Ilustradora portuguesa desenha colecção de selos para a ONU
Nações Unidas convida ilustradora científica Diana Marques a criar série filatélica sobre espécies animais ameaçadas (...)

Ilustradora portuguesa desenha colecção de selos para a ONU
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nações Unidas convida ilustradora científica Diana Marques a criar série filatélica sobre espécies animais ameaçadas
TEXTO: É portuguesa, vive em Portugal e desenhou uma colecção de selos para a ONU. A ilustradora científica Diana Marques assina a colecção de 2012 sobre espécies animais ameaçadas. Foi com surpresa que Diana recebeu o convite da directora de arte da Administração Postal das Nações Unidas. “Fiquei muito contente quando soube que vai chegar a tantas pessoas, em tantos países”, referiu ao P3. Trata-se de uma colecção que a ONU lança todos os anos para sensibilizar as pessoas para a fauna em perigo de extinção. Esta é a 20ª edição e estará à venda a 19 de Abril. O prazo era apertado (cinco semanas para ilustrar três folhas com quatro selos cada), por isso, o trabalho envolveu uma planificação cuidadosa. “Houve uma primeira fase de escolha das espécies, baseada numa lista proposta pela ONU; depois tirei uma semana para pesquisar referências e completar esboços. De seguida, parti para o trabalho final”, explica a Diana Marques. Os “modelos” escolhidos foram o leopardo das neves, o panda gigante, o tigre da sibéria, a iguana verde, o saguim cabeça de algodão, o camaleão orelhas de elefante, o gato do mato pequeno, o papagaio tigre, o lemur cabeça dourada, o axolote, o faisão do Bornéu e a coruja de máscara. Entre o rigor da ciência e a arte da ilustraçãoMais que um processo criativo, a ilustração científica assume-se como uma ferramenta de comunicação, que passa por “escolher uma estratégia para chegar às pessoas e dizer o que a ciência pretende dizer”. O equilíbrio entre a vertente estética e a vertente científica “é muito delicado e é importante ser um ilustrador científico a fazê-lo porque está preparado para tomar decisões”, destaca Diana Marques. Diana sempre viveu entre estas duas vocações. “São dois interesses que vivem lado a lado desde sempre, mesmo nos testes psicotécnicos tinha sempre classificações muito elevadas em ciências e em artes. Depois acabei por escolher estudar Biologia na faculdade, e estava no segundo ano quando vi o anúncio de um curso de ilustração científica, e é engraçado como “clicou” imediatamente”. Assim começou um percurso que a levou a ser um dos nomes mais sonantes da área, caminho que passou por uma pós-graduação na Universidade da Califórnia, e pelo trabalho no National Museum of Natural History da Smithsonian Institution, em Washington; no Queensland Museum, na Austrália; e no American Museum of Natural History, em Nova Iorque, entre outros. Ser ilustrador científico em PortugalSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Questionada sobre o motivo do regresso a Portugal, a ilustradora revela que quis “dar alguma contribuição para o panorama nacional”. “Há coisas que eu posso oferecer e espero que em retorno existam coisas que o país me pode dar também”, disse. A ilustração científica tem feito um percurso ascendente no nosso país. “Já é possível completar a formação por cá: existe um mestrado em Ilustração científica, do Instituto Superior de Educação e Ciências, em Lisboa, em colaboração com a Universidade de Évora, e abriu este ano uma pós-graduação na Universidade de Aveiro”, lembra Diana Marques. Ainda assim, a ilustradora alerta que “ainda há muito caminho para fazer, muitos mercados por explorar”, e que “sobretudo os produtores de ciência deveriam tirar mais partido da comunicação visual”.
REFERÊNCIAS:
daTerra traz o buffet vegan até ao Bairro Alto
Entradas, sopas, pratos quentes, em versão all you can eat vegetariano. A cadeia daTerra abriu o seu 11.º restaurante e chegou ao centro de Lisboa. (...)

daTerra traz o buffet vegan até ao Bairro Alto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Entradas, sopas, pratos quentes, em versão all you can eat vegetariano. A cadeia daTerra abriu o seu 11.º restaurante e chegou ao centro de Lisboa.
TEXTO: Para começar, um esclarecimento. O daTerra, cadeia de restaurantes que nasceu em Matosinhos em 2007 e que acaba de abrir o seu segundo restaurante em Lisboa, no Bairro Alto, apresenta-se como 100% vegetariano. Mas, na verdade, isto significa que é um espaço vegan – só não se identifica como tal, explica Filipe Pedroso, um dos sócios, porque “vegan é um estilo de vida” e o restaurante só assegura essa preocupação no que diz respeito à comida. “Veganizámos há cerca de dois anos”, conta Filipe, na apresentação do novo espaço em Lisboa (o primeiro na capital nasceu no CascaisShopping). Para as muitas variedades de saladas e pratos quentes que mudam diariamente não foi difícil fazer a adaptação ao veganismo, o mais complicado foram as sobremesas, mas também aí o desafio acabou por ser superado e foram encontradas alternativas para todos os produtos de origem animal. Existem também já sobremesas sem açúcar. “A ideia foi tentar dar a volta sem usar substitutos do açúcar, como o agave”, explica o responsável. “Na tarte de maçã, por exemplo, é possível fazê-lo apenas com a doçura da cozedura da maçã e com os frutos secos. ”Quem entra no daTerra do Bairro Alto encontra em frente a mesa do buffet, do qual se pode servir as vezes que quiser, onde todos os pratos, quentes e frios, estão identificados com etiquetas que indicam quais são sem glúten, sem açúcar, crus ou ainda os totalmente biológicos – uma opção que a cadeia de restaurantes ainda não conseguiu alargar a toda a sua oferta. “Começámos a ter algumas saladas ou pratos feitos de raiz que são totalmente bio. Já tivemos até um projecto em que tentámos cultivar os nossos próprios legumes, mas com o crescimento do mercado [a cadeia tem já 11 restaurantes] tornou-se difícil”, afirma Filipe. O maior problema no biológico é conseguir consistência no fornecimento “numa variedade de produtos e manter os preços finais para o consumidor”. Mas, mesmo que ainda subsistam algumas dificuldades, Filipe reconhece uma mudança muito grande se compararmos o cenário de hoje com o que existia em Portugal quando o daTerra se lançou, há onze anos. “O mercado dos restaurantes vegetarianos praticamente não existia. Havia o nicho dos macrobióticos, mas era difícil encontrar um lugar desprovido da questão mais filosófica, que fosse apenas um sítio descomprometido onde se pudesse comer comida vegetariana. O daTerra nasce nessa linha. ”A comida foi sempre mediterrânica, com “propostas de cozinha internacional”, desde os caris, que “são incontornáveis”, aos crepes vietnamitas, passando pelos couscous ou pelo sushi ou ainda pela inspiração da comida do Médio Oriente, onde “predominam os vegetais”. A tendência, agora, vai ser a de aumentar a oferta nos tais nichos sem glúten, sem açúcar, ou raw, que têm tido uma procura cada vez maior. Para saber o que há em cada dia, é aconselhável espreitar o menu que é disponibilizado no site semanalmente, com pratos como tofu com migas de grelos e frutos secos, abóbora com especiarias ao pesto de coco, folhados de brócolos e queijo creme ou polenta com ragu de cogumelos em vinho tinto. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O buffet de almoço, de segunda e sexta das 12h às 15h30, custa 8, 50 euros e inclui sopas (a sopa daTerra não leva batata), entradas, saladas e pratos do dia à escolha. À noite e aos fins-de-semana, o buffet passa a custar 11, 50 euros. Há ainda um buffet para crianças até aos dez anos, por 5, 50 euros. Existe também a possibilidade de levar para casa uma box, com o valor de 4, 50 euros no caso da pequena e 6, 50 euros na média. Rua da Rosa, 55, LisboaHorário: de segunda a domingo, entre as 12h e as 15h30 e entre as 19h30 e as 23hNa oferta de bebidas pode-se optar por sumos naturais (há sempre um sumo do dia), os sumos detox, os que são mais indicados para proteger o sistema imunitário (o Orange Julius, por exemplo, que inclui laranja, bebida de soja, baunilha e geleia de milho) e os smoothies.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave animal vegetariano veganismo
Já são conhecidas as 20 selecções que vão estar no Mundial 2019
O Canadá venceu nesta sexta-feira o torneio de repescagem, realizado em Marselha, e estará presente no Japão no próximo ano. (...)

Já são conhecidas as 20 selecções que vão estar no Mundial 2019
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Canadá venceu nesta sexta-feira o torneio de repescagem, realizado em Marselha, e estará presente no Japão no próximo ano.
TEXTO: Não houve surpresas e no próximo ano, no Japão, não haverá nenhuma selecção estreante na 9. ª edição de um Campeonato do Mundo de râguebi. Nesta sexta-feira, em Marselha, o Canadá derrotou Hong Kong, por 27-10, e garantiu a vitória no torneio quadrangular de repescagem, carimbando a presença no Mundial do próximo ano. Serão 12 estádios, 20 selecções e 48 jogos, mas entre 20 de Setembro e 2 de Novembro do próximo ano, o Mundial de râguebi será um reencontro entre velhos conhecidos – nas nove edições da competição, apenas 25 países conseguiram apurar-se. A: Irlanda, Escócia, Japão, Rússia e Samoa B: Nova Zelândia, África do Sul, Itália, Namíbia e Canadá C: Inglaterra, França, Argentina, Estados Unidos e Tonga D: Austrália, País de Gales, Geórgia, Fiji e UruguaiO torneio quadrangular de repescagem que terminou nesta sexta-feira em Marselha garantia ao vencedor o último lugar disponível no Mundial 2019, mas apesar da presença em Marselha de três países que nunca disputaram a fase final da prova (Alemanha, Quénia e Hong Kong), o Canadá confirmou o favoritismo e manterá o pleno: os canadianos nunca falharam um apuramento. Actual 21. º classificado do ranking da World Rugby e quarto na hierarquia das Américas, atrás da Argentina (9. º), Estados Unidos (13. º) e Uruguai (18. º), o Canadá derrotou no torneio de repescagem o Quénia (65-19), a Alemanha (29-10) e Hong Kong (27-10), frustrando as expectativas dos germânicos, que garantiram a presença no torneio após afastarem Portugal no último play-off da fase de qualificação europeia, beneficiando para isso da penalização imposta a Roménia, Espanha e Bélgica por utilização de jogadores elegíveis durante a fase de apuramento. Após ter marcado presença em 2007, Portugal voltou assim a falhar pela terceira vez consecutiva a qualificação, contribuíndo para isso o afastamento dos melhores jogadores portugueses das convocatórias das partidas da selecção nacional. A ausência dos atletas profissionais que competem no estrangeiro é um problema assumido que, no entanto, não tem sido resolvido pelas sucessivas direcções federativas. Sem Portugal, o Mundial de 2019 arrancará na manhã de 20 de Setembro, com um confronto entre os anfitriões japoneses, que há quatro anos protagonizaram uma das maiores surpresas de sempre em Campeonatos do Mundo ao derrotarem em Brighton a África do Sul, e a Rússia. O primeiro grande duelo está, no entanto, marcado para o dia seguinte, quando a Nova Zelândia, que no último Mundial se tornou na primeira selecção a vencer por três vezes o Campeonato do Mundo, defrontar os Springboks. Calendário da fase de grupos:20/09/19Japão-Rússia, em Tóquio (11h45)21/09/19Austrália-Fiji, em Sapporo (05h45)França-Argentina, em Tóquio (08h15)Nova Zelândia-África do Sul, em Yokohama (10h45)22/09/19Itália-Namíbia, em Higashiosaka (06h15)Irlanda-Escócia, em Yokohama (08h45)Inglaterra-Tonga, em Sapporo (11h15)23/09/19País de Gales-Geórgia, em Toyota (11h15)24/09/19Rússia-Samoa, em Kumagaya (11h15)25/09/19Fiji-Samoa, em Kamaishi (06h15)26/09/19Itália-Canadá, em Fukuoka (08h45)Inglaterra-Estados Unidos, em Kobe (11h45)28/09/19Argentina-Tonga, em Higashiosaka (05h45)Japão-Irlanda, em Shizuoka (08h15)África do Sul-Namíbia, em Toyota (10h45)29/09/19Geórgia-Uruguai, em Kumagaya (06h15)Austrália-País de Gales, em Tóquio (08h45)30/09/19Escócia-Samoa, em Kobe (11h15)02/10/19França-Estados Unidos, em Fukuoka (08h45)Nova Zelândia-Canadá, em Oita (11h15)03/10/19Geórgia-Fiji, em Higashiosaka (06h15)Irlanda-Rússia, em Kobe (11h15)04/10/19África do Sul-Itália, em Shizuoka (10h45)05/10/19Austrália-Uruguai, em Oita (06h15)Inglaterra-Argentina, em Tóquio (09h00)Japão-Samoa, em Toyota (11h30)06/10/19Nova Zelândia-Namíbia, em Tóquio (05h45)França-Tonga, em Kumamoto (08h45)08/10/19África do Sul-Canadá, em Kobe (11h15)09/10/19Argentina-Estados Unidos, em Kumagaya (05h45)Escócia-Rússia, em Shizuoka (08h15)País de Gales-Fiji, em Oita (10h45)Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. 11/10/19Austrália-Geórgia, em Shizuoka (11h15)12/10/19Nova Zelândia-Itália, em Toyota (05h45)Inglaterra-França, em Yokohama (09h15)Irlanda-Samoa, em Fukuoka (11h45)13/10/19Namíbia-Canadá, em Kamaishi (04h15)Estados Unidos-Tonga, em Higashiosaka (06h45)País de Gales-Uruguai, em Kumamoto (09h15)Japão-Escócia, em Yokohama (11h45)
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Tempo Setembro Novembro
Ljubomir Stanisic: “Estou farto de chefs a contarem a história de pratinhos. Quero é comer, falar alto, divertir-me”
Bósnia à mesa, Arte Povera, música, discursos de Tito, mesa comunitária, menus vegetarianos, cabeças de vaca no forno, entranhas — no novo 100 Maneiras vamos entrar na cabeça de Ljubo. E sabe-se lá o que iremos encontrar. (...)

Ljubomir Stanisic: “Estou farto de chefs a contarem a história de pratinhos. Quero é comer, falar alto, divertir-me”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento -0.14
DATA: 2018-12-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bósnia à mesa, Arte Povera, música, discursos de Tito, mesa comunitária, menus vegetarianos, cabeças de vaca no forno, entranhas — no novo 100 Maneiras vamos entrar na cabeça de Ljubo. E sabe-se lá o que iremos encontrar.
TEXTO: Ljubomir Stanisic fez 40 anos, editou, com a mulher, Mónica Franco, um novo livro (Bistromania - No Bistro como em Casa, na Casa das Letras), conquistou um milhão e meio de espectadores no primeiro episódio da segunda temporada de Pesadelo Na Cozinha, na TVI, e prepara-se para abrir, em Novembro, o novo 100 Maneiras, em Lisboa (na mesma Rua do Teixeira, mas no número 39). Conversámos com ele no dia da apresentação do livro, no Bistro 100 Maneiras. Apareceu cansado, com dores no corpo depois de ter participado no evento Chefs on Fire, mas igual a si próprio, irrequieto, apaixonado, terno, feliz, agitado, impaciente — “para que é que não tens paciência?”, perguntámos-lhe; deu uma gargalhada, “sei lá, para tanta merda, tenho mesmo muito pouca paciência, em geral”. Diz que o novo restaurante será um reflexo dele. Percebemos que haverá menus vegetarianos, que a Bósnia terá um lugar importante e que poderemos ouvir discursos de Tito na casa de banho. Mas, de resto, não sabemos o que esperar. Se o novo 100 Maneiras é feito à imagem de Ljubo, tudo pode acontecer. Uma coisa é garantida: não nos vamos aborrecer. O novo 100 Maneiras vai ser muito diferente do que era o restaurante até agora?Sim, acho que vai ser um pouco um espelho da minha vida — já nem é um espelho da minha cozinha. O restaurante já devia estar aberto, já está pronto, mas com o trabalho no [programa televisivo] Pesadelo na Cozinha não consigo mesmo, e não quero abrir o restaurante e não estar lá. Quero partir a loiça toda, quero ficar um ano fechado dentro do meu restaurante e cozinhar todos os dias e cagar em tudo o resto e não quero saber de eventos, congressos, televisões, nada. E que cozinha vais fazer?A cozinha vai reflectir um pouco a minha vida, a minha história toda, vai ter muita coisa desde que nasci, vai atravessar várias fronteiras. Começa pela cidade de Sarajevo, as bases de mesa da Bósnia, reflectir um pouco a minha infância, mas depois também a minha vida pela Europa, os sítios onde vivi, onde gosto de comer, vai ter histórias puras e duras, coisas do meu pai, a única receita que ele cozinhou até hoje, a única coisa que comi dele na vida, quero cozinhá-la, quero homenageá-lo. Que era?Uma cabeça de vaca assada no forno, assava sete horas, uma coisa genial. Fiz testes em casa e resultou lindamente. Ele cozinhou esse prato uma vez?Não, todos os meses, era a receita que ele fazia sempre e das poucas memórias que eu tenho dele. Gostava de recuperar a mesa da Bósnia, a história do pão de lá, de tudo o que faz parte da cultura bósnia, as cozeduras inversas, em que o fogo está por cima em vez de estar por baixo. Fomos [Ljubomir e Mónica] à Bósnia três vezes, levei a equipa toda para os formar. Acho que é altura de abrir um restaurante que me reflecte, que olha para o que eu sou quem sou actualmente e o que é que passei. Não quero pensar em técnicas de futuro, não quero estar ligado a cozinhas nórdicas, quero fazer uma coisa que acho que me identifica como ser humano, uma coisa rude, um pouco bruta até. Não ter medo de servir entranhas de todo o tipo no meio dos menus de degustação, obrigar as pessoas a comerem com as mãos. Quero ter uma mesa comunitária em frente da cozinha. Quero homenagear a Arte Povera, quero convidar pessoas para cozinharem comigo mas não é aquela coisa do chef convida um amigo, já fazemos isso há séculos, quero é apanhar um pescador, um pastor, uma senhora que faz queijos, convidá-los a virem comigo para o restaurante dois dias, quero ter um evento por mês que se chama Arte Povera, homenagear os produtos pobres, fazer uma cozinha rica com eles, oferecer [nessa noite] os vinhos aos clientes, sentá-los todos à mesma mesa. O resto do restaurante vai ter dois, três ou quatro menus, já tenho tantas ideias que não sei. Quero ter um grande menu vegetariano, porque cada vez me interessa mais a cozinha vegetariana. Mas vão ser só menus de degustação. A Arte Povera é uma coisa mais barata, à parte. Vai ser um pouco de Ljubo no prato. Voltei a descobrir o meu país, nos últimos três anos vou lá sempre, comprámos um camião de louça de lá com coisas feitas manualmente, cobres batidos à mão, encomendas especiais para nós. Voltei a reviver aquilo que sou, a memória que tinha apagado no pós-guerra. Dizem que o nosso cérebro retém essas informações todas, mas eu apaguei-as para não ter traumas, nunca quis pensar nessas merdas. Voltei a Sarajevo, chorei muito, libertei-me todo, a Mónica levou-me ao sítio onde me refugiei e comecei a voltar a apaixonar-me novamente pelo meu povo. Eu sou isto, porque é que estou a fugir? Porque é que estou a esconder-me de mim próprio? Voltei a encontrar coisas que de facto me identificam como pessoa. O menu vai ter um momento que se vai chamar bem-vindos à Bósnia, o resto é cozinha do Ljubomir, vai ter coisas minimalistas, coisas extraordinárias, coisas menos interessantes, experiências, não quero é só seguir tendências, queria seguir-me a mim um pouco, penetrar dentro da minha alma e tirar daqui aquilo que é para mim a alimentação. A principal coisa vai ser o produto, obviamente, estamos a recuperar coisas antigas portuguesas já perdidas, produções que ando a descobrir desde o Papa-Quilómetros [programa de televisão e livro], os queijos ilegais, toda a merda que é ilegal em Portugal, azeites não registados, coisas feitas na garagem, produtos únicos. O peixe-rei seco ao sol, a gata de Câmara de Lobos, ir buscar essas coisas que adoro. Quero viver a vida, quero viver a experiência, como dizia o [António] Variações. Até quando, não sei, quero é viver. Acho que a cozinha tem que transmitir isso um pouco, a comida, o restaurante, o espaço, a música, está tudo estudado ao pormenor, estamos há um ano a planear os sons que vão passar dentro da casa de banho, vozes portuguesas, coisas únicas, quando alguém se senta na sanita gostava que ouvisse o [antigo Presidente jugoslavo] Josip Broz Tito, num discurso que ele fez a unir a nação da Jugoslávia. Uma pessoa senta-se a cagar, não percebe o que o homem diz, mas vai arrepiar-se todo. Não estou a abrir um restaurante só de comida. Cada vez tenho mais a noção de que o resto é que é o restaurante, a música, as luzes, tudo faz parte. Vai ser um restaurante descontraído, estou farto dessas merdas de restaurantes em que vem um pratinho e o chef vem contar-nos a história. Quero é comer, falar alto, divertir-me. Mónica: Viajámos durante dois anos a fazer pesquisa gastronómica e não só. Há um bocadinho de tudo lá dentro e a única coisa que dá sentido é exactamente ser ele que junta isto tudo. Ele apercebeu-se que a Bósnia tem uma série de afinidades com a cultura gastronómica portuguesa. Há uma cultura de mesa muito similar. Ljubomir: Os cominhos são a principal especiaria de Sarajevo. A cataplana tem muito a ver com o nosso sac?, só que neste usa-se fogo inverso. No livro Bistromania - No Bistro como em Casa, há uma citação do [crítico gastronómico] Fernando Melo que diz que tu não estás preocupado em medir forças com os outros mas nunca paras de medir forças contigo próprio. Reconheces-te nisso?Grande frase, ninguém me podia descrever melhor. De onde vem isso?Sempre fui assim. Nunca tive um grande ídolo. Ando numa guerra pessoal comigo próprio, a exigir sempre mais de mim. Quero superar-me, curto mesmo desafios, mesmo a minha cena de mergulhar com os atuns todos os anos, aqueles mergulhos selvagens que são extremamente perigosos, dão uma adrenalina maior do que saltar de pára-quedas. São coisas que me dão uma pica, provas de que sou forte. Não ligo muito ao mundo exterior, respeito, completamente, mas estou-me a cagar. Isso tem a ver com a tua experiência na guerra [na Bósnia], em que podias morrer a qualquer momento?Deve ter. Queres viver cada dia… … sem medo, como se fosse o último. E o facto de há poucos anos teres estado doente teve também influência nisso?Sim, sem dúvida, acho que a vida é para se viver. Não estou a medir forças com ninguém, estou a melhorar-me a mim próprio, a dar forças ao meu ser, que é o que me dá pica. São as minhas olimpíadas, não estou a correr com ninguém, estou constantemente a tentar bater o meu recorde. E não quero ter ninguém na minha pista. Não há nada de que tenhas realmente medo?Mónica: Não tinhas, mas de há uns anos para cá começaste e ter, por causa dos filhos, foi o que me disseste. Ljubomir: Sim, quando faço certas coisas penso sempre neles os dois. Se vou mergulhar, quando vou abaixo de 15 metros paro. Antigamente não, ia a 20, 25, é um desafio do caraças, um gajo desmaia e morre em dois segundos. Eu gosto disso, mas como tenho miúdos há os 5% de consciência necessários. E medo de esgotares as ideias, de te aborreceres?Já esgotei ideias. Tive um momento, em Novembro de 2017, em que esgotei ideias. Achava que não tinha mais ideias. Depois, como é habitual, [a Mónica] já me conhece tão bem, disse ‘baza daqui, vai lá fazer as tuas coisas que gostas de fazer’. Fui para a ilha do Farol, isolar-me com as minhas merdas, fui para a caça na serra do Cercal, comecei a escrever e não conseguia parar, ela estava doida comigo. Mónica: Comprámos um bloco que é o bloco das ideias dele e 75% está preenchido. Ljubomir: Ideias de mil e uma coisas, de cheiros, do mergulho na ria Formosa, daquela anémona a que a pedra estava agarrada. Não tens medo de chegar ao fim dessa busca de ti próprio?Posso esgotar isso para o público, mas para mim próprio, nunca. Nem para a minha família. Quero acalmar também, a minha vida não é só isto, o que eu quero é ir para o mato, ter a cabrinha, ter o leitinho, viver numa serra, estar a curtir a vida, cozinhar para três pessoas, para cinco pessoas, quando me apetece. Tornámo-nos um team, a minha melhor sócia na vida é a Mónica, sem dúvida. Agora, os projectos [em que está envolvido] vão ter que ser todos cumpridos e, provavelmente vão surgir mais mil e um pelo caminho. Mas temos que criar um objectivo, ir fazer a nossa cena, exactamente aquilo que queremos fazer. Sabemos que queremos morrer juntos, até ao resto da vida. Tens essa coisa de quereres ser livre acima de tudo, mas por outro lado és muito disciplinado, fazes mil e uma coisas e isso implica uma grande dose de disciplina. O teu desejo de liberdade não traz com ele o caos. Como é que concilias esses dois lados?Não estaria onde estou se tivesse feito este caminho sozinho, é impossível. Fui um pouco mimado em casa desde pequenino, a minha irmã tratou de umas coisas, a minha mãe de outras, eu tinha liberdade para criar as minhas merdas, para viajar, para desafiar. Eu ainda hoje não sei onde se paga a água ou a luz, mas consigo angariar segurança para a família para o resto da vida. Não leio emails, perco chaves todas as semanas, do carro, de casa, já é uma piada. Mas coisas profissionais, que é preciso organizar, que são fundamentais para funcionar, tenho-as todas, ideias tenho-as todas, negociações tenho-as todas, e sei escolher e pôr pessoas nos postos certos. Não sou louco, gosto é muito de trabalhar, ensino as pessoas, e isso faz-me ser mais humano. Isto bate certo, porquê não sei. Tens uma t-shirt com o Anthony Bourdain…… é propositado, hoje estamos a lançar o livro do Bistro e há uns oito anos a Mónica disse-me: o Bourdain vem ter contigo. Foi três anos antes de ele vir, não contámos isso a ninguém e na verdade fui o primeiro chef que ele contactou antes de vir para cá. Estivemos com ele três dias espectaculares. Ele deu um carimbo no passaporte do Bistro, uma coisa justa, o Bistro nunca quis entrar nos guias, entrou no outro lado, Monocles ?[a revista que o considerou o Melhor Restaurante em 2017] e Bourdains da vida, uma cena mais cultural, mais alternativa, uma coisa que eu adoro. Ele foi um bon vivant do caraças e para nós foi muito importante, estarmos com ele foi um Óscar. Trabalhamos diariamente para isto tudo, as coisas não caem do céu. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mónica: Ele foi dos primeiros que publicamente e mediaticamente assumiu a cozinha de uma forma diferente, não ia pela estrela Michelin mas pela comida, as pessoas, as histórias, que é muito a nossa inspiração. Parecia também uma pessoa com sede de viver, mas acabou por se matar. Tu, que falas tanto em viver até ao fundo, consegues perceber isso?Consigo, acho eu. Depois da morte dele ouço comentários a dizer ‘desculpo tudo mas não uma pessoa que tem uma filha e que se mata’. Eu desculpo perfeitamente. Quantas pessoas que marcaram a nossa vida já se mataram? Quantos músicos conhecemos que se suicidaram? E grandes escritores? São pessoas que influenciaram muito o mundo, aquele cérebro deve fazer qualquer coisa lá dentro, um clique. As pessoas acabam a vida da maneira que quiserem. É a puta da liberdade.
REFERÊNCIAS:
Senador americano quer travar morte de gatos em investigações médicas
Gatos com menos de três meses são usados na investigação da toxoplasmose. Proposta para que sejam adoptados deu entrada no Senado norte-americano. (...)

Senador americano quer travar morte de gatos em investigações médicas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0
DATA: 2018-12-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Gatos com menos de três meses são usados na investigação da toxoplasmose. Proposta para que sejam adoptados deu entrada no Senado norte-americano.
TEXTO: Um senador norte-americano apresentou uma proposta de lei para proibir o Departamento de Agricultura dos EUA de matar os gatos usados em experiências médicas. Segundo Jeff Merkley, eleito pelo estado do Oregon, o Departamento de Agricultura norte-americano pratica a eutanásia nos cerca de 100 gatos usados por ano nas investigações sobre a toxoplasmose. Os gatos usados têm até três meses de idade. A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um parasita presente nas fezes dos gatos, que pode originar uma doença grave ou até mortal em pessoas com um sistema imunitário debilitado, em particular grávidas e recém-nascidos. Os investigadores Departamento de Agricultura alimentam os gatos com comida infectada e depois colhem os ovos do parasita para serem usados em outras experiências. Depois disso, os gatos são eutanasiados, mas o senador Jeff Merkley quer que sejam dados para adopção depois de serem tratados. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas o Departamento de Agricultura norte-americano diz que não dá os gatos para adopção porque eles podem pôr em perigo a saúde dos seus donos. Para além disso, segundo a CNN, o departamento diz que faz "todos os esforços para minimizar o número de gatos usados nas investigações", e garante que o número referido pelo senador Merkley é "seriamente sobrestimado". Em resposta, o senador do Oregon disse que falou com especialistas que discordam da posição do Departamento de Agricultura: "O custo é mínimo e não há nenhuma razão para não se tratar os gatos e não os dar para adopção. "Uma versão da proposta apresentada esta semana no Senado foi entregue no mês passado na Câmara dos Representantes, e até agora recolheu o apoio declarado de 61 congressistas republicanos e democratas.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Siluro e cherne
Nos restaurantes e nas praças grassa um peixe igualmente destrutivo e assustador: a perca do Nilo. (...)

Siluro e cherne
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos restaurantes e nas praças grassa um peixe igualmente destrutivo e assustador: a perca do Nilo.
TEXTO: Se pensa que gosta de peixe leia aqui no PÚBLICO a reportagem urgente de Luciano Alvarez sobre os siluros gigantes que estão a comer vivo o rio Tejo. E pense segunda vez. Quantos são os peixes que gosta realmente de comer?Pensava eu já ter esquecido os pesadelos causados pelo episódio do Planet Earth 2 filmado em Albi na França, em que se vêem, nas margens do rio Tarn, os mesmos siluros a caçar e a comer pombos. Nos restaurantes e nas praças grassa um peixe igualmente destrutivo e assustador: a perca do Nilo. Apesar de ser um peixe de rio, criado em condições deploráveis, é bastante mais caro do que muitos peixes selvagens do mar. Há, por exemplo, a sarda, o sarrajão, a solha, a safia e o safio, mencionando apenas os mais apetitosos com nomes a começar por S. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Porquê? Não faço ideia. Não compreendo como é que um país com tanto peixe do mar relativamente barato gosta de comer um peixe de rio que sai tão caro. Será preguiça? Será ignorância?Ou será para fazer falcatruas? Uma das utilidades da perca do Nilo é passar por cherne. Então no meio de molhos que tudo tapam. . . Começou agora a época do magnífico cherne (Polyprion americanus). É um peixe muito caro mas muito bom, digno de comer cozido ou grelhado. Ganha-se muito em decorar o aspecto do cherne (a começar pela cabecinha característica) para saber reconhecê-lo. É a única maneira de termos a certeza de não sermos enganados. Isto é, até o provarmos. Nesta altura do ano nenhum outro peixe se aproxima de tal delícia.
REFERÊNCIAS:
Países França
Ainda sobre Marine Le Pen e a liberdade de expressão
Paddy Cosgrove tem de explicar melhor que créditos tem Marine Le Pen para falar sobre o tema. Ou então a Web Summit é um circo montado para dar dinheiro aos ganhar aos seus organizadores, onde qualquer bizarria como um homem (ou, neste caso, mulher) elefante ajuda a ganhar mais uns trocos. (...)

Ainda sobre Marine Le Pen e a liberdade de expressão
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Paddy Cosgrove tem de explicar melhor que créditos tem Marine Le Pen para falar sobre o tema. Ou então a Web Summit é um circo montado para dar dinheiro aos ganhar aos seus organizadores, onde qualquer bizarria como um homem (ou, neste caso, mulher) elefante ajuda a ganhar mais uns trocos.
TEXTO: Alpha Dallo é um rapper francês que responde pelo nome artístico de Black M, ou Black Mesrimes. O presidente da Câmara de Verdun convidou-o, em 2016, para participar nas comemorações do centenário da batalha que tornou a cidade tristemente célebre. Verdun conheceu uma das batalhas mais sangrentas da primeira guerra mundial, que opôs os exércitos alemão e francês durante dez meses em 1916 e provocou 700 mil mortos. Caras leitoras e caros leitores, são cerca de 2300 soldados mortos por dia, aproximadamente metade de cada lado do conflito. O objetivo era envolver os jovens, que muitas vezes não se interessam por cerimónias oficiais, mas a quem temos o dever de transmitir a história terrível e os sacrifícios das gerações precedentes, graças aos quais vivemos numa Europa livre, pacífica e democrática. Também em Portugal bandas como Buraka Som Sistema, Da Weasel, ou o vocalista destes, Carlão, antes conhecido por Pacman, tocam ou tocaram nas comemorações do 25 de abril, presumivelmente com o mesmo objetivo de integrar nas celebrações quem não adere a paradas militares e discursos oficiais. Contrariamente aos fãs de rap e hip-hop portugueses, os franceses não dançaram ao som de Black M em Verdun. O concerto foi anulado depois de declarações de vários responsáveis do partido de Marine Le Pen, incluindo a própria, o seu vice, Florian Philippot, e a sua sobrinha e deputada Marion Maréchal Le Pen terem incendiado as redes sociais de tal forma que as autoridades locais acabaram por desistir do evento, por receio de tumultos e sob ameaças à integridade física do presidente da Câmara e do músico. Marion Maréchal Le Pen não se coibiu de publicar um esclarecedor “Vitória!” no Twitter, poucas horas depois do anúncio da anulação. Black M respondeu passados três meses com o single “Je Suis Chez Moi”, ou seja, “estou em casa” – algo óbvio para a maior parte de nós, mas não para Le Pen, para quem a França pertence apenas a alguns franceses, com a cor de pele certa. Na canção, que inclui uma referência explícita ao tweet de Marion, afirma o orgulho em ser francês de origem guineense e a dificuldade de viver com o olhar por vezes esquivo dos seus compatriotas, talvez por ser demasiado escuro. Lembra o avô, senegalês que lutou pela França na segunda guerra mundial, o que devia ser irrelevante para o lugar de Black M num país democrático. O facto de o cantor se socorrer dos créditos bélicos do antepassado testemunha a violência que os nacionalistas da laia de Le Pen impõem aos seus compatriotas de outras etnias. No capítulo “defesa das liberdades fundamentais” do curriculum de Marine Le Pen, aconselho também uma pesquisa sobre as inúmeras queixas da imprensa local nos municípios com presidentes do Front National, ou uma análise à exclusão de alguns media da cobertura da candidatura presidencial da própria. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Antecipo que quem defendeu o direito da Web Summit a convidar Le Pen em nome da liberdade expressão, como João Miguel Tavares nas páginas do PÚBLICO, entende que a diferença entre nós, os democratas liberais, e Marine Le Pen, é que nós lhe permitimos que se exprima livremente. Mas uma coisa é tolerar a existência de um partido como o seu ou que ela visite Portugal – como já fizeram outros membros do seu partido – a convite do PNR. Outra é acolhê-la num evento patrocinado duplamente pelo estado português, com dinheiro e presenças ilustres. A democracia não pode ser ingénua e alimentar desta forma os seus piores inimigos, ou acordará um dia como Sigourney Weaver, com um Allien a sair-lhe das entranhas. Aliás, comemorar a Batalha de Verdun recorda-nos, ano após ano, que a nossa organização política atual não está garantida perenemente. Porque das duas, uma. Ou a Web Summit é um encontro internacional de empreendedores da Web – e então admito até que possa justificar-se que o governo português subsidie o evento, mas Paddy Cosgrove tem de explicar melhor que créditos tem Marine Le Pen para falar sobre o tema. Ou então a Web Summit é um circo montado para dar dinheiro aos ganhar aos seus organizadores, onde qualquer bizarria como um homem (ou, neste caso, mulher) elefante ajuda a ganhar mais uns trocos. Nada contra, mas então o governo e a Câmara de Lisboa não devem meter-se nisso. Num momento em que o seu partido enfrenta graves problemas financeiros e a possível bancarrota, entre outras razões devido a vários processos judiciais, compreendo que convenha a Marine Le Pen ter palco e, melhor ainda, ser paga por ele; mas, por favor, não com o dinheiro dos meus impostos. Professora na Nova School of Business and Economics
REFERÊNCIAS:
Esta feijoada não tem carne nem glúten e venceu um prémio
Uma feijoada pronta-a-comer e sem produtos de origem animal foi a vencedora da segunda edição do Ecotrophelia Portugal. A Bean Ready foi criada por estudantes universitários e vai representar Portugal na competição europeia em Paris (...)

Esta feijoada não tem carne nem glúten e venceu um prémio
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-08 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181108190546/https://www.publico.pt/n1834956
SUMÁRIO: Uma feijoada pronta-a-comer e sem produtos de origem animal foi a vencedora da segunda edição do Ecotrophelia Portugal. A Bean Ready foi criada por estudantes universitários e vai representar Portugal na competição europeia em Paris
TEXTO: Pronta-a-comer, sem produtos de origem animal e livre de glúten: é assim a feijoada que venceu a segunda edição do prémio Ecotrophelia Portugal, um concurso que avalia e distingue produtos alimentares ecológicos de alunos universitários. A Bean Ready foi desenvolvida por três alunas do mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto e uma aluna do mestrado em Estudos de Gestão da Universidade do Minho. As jovens procuram oferecer uma alternativa ao consumo regular de carne e peixe, valorizando as leguminosas e propondo uma refeição rica em fibra e proteína vegetal. Apesar de nenhuma ser vegetariana, preocupam-se em “ter uma alimentação saudável". "Tendo em conta as tendências do mercado, tentamos criar uma alternativa tradicional”, explica Patrícia Soares, líder da equipa. Mas as preocupações vão ainda mais longe: “As matérias-primas utilizadas ajudam o próprio ambiente. A plantação de leguminosas, por exemplo, contribui com azoto orgânico, que torna os solos mais férteis. ” Além disto, os ingredientes utilizados na feijoada vegetariana — feijão, cogumelos, couve e enchidos — são “maioritariamente produtos nacionais”. As estudantes acreditam que “se houver mais produtos que tenham por base leguminosas, há um maior incentivo à produção em Portugal”. Já a embalagem, que funciona como uma marmita, é reciclável e feita de produtos reciclados. A vitória no concurso valeu-lhes o prémio Ecotrophelia Gold, que engloba dois mil euros, 1500 euros em serviços de SenseProfilling pela empresa SenseTest, 1500 euros em serviços pela empresa Market Access e um curso intensivo de inglês pelo British Council. As vencedoras terão ainda oportunidade de rumar ao Salão Internacional de Alimentação (SIAL), em Paris, para representar Portugal na competição europeia do prémio. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os Ecotrophelia Prata e Bronze foram atribuídos aos projectos Legutê e Os Drechies, que arracadaram prémios de 1000 e 500 euros, respectivamente. A Legutê dedica-se à produção de patês de leguminosas — ervilha, feijão e tremoço — que provêm de desperdícios da indústria alimentar. Os Drechies utilizam um subproduto da cerveja, o dreche, para criar snacks salgados. Além de conseguirem o terceiro lugar, alcançaram ainda o prémio Born From Knowledge, que oferece acompanhamento à equipa, durante 12 meses, pela Agência Nacional de Inovação, e a oportunidade de participar também na SIAL, em Paris. As três equipas vencedoras recebem ainda um serviço de diagnóstico e consultoria de propriedade industrial aos projectos pela empresa Patentree. O prémio Ecotrophelia Portugal é promovido pela PortugalFoods e pela Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) e, de acordo com Carla Teixeira, coordenadora do Ecotrophelia Portugal, a ambição é “desafiar a criação de competências, estimular para a eco-inovação e, posteriormente, identificar os canais para potenciar a chegada dos produtos ao mercado”. A edição deste ano contou com o mesmo número de candidaturas da edição anterior (16), mas "envolveu mais instituições" (14).
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Os dinossauros também se cortejavam em danças nupciais
A descoberta de um certo tipo de marcas de patas de dinossauros permitiu perceber que estes animais se terão exibido em rituais de acasalamento, como fazem actualmente algumas aves. (...)

Os dinossauros também se cortejavam em danças nupciais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-01-13 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20160113184544/http://www.publico.pt/n1719976
SUMÁRIO: A descoberta de um certo tipo de marcas de patas de dinossauros permitiu perceber que estes animais se terão exibido em rituais de acasalamento, como fazem actualmente algumas aves.
TEXTO: Plumagens coloridas, danças, canções, cheiros e outros rituais de exibição são algumas das formas usadas pelos animais para atrair o sexo oposto. As primeiras provas de que os dinossauros também tinham comportamentos em que se cortejavam foram agora reveladas. Nos Estados Unidos, descobriram-se marcas de raspagem no chão feitas há cerca de 100 milhões de anos por dinossauros terópodes – grupo de bípedes carnívoros que incluí o famoso Tyrannosaurus rex –, cujas características indicam que esgaravatavam durante os rituais de exibição para cortejar o sexo oposto. “Estes são os primeiros locais alguma vez descobertos com provas de que os dinossauros exibiam rituais de acasalamento, constituindo as primeiras provas físicas do comportamento de cortejar”, diz Martin Lockley, da Universidade do Colorado e coordenador da equipa internacional que fez a descoberta. “Estas arranhadelas enormes preenchem uma lacuna na nossa compreensão do comportamento de dinossauros”, continua o paleontólogo, citado num comunicado da Universidade do Colorado. Como as aves descendem de uma linhagem de dinossauros que sobreviveu à colisão de um grande meteorito com a Terra há cerca de 65 milhões de anos, exterminando então muitas formas de vida, especulava-se até agora se os dinossauros não teriam rituais de acasalamento como as aves. Podemos imaginá-los em rituais idênticos aos de aves, mas em ponto grande: animais de várias toneladas exibindo-se em arenas próprias para esses comportamentos, emitindo sons, dançando, abanando o corpo, a cauda, mexendo as pequenas patas dianteiras e raspando o chão com as fortes patas posteriores e tudo a tremer. Um espectáculo terrífico para nós, mas certamente muito atraente para os seus parceiros sexuais. A equipa descobriu cerca de 80 vestígios fósseis de patas de terópodes esgaravatadas em quatro locais distintos do estado do Colorado. Estes vestígios misturam a pegada com as marcas das arranhadelas das garras, chegando algumas aos dois metros de comprimento — a dimensão de uma banheira. Como no mesmo local se encontram marcas de tamanhos e profundidades diferentes, isso indica que várias espécies de terópodes terão sido os seus autores. Todas as marcas foram encontradas numa formação geológica de rochas sedimentares do período Cretáceo, que tem entre 103 e 97 milhões de anos. No maior dos quatro locais – uma área de cerca de 750 metros quadrados, numa rocha exposta de aproximadamente 50 metros por 15 metros –, encontraram-se 60 marcas de arranhadelas. “Apesar da abundância de pegadas nesta região, estas marcas de exibição são uma nova categoria de vestígios fósseis de vertebrados nunca antes reconhecida”, lê-se no artigo publicado na revista Scientific Reports. Os investigadores baptizaram este novo tipo de actividade biológica fossilizada (um icnofóssíl) como Ostendichnus bilobatus. Para estudar as marcas, os investigadores mapearam-nas detalhadamente e analisaram-nas por fotogrametria – uma técnica que permite extrair de fotografias informação sobre a forma, as dimensões e a posição de objectos. Foram também feitas réplicas das marcas em látex e fibra de vidro, que se encontram depositadas no Museu da Natureza e da Ciência de Denver. Para interpretar estes novos vestígios, os cientistas analisaram a possibilidade de representarem um de vários comportamentos que impliquem escavar: fazer ninhos, procurar água, comida ou abrigo, marcar o território e a exibição nupcial. Porém, apenas o comportamento de exibição durante a corte era consistente com todas as características apresentadas por estas marcas (abundância, espaçamento e densidade). Resultado: a equipa considerou que as marcas foram feitas durante os rituais de acasalamento em locais específicos, tal como acontece com algumas espécies de aves, como o papagaio-do-mar. No entanto, os investigadores salientam que, embora este comportamento ritualizado de corte esteja descrito de forma pormenorizada para muitas aves, as marcas em si estão pouco descritas na literatura científica.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave sexo corpo aves
A história da indústria conserveira em Portugal deu um documentário
Chama-se Portugal tem lata e tem estreia marcada no festival Porto/Post/Doc a 25 de Novembro. (...)

A história da indústria conserveira em Portugal deu um documentário
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chama-se Portugal tem lata e tem estreia marcada no festival Porto/Post/Doc a 25 de Novembro.
TEXTO: Durante anos considerado um alimento de tropas e de pobres, algumas conservas de peixe atingem hoje um estatuto gourmet e são símbolo português presente em qualquer loja de souvenirs. A história do país dos últimos séculos é indissociável da indústria conserveira, da qual Portugal chegou a ser o maior produtor a nível mundial. O documentário Portugal tem lata, com estreia marcada no festival Porto/Post/Doc a 25 de Novembro, propõe-se recuar aos primórdios das conserveiras nacionais para depois abordar, durante cerca de 1h40, o “longo caminho que foi necessário percorrer até ao ponto em que se encontra hoje este sector económico tão determinante para o país”. A narrativa divide-se em duas partes. A primeira atravessa as quatro fases principais da indústria em Portugal até ao final da Segunda Guerra Mundial: o período “histórico” até 1855, quando se inicia a “industrialização” (até 1880), entrando depois numa fase “tecnológica” (até 1920) e de desenvolvimento “socioeconómico” (até 1945). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Já a segunda parte do documentário, realizado por João Trabulo e Rui Pregal da Cunha, antigo vocalista da banda Heróis do Mar, reflecte sobre “a grave crise e a decadência do sector no pós-guerra”, o período em que as fábricas de conservas quase deixaram de existir, entre o 25 de Abril e os finais dos anos 1980, até à “tendência actual de glorificação das conservas como produto trendy”. Das 152 fábricas de conservas de peixe que existiam em Portugal nas vésperas da Segunda Guerra Mundial restam hoje 21. O filme Portugal tem lata vai ser exibido pela primeira vez no Cinema Passos Manuel, no Porto, a 25 de Novembro, às 19h. Depois de estrear no Porto/Post/Doc, festival de cinema documental contemporâneo que decorre em várias salas da cidade entre 24 de Novembro a 2 de Dezembro 2018, a obra chega à televisão portuguesa, com transmissão na estação pública em data ainda a divulgar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra