Governo português mantém objectivo de realizar cimeira com Angola
No Palácio das Necessidades é referida estranheza pelas palavras do chefe da diplomacia angolana, é reiterada a vontade de manter a relação bilateral e reforçar a cooperação entre os dois países e povos (...)

Governo português mantém objectivo de realizar cimeira com Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: No Palácio das Necessidades é referida estranheza pelas palavras do chefe da diplomacia angolana, é reiterada a vontade de manter a relação bilateral e reforçar a cooperação entre os dois países e povos
TEXTO: O Governo português mantém o objectivo da cimeira com Angola, prevista para Fevereiro do próximo ano, apurou o PÚBLICO. O reiterar desta posição surge horas depois de o ministro das Relações Exteriores de Angola ter admitido a África do Sul, China e Brasil como alternativas à cooperação com Portugal. "Angola vai olhar para outros horizontes e vai pensar a sua política externa com outras prioridades. Temos outros parceiros também ou muito mais importantes", disse, em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), o ministro Georges Chikoti. Apesar destas declarações, Lisboa evita dramatizar. "Reafirmamos a disponibilidade para reforçar a nossa cooperação e esperamos que as autoridades angolanas nos acompanhem", referiu à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Admitindo "estranheza" pelo teor das declarações do chefe da diplomacia de Angola, é reiterada a vontade de manter a relação bilateral: "O Governo português não alterou, nem altera, o seu empenhamento em continuar a desenvolver e a aprofundar o bom relacionamento com o Estado e o Governo angolanos, fundado em laços históricos que unem os dois povos e nos múltiplos interesses políticos, culturais e económicos que têm em comum". No mesmo sentido se pronunciou ontem o ministro da Presidência. Segundo Luís Marques Guedes, o Governo português dá prioridade à resolução "de todas as perturbações que possam existir" na relação bilateral. Um cuidado determinado por haver países que espreitam a oportunidade de estabelecer parcerias com Luanda, mas porque se espera que o tempo e a diplomacia ajudem a suavizar a actual evidente crispação angolana. A este propósito, é relembrado que, no passado dia 15, o Presidente José Eduardo dos Santos afirmou não haver condições para uma parceria estratégica com o nosso país, mas que, no entanto, a cimeira luso-angolana não foi formalmente adiada por Luanda. Embora seja admissível que o formato venha a ser mais leve. Quanto à cimeira, na sua entrevista à TPA o chefe da diplomacia angolana disse não ter "muita certeza" sobre a sua realização. Mas não a desmarcou. Chikoti considerou que "tem que haver por parte de Portugal algum respeito por entidades angolanas e talvez conseguir gerir bem esta relação, que não tem sido realmente a prática". O que é uma forma de Luanda demonstrar o seu desagrado pelas investigações do Ministério Público a personalidades angolanas, entre as quais o vice-presidente Manuel Vicente. Uma investigação que, segundo a edição de ontem do DN, passou a estar apenas a cargo de um procurador, com prejuízo da celeridade processual. Recorda-se que, a 18 de Setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português pediu desculpa a Luanda por investigações do Ministério Público português. Rui Machete disse à Rádio Nacional de Angola que as investigações não eram mais do que "burocracias" e "formulários" referentes a negócios de figuras do regime angolano em Portugal. O teor destas declarações criou um problema adicional às autoridades portuguesas: mostrar compreensão pelas posições de Luanda sem denotar subserviência, mantendo a dignidade do Estado e a regra democrática da separação de poderes. O que era um problema de relacionamento externo passou a ser uma frente interna para o executivo de Pedro Passos Coelho. Apesar das boas relações pessoais entre Cavaco Silva e José Eduardo dos Santos, e dos contactos mantidos por Belém com o gabinete presidencial angolano, a diligência do Presidente da República ainda não surtiu efeitos. Durante a cimeira ibero-americana, no Panamá, no passado fim-de-semana, Cavaco admitiu que "a conversa correu bem", mas, desde então, um editorial do Jornal de Angola responsabilizou a "cúpula" do Estado português por "agressão intolerável" ao regime angolano. A que se juntaram as declarações à TPA do ministro Georges Chikoti. A este facto, não será alheio o Expresso ter noticiado, no passado sábado, que o Ministério Público português recusou por três vezes arquivar processos relativos a Angola, a última das quais há pouco mais de 15 dias, e vai prosseguir com as investigações. O semanário explicava também que os processos não têm prazos para acabar nem arguidos. As autoridades de Luanda mantêm, deste modo, a resposta a qualquer informação sobre os processos de que são alvo em Portugal cidadãos do seu país. com Maria Lopes
REFERÊNCIAS:
Em Angola a concessão de crédito disparou 26% e a captação de depósitos 9%
Deloitte Angola revelou nesta terça-feira em Luanda que vai criar Observatório para a Inclusão Financeira para promover serviços bancários. (...)

Em Angola a concessão de crédito disparou 26% e a captação de depósitos 9%
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Deloitte Angola revelou nesta terça-feira em Luanda que vai criar Observatório para a Inclusão Financeira para promover serviços bancários.
TEXTO: Mais depósitos, mais crédito, abrandamento do crescimento do produto bancário, aumento dos custos de exploração e das provisões, são algumas das conclusões a que chegou a consultora Deloitte Angola na sua oitava avaliação à actividade do sector bancário angolanoNas linhas gerais da 8ª edição do estudo Banca em Análise, relatório apresentado nesta terça-feira em Luanda, pela Deloitte Angola, lê-se que, em 2012, o sector registou “um crescimento do crédito na ordem dos 26% e dos depósitos a rondar 9%”, uma tendência acompanhada “da redução da rentabilidade dos bancos angolanos” pelo “menor crescimento do produto bancário, aliado a um acréscimo dos custos de exploração e das provisões para crédito concedido”. No final da apresentação do relatório anual [com base em dados fornecidos pelo sector e pelo Banco Nacional de Angola (BNA)], a Delloite anunciou que vai lançar uma nova iniciativa, o Observatório para a Inclusão Financeira, com o objectivo de promover serviços bancários para toda a população. De acordo com a consultora, em 2012, “a economia angolana continuou o percurso de recuperação que já tinha iniciado em finais de 2009” e “apesar da evolução ter acompanhado a dinâmica de crescimento, nomeadamente referente aos depósitos e crédito concedido”, as demonstrações financeiras vieram revelar “a evolução negativa de alguns indicadores da actividade”, uma tendência que traz “novos desafios à gestão da receita e do risco”. O relatório que acaba de ser tornado público indica que “o número de cartões de crédito e débito vivos” cresceu cerca de 16%, enquanto a “rede de terminais, o número de Caixas Automáticos (ATM) e Terminais de Pagamento Automático (TPA)”, aumentaram 24% e 29% respectivamente. Já o produto bancário aumentou “para cerca de 350 mil milhões de kwanzas”, ficando-se por um crescimento de 5% face a 2011.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo
Os hooligans voltaram a atacar no futebol russo
Adeptos do Spartak Moscovo envolvidos em confrontos com a polícia durante um jogo da Taça da Rússia. (...)

Os hooligans voltaram a atacar no futebol russo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Adeptos do Spartak Moscovo envolvidos em confrontos com a polícia durante um jogo da Taça da Rússia.
TEXTO: Esta não está a ser uma boa semana para a imagem do futebol na Rússia, que vai receber o Mundial em 2018. Depois da condenação do CSKA Moscovo por insultos racistas dos seus adeptos a Yaya Touré, do Manchester City, outro clube de Moscovo, o Spartak esteve envolvido em demonstrações de violência por parte de várias centenas dos seus adeptos durante uma deslocação da equipa ao terreno do Shinnik Yaroslavl, a contar para a Taça da Rússia. Os adeptos do Spartak aproveitaram a segurança menos apertada do estádio do Shinnik, equipa da II Divisão, e entraram no recinto com bombas de fumo e “very lights”, que começaram a ser arremessados para o relvado mesmo antes de começar o jogo. As imagens mostram ainda um grupo de adeptos com uma bandeira nazi. A situação piorou na segunda parte do jogo, altura em que os adeptos entraram em confronto com a polícia de choque. Começaram por arrancar cadeiras e avançaram para a invasão de campo. O jogo foi suspenso aos 53’ e as autoridades tentaram controlar os hooligans com canhões de água. O encontro acabaria por ser retomado 20 minutos depois, com o Spartak a marcar o único golo do jogo. De acordo com Alexander Shikhanov, porta-voz da polícia, citado pela agência RIA Novosti, 78 pessoas foram presas após os incidentes. Ainda segundo a mesma fonte, os adeptos do Spartak entraram no estádio com as bombas e os “very lights” escondidos nas “partes íntimas” e em moldes de gesso que simulavam fracturas. Este incidente ocorrido nesta quarta-feira é o mais grave ocorrido no último ano na Rússia a envolverem adeptos violentos. Em 2012, Anton Shunin, guarda-redes do Dínamo de Moscovo, sofreu lesões num olho após ter sido atingido por um “very light” durante um jogo em casa do Zenit São Petersburgo. “Agora, todos compreendemos: se esta violência criada pelos adeptos não acabar, vai ser o fim do futebol no nosso país”, escreve o jornal russo Sport Express num editorial com o título “Ou eles, ou o futebol”. Já nesta semana, o CSKA havia sido condenado pela UEFA devido aos cânticos racista dirigido a Yaya Touré, médio costa-marfinense do Manchester City, durante um jogo a contar para a Liga dos Campeões realizado no Arena Khimka, em Moscovo. O organismo que tutela o futebol europeu condenou o clube russo a ter de disputar o seu próximo compromisso caseiro na Champions (a 27 de Novembro, com o campeão europeu Bayern Munique) à porta fechada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência campo racista
Pela primeira vez, Washington ouviu o que têm a dizer as vítimas dos drones
Filho e netos de mulher morta em 2012 na região tribal paquistanesa foram ao Congresso americano falar do sofrimento que os ataques lançados pela CIA contra a Al-Qaeda estão a causar (...)

Pela primeira vez, Washington ouviu o que têm a dizer as vítimas dos drones
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Filho e netos de mulher morta em 2012 na região tribal paquistanesa foram ao Congresso americano falar do sofrimento que os ataques lançados pela CIA contra a Al-Qaeda estão a causar
TEXTO: O céu estava "particularmente azul" naquela tarde de 24 de Agosto de 2012 em Tappi, na região paquistanesa do Waziristão do Norte. Mammana Bibi, parteira da aldeia, colhia legumes no quintal, rodeada pelos netos. No dia seguinte começava o Id al-Adha, a festa do fim da peregrinação a Meca, e a família preparava-se para as celebrações. Sem aviso, um míssil atingiu o quintal - o corpo de Mammana ficou desfeito, dois netos ficaram feridos. Um ano depois, os dois sobreviventes, acompanhados pelo pai, foram ao Congresso norte-americano pedir o fim dos ataques com drones, os aviões não-tripulados que se tornaram a principal arma dos Estados Unidos contra a Al-Qaeda. A audição de terça-feira foi a primeira oportunidade dada às vítimas de mostrarem à opinião pública americana que há rostos por trás das estatísticas, que há sofrimento escondido nos comunicados em que se anuncia a morte de um comandante taliban ou de um operacional da Al-Qaeda. O Waziristão do Norte, região tribal junto à fronteira com o Afeganistão, é um terreno fértil para os extremistas islâmicos e, por isso, um alvo preferencial dos drones - aconteceram ali mais ataques do que em qualquer outra região do Paquistão. "Enquanto ajudava a minha avó, podia ver e ouvir os drones lá em cima, mas não me preocupei. Por que me havia de preocupar? Nem eu nem a minha avó éramos militantes", contou Zubair, agora com 13 anos, recordando os momentos antes das explosões que lhe cravaram estilhaços na perna. A irmã Nabila, de nove anos, completou a reconstituição: "Ficou tudo negro e não conseguia ver nada, mas ouvi um grito. Não sei se foi a minha avó, porque não a conseguia ver". "Fiquei muito assustada e comecei a correr, mas senti qualquer coisa na mão e quando olhei vi que tinha sangue. Tentei estancá-lo, mas continuava a correr", recordou, antes de mostrar um desenho a lápis em que recorda o ataque. Os dois irmãos foram levados para o hospital e foi ali que o pai, Rafiq ur Rehman, os encontrou depois de, no regresso a casa, ter descoberto que a família fora bombardeada e o que restava do corpo da mãe tinha já sido sepultado. "Nunca ninguém me explicou por que é que a minha mãe foi atacada. Alguns jornais disseram que o ataque tinha sido contra um carro, mas não há estrada junto à casa da minha mãe. Outros disseram que o ataque foi contra uma casa, mas os mísseis atingiram um campo. Também escreveram que foram mortos quatro, cinco militantes. Mas uma única pessoa morreu - foi Mammana Bibi, avó e parteira da aldeia, que se preparava para celebrar o Id. Não foi um militante, foi a minha mãe". SecretismoO lamento de Rafiq, um professor nascido numa família de professores, reforça as denúncias das organizações de direitos humanos que esbarram no secretismo do programa que a CIA opera no Paquistão desde 2004. Os serviços secretos, o Pentágono e a Casa Branca não divulgam estatísticas sobre a operação - entretanto alargada ao Iémen e à Somália - e recusam comentar a morte de civis. "O secretismo que rodeia o programa dá à Administração americana uma licença para matar", acusou a Amnistia Internacional num relatório divulgado na semana passada. A organização investigou nove dos 45 ataques lançados desde Janeiro de 2012 no Waziristão e concluiu que vários podem configurar "crimes de guerra ou execuções extrajudiciais". O ataque que matou Bibi é um deles. À falta de estatísticas oficiais, há várias tentativas de fazer um balanço sobre o número de civis mortos nos ataques, lançados a partir de salas de controlo a milhares de quilómetros de distância. Uma investigação recente das Nações Unidas calcula que pelo menos 400 civis foram mortos desde o início da operação, mas o London"s Bureau of Investigation, que há vários anos monitoriza os ataques, diz que os drones mataram entre 308 a 789 inocentes desde 2008 - de um total de mortos que andará entre os 2300 e os 3400. O Paquistão, que depois do aval inicial tem exigido vezes sem conta o fim dos ataques (ainda que seja acusado de os apoiar em segredo), entregou ontem um relatório aos Senado americano em que diz que os "317" bombardeamentos lançados pelos EUA nos últimos seis anos mataram 67 civis e 2160 militantes. Num discurso em Maio, o Presidente Barack Obama insistiu que as operações da CIA são essenciais no combate à Al-Qaeda - desde a sua chegada à Casa Branca, em 2008, o número de ataques no Paquistão disparou. Mas revelou que estavam já em vigor novas regras para responder às denúncias: os drones só interviriam em caso de "ameaça iminente", quando não houvesse condições para efectuar a captura dos suspeitos e não existisse "outro país em condições de responder à ameaça", e sempre na condição de haver "certeza quase absoluta" de que não havia risco para os civis. Mas um relatório da Human Rights Watch sobre as operações da CIA no Iémen, divulgado em simultâneo com o da Amnistia, concluiu que as acções da CIA não respeitam as novas regras e alega que vários dos ataques que investigou violam o direito internacional (por terem visado apenas civis) ou as leis da guerra (foram atacados alvos ilegítimos ou usada força desproporcionada). Alan Grayson, o congressista democrata que convidou a família Rehman a Washington e é um acérrimo opositor das guerras lançadas pelos EUA, apresentou a morte de Mammana como uma prova de que Washington deve pôr fim aos ataques com drones. "Invadir o céu de um país não é diferente de invadir o terreno", disse na audição de terça-feira. Um apelo que dificilmente terá eco no Congresso. Um sinal disso é que os outros quatro congressistas que se sentaram na sala a ouvir o depoimento da Rafiq e dos filhos se limitaram a pedir mais transparência da Administração e a sugerir que os EUA indemnizem as vítimas dos ataques. Rafiq não perdeu, no entanto, a oportunidade de deixar um apelo: "Peço aos americanos que nos tratem como iguais e se assegurem que o seu Governo nos reconhece os mesmos direitos humanos que garante aos seus cidadãos. Não matamos o nosso gado como os EUA estão a matar seres humanos no Waziristão. "
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Eclipse parcial do Sol visível no domingo em Portugal
Quem estiver na zona equatorial de África vai poder ver um eclipse total. O próximo eclipse observável em território português será em 2015. (...)

Eclipse parcial do Sol visível no domingo em Portugal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-11-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quem estiver na zona equatorial de África vai poder ver um eclipse total. O próximo eclipse observável em território português será em 2015.
TEXTO: No próximo domingo, a 3 de Novembro, olhe-se para o céu por volta do meio-dia. Uma pequena sombra vai cair sobre Portugal continental, que será mais escura nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Um eclipse parcial do Sol estará a essa hora em crescendo, atingindo o pico, em Lisboa, às 12h23, com 14% do Sol ocultado. Mas quem estiver na região equatorial de África vai ter direito ao fenómeno completo. No Gabão, às 13h52 (hora de Lisboa), a Lua vai passar em frente à Terra e tapar completamente o Sol. Países vizinhos vão conseguir ver um eclipse parcial considerável. Em Cabo Verde, o Sol vai ficar 85% encoberto às 11h59 (hora de Lisboa). Em Bissau, será de 82%, às 13h44; e em Luanda será de 73%, às 14h02. São Tomé vai ter um eclipse quase completo: 98% do Sol vai ficar escondido às 13h44. O fenómeno astronómico será ainda visível no leste da América do Norte, no Norte da América do Sul, no extremo da Europa Ocidental, na África e no Médio Oriente. Em Portugal continental, a sombra do eclipse vai aumentando de norte para sul. Segundo dados do Observatório Astronómico de Lisboa, em Bragança vai ver-se uma sombra ténue. O eclipse parcial começará aqui às 11h53 e terminará às 13h01. Só 7, 5% do Sol é que ficará ocultado, provocando um obscuridade de 2, 4%. Em Faro, o eclipse dura entre as 11h35 e as 13h18, com 16% de ocultação do Sol às 12h26, com uma obscuridade de 7, 9%. Os Açores e a Madeira estão mais próximos da linha em que o eclipse vai traçar na Terra. Em Ponta Delgada, o Sol vai ficar 33% oculto, com 21, 7% de obscuridade. Aqui, o eclipse parcial inicia-se às 9h47 (hora local) e termina às 11h52, sendo a maior fase às 10h47. No Funchal, o eclipse iniciar-se-á às 10h58, atingindo a maior fase às 12h05 e terminando às 13h17. O Sol irá ficar tapado em 34% e os madeirenses vão observar uma obscuridade de 22, 6%. O Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, em São Pedro do Estoril, perto de Cascais, abrirá as portas abertas e terá telescópios apontados ao céu no domingo para ver o eclipse parcial do Sol, entre as 11h30 e as 13h30. A participação é gratuita. No Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra, a partir das 11h, vai haver um conjunto de actividades sobre o eclipse parcial do Sol. A iniciativa, chamada Uma Dentadinha no Sol, conta com a palestra Eclipse Solar? O que É?, a observação do fenómeno pelo telescópio, uma visita à colecção do observatório e, finalmente, uma ligação em directo com São Tomé e Príncipe, onde o eclipse será quase total. Esta última actividade integra-se num programa denominado Eclipse 2013 – História e Ciência no Príncipe, a ocorrer no país africano, que conta com o apoio de algumas instituições portuguesas como o Museu de Coimbra ou o Observatório Astronómico de Lisboa. Durante a observação do eclipse é importante usar óculos e filtros especializados, pois não há outra forma de olhar para o Sol com segurança. Sem filtros, olhar para o Sol pode causar cegueira. O próximo eclipse solar observável em Portugal ocorrerá em 2015. Notícia actualizada com informação sobre a actividades em Coimbra.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
"Querem meter-nos medo. Mas vão ter de libertar Nito Alves"
Adolfo Campos é amigo do jovem de 17 anos que está detido há 50 dias em Angola. Amnistia Internacional junta-se à campanha para a libertação de Nito Alves. (...)

"Querem meter-nos medo. Mas vão ter de libertar Nito Alves"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.6
DATA: 2013-11-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Adolfo Campos é amigo do jovem de 17 anos que está detido há 50 dias em Angola. Amnistia Internacional junta-se à campanha para a libertação de Nito Alves.
TEXTO: Manuel Baptista Chegonde Nito Alves já esteve em três prisões diferentes desde 12 de Setembro. Nesse dia, o jovem de 17 anos foi levado por agentes da polícia para uma casa vazia no campo para ser interrogado, antes de ser transferido para uma cela solitária da Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC). Só três semanas depois conseguiu falar com o seu advogado e a família, que agora o pode visitar na Comarca Central de Luanda uma vez por semana. Nito Alves esteve várias semanas sem saber de que era acusado. Os advogados pediram a sua libertação, invocando a lei angolana que determina que um menor não pode ficar detido em prisão preventiva. Pediram também a liberdade provisória, até um eventual julgamento. Não tiveram resposta. Invocaram, para tentar a sua libertação, as várias "ilegalidades" – como o facto de Nito Alves ter sido interrogado sem a presença de um advogado e sem ter podido ter contacto com o seu defensor durante três semanas. Entretanto, ficaram a saber que Nito Alves é acusado por ultraje ao Presidente. O jovem do Movimento Revolucionário, que contesta o poder de Luanda, é o primeiro angolano a ser visado por essa acusação, introduzida na alteração à Lei dos Crimes contra a Segurança do Estado de 2010. Está preso há 50 dias. Já passou pela cadeia de Viana, nos arredores de Luanda, e está agora na Comarca Central de Luanda, conhecida como CCL, no município de Sambizanga. Uma prisão, como outras em Angola, onde as condições são "desumanas". "Um terror", diz ao PÚBLICO Adolfo Campos, amigo de Nito Alves e, como ele, elemento do Movimento Revolucionário que denuncia "a corrupção, o excesso de poder e de tempo no poder" de José Eduardo dos Santos. Também Adolfo Campos já esteve preso: 45 dias, em 2011, com outros colegas do movimento, depois de uma manifestação. Campanha alarga-se"O crime de injuriar a República de Angola ou o Presidente de Angola 'em lugares públicos ou disseminando palavras, imagens, escritos ou sons', é punível com uma pena que pode ir até três anos de prisão", lembrou há duas semanas a Human Rights Watch (HRW), que considera ser esta situação uma "flagrante violação dos direitos de expressão" e pede a libertação de Nito Alves. Já em 2010, esta organização de direitos humanos considerara que a nova lei da segurança do Estado, com a introdução deste artigo, não respeitava a liberdade de expressão e de reunião. Esta semana, também a Amnistia Internacional se juntou às campanhas pela libertação do jovem, "preso de consciência". "Se um rapaz de 17 anos, por representar uma ameaça, leva os responsáveis [de Angola] a desprezar as leis, então ninguém está seguro de que os seus direitos serão respeitados", escrevia a directora adjunta para África da HRW, Leslie Lefkow, no início do mês de Outubro. O activista angolano Rafael Marques, no seu site Maka Angola, elogiou Nito Alves como "o rapaz que abalou o regime". Dias depois, era o escritor José Eduardo Agualusa quem homenageava o jovem num texto intitulado Nito Alves: a Coragem que Nos Salva. "Um regime que prende adolescentes pelo crime de pensarem é um regime condenado ao falhanço. (. . . ) Acontece que, enquanto a cobardia de José Eduardo dos Santos nos envergonha a todos, angolanos, a coragem do jovem Nito Alves nos salva e enobrece", escreveu Agualusa no texto que circulou nas redes sociais, e no qual o escritor dizia que, embora não concordasse com os termos em que Nito Alves expressou a sua revolta, partilhava-a. "A revolta dele também é a minha. A coragem, essa, é só dele. "Nito Alves foi preso por mandar imprimir t-shirts com a fotografia de José Eduardo dos Santos e as palavras "fora", "ditador" e "nojento". Nas costas, dirigia-se ao "povo angolano" lembrando o título de um livro do jornalista Domingos da Cruz: Quando a Guerra É Necessária e Urgente. O objectivo era mobilizar o maior número de jovens para uma manifestação, a 19 de Outubro, a contestar o poder e, mais uma vez, como todas as acções do Movimento Revolucionário, a lembrar o desaparecimento de dois outros activistas a 27 de Maio de 2012, Elias Cassule e Alves Kamulingue. Os dois jovens nunca mais foram vistos desde esse dia em que foram levados separadamente, quando participavam numa vigília, a recordar as execuções e desaparecimentos de milhares de pessoas em resposta à fracassada revolta de Nito Alves e José Van Dunem em 27 de Maio de 1977, nascida dentro do MPLA contra a via seguida pelo então Presidente Agostinho Neto. (Foi esse Nito Alves da revolta dos anos 1970 que inspirou o jovem agora preso a adoptar o seu nome). "Querem meter-nos medo""Cada dia que passa, aperta-se mais o círculo", diz Adolfo Campos. O movimento está inevitavelmente em crise, mas vai continuar "a acção até que o regime mude de atitude" e liberte Nito Alves. "Obviamente, não vamos aceitar perdermos pessoas todos os dias", acrescenta, lembrando os dois desaparecidos e os vários jovens ameaçados ou presos em acções de contestação ao poder nos últimos dois anos. Adolfo Campos foi um dos 19 jovens presos em Setembro de 2011, quando o movimento dava os primeiros passos, inspirado nas revoltas árabes na Primavera desse ano. Esteve um mês e meio na cadeia. "Eu pensava que não ia sair mais. " Foi torturado, ficou inanimado durante quatro horas. "Eu não esperava respirar mais. "Adolfo Campos tem 34 anos, o dobro da idade de Nito Alves. Une-os o Movimento Revolucionário de revolta contra os 34 anos de José Eduardo dos Santos no poder – os mesmos que tem Adolfo Campos hoje. "Desde que nasci, não tive outro Presidente. " E as coisas "só têm piorado", diz. "O país não tem liberdade. É uma ditadura autêntica. Muita tropa, muita polícia, para as pessoas não poderem fazer as suas escolhas. "A sua escolha foi Engenharia Mecânica. Formou-se na África do Sul, voltou, tentou vários empregos, com entrevistas aprovadas, mas sem seguimento. "Não consigo trabalhar porque sou contra o regime. " E conclui: "Querem meter-nos medo. Pensam que a detenção do Nito Alves nos vai pôr a pensar de forma diferente. Mas não. Bem ou mal, vão ter de o libertar. "
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Brasileira Petrobrás pretende fechar 38 empresas no estrangeiro até 2015
A operação em Portugal é apontada pela imprensa brasileira como uma das que a parceira da Galp poderá vir a encerrar. (...)

Brasileira Petrobrás pretende fechar 38 empresas no estrangeiro até 2015
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A operação em Portugal é apontada pela imprensa brasileira como uma das que a parceira da Galp poderá vir a encerrar.
TEXTO: A Petrobrás pretende concentrar os seus investimentos no pré-sal brasileiro e por isso tem em marcha um plano de desinvestimento de operações no exterior que poderá levar a 38 encerramentos até 2015. No âmbito desta nova estratégia de crescimento que aposta na exploração de petróleo em águas profundas ao largo da costa brasileira, Portugal, Austrália, Irão, Nova Zelândia, Turquia e Líbia são operações que estão em processo de encerramento, noticiou o site do jornal O Estado de São Paulo. Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial da Petrobrás em Portugal afirmou que “este é um assunto na mira da empresa”, mas sobre o qual “não existem, de momento, comentários a fazer”. De acordo com o site da Petrobrás, a empresa, que está presente em Portugal desde 2007, é actualmente operadora de sete blocos em águas profundas, quatro na bacia de Peniche (Camarão, Amêijoa, Mexilhão e Ostra) e três na bacia do Alentejo (Gamba, Santola e Lavagante), com uma participação de 50% em cada um deles. Em ambas as operações, a empresa é parceira da Galp. Em entrevista ao canal ETV, em Janeiro de 2012, o presidente da empresa em Portugal, José Freitas, reafirmou a convicção da existência de petróleo no país, salientando, então, que a bacia do Alentejo parecia “ser mais promissora do que a bacia de Peniche" e que a Petrobrás estaria preparada para "perfurar um poço em 2013". Segundo O Estado de São Paulo, quando a presidente da Petrobrás, Graça Foster, assumiu a presidência da empresa, em 2012, o portefólio internacional da companhia englobava 23 países, hoje conta 17 operações internacionais e vai continuar a encolher. Outra das alterações previstas passa pela transferência das operações em África (Nigéria, Angola, Gabão, Benin, Namíbia e Tanzânia) para uma joint-venture entre a Petrobrás e o grupo financeiro BTG Pactual (o mesmo que já anunciou pretender integrar a estrutura accionista da nova empresa que resultar da fusão entre a Portugal Telecom e a Oi) para a exploração e petróleo de óleo e gás em África.
REFERÊNCIAS:
“Este prémio não é meu, este prémio é de Angola”
Prémio José Saramago atribuído ao escritor angolano Ondjaki pela obra Os Transparentes. O leitor confronta-se com uma crioulização radical da língua portuguesa, diz o júri. (...)

“Este prémio não é meu, este prémio é de Angola”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Prémio José Saramago atribuído ao escritor angolano Ondjaki pela obra Os Transparentes. O leitor confronta-se com uma crioulização radical da língua portuguesa, diz o júri.
TEXTO: À oitava edição, o Prémio Literário José Saramago foi para Ondjaki, escritor e poeta que nasceu em Luanda em 1977, autor do romance Os Transparentes, publicado pela Caminho em 2012 e que é um retrato de Angola. O prémio foi esta terça-feira anunciado na sede da Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos, em Lisboa. Numa cerimónia em que a poeta angolana Ana Paula Tavares, e um dos membros do júri, fez o elogio do autor e da obra distinguida por unanimidade. "Este prémio não é meu, este prémio é de Angola. " Foi assim que Ondjaki agradeceu o prémio, no valor de 25 mil euros. "Eu não ando sozinho, faço-me acompanhar dos materiais que me passaram os mais velhos. Na palavra 'cantil' guardo a utopia, para que durante a vida eu possa não morrer de sede. ""Este é um livro sobre uma Angola que existe dentro de uma Luanda que eu procurei escrever e descrever. Fi-lo com o que tinha dentro de mim entre verdade, sentimento, imaginação. E amor. É uma leitura de carinho e de preocupação. É um abraço aos que não se acomodam mas antes se incomodam. É uma celebração da nossa festa interior, trazendo as makas, os mujimbos, algumas dores, alguns amores. Penso que todos queremos uma Angola melhor", disse o escritor no seu discurso de agradecimento. Instituído pela Fundação Círculo de Leitores, o prémio, que é atribuído de dois em dois anos, distingue uma obra literária no domínio da ficção, romance ou novela, escrita em língua portuguesa, por um autor com idade não superior a 35 anos à data da publicação do livro, e cuja primeira edição tenha saído em qualquer país lusófono. Na acta do júri, Ana Paula Tavares escreve que com Os Transparentes "o escritor angolano cumpre o que há muito se anunciava: a construção de um grande livro fiel a linhagens literárias mais antigas e que pode ler-se na travessia das linguagens de cada um". "A língua portuguesa ganha o tom, liga todas as mensagens, renova-se sem concessões e aparece fresca e milagrosa como as águas à solta do rés-do-chão do lugar central do romance", acrescenta ainda Ana Paula Tavares, para quem este é um livro de maturidade do autor. "O seu encanto pela infância continua presente, mas já estamos no registo adulto do olhar crítico e mordaz que é lançado sobre o tempo, a História e as respectivas legitimações políticas. A ironia e o humor continuam a caracterizar a escrita de Ondjaki, tornando a leitura de Os Transparentes muito fluída e agradável, sobretudo quando o romance obriga o leitor a se confrontar com uma crioulização mais radical e criativa da língua portuguesa. "O júri do Prémio José Saramago foi, também nesta edição, presidido pela directora editorial do Círculo de Leitores, Guilhermina Gomes, e composto ainda pela escritora e académica brasileira Nelida Piñon; pela poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares; pela "presidenta" da Fundação José Saramago, Pilar del Río, e pelo poeta e escritor Vasco Graça Moura. Por escolha da presidente Guilhermina Gomes, integraram também o júri Manuel Frias Martins, Maria de Santa Cruz e Nazaré Gomes dos Santos. Vasco Graça Moura foi surpreendido neste romance de Ondjaki, pela "maneira como a sua utilização da língua portuguesa é, não só capaz de captar com maior naturalidade as mais diversas situações num contexto social tão diferente do nosso, mas comporta em si mesma fermentos de uma inovação que espelha com força e realismo um quotidiano vivido na sua trepidação e também funciona eficazmente ao restituí-lo no plano literário. É essa uma das vias possíveis da nossa língua na sua variante angolana. "Para Maria de Santa Cruz, Os Transparentes "é um romance experimental, de original e criativa estruturação que se espelha, em mise en abîme, na narração, convocando os mais diversos tipos de discurso". Nas edições anteriores, o Prémio José Saramago foi atribuído aos portugueses Paulo José Miranda, por Natureza Morta, em 1999, e José Luís Peixoto, por Nenhum Olhar, em 2001. À brasileira Adriana Lisboa, Sinfonia em Branco, em 2003, aos portugueses Gonçalo M. Tavares, Jerusalém, 2005, Valter Hugo Mãe, O Remorso de Baltazar Serapião, 2007, e João Tordo, As Três Vidas, em 2009, e à brasileira Andréa del Fuego, Os Malaquias, em 2011. Poeta, prosador, Ondjaki – que significa "guerreiro" em umbundu – visita também a escrita para crianças, o teatro, a pintura e o documentário. Formado em Sociologia, completou o doutoramento em Estudos Africanos em Itália. Distinguido em 2000 com a Menção Honrosa do Prémio António Jacinto pelo seu primeiro livro de poesia (actu sanguíneu), em 2005 obtém o Prémio António Paulouro pelo livro de contos E Se Amanhã o Medo, e o Grande Prémio APE em 2007 por Os da Minha Rua. Em 2010, recebe o Prémio Jabuti (categoria juvenil) com Avó Dezanove e o Segredo do Soviético. Ainda no âmbito juvenil, publica A Bicicleta Que Tinha Bigodes distinguido com o Prémio Bissaya Barreto 2012 e com o Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (IBBY do Brasil) 2013.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social medo morta infantil
Rebeldes declaram cessar-fogo no Congo
Operação conjunta do exército da República Democrática do Congo e das forças da ONU conduziu à derrota dos rebeldes, pondo fim a um conflito com quase dois anos. (...)

Rebeldes declaram cessar-fogo no Congo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Operação conjunta do exército da República Democrática do Congo e das forças da ONU conduziu à derrota dos rebeldes, pondo fim a um conflito com quase dois anos.
TEXTO: O movimento rebelde M23 declarou esta terça-feira o fim da insurreição armada contra o Governo da República Democrática do Congo, após um conflito que durava há 20 meses, de acordo com a Reuters. As forças governamentais já haviam anunciado uma “vitória total” sobre o M23, depois de uma operação conjunta com as forças de segurança das Nações Unidas. Após a ofensiva militar de segunda-feira, Kinshasa revelou que as forças rebeldes que ainda restavam teriam apresentado a rendição ou fugido do país para o Ruanda, país que a ONU acusa de apoiar o M23. De acordo com o Governo, o líder militar rebelde, Sultani Makenga, terá sido um dos elementos a passar a fronteira. Os rebeldes afirmaram estar dispostos a adoptar “meios puramente políticos” e ordenaram os seus militantes a desarmarem. “O chefe do comando geral e todos os comandantes das maiores unidades são solicitados a preparar as suas tropas para o desarmamento, desmobilização e reintegração nos termos acordados com o Governo do Congo”, anunciou o líder político do M23, Bertrand Bisimwa, através de um comunicado, citado pela Reuters. A operação das forças especiais congolesas, com o apoio de uma brigada de capacetes azuis da ONU, conseguiu ocupar posições estratégicas na província do Kivu Norte, no nordeste do país, obrigando os rebeldes a recuar. “Podemos dizer que está terminado, mas nunca se sabe”, afirmou à BBC o porta-voz do Governo, Lambert Mende. “Aqueles que escaparam podem voltar em operações relâmpago, por isso temos de terminar tudo politicamente para termos a certeza de que as pessoas possam dormir tranquilamente sem nenhuma ameaça”, acrescentou. Desde o início do conflito, em Abril de 2012, que mais de 800 mil pessoas abandonaram as suas casas. A importância do RuandaO movimento M23, também denominado por Exército Revolucionário Congolês, está ligado ao Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), uma milícia armada que já tinha enfrentado o exército do país em 2006. A 23 de Março de 2009, data que deu o nome ao movimento rebelde, o CNDP assinou um acordo de paz com Kinshasa, transformando-se em partido político e integrando a sua facção armada no exército. No início de 2012, os membros do CNDP no exército congolês organizaram um motim contra as más condições e os baixo salários que recebiam. De acordo com alguns especialistas, a verdadeira razão para a rebelião do CNDP foi a promessa do Presidente congolês, Joseph Kabila, de julgar o antigo líder rebelde Bosco Ntaganda. Posteriormente, Ntaganda entregou-se à embaixada norte-americana no Ruanda e espera julgamento em Haia pelo Tribunal Penal Internacional. Desde então, o M23 estabeleceu um domínio militar na região do Kivu Norte, na fronteira com o Uganda e o Ruanda, tendo mesmo conquistado a capital provincial de Goma. A ONU acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde, acusação que o Governo de Kigali recusa. Foi para o nordeste do Congo que várias milícias hutus, responsáveis pelo genocídio, em 1994, de 800 mil tutsis no Ruanda, terão fugido. O Governo tutsi de Kigali tem, desde então, apoiado várias frentes armadas, entre as quais o M23 – composta maioritariamente por tutsis – para combater os hutus que ainda permanecem na região. Contudo, este conflito poderá ter sido diferente. Uma das razões para a derrota do M23 deverá ter sido o reduzido apoio do Ruanda, pressionado pela comunidade internacional. Os EUA, um dos maiores contribuintes para o orçamento militar do Ruanda, diminuíram o apoio dado, acusando o Governo de Kigali de apoiar os rebeldes congoleses. “Esta mudança no equilíbrio regional de forças diplomáticas resultou numa diminuição significativa do apoio do Ruanda ao M23”, explicou à BBC Ola Bello, do Instituto Sul-Africano de Assuntos Africanos. O papel das forças da ONU também foi preponderante para o cessar-fogo no Congo, falando-se mesmo numa mudança de paradigma da actuação dos capacetes azuis em conflitos armados. “A era da coabitação entre grupos amados e a ONU terminou”, referiu a uma rádio local o enviado especial Martin Kobler. Quanto às negociações de paz, os analistas consideram que uma solução terá sempre de incluir o Ruanda. “A menos que o Ruanda entre a bordo de um processo de paz definitivo, estaremos aqui outra vez daqui a um ano”, defendeu Michael Deibert, autor do livro Congo: Between Hope and Despair (Congo: Entre a Esperança e o Desespero, não traduzido), citado pelo The Economist. O grande problema é a permanência de numerosos grupos armados no leste do Congo, incluindo milícias hutus, que se não forem dominadas por Kinshasa irão atrair novamente o interesse do Ruanda.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Missão de empresários a Angola marcada para domingo foi cancelada
“Quando nós queremos viver em conjunto, é preciso que haja ambiente para que assim seja”, diz o ministro da Educação angolano. As relações entre os dois países continuam tensas. (...)

Missão de empresários a Angola marcada para domingo foi cancelada
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Quando nós queremos viver em conjunto, é preciso que haja ambiente para que assim seja”, diz o ministro da Educação angolano. As relações entre os dois países continuam tensas.
TEXTO: A missão de empresários de Lisboa às cidades angolanas de Luanda e de Benguela marcada para este fim-de-semana foi desmarcada pela associação Aerlis, devido ao recente clima de tensão entre Portugal e Angola. Já esta terça-feira tinha sido cancelada a primeira cimeira entre os dois países. “A missão foi adiada para um momento mais conveniente, tendo em conta os recentes desenvolvimentos no âmbito do relacionamento estratégico entre Portugal e Angola”, afirmou Vítor Ventura Ramos, presidente da comissão executiva da Associação Empresarial da Região de Lisboa (Aerlis), que organizou a deslocação. A missão era composta por um grupo de empresários de micro e pequenas empresas que, entre domingo e a sexta-feira seguinte, pretendiam agendar reuniões e promover contactos bilaterais para aproveitar as oportunidades de crescimento rápido da economia angolana. A Aerlis acredita que a missão vai voltar a ser agendada, quando melhorarem as relações políticas entre os dois países: “Temos a convicção de que esta situação será transitória”, disse Vítor Ventura Ramos. O Presidente angolano anunciou a 15 de Outubro a suspensão da parceria estratégica entre Luanda e Lisboa, dias depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, ter pedido desculpa por declarações polémicas a propósito de investigações do Ministério Público português a responsáveis de Luanda. Esta terça-feira, o ministro da Justiça angolano anunciou o cancelamento da cimeira com Portugal prevista para Fevereiro. Mas, esta quarta-feira, o ministro da Educação angolano, Pinda Simão, disse em Paris que “Angola não tem intenção de afectar a cooperação com Portugal” e defendeu que ambos os países devem mostrar “compreensão e respeito”. “Angola quis só chamar a atenção sobre um aspecto de relacionamento. Angola não pôs em causa as relações que tem com Portugal”, disse Pinda Simão, à margem da apresentação do programa Educação como Ponte Estratégica Brasil-África, na sede da UNESCO. O governante frisou que o seu país valoriza um “ambiente salutar, de boa convivência, de boa compreensão, de respeito, sobretudo”. “Quando nós queremos viver em conjunto, é preciso que haja ambiente para que assim seja”, acrescentou. Também o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, tem a convicção de que os governos angolano e português têm vontade de ultrapassar a actual tensão, que acredita não ser “tão dramática”. “São assuntos bilaterais que portugueses e angolanos irão saber ultrapassar. É um assunto sobre o qual a CPLP ainda não se debruçou, porque estamos convencidos de que tanto o Governo português como o Governo angolano têm toda a vontade de ultrapassar este momento, que não é assim tão dramático como se dá a entender nos órgãos de informação”, observou. À margem de um seminário no Instituto Internacional de Macau, Murade Murargy disse acreditar que “Angola e Portugal vão conseguir ultrapassar este momento”. “Quanto ao cancelamento da cimeira, não quer dizer que ela não se vá realizar, foi adiada, mas haverá um momento em que as partes se vão entender, acredito que sim”, concluiu.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO CPLP