Memórias coloniais imperfeitas
A mais recente literatura portuguesa sobre África ilumina os refugiados da história, invertendo o sentido da história dos regressos. (...)

Memórias coloniais imperfeitas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A mais recente literatura portuguesa sobre África ilumina os refugiados da história, invertendo o sentido da história dos regressos.
TEXTO: Para José Luandino VieiraOs acontecimentos que dominaram a história de África e da Ásia pós-Segunda Guerra Mundial ligam-se às movimentações sociais e políticas que deram origem aos processos de libertação e guerras pela independência. Os movimentos anti-coloniais manifestavam-se contra a subalternização numa altura em que as questões de identidade e nacionalidade preocupavam, por razões diversas, os europeus e as nações colonizadas. Movendo os africanos das margens para o centro das narrativas e fazendo do seu território o seu núcleo identitário, os movimentos anti-coloniais foram inscrevendo, pela mão dos seus escritores, a diferença cultural que, a prazo, iria reclamar a independência política. A história da intervenção colonial passava a ser contada a partir de um outro lugar, denunciando a imoralidade da sua condição e desafiando o “perigo de uma história única” sobre a gesta colonial, de que fala a escritora nigeriana Chimamanda Adichie Ngozi. Estes textos foram, na sua origem, plataformas para um diálogo, mas na ordem colonial vigente rapidamente se tornaram objecto de censura e motivaram a perseguição dos seus autores. Mas estas narrativas foram também objecto de leitura para a comunidade colonial e metropolitana, gerando assim caminhos de grande ambiguidade identitária, transformando identidades pessoais e nacionais e colocando desta forma sob suspeita a aparente hegemonia cultural gerada pelo colonialismo. A falta de diálogo e o impasse político radicalizaram posições, conduzindo a cenários de guerra, como aconteceu com Portugal e as suas antigas colónias entre 1961-1974. Para os países africanos esta foi a guerra libertadora, fundadora da narrativa da nação independente. Para os portugueses foi uma guerra inconfessada e inconfessável. Aos discursos africanos enaltecedores da luta, opõem-se os discursos de perda e disforia que povoam as narrativas portuguesas desta guerra. Uma história comum, mas de memórias diferentes, como lembra Mia Couto na crónica “A derradeira morte da estátua de Mouzinho”, num momento que encena o fim de um tempo em Moçambique, “Há um mundo que termina, um luto que não é meu mas que me ensombra o peito. … Porque nenhuma morte nos é alheia, mesmo a do insuficiente inimigo. ” (Cronicando, 1991). Hoje, à distância de 40 anos das descolonizações é possível pensar sobre o tempo que demorou à sociedade portuguesa negociar o que se deveria esquecer e o que se deveria recordar – da ditadura, de África, da Guerra Colonial – para, sobre um pacto de esquecimento e recordação, inventar uma democracia no tempo prescrito de eleições e outros processos que compõem o corpo social e político dos sistemas democráticos ocidentais. Memória, silêncio, trauma, mas também exaltação, imaginação e novidade são alguns dos pressupostos sobre os quais se ergueu a democracia portuguesa, nascida de uma revolução imaginada como pacífica, esquecendo assim todo o sangue de África nela contida. África era o seu elemento perturbador, pois nela tropeçávamos a cada passo, ora sob a forma dos ex-combatentes, ora de retornados, ora de negociações diplomáticas que cada dia nos comprometiam com a rota europeia e nos desresponsabilizavam de África. Numa espécie de contra-discurso, a ficção do pós-25 de Abril ia mostrando a importância da memória como um elemento fundamental na construção da democracia. De Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, José Saramago, Maria Velho da Costa, Helder Macedo, João de Melo, Carlos Vale Ferraz até aos mais jovens Paulo Bandeira Faria, Isabela Figueiredo, Rodrigo Guedes de Carvalho, Norberto Vale Cardoso ou Dulce Cardoso as dores da ditadura, o império, a guerra e as suas heranças são temas. Pelas análises que empreendem do Portugal contemporâneo, intrinsecamente ligado à memória da ditadura que se prolonga nos nossos gestos, pensamentos e políticas, e pela leitura política que fazem do que foi o colonialismo em África, estas obras questionam os protocolos de esquecimento sobre os quais se fundou a nossa democracia. Esta literatura acusa uma viragem na tomada de consciência pós-colonial do espaço antigamente colonial e das vivências aí havidas como essenciais à nossa identidade de portugueses e de europeus. Por isso, a viagem que estes livros assinalam – de Portugal para África – inverte o sentido da história de regressos, sobre a qual se foram narrando os impérios ultramarinos. A viagem europeia de hoje constitui um reconhecimento de que parte da história da Europa se passou fora da Europa. Por isso hoje para percebermos a “fractura colonial” (P. Blanchard et al. , ), sob a qual todos vivemos, temos de contar a história das pertenças de muitos sujeitos às terras outrora parte do império. De outro modo, ficaremos “refugiados da história” (G. Marcus). Pense-se nas personagens de Esplendor de Portugal, de Lobo Antunes, ou na narradora de Caderno de Memórias Coloniais, de Isabel Figueiredo, que se classifica de “desterrada”, vivendo a coincidência impossível de resolver, de herdeira do sujeito colonizador: “Na terra onde nasci seria sempre a filha do colono”. A sua história individual de pertença àquela terra coincide com a história pública do colonialismo português em Moçambique.
REFERÊNCIAS:
Rissin Régis já não tem dinheiro para alimentar a família
Rissin Régis é um homem ultrapassado pelos acontecimentos. "Não durmo há três dias", diz com voz calma mas exuberância de gestos. Vive com quatro familiares, um deles a filha pequena, numa casa alugada, até agora paga pelo Conselho Português para os Refugiados (CPR). (...)

Rissin Régis já não tem dinheiro para alimentar a família
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rissin Régis é um homem ultrapassado pelos acontecimentos. "Não durmo há três dias", diz com voz calma mas exuberância de gestos. Vive com quatro familiares, um deles a filha pequena, numa casa alugada, até agora paga pelo Conselho Português para os Refugiados (CPR).
TEXTO: Oriundo da República Centro-Africana, 30 anos, está em Portugal desde Julho do ano passado e é um dos 125 estrangeiros apoiados pela instituição. Quer ficar cá, onde foi bem tratado, e já começou a estudar a língua portuguesa. Tudo isso passou para segundo plano na passada quinta-feira, quando foi informado, tal como os restantes refugiados, de que o apoio financeiro concedido pelo CPR ia acabar. Não sabe o que vai ser a sua vida quando tiver de regressar às instalações da instituição na Bobadela (Loures). Mas a sua preocupação mais imediata é continuar a alimentar a família. "O futuro de um país são as suas crianças e, se elas não têm que comer, é a loucura", desabafa. Régis não ignora que o país de acolhimento está a atravessar uma crise económica séria, mas acha que há um mínimo que tem de ser assegurado: "Esse mínimo é comer!"Ao lado, Idrissa Diop, 36 anos, ouve atentamente a conversa e decide intervir. "Vim da Mauritânia no Verão passado e estou há oito meses no centro. Deram-me cama e cozinha, o que é bom, achei que isto era o paraíso, mas sem apoio não tenho meios para sobreviver", explica num português sofrível. A mulher e a mãe ficaram na Mauritânia, pelo que só tem de se preocupar consigo mesmo. Mas, tal como os restantes residentes, a preocupação é a alimentação: "Além do arroz, precisamos de um pouco de carne, peixe ou frango. Sem apoio, como é que vamos ficar aqui?"Na quinta-feira, Teresa Tito de Morais, presidente do CPR, reuniu as 125 pessoas que o Conselho acolhe e comunicou-lhes que não havia mais dinheiro para continuar a apoiá-las. Quinzenalmente, são entregues a cada adulto 80 euros (e mais uma percentagem por cada criança do agregado familiar), uma importância que permite aos refugiados proverem às necessidades alimentares mais imediatas. Mas agora as contas bancárias estão vazias e o reforço financeiro de 150 mil euros pedido ao Ministério da Administração Interna (MAI) ficou sem resposta. O silêncio foi também a resposta do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social (MSSS) e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Não houve grandes reacções de desagrado ou manifestações de protesto por parte dos refugiados, disse ao PÚBLICO Teresa Tito de Morais. Ontem à tarde, o ambiente nas instalações do Conselho na Bobadela era calmo - talvez porque a maior parte daquelas pessoas já passou por muitas situações difíceis na vida -, embora ninguém escondesse a apreensão com o futuro. Em 2011 foram recebidos 275 pedidos de asilo, o que representa um aumento de 71, 8% relativamente ao ano anterior (160 pedidos). A esses números há que acrescentar 30 refugiados do Programa de Reinstalação, oriundos de outros países. As instalações do CPR têm capacidade para 42 pessoas, mas agora acolhem 85 - na maioria jovens, mas também crianças e alguns idosos. Há outras 40 que estão instaladas em quartos ou pensões da zona, gerando uma despesa que é integralmente suportada pela instituição. Apelo à solidariedadeO financiamento das actividades é, no essencial, garantido pelo Fundo Europeu para os Refugiados. Mas há também apoios assegurados pelo MAI (comparticipação de 25%) e pelo MSSS (que paga os encargos com as pensões e quartos). A SCML, por seu lado, recebia as pessoas que deixavam as instalações do CPR depois de receberem a autorização de residência provisória. O aumento dos pedidos de asilo, com o correspondente agravamento das despesas, já tinha levado a alertar aqueles ministérios no final de 2011. "Todos os dias chegavam pessoas. Conseguimos aguentar com verbas de 2009 e de 2010 do Fundo Europeu que não nos tinham sido pagas", explica Teresa Tito de Morais.
REFERÊNCIAS:
EUA afastam missão para resgatar yazidis de Sinjar, ONU decreta emergência máxima
Grupo de reconhecimento das forças especiais norte-americanas esteve nas montanhas iraquianas e diz ter encontrado menos refugiados do que se calculava. (...)

EUA afastam missão para resgatar yazidis de Sinjar, ONU decreta emergência máxima
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Grupo de reconhecimento das forças especiais norte-americanas esteve nas montanhas iraquianas e diz ter encontrado menos refugiados do que se calculava.
TEXTO: Apesar das histórias de desespero dos que conseguiram fugir, os Estados Unidos afastaram a hipótese de lançar uma missão para resgatar os yazidis ameaçados pelos jihadistas nas montanhas de Sinjar, no Norte do Iraque. O recuo – a própria Casa Branca admitiu pouco antes que estava a ponderar uma operação – foi decidido depois de um grupo das operações especiais norte-americanas ter ido ao local e concluído que a situação não é tão dramática como até agora se pensava. A missão de reconhecimento, transportada de helicóptero para Sinjar, passou 24 horas no topo das montanhas e descobriu ali “menos yazidis do que se temia”, a viver em “melhores condições” do que os relatos de alguns familiares faziam crer, revelou o almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono, afirmando que os voos humanitários que os EUA e outros países aliados têm feito sobre a montanha têm conseguido aliviar o sofrimento de quem ali continua. Kirby não forneceu também qualquer estimativa para o número de civis que, depois de terem fugido das suas aldeias, continuam refugiados em Sinjar – o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) tinha admitido a presença de 20 a 30 mil pessoas cercadas no cimo das montanhas, um responsável norte-americano ouvido pelo New York Times calcula que sejam alguns milhares. Revelou apenas que, graças aos ataques aéreos lançados desde o fim-de-semana pela aviação americana contra posições dos extremistas e aos esforços dos combatentes curdos no terreno, “milhares de yazidis conseguiram sair das montanhas a coberto da noite durante os últimos dias”. “Quebrámos o cerco do Estado Islâmico às montanhas de Sinjar”, congratulou-se nesta quinta-feira o Presidente norte-americano, Barack Obama, dizendo esperar que nos próximos dias todos os que querem partir o possam fazer. Segundo o ANCUR, 35 mil pessoas, quase todos membros daquela minoria curda, tinham chegado até quarta-feira ao Curdistão iraquiano depois de uma viagem de cem quilómetros que os levou de Sinjar a território sírio, e daí até posto fronteiriço de Fishkhabour. Muitos, depois de atravessarem a ponte pré-fabricada, não têm forças para seguir caminho até aos campos improvisados pelas autoridades curdas ou até Dohuk, capital da província com o mesmo nome onde todos os espaços públicos se transformaram em abrigos para os deslocados. As conclusões da missão de reconhecimento, escreve o NY Times, são um alívio para o Presidente Barack Obama, muito reticente quanto a um novo envolvimento militar no Iraque – a ordem para os ataques aéreos só foi dada perante a ameaça dos combatentes do Estado Islâmico ao Curdistão e ao êxodo das minorias que há séculos habitam as planícies do Nínive. Mas a decisão de abortar a operação de resgate pode tornar-se embaraçosa face à avaliação que é feita pelas organizações no terreno. Nesta quinta-feira, as Nações Unidas accionaram o seu nível mais elevado de emergência para responder à crise humanitária no Iraque, o que lhe permite acelerar o envio de ajuda e de fundos para acorrer ao país. O “nível 3” de emergência está em vigor em apenas três outros países (Síria, Sudão do Sul e República Centro Africana), mas as agências da ONU estão com dificuldades para responder a uma crise que se agrava a cada hora. Só na província de Dohuk há mais de 400 mil deslocados, mais de metade deles cristãos e yazidis que chegaram à zona nas duas últimas semanas. Há outras dez mil pessoas num campo que está a ser montado pelo Crescente Vermelho do outro lado da fronteira síria. Num e noutro lado falta comida, água e famílias inteiras que depois de terem testemunhado atrocidades cometidas pelos jihadistas e da longa fuga não têm sequer com que se abrigar do sol inclemente. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que na véspera admitira enviar helicópteros para ajudar num resgate aéreo, assegurou que a missão americana e britânica vai concentrar-se no envio de ajuda para os campos de refugiados no Curdistão.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
"Século XXI será o século de pessoas em fuga"
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, advertiu hoje que o século XXI “será o século das pessoas em fuga”, apelando a um debate internacional para se enfrentar este desafio. (...)

"Século XXI será o século de pessoas em fuga"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, advertiu hoje que o século XXI “será o século das pessoas em fuga”, apelando a um debate internacional para se enfrentar este desafio.
TEXTO: As grandes tendências globais, como o desenvolvimento demográfico, a urbanização, a escassez de víveres e de água potável, de matérias primas, e sobretudo as mudanças climáticas, “agudizam situações de conflito e obrigam as pessoas a abandonar as suas pátrias”, advertiu. Depois de revelar que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados aumentou as suas actividades em 50 por cento nos últimos quatro anos, Guterres sublinhou que, “ao contrário do que políticos populistas querem fazer crer”, oito em cada dez refugiados vivem em países em vias de desenvolvimento. Os primeiros 25 lugares da lista dos países que acolhem mais refugiados são ocupados por países em desenvolvimento, e só no 26. º posto surge um país industrializado, a Alemanha. Em África, vivem 40 por cento dos refugiados de todo o mundo. “Estamos perante uma injustiça, originada pelas mudanças climáticas, porque os que são menos responsáveis e têm menos recursos são os mais atingidos” pela drama dos refugiados, afirmou. Neste contexto, o Alto Comissário apelou à União Europeia para unificar o seu direito de asilo político, lembrando que no total dos 27 países que a constitutuem foram acolhidos, em 2009, 286 700 refugiados, e só a África do Sul acolheu 222 mil, no mesmo período. “As taxas de admissão de pessoas em busca de asilo político estã praticamente no zero em alguns países europeus, enquanto noutros países as taxas de admissão superam os oitenta por cento, embora em função da origem das pessoas”, lamentou. Guterres apontou ainda os três grandes desafios que se colocam ao ACNUR, o primeiro dos quais é o crescente número de conflitos duradouros, como no Afeganistão, na Somália ou no Congo. O segundo grande desafio é a redução do espaço de manobra humanitário, nomeadamente devido à proliferação do banditismo, que causou três vítimas mortais entre funcionários do ACNUR, nos últimos seis meses. O último grande desafio é a erosão do espaço de asilo político, acompanhado por “tendências preocupantes”, como a xenofobia, o racismo e a crescente indiferença perante o drama dos refugiados, alertou o Alto Comissário. Durante a visita à capital alemã, Guterres avistar-se-á, hoje e na quarta feira, com membros do governo, com o presidente do parlamento e com presidentes de comissões parlamentares. Principal objetivo da visita é convencer a Alemanha a ter um papel de liderança no processo de harmonização do direito de asilo político no espaço europeu, como afirmou Guterres na sua intervenção.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
69 pedidos de asilo a Portugal este ano
Serviço de Estrangeiros e Fronteira fez o balanço no Dia Mundial do Refugiado. (...)

69 pedidos de asilo a Portugal este ano
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Serviço de Estrangeiros e Fronteira fez o balanço no Dia Mundial do Refugiado.
TEXTO: Até à semana passada tinham sido solicitados a Portugal 69 pedidos de asilo, tendo sido concedidos cinco estatutos de refugiado e 24 autorizações de residência por razões humanitárias, informou ontem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O balanço é divulgado no dia em que se comemora o Dia Mundial do Refugiado, no qual dá também conta de que os restantes pedidos de asilo, daqueles 69 solicitados, se encontram em fase de análise e instrução, para posterior apresentação ao ministro da Administração Interna. “As nacionalidades dos requerentes de asilo são maioritariamente de cidadãos provenientes do continente africano, nomeadamente da Guiné Conacri, República Democrática do Congo, e alguns da Nigéria e do Gana, bem como do continente Americano, em especial da Colômbia”, refere no documento. Desde 2007, existe um programa nacional de reinstalação de refugiados que se encontram em campos situados em países terceiros, que envolve um mínimo de 30 refugiados por ano. No ano passado, acrescenta o SEF, Portugal reinstalou 12 cidadãos da República Democrática do Congo, provenientes da Tanzânia, quatro iraquianos que se encontravam na Síria, 10 do Afeganistão, três etíopes e um somali, todos provenientes da Ucrânia. Este ano, e até ao momento, Portugal já reinstalou 11 cidadãos estrangeiros, informa o SEF, acrescentando que até ao final de 2010 Portugal vai receber seis cidadãos beneficiários de proteção internacional, que se encontram em Malta, no âmbito de compromissos voluntariamente assumidos pelo Governo português no quadro da recolocação de refugiados que se encontram noutros países da União Europeia. O Dia Mundial do Refugiado foi comemorado pela primeira vez em Portugal, numa concentração promovida pela organização do Conselho Português de Refugiados (CPR) que juntou dezenas de pessoas no Largo de São Domingos, em Lisboa, que simbolicamente empunhavam chapéus de chuva. Teresa Tito de Morais, presidente do CPR, precisou à Lusa que a concentração de chapéus de chuva visou sensibilizar a opinião pública portuguesa sobre a necessidade de promover a proteção dos refugiados. A utilização dos guarda-chuvas simbolizou a proteção que é devida aos refugiados em todo o mundo, que Dalila Araújo fixou em 42 milhões de pessoas e, que no caso de Portugal, é garantida aos dois tipos de pedido de asilo que chegam ao país. A iniciativa, em que esteve presente a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo, foi celebrada noutros países europeus, e decorreu sob o lema “Afastaram-me de casa, mas não me podem roubar o futuro”.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Aquarius procura porto seguro para desembarcar 141 resgatados
Eritreus e somalis à deriva dizem ter-se cruzado com cinco navios que não os ajudaram. Com os portos italianos e malteses fechados, barcos não sabem para onde transportar quem salvam. (...)

Aquarius procura porto seguro para desembarcar 141 resgatados
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eritreus e somalis à deriva dizem ter-se cruzado com cinco navios que não os ajudaram. Com os portos italianos e malteses fechados, barcos não sabem para onde transportar quem salvam.
TEXTO: Desde que Itália encerrou os seus portos aos navios que resgatam requerentes de asilo em situações de naufrágio ao tentar alcançar a Europa, em Junho, há muito menos barcos de organizações não-governamentais no Mediterrâneo. Na zona onde se concentram as embarcações que partem da Líbia sobra o Aquarius, que acaba de render o Open Arms. E é o Aquarius, o primeiro a ficar num limbo quando italianos e malteses lhe fecharam os portos, que pede agora aos governos europeus um porto seguro onde desembarcar 141 pessoas. Mais de um terço destes resgatados são eritreus (muitos jovens fogem da Eritreia para evitar o recrutamento militar obrigatório que o regime fazia até agora prolongar durante anos a fio), e da Somália, um Estado falhado. Dos 141, 67 declararam ser menores, dizem os membros das ONG – a franco-alemã SOS Méditerranée gere o navio, auxiliada pelos Médicos Sem Fronteiras –, e não estão com nenhum adulto; seis crianças viajam com pelo menos um dos progenitores. Todos foram retirados de duas embarcações de madeira na sexta-feira, quando estavam à deriva em águas internacionais. A Líbia –? que o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, líder do partido xenófobo Liga, quer que receba de volta os que dali partem – informou o Aquarius que “não pode oferecer um lugar seguro e instruiu o barco a procurar outro centro de coordenação de resgates” – os mais próximos são Itália e Malta. As ONG também recusam devolver pessoas à Líbia, um país onde muitas sofreram duros abusos antes de conseguirem lugar num barco. Mas já aconteceu um navio civil italiano entregar aos líbios 108 pessoas que salvou em águas internacionais – as leis de socorro marítimo obrigam quem esteja no mar a salvar os que correm risco e a transportá-los até ao “porto seguro mais próximo”. A Líbia não é um “porto seguro”, dizem a União Europeia e a ONU. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Desde que o Aquarius ficou mais de uma semana com 629 resgatados a bordo, com a Itália a mandá-lo para Malta e Malta a mandá-lo para Itália, que todos os navios sabem que arriscam ficar no mesmo limbo. Aliás, parece que “até o princípio de ajudar quem corre perigo no mar está em risco”, dizem estas ONG num comunicado: os resgatados contaram que antes do Aquarius “se cruzaram com cinco barcos que não lhes ofereceram ajuda”. Todas as pessoas resgatadas pelo Open Arms, da ONG Proactiva, foram desembarcadas em Espanha (30 vieram entretanto para Portugal), como acabou por acontecer com essas 629, em Junho. Mas o Governo do socialista Pedro Sánchez afirma ter agido para resolver uma crise excepcional e que essa excepcionalidade acabou – o último grupo de 87 pessoas salvas pelo Open Arms chegou quinta-feira ao porto de Algeciras. Entretanto, há muitos mais barcos a partir de Marrocos com destino a Espanha. Sabendo que nem Itália (que agora muitas vezes nem responde a pedidos de coordenação de resgate) nem Malta os deixarão atracar, as ONG no Aquarius pedem aos líderes europeus que designem um porto para onde levar estar pessoas.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Pelos refugiados: canção anti-nazi dos anos 90 chega ao 1.º lugar do top alemão
Graças à mobilização na Internet a favor do acolhimento dos refugiados, uma canção dos anos 90, contra grupos de extrema-direita, alcançou o 1.º lugar do top alemão de vendas. (...)

Pelos refugiados: canção anti-nazi dos anos 90 chega ao 1.º lugar do top alemão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.25
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Graças à mobilização na Internet a favor do acolhimento dos refugiados, uma canção dos anos 90, contra grupos de extrema-direita, alcançou o 1.º lugar do top alemão de vendas.
TEXTO: Nunca os integrantes da banda punk-rock alemã Die Ärzte imaginaram que 22 anos depois de terem gravado a canção Schrei nach Liebe (Grito por amor), esta chegaria ao 1. º lugar do top alemão de vendas. Um dos responsáveis pelo feito foi Gerhard Torges, um professor de música de Berlim, que começou por pedir aos seus seguidores nas redes sociais que descarregassem e partilhassem a canção ou que fizessem pressão para que as rádios a passassem. A ideia surgiu no contexto da crise dos refugiados, constituindo uma resposta aos ataques de grupos de extremistas a centros de asilo e a algumas manifestações de xenofobia por parte de franjas da população alemã. A verdade é que, no espaço de alguns dias, a canção acabaria por conquistar a liderança em várias plataformas da Internet de venda de música, acabando em 1º lugar no top alemão, soube-se esta sexta-feira, segundo a AFP. “Fiquei totalmente surpreso pelo efeito desencadeado”, afirmou Torges. “Nunca pensei que tivesse esta repercussão. Não estou directamente envolvido na ajuda aos refugiados, mas acabei por ter esta ideia através da Internet e muitas pessoas acabaram por segui-la. ”Na semana passada, quando a canção havia entrado para o 12º lugar, surgiram algumas críticas ao grupo, que foi acusado de aproveitamento comercial num contexto de sofrimento. De imediato os Die Ärzte vieram a público contrariar essas versões, afirmando-se surpresos com o sucedido, argumentando que nada tinham a ver com a campanha e prometendo que o dinheiro agora arrecadado iria reverter directamente para o grupo de direitos humanos Pro-Asyl. Não são conhecidas as cifras referentes às vendas da canção, que entretanto já deu origem a versões espontâneas, mas sabe-se que a mobilização aconteceu em grande parte em torno da hashtag #AktionArschloch, que denuncia as agressões racistas e os ataques aos asilos de refugiados. A militante canção foi lançada originalmente para criticar os grupos neo-nazis dos anos 1990 na Alemanha, tendo obtido também algum sucesso nessa altura. À época, a Alemanha foi palco de ataques encetados por grupos de extrema-direita contra centros de refugiados vindos da então Jugoslávia em guerra. Já em Inglaterra – sem a dimensão politizada e humanitária do que aconteceu na Alemanha – deu-se um fenómeno paralelo em torno da canção ABC dos anos 1970, pertencente aos The Jackson 5: quatro décadas decorridas, voltou ao primeiro lugar da tabela de vendas de singles. Neste caso o sucedido tem uma explicação simples: o DJ inglês Sigala utilizou um pequeno fragmento dessa canção no seu tema Easy love (ouvindo-se a voz alterada e repetida de Michael Jackson sob uma batida de música de dança), contribuindo para que ABC fosse redescoberta por inteiro. Curioso é o facto de Easy love, que despoletou agora o renovado interesse em torno da canção da família Jackson, se ficar pelo 8º lugar da tabela, bem abaixo de ABC.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra humanos ajuda humanitária xenofobia
Refugiados barrados na Macedónia cosem os lábios e pedem: "Abram a fronteira"
Política de selecção das nacionalidades adoptada por países dos Balcãs é criticada pela ONU. À Grécia deixaram de chegar milhares de pessoas, não se sabe bem porquê. (...)

Refugiados barrados na Macedónia cosem os lábios e pedem: "Abram a fronteira"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento -0.12
DATA: 2015-11-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Política de selecção das nacionalidades adoptada por países dos Balcãs é criticada pela ONU. À Grécia deixaram de chegar milhares de pessoas, não se sabe bem porquê.
TEXTO: Está frio, até nevou, mas aqueles homens estão de tronco nu e coseram os lábios com fio de nylon. Estão em greve de fome. Um escreveu “Iran” na testa. Estão sentados em cima dos carris da linha de comboio na fronteira da Grécia com a Macedónia, impedindo o tráfego ferroviário entre os dois países. “Open the border”, diz um cartaz improvisado com um pedaço de cartão. São iranianos, fazem parte dos cerca de mil refugiados que se acumularam nos Balcãs, desde que vários países da região decidiram que só deixariam transitar nas fronteiras como refugiados pessoas vindas de países que estivessem em conflito. Os critérios variam um pouco de país para país, mas aos sírios todos deixam avançar, aos iraquianos em princípio também. Afegãos depende da interpretação, mas iranianos, paquistaneses e africanos de várias nações estão a ser barrados – numa violação da lei internacional, afirmam as Nações Unidas. “Toda a gente tem o direito de pedir asilo e de que o seu caso seja ouvido, seja qual for a sua nacionalidade”, sublinhou o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, Adrian Edwards. Um grupo de bangladeshianos chama a atenção para a sua situação: “Disparem contra nós ou salvem-nos. Não podemos voltar ao Bangladesh”, escreveram a vermelho no peito nu. Cerca de 200 pessoas juntaram-se a estes protestos, relata a Reuters. Outros mantêm-se à espera, alguns voltaram para a Grécia, em busca de uma rota alternativa. A ONU diz não ter informações de que esta nova política de fronteiras tenha sido suscitada pelos atentados de Paris de 13 de Novembro – ou apenas pela falta de soluções europeias para a crise dos refugiados do Médio Oriente. A Suécia anunciou esta terça-feira que a sua lei iria ser adaptada para reduzir o enorme afluxo de refugiados que recebeu este ano. “É preciso aliviar a enorme pressão [sobre o sistema de acolhimento sueco], para que mais pessoas peçam asilo noutros países da UE. A legislação vai ser reduzida ao nível mínimo da União Europeia por um período de três anos”, anunciou o primeiro-ministro, Stefan Löfven. Não é possível manter a situação actual, afirmou o governante: o país de 9, 8 milhões de habitantes já recebeu este ano 80 mil refugiados. À escala à UE, disse, cita-o a AFP, é como se tivesse recebido 25 milhões de pessoas. Mas, pela primeira vez este ano, a chegada de refugiados às ilhas gregas abrandou, tornou-se desde o fim-de-semana quase um fio de azeite, em vez de uma torrente. Apenas 155 pessoas chegaram no domingo às ilhas e 478 aos portos de Atenas e Kavala, vindos dessas mesmas ilhas, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Às praias de Lesbos, somente 24 pessoas tinham chegado até às 15h00. Três dias antes, recorda a AFP, tinham chegado 2500 pessoas. A Itália também não chegam barcos com migrantes há vários dias. Será uma nova tendência? As organizações humanitárias não arriscam fazer previsões. “Pode ser por causa do tempo. ” Há ventos violentos nesta zona do Mediterrâneo. Podem também ser as notícias do bloqueio nas fronteiras dos Balcãs, ou uma pressão extra da Turquia, que está a ser pressionada pela UE para travar a partida de embarcações com refugiados a partir das suas costas, admite a AFP. Seja o que for, é “um fenómeno significativo”, diz a OIM. Este ano, 858. 805 refugiados e migrantes chegaram à Europa através do Mediterrâneo, sobretudo através da Grécia, segundo esta organização. Na viagem, morreram 3548. Apenas 148 foram feitos seguir para outros países da UE: Finlândia, Luxemburgo e Suécia.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
O maior campo de refugiados do mundo está em risco por falta de dinheiro
O esgotamento dos fundos põe em risco a contjnuação de serviços essenciais no maior campo de refugiados do mundo, Dadaab, no Quénia, alertam esta quinta-feiras várias agências de ajuda humaniária. As dezenas de milhares de pessas que lá estão correm perigo de vida. (...)

O maior campo de refugiados do mundo está em risco por falta de dinheiro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O esgotamento dos fundos põe em risco a contjnuação de serviços essenciais no maior campo de refugiados do mundo, Dadaab, no Quénia, alertam esta quinta-feiras várias agências de ajuda humaniária. As dezenas de milhares de pessas que lá estão correm perigo de vida.
TEXTO: “A necessidade é maior do que nunca”, sublinha o apelo conjunto destas oito agências, entre as quais se incluem as britânicas Oxfam e a Save the Children, e que contabilizam um défice de 25 milhões de dólares para enfrentar apenas o que é mais urgente: a construção de 30 mil novos abrigos (só há dinheiro para 4000) e o abastecimentos de água e saneamento para mais de 50 mil refugiados, que correm elevado risco de contraírem cólera. Cerca de meio milhão de pessoas vivem actualmente no campo de Dadaab, perto da fronteira com a Somália. A população do complexo de Dadaab aumentou em mais de um terço ao longo do último ano, devido ao afluxo de dezenas de milhares de somalis que fugiram da seca e da violência no seu país de origem. Muitas destas pessoas vivem em tendas provisórias, que pouco duram sob as difíceis condições meteorológicas da região, e as agências que trabalham no campo sublinham ser necessário construir alojamentos e estruturas mais resistentes e capazes de providenciar abrigo e uma forma de vida a longo prazo para estes refugiados. “Os campos são apenas soluções temporárias e a situação está a tornar-se insustentável. Estes fundos são necessários – imediatamente – para salvar vidas. O mundo tem a obrigação de não virar as costas a Dadaab e às necessidades destas pessoas. É óbvio que não podemos continuar a injectar dinheiro, ano após ano, nestas soluções provisórias. Os campos vão ficando cada vez maiores”, avaliou o director da Oxfam no Quénia, Nigel Tricks, citado pela BBC. “Uma nova abordagem é urgente”, prosseguiu. Fazendo eco de tais preocupações, o director da CARE no Quénia, Stephen Vaughan, sublinhou que “se as crianças não forem à escola e se as pessoas não tiverem abrigos condignos e outros serviços básicos humanos, a situação actual no terreno tem o potencial de desencadear ainda mais instabilidade, violência e militarização. Estamos a enfrentar uma situação que envolve o custo de vidas humanas e também a segurança na região”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola humanos violência campo
Portugal recebeu apenas três refugiados ao abrigo do Programa de Reinstalação
A presidente do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito de Morais, lamentou que apenas três refugiados tenham chegado este ano a Portugal ao abrigo do Programa de Reinstalação, estando aquém do número atingido em 2009. (...)

Portugal recebeu apenas três refugiados ao abrigo do Programa de Reinstalação
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: A presidente do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito de Morais, lamentou que apenas três refugiados tenham chegado este ano a Portugal ao abrigo do Programa de Reinstalação, estando aquém do número atingido em 2009.
TEXTO: “Estamos preocupados porque no ano passado chegaram 30 pessoas ao abrigo do Programa de Reinstalação dos Refugiados e este ano só chegaram três”, disse à agência Lusa a responsável no Dia Mundial do Refugiado, que hoje se assinala. Segundo Teresa Tito de Morais, no ano passado Portugal atingiu pela primeira vez a quota de 30 refugiados recebidos no âmbito do Programa de Reinstalação, assinado em 2007 entre o Governo e o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, com o objectivo de acolher pessoas que já tenham feito pedidos de asilo em outros países. A reinstalação é geralmente considerada uma das soluções duráveis para os refugiados cuja protecção não possa ser garantida nos países de primeiro asilo. “Não quer dizer que no segundo semestre não se consiga receber 27 pessoas, mas era desejável, como é uma quota mínima, que fosse logo no início do ano preenchida progressivamente para não nos confrontarmos só no mês de Dezembro com uma chegada maior de pessoas”, adiantou. A presidente do CPR considerou que este programa de protecção internacional “não se tem desenrolado de forma célere que permita a chegada de mais pessoas”. Para a responsável, Portugal não tem recebido refugiados devido à falta de representação diplomática nos países de trânsito onde os refugiados se encontram, o que dificulta a concessão do título de viagem, a articulação com o ACNUR e a identificação dos casos a serem reinstalados. Portugal também recebe poucos pedidos de asilo por ano. Em 2009 recebeu 150, este ano vai nos 77 pedidos espontâneos de refugiados que chegam à fronteira portuguesa, segundo Teresa Tito de Morais. A presidente do CPR justificou os reduzidos pedidos de asilo com a posição geográfica do país e com algumas redes organizadas que levam os refugiados para outros países. O Dia Mundial do Refugiado é assinalado em Portugal com uma concentração de chapéus-de-chuva, em Lisboa, iniciativa que decorre em vários países europeus e que em Portugal é promovida pelo CPR sob o lema “Devemos proteger os refugiados”. Esta concentração tem por objectivo sensibilizar a opinião pública portuguesa sobre a necessidade de promover a protecção dos refugiados e apelar para que a Europa “seja mais generosa” para com os refugiados, afirmou Teresa Tito de Morais. Segundo o Ministério da Administração Interna, em Portugal registaram-se no primeiro semestre deste ano 69 pedidos de asilo espontâneos, requeridos por cidadãos oriundos de 21 países: Sri Lanka, Paquistão, Irão, Rússia, Geórgia, Brasil, Guiné-Conacri, Camarões, Gana, Nigéria, Serra Leoa, Guiné-Bissau, Angola, Senegal, República Democrática do Congo, Cuba, Colômbia, Croácia, Turquia, Afeganistão e Índia. Foram ainda concedidos cinco pedidos de asilo e 29 autorizações de residência por razões humanitárias.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração refugiado