vitória do partido de extrema-direita nas europeias, à frente da UMP (centro-direita) e o Partido Socialista, no poder. Apesar da vantagem da FN, a abstenção deverá atingir máximos históricos e Le Pen, que continua a pensar na Presidência da República (os seus apoiantes gritavam “Le Pen Presidente!”), quer uma vitória firme. O 1. º de Maio serviu também para uma demonstração de força de um partido cada vez mais confiante e que pretende afirmar-se como uma alternativa no poder em França. Orgulhosos, desfilaram, um por um, de faixa tricolor ao peito, os presidentes de câmara eleitos pela Frente Nacional nas eleições municipais do final de Março. Longe de recolher um grande apoio na capital francesa, a Frente Nacional consegue captar os votos de pequenas cidades. Adrien Mexis foi eleito conselheiro municipal há um mês pelo partido nacionalista em Istres, no Sul da França. Ao PÚBLICO, Mexis critica as “reformas impostas por Bruxelas” e diz saber do que fala, não tivesse sido ele funcionário da Comissão Europeia durante seis anos. O conselheiro reconhece que será difícil conseguir uma maioria no Parlamento Europeu, mas explica que a Frente Nacional tem uma perspectiva de longo prazo. Para já, diz, “vamos limitar os danos” feitos por Bruxelas. “Onde somos eleitos furamos o consenso instalado e as pessoas vão ver que fazemos o diagnóstico correcto”, declara. A luta contra a livre circulação de pessoas está presente no ADN da Frente Nacional e Mexis dá um exemplo muito concreto, dizendo que na sua rua vivem muitos “ciganos”. “Não se pode fazer nada”, lamenta. Entre o Curdistão e o esperantoAlgumas horas mais tarde, o cenário na Praça da Bastilha despertaria um acesso de cólera a Le Pen ou a qualquer militante da Frente Nacional. Por toda a praça se ouvia música turca, africana e árabe, e o cheiro típico dos kebab transportava qualquer pessoa para um souk (mercado árabe). Aquele local, símbolo da Revolução Francesa, foi o escolhido por algumas das principais centrais sindicais para celebrar o Dia do Trabalhador. A mobilização sindical foi “fraca”, reconheceu ao PÚBLICO Michel Allain, da delegação parisiense da Frente Operária (FO). Sob fogo está o “Pacto de Responsabilidade”, que prevê aligeirar os impostos sobre o trabalho pagos pelas empresas a troco da criação de mais empregos, mas exige também um programa de cortes na despesa pública de 50 mil milhões de euros, com o objectivo de cumprir a meta do défice acordada com Bruxelas.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Comité da ONU preocupado com discriminação de minorias étnicas em Portugal
O Comité dos Direitos Humanos da ONU mostra-se preocupado, no seu último relatório sobre Portugal, discutido há dias em Genebra, com a continuação da discriminação dos imigrantes e minorias étnicas, incluindo a cigana, no acesso à habitação, ao emprego, à educação, aos cuidados de saúde e aos serviços públicos. (...)

Comité da ONU preocupado com discriminação de minorias étnicas em Portugal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 3 Ciganos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Comité dos Direitos Humanos da ONU mostra-se preocupado, no seu último relatório sobre Portugal, discutido há dias em Genebra, com a continuação da discriminação dos imigrantes e minorias étnicas, incluindo a cigana, no acesso à habitação, ao emprego, à educação, aos cuidados de saúde e aos serviços públicos.
TEXTO: Apesar de reconhecer que foram tomadas “medidas consideráveis” neste campo, o órgão recomenda ao Estado português que intensifique as políticas de inclusão e reforce a sensibilização dos funcionários públicos. O uso e a duração excessiva da prisão preventiva, a sobrelotação das cadeias e a sub-representação das mulheres em posições de tomada de decisão no sector público são outras das preocupações do comité que apresenta 14 recomendações a Portugal. “O Estado-parte deve tomar medidas adicionais para reduzir o número de pessoas em prisão preventiva, assim como a duração dessa detenção, incluindo através de medidas com o objectivo de reduzir a duração das investigações”, lê-se no relatório sobre a implementação do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos. O documento alerta para a sobrelotação de alguns estabelecimentos prisionais e para as deficientes condições sanitárias, a par do uso de drogas pelos reclusos e da elevada taxa de VIH/Sida e hepatite C nesta população. “O Comité está também preocupado com alguns relatos de maus tratos físicos e outras formas de abuso por parte de guardas prisionais na prisão de alta segurança de Monsanto e nos estabelecimentos prisionais centrais de Coimbra e Porto”, afirma-se. Por isso recomenda-se ao Governo que acelere os esforços para resolver a sobrelotação e a falta de condições nas cadeias. “Deve também tomar medidas, legislativas ou outras, para evitar maus tratos físicos e outras formas de abuso, incluindo revistas com desnudamento excessivas por parte dos guardas prisionais”, sugere-se. O órgão da ONU diz que continua preocupado com os maus tratos por parte das forças de segurança e da forma como é autorizado o uso das armas eléctricas taser. Pede, por isso, ao Estado português que inclua no próximo relatório “informações completas sobre a regulação e o uso de dispositivos de choques eléctricos”. O Comité lamenta que Portugal continue a ser um destino e um local de trânsito de vítimas de tráfico para exploração sexual e trabalho forçado. O relatório nota ainda que nem sempre os detidos são informados do seu direito a um advogado no momento da detenção e critica o facto de alguns não terem a possibilidade de contactar outra pessoa. E volta a insistir numa recomendação feita há dez anos e que ainda não foi concretizada: o direito a uma pessoa defender-se a si própria.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Líder da extrema-direita francesa exige demissão de Hollande devido a "caso Leonarda"
Marine Le Pen não é a favor do regresso da menor de etnia cigana, é contra a política ziguezague do Presidente. (...)

Líder da extrema-direita francesa exige demissão de Hollande devido a "caso Leonarda"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 11 Ciganos Pontuação: 3 | Sentimento -0.06
DATA: 2013-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marine Le Pen não é a favor do regresso da menor de etnia cigana, é contra a política ziguezague do Presidente.
TEXTO: A presidente da Frente Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen, pediu nesta segunda-feira a demissão do Presidente francês, François Hollande, que acusa de ter "humilhado" a França devido à forma como lidou com o caso da imigrante ilegal de 15 anos Leonarda Dibrani, que foi expulsa e, depois, convidada a regressar ao país. "O primeiro a demitir-se não deve ser Manuel Valls [ministro do Interior]. É evidentemente o Presidente da República que humilhou a França de tal maneira que deixou de ter qualquer autoridade", disse Le Pen à estação de rádio France 2. A família de Leonarda - a mãe e cinco irmãos (um deles nascido em França) - foi repatriada para o Kosovo no dia 9 de Outubro. O episódio da detenção da rapariga motivou a abertura de um inquérito administrativo sobre o processo de repatriamento que concluiu que a legislação foi seguida e, se houve erro, foi apenas de bom senso no momento da detenção de Leonarda - a polícia foi buscá-la quando participava numa excursão com os colegas da escola que frequentava. A expulsão foi contestada, sobretudo de Paris, pelos estudantes do ensino secundário que encerraram 14 escolas e marcharam nas ruas. Hollande decidiu então autorizar Leonarda a regressar para terminar os estudos, mas não alargou o convite ao resto da família. “Vimos perfeitamente a fraqueza desta personagem [Hollande] que, pressionado por alguns estudantes de esquerda, decidiu violar não apenas as decisões administrativas, mas também a lei", disse Marine Le Pen. A Frente Nacional manteve um silêncio prudente durante todo o episódio que foi condenado pela esquerda, com Le Pen a optar por criticar directamente o Presidente e não a política de repatriamento de imigrantes ilegais - a posição da extrema-direita sobre esta matéria é clara e defende as expulsões. A maioria dos franceses, de acordo com as sondagens, também, e Marine Le Pen quer que este caso seja mais um dado a seu favor nas eleições locais de Março, em que a Frente Nacional prevê os seus melhores resultados de sempre.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei escola rapariga imigrante ilegal
Eurodeputado neonazi da Hungria descobriu que tinha raízes judaicas
Csanad Szegedi, 29 anos, era uma estrela no partido de extrema-direita Jobbik, na Hungria. Crítico de ciganos e de judeus, Szegedi é, afinal, ele próprio judeu e descobriu-o há dois anos. O partido não via nisso um problema, mas forçou-o a demitir-se porque tentou escondê-lo durante meses, até com tentativas de suborno. (...)

Eurodeputado neonazi da Hungria descobriu que tinha raízes judaicas
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Csanad Szegedi, 29 anos, era uma estrela no partido de extrema-direita Jobbik, na Hungria. Crítico de ciganos e de judeus, Szegedi é, afinal, ele próprio judeu e descobriu-o há dois anos. O partido não via nisso um problema, mas forçou-o a demitir-se porque tentou escondê-lo durante meses, até com tentativas de suborno.
TEXTO: Szegedi classificava os judeus como ameaça aos símbolos da Hungria, acusando-os também de terem "açambarcado o país". Porém, em 2010, soube que era descendente de judeus. A verdade sobre os avós maternos – uma sobrevivente de Auschwitz e um sobrevivente de campos de trabalho forçado geridos pelos nazis de Adolf Hitler – foi-lhe revelada por um homem, Zoltan Ambrus, que cumpria pena de prisão devido a um caso que envolvia posse de armas e explosivos. Ambrus sustentou, num encontro entre os dois, que tinha documentos que provavam as raízes judaicas de Szegedi – que fará 30 anos em Setembro e que saltou para a ribalta em 2007, quando fundou a Guarda Húngara, uma organização nacionalista, proibida dois anos mais tarde. De acordo com a agência de notícias Associated Press, a conversa entre os dois foi gravada e o registo áudio mostra que Szegedi ficou surpreendido com a revelação. Tentou depois comprar o silêncio de Ambrus oferecendo-lhe dinheiro e um cargo no Parlamento Europeu, para o qual tinha sido eleito deputado. A gravação foi parar à Internet e alimentou especulações. Até que, no passado mês de Junho, Szegedi veio a público, sob pressão, confirmar que tinha sangue judeu, embora sublinhasse que não professava o judaísmo. Tentou também negar que fosse anti-semita, mas diferentes registos de intervenções públicas no passado demonstravam que ele não se coibia de atacar os judeus. O líder do Jobbik, Gábor Vona, garante que o partido não investiga o passado familiar dos seus membros, e que apenas está a exigir o afastamento de Szegedi por causa da tentativa de suborno em que foi apanhado. Depois de admitir em público a verdade sobre a família, Szegedi encontrou-se com um rabi, Slomo Koves, perante o qual se desculpou por qualquer comentário ofensivo para os judeus que possa ter feito, prometendo igualmente visitar Auschwitz para prestar homenagem à memória dos judeus mortos naquele campo alemão de extermínio. Jobbik demitiu-se também dos cargos partidários e está a ser pressionado para deixar o lugar de eurodeputado em Estrasburgo. Em Abril, o Jobbik tornou-se a terceira força política na Hungria, e entrou pela primeira vez no parlamento húngaro, elegendo 47 deputados com 16, 67% dos votos. As eleições legislativas foram ganhas pelo partido de centro-direita Fidesz. A ascensão da extrema-direita marca, aliás, o contexto político actual da Hungria. O próprio partido do Governo é conotado com posições mais extremistas, sendo-lhe frequentemente atribuído o pecado de não se distanciar suficientemente, em algumas matérias, das opiniões do Jobbik. De resto, tem ajudado mesmo a reabilitar figuras históricas do país ligadas ao nazismo, como o escritor József Nyírö, um fascista incluído no novo currículo escolar, de leitura obrigatória. Por mão do Jobbik, outra figura tem sido proclamada aos quatro ventos, a do almirante Miklós Horthy, que governou os húngaros entre as duas guerras mundiais do século XX, se aliou a Hitler e praticou leis antisemitas).
REFERÊNCIAS:
Religiões Judaísmo
Morreu o bispo Javier Echevarría, líder do Opus Dei
Foi o terceiro líder da prelatura católica. (...)

Morreu o bispo Javier Echevarría, líder do Opus Dei
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi o terceiro líder da prelatura católica.
TEXTO: O bispo do Opus Dei, o espanhol Javier Echevarría, morreu nesta segunda-feira aos 84 anos devido a uma insuficiência respiratória derivada de uma infecção pulmonar, na policlínica do Campus Biomédico de Roma, informou a instituição. O bispo Javier Echevarría foi o terceiro líder do Opus Dei depois do seu fundador, José Maria Escrivá de Balaguer, e de Álvaro Portillo. Nascido em Madrid a 14 de Junho de 1933, estudou comércio em San Sebastián e em 1948 entrou no Opus Dei, uma das principais organizações católicas, com 90 mil membros, a maior parte dos quais laicos. Javier Echevarría doutorou-se em 1953 em Direito Canónico na Universidade Angelocum, de Roma. Em 1954, terminou os estudos eclesiásticos no Colégio Romano Sanctae Crucis e em 1955 doutorou-se em Direito Civil na Universidade de Madrid. No Opus Dei teve uma relação próxima com o fundador da organização, José Maria Escrivá de Balaguer, de quem chegou a ser secretário pessoal, e com ele viajou por toda a Europa para impulsionar o desenvolvimento da instituição. Ordenado sacerdote a 7 de Agosto de 1955, Echevarría passou, no ano seguinte, a fazer parte do Conselho Directivo do Colégio Romano de Santa Cruz, posto que ocupou até 1961. Entre 1960 e 1964 foi professor de Teologia Moral nos colégios Romano da Santa Cruz e Romani de Santa Maria. Em 1962, foi nomeado comissário da Sagrada Congregação de Religiosos, em Roma, e em 1966 acedeu ao cargo de consultor do Conselho Geral do Opus Dei, no qual permaneceu até 1975. Naquele ano, e depois da morte José Maria Escrivá de Balaguer, foi designado secretário-geral do Opus Dei, em substituição de Álvaro Portillo, que acedeu ao posto de presidente geral da instituição. Em 1981, o Papa João Paulo II nomeou-o consultor da Congregação para as Causas dos Santos e, desde 1982, desempenhou o cargo de vigário geral da Prelatura Pessoal da Santa Cruz e do Opus Dei. Depois da morte de Álvaro del Portillo, a 23 de Março de 1994, Echevarría assumiu a direcção do Opus Deis, tendo sido eleito para a liderança da organização em Abril do mesmo ano. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em 21 de Abril de 1994, João Paulo II nomeou Echevarría prelado da Prelatura Pessoal do Opus Dei e a 21 de Novembro bispo. A 13 de Novembro de 2013, Javier Echevarría manifestou a sua "incondicional reverência e obediência" ao Papa Francisco e expressou a sua "completa adesão" ao pontífice. O Opus Dei tem sede em Roma e conta com universidades, escolas de negócios, escolas primárias e secundárias, escolas profissionais, residências universitárias, hospitais e residências para membros numerários, repartidas por mais de 60 países.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte
O "maior e melhor" Marés Vivas de sempre
Festival espera casa cheia entre esta quarta-feira e sábado, numa edição com alguns veteranos, como Billy Idol ou os britânicos The Cult. (...)

O "maior e melhor" Marés Vivas de sempre
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2012-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Festival espera casa cheia entre esta quarta-feira e sábado, numa edição com alguns veteranos, como Billy Idol ou os britânicos The Cult.
TEXTO: Na sua décima edição, o festival Marés Vivas mantém-se na praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia (perto do lugar onde o rio Douro se encontra com o oceano), mas aumenta o número de noites - de três para quatro - e o investimento: cerca de 2, 5 milhões de euros, 250 mil dos quais cedidos pela autarquia. O objectivo é assumidamente fazer a "maior e melhor" edição de sempre, que arranca já hoje, com The Sounds, Wolfmother e Franz Ferdinand. "Acreditamos que nas alturas ditas de crise não devemos abrandar e os sinais apontam para que a nossa aposta tenha sido correcta. Teremos mais gente do que em 2011", avança ao PÚBLICO Jorge Lopes, da Pev Entertainment, que organiza o evento em parceria com a Câmara de Gaia. As noites de amanhã (Garbage e Kaiser Chiefs) e sexta-feira (com Billy Idol e Gogol Bordello) são as mais concorridas, mas as restantes também deverão ficar "perto de esgotar" o recinto, com capacidade para 25. 000 pessoas. Uma parte significativa do público virá do estrangeiro: "Só em Espanha temos registo de 7000 vendas directas", precisa. O cartaz aposta em alguns nomes veteranos (como The Cult, GUN, Billy Idol ou Pedro Abrunhosa), o que contribui para uma grande diversidade geracional no público, mas parte do sucesso de vendas tem de ser imputado aos preços praticados, mais baixos do que nos festivais concorrentes. O bilhete diário custa 30 euros e o passe para os quatro dias fica por 60 euros, levando a organização a rotular o festival como "o mais barato" do circuito europeu. "O rigor e entreajuda da Pev, da câmara e dos patrocinadores tem-nos permitido criar sinergias", explica Jorge Silva. A música arranca diariamente às 19h, no palco secundário (para onde estão anunciados nomes como Luísa Sobral, Virgem Suta, Indiana Blues Band e Slimmy), prolongando-se depois do fecho do palco principal, até às 6h, com DJ. As portas abrem às 18h e os festivaleiros são aconselhados a deslocar-se com antecedência. A transportadora Espírito Santo assegura um serviço especial, durante toda a noite, que liga o Cabedelo à Casa da Música e às estações de São Bento e General Torres, já em Gaia. Quarta-feiraOs suecos The Sounds inauguram o palco principal (22h), promovendo Something to Die For, último registo de originais, de Março de 2011, marcado pela abordagem electrónica. Seguem-se duas bandas em processo de composição de álbuns, que poderão já mostrar novos temas: os Wolfmother (23h25) - que vão beber a bandas dos anos 1970 como Led Zeppelin e Deep Purple - e os Franz Ferdinand (1h), que não esquecerão por certo sucessos como Take me out. Quinta-feiraO revivalismo do rock e metal dos anos 1980 marcará os concertos dos escoceses GUN (21h) e The Cult (22h), do vocalista Ian Astbury. Seguem-se os Garbage (23h15) a apresentar o novo Not Your Kind of People, talvez o melhor disco desde que estilhaçaram o mundo do pop-rock, com o disco homónimo de 1995. A pop energética dos Kaiser Chiefs, que ainda há pouco mais de um mês estiveram no Rock in Rio, encerra a noite. Sexta-feiraA britânica Ebony Bones (21h) e Os Azeitonas (22h) - comemoram dez anos de carreira e terão em palco a companhia de Rui Veloso - abrem caminho para os dois pratos fortes da noite. O primeiro é o cinquentão Billy Idol (23h15): o seu último álbum de originais data de 2005, mas não faltarão os êxitos Dancing with myself ou Eyes without a face. A mistura de música romani e punk rock dos Gogol Bordello (1h) fechará a noite em festa. SábadoA última noite é a mais pop do festival, um registo apenas quebrado pelo punk festivo dos Hives (22h). Mónica Ferraz (21h), a norte-americana Anastacia (23h15) e Pedro Abrunhosa e Comité Caviar (1h) completam o cartaz.
REFERÊNCIAS:
Partidos PEV
WikiLeaks: EUA acusam Berlusconi de querer controlar conteúdos na Internet
O embaixador norte-americano em Roma, David Thorne, enviou uma mensagem para Washington em que acusa o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de querer censurar os conteúdos na Internet e o serviço pago de televisão. (...)

WikiLeaks: EUA acusam Berlusconi de querer controlar conteúdos na Internet
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O embaixador norte-americano em Roma, David Thorne, enviou uma mensagem para Washington em que acusa o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de querer censurar os conteúdos na Internet e o serviço pago de televisão.
TEXTO: O documento em que são feitas as acusações foi divulgado pela WikiLeaks e agora reproduzido pelo diário espanhol “El País”. Nessa mensagem, com data de 3 de Fevereiro de 2010, David Thorne considera que uma proposta legislativa do Governo italiano, conhecida por lei Romani – a qual entrou em vigor em Março e regula o uso da Internet e do serviço pago de televisão em Itália – “dará margem para bloquear e censurar qualquer conteúdo” e “favorecerá as empresas de Berlusconi em relação aos concorrentes”. Thorne também considera “infame” um projecto que terá sido preparado pelo Executivo de Berlusconi, há alguns meses, e que pretendia obrigar os autores de blogues a ter carteira profissional de jornalista, adianta o “El País”. Mas o alvo principal das críticas é a lei Romani, preparada por Paolo Romani, que era então vice-ministro das Comunicações e que é actualmente ministro do Desenvolvimento Económico. O embaixador dos EUA em Roma considerou na altura que se a lei avançasse tal como foi concebida representaria “um precedente para que países como a China a copiassem ou apresentassem como justificação para os seus ataques à liberdade de expressão”. Thorne acrescenta ainda que não confia nas promessas do Governo italiano, segundo as quais a lei apenas pretende proteger os direitos de autor, combater a pirataria e transpor uma directiva europeia que harmoniza a regulação dos meios de informação. Para o diplomata norte-americano, e de acordo com a mensagem citada pelo “El País”, “a lei parece ter sido escrita para deixar o caminho livre ao Governo para censurar e bloquear qualquer conteúdo na Internet se o considerar difamatório ou promotor de actividades criminosas”. O embaixador dos EUA informou Washington de que a proposta “criaria as bases para promover acções legais contra organizações de meios de comunicação que entrem em competição política ou comercial contra membros do Governo”. Dois meses antes de enviar esta mensagem, o embaixador dos EUA almoçou com o primeiro-ministro italiano em Milão e perguntou-lhe a sua opinião sobre a Internet. “Respondeu que é importante para a liberdade. Mas sente também que fazem falta controlos mais finos para prevenir o uso extremista das novas tecnologias”.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Itália vai adiar por um ano o seu programa nuclear
O Governo italiano vai decretar na quarta-feira uma moratória de um ano sobre o programa nuclear do país, anunciou hoje o ministro do Desenvolvimento Económico, Paolo Romani. (...)

Itália vai adiar por um ano o seu programa nuclear
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo italiano vai decretar na quarta-feira uma moratória de um ano sobre o programa nuclear do país, anunciou hoje o ministro do Desenvolvimento Económico, Paolo Romani.
TEXTO: “No Conselho de Ministros de amanhã [quarta-feira] será feita uma declaração sobre uma moratória de um ano relativa ao início da pesquisa de locais para a construção de centrais nucleares”, declarou Romani perante uma comissão parlamentar. A moratória foi decidida na sequência do acidente nuclear na central japonesa de Fukushima 1, provocado pelo sismo de magnitude 9, 0 que, a 11 de Março, atingiu a região Nordeste do Japão. A Itália tem previsto para Junho um referendo sobre energia nuclear, que o Governo de Roma decidira abandonar em 1987, depois de um outro referendo realizado na sequência da catástrofe nuclear de Tchernobil. O regresso de Itália a um programa de energia nuclear foi decidido em 2008 e anunciado como um projecto-chave do Governo de Silvio Berlusconi para atenuar a dependência energética do país.
REFERÊNCIAS:
Tempo Junho Março