Psicólogos do INEM com recorde de pedidos de ajuda
Profissionais são requisitados muitas vezes para travar tentativas de suicídio (...)

Psicólogos do INEM com recorde de pedidos de ajuda
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DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Profissionais são requisitados muitas vezes para travar tentativas de suicídio
TEXTO: Mais de um quarto das acções dos psicólogos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no terreno foram para travar tentativas de suicídio, revelam dados relativos a 2013, ano em que este serviço de intervenção recebeu um número recorde de pedidos de ajuda. São apelos motivados por problemas variados: a mãe cujo filho toxicodependente ameaça matar-se, o doente psiquiátrico que quer saber a quantidade de insulina suficiente para morrer, a testemunha que dá conta de alguém que se quer lançar de uma ponte. Joana Anjos, uma das 12 psicólogas do centro de apoio psicológico e intervenção em crise do INEM, explica que por vezes basta um aconselhamento telefónico para evitar o pior, sem necessidade de deslocação ao local. A estes profissionais - que trabalham 24 horas por dia - chegam chamadas encaminhadas pelos colegas do Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM, que identificam a necessidade de intervenção a nível psicossocial. Um desses casos foi o de uma mãe que ligou para o 112 porque o filho toxicodependente ameaçava matar-se. Enquanto uma ambulância e elementos da polícia se deslocavam ao local, uma psicóloga do INEM manteve-se em linha com a mãe, para ajudar a mulher a lidar com a situação. Neste caso, não foi necessário o envio de um psicólogo para o terreno, o que aconteceria se o jovem se recusasse a ir ao hospital ou insistisse em matar-se. "Muitas vezes recebemos pedidos de ajuda dos cuidadores, que estão no limite", conta a psicóloga, adiantando que várias destas chamadas revelam a difícil história de muitas famílias. No ano passado, 85 das 315 saídas de psicólogos, ou seja, 27%, foram por causa de tentativas de suicídio. Os psicólogos chegam a ter de negociar com os suicidas a aceitação de ajuda. "O objectivo destas pessoas é acabar com o sofrimento e não a morte em si. Vivem uma ambivalência", refere Joana Anjos. Até ao momento, todas as intervenções no terreno nestes casos têm sido bem-sucedidas, explica: "Não podemos falhar. Nunca abandonamos a pessoa em risco". Contudo, as deslocações mais frequentes são as que envolvem morte inesperada, com familiares ou amigos no local. No ano passado, registaram-se 152, ou seja, 48% do total. Entre estas, estão alguns casos mais conhecidos como a tragédia com os estudantes na Praia do Meco, o acidente que há seis anos vitimou 17 pessoas da universidade sénior de Castelo Branco na A23, a morte de pescadores de Caxinas ou a recente queda de um muro junto à Universidade do Minho. Para estas tragédias, não basta ser-se psicólogo. Por isso, estes profissionais têm uma formação específica em intervenção psicológica em crise, emergências psicológicas e intervenção psicossocial em catástrofe. No momento de apoiar um familiar ou amigo que presencia uma morte trágica, o seu grande objectivo é "minimizar o impacto da situação". "O nosso abraço não é físico, embora possa haver toque. Validamos o sofrimento e deixamos chorar", descreve Joana Anjos, para quem as situações mais exigentes são as que envolvem a morte de crianças. "Uma boa intervenção é quando vamos embora e não fazemos falta", resume. Pelo telefone, a equipa de psicólogos do INEM intervém noutro tipo de situações, como crises de ansiedade ou ataques de pânico, violação, abuso sexual ou violência doméstica. Em 2013 registou-se um aumento de 60% de chamadas do CODU encaminhadas para os psicólogos: 5. 465 em 2012 e 8. 741 no ano passado. Apesar do número de intervenções presenciais ter também aumentado, em 73% dos casos a situação resolveu-se sem o envio de psicólogos ao local. Joana Anjos não estabelece uma ligação directa entre o aumento de pedidos de ajuda e a actual crise, nem identifica um tipo de problema que tenha crescido de forma particular. A exigência de algumas situações a que são sujeitos médicos e enfermeiros do INEM leva a que os psicólogos prestem também apoio aos próprios colegas. Sobre os casos mais difíceis, até os psicólogos preferem não falar: "Nem gostamos de nos lembrar deles. Trabalhamos de forma a que eles desapareçam".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte violência suicídio filho mulher ajuda violação sexual doméstica abuso pânico ansiedade
Dilma Rousseff: a mulher a quem Lula deu o Brasil
É forte: enfrentou tortura e um cancro. Tem fama de intelectual: Zola, Proust, Sófocles. Como guerrilheira, foi política: nunca disparou um tiro a sério. Como política, foi técnica. Isto chega para governar o Brasil? O PÚBLICO falou com quem conheceu Dilma Rousseff ao longo dos anos. (...)

Dilma Rousseff: a mulher a quem Lula deu o Brasil
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: É forte: enfrentou tortura e um cancro. Tem fama de intelectual: Zola, Proust, Sófocles. Como guerrilheira, foi política: nunca disparou um tiro a sério. Como política, foi técnica. Isto chega para governar o Brasil? O PÚBLICO falou com quem conheceu Dilma Rousseff ao longo dos anos.
TEXTO: Dilma ganha ao perto. No comício de encerramento da primeira volta em São Paulo, perante umas 30 mil pessoas, o discurso dela foi “engolido” por todos os que falaram antes e sobretudo pelo que falou depois, esse Pai-Natal-do-povo que é Lula. Após o comício, quando a imprensa foi convocada para uma salinha onde ia ser apresentado um apoiante de peso, Dilma mostrou-se firme e bem-humorada. Ao perto, viam-se as olheiras de semanas de campanha. Mas sobretudo uma mulher sem a artificialidade por vezes gaguejante que ela tende a mostrar ao longe. O seu carisma de massa é tão ténue que o analista José Roberto de Toledo, do “Estado de São Paulo”, acha que quando ela não vai mal isso já é bom. “Bom, para Dilma, é não comprometer. ” Ou, como diz Alberto Almeida, do Instituto de Análise, autor de um livro chamado “A Cabeça do Eleitor”: “Ela não fez nada de errado na campanha. E como a expectativa era negativa, se saiu bem. ”Não é um prenúncio entusiástico, se pensarmos que Dilma Rousseff vai entrar para a história como primeira mulher presidente de um país que quer ser uma das cinco grandes economias do mundo, e pensando que ela sucede a um dos presidentes mais populares de que há memória. “Qualquer um seria eleito com o apoio do Lula”, diz Alberto Almeida. “Ele podia ter dado esse presente para qualquer um e deu para ela. ”Podemos ver esse presente num sentido mais amplo: o que Lula deu a Dilma foi o Brasil. Então porquê a ela? Simplesmente não havia mais ninguém? Se Lula é um político tão intuitivo ia apostar todo o seu prestígio num cavalo qualquer?Todas estas perguntas levam a uma só: quem é Dilma Rousseff? O Brasil vai saber, a partir de agora. Mas a história dela há-de contar alguma coisa. A herança do paiAlém do Brasil, um outro país “votou” em Dilma no domingo: a Bulgária. Porque foi de lá que veio Pétar Russév, advogado viúvo que nos anos 40 se instalou em Minas Gerais, e fez dinheiro em negócios. Casou com a jovem mineira Dilma Jane Silva, mudou o nome para Pedro Rousseff, e — sem nunca desistir de fumar cinco maços, comer bem e jogar, conta a revista “Piauí” — educou a sua prole com piano, francês e literatura. Nascida a 14 de Dezembro de 1947, entre um irmão mais velho e uma irmã que morreu, Dilma Vana Rousseff acordou para os humilhados e ofendidos com Zola e Dostoiévski, como depois acordará entre os salões de Proust. A infância dela não tem nada a ver com a de Lula ou a da orfã Marina Silva, lá nos confins da Amazónia. Dilma foi uma burguesinha de Belo Horizonte, cidade de famílias tradicionais. Fazia férias de praia, hotel-casino, e ia de avião. Andou nas melhores escolas da cidade. Em casa havia três empregadas. Bem mais velho que a mãe, o pai morreu quando ela tinha 14 anos, deixando uma herança de imóveis. E é numa prestigiada escola pública, a Estadual Central, que Dilma vai conhecer todo um frenesim político: são os anos 60, o Brasil tem uma ditadura, o mundo está em convulsão. “Ela era meio tímida, uma menina pacata, recatada, boazinha”, lembra ao PÚBLICO a ex-colega Ângela Alvarenga, hoje directora de uma empresa de informática em Belo Horizonte. Mas a escola, a experiência de ver favelas como o Morro do Papagaio, e o clima geral levam Dilma a entrar aos 19 anos para a Polop (Política Operária), e depois a optar pela ala defensora da luta armada. Forma-se então o Colina (Comando de Libertação Nacional), onde Dilma conhecerá o seu primeiro marido, Cláudio Galeno, com quem casa no civil. Galeno disse à “Piauí” que aprendeu a fazer bombas na farmácia do pai.
REFERÊNCIAS:
Descobre as diferenças nestes logótipos. Pista: adeus, bigode
Numa campanha para assinalar o Dia da Mulher, a organização Creative Equals mostra “um mundo visto pela lente da igualdade”, pelo menos no que toca a logótipos de marcas famosas (...)

Descobre as diferenças nestes logótipos. Pista: adeus, bigode
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Numa campanha para assinalar o Dia da Mulher, a organização Creative Equals mostra “um mundo visto pela lente da igualdade”, pelo menos no que toca a logótipos de marcas famosas
TEXTO: Os designers masculinos “devem ter traçado muitos logótipos de marcas famosas” — mas isso é porque apenas “11. 5% dos directores criativos são mulheres”. Foi com esta afirmação que a Creative Equals, uma organização que defende a igualdade de género nas indústrias criativas, apresentou uma campanha para assinalar o Dia Internacional da Mulher. Bastou fazer algumas trocas “subtis”: o Mr. Pringles cortou o bigode, o menino pescador da DreamWorks deixou crescer o cabelo e o Rich Uncle Pennybags é agora a "tia" Pennybags. Estes são alguns exemplos dos logótipos que ganham agora uma outra vida, no feminino. Os gifs evidenciam “preconceitos que passam despercebidos” e fazem-nos imaginar “um mundo visto pela lente da igualdade”, diz ao Dezeen Ali Hanan, fundadora da organização. “Não estamos a atacar pessoalmente nenhuma destas marcas, claro, mas queríamos mostrar uma variedade de exemplos para pôr as pessoas a celebrar o Dia da Mulher e a pensarem sobre a necessidade de mais mulheres. ”Esta quinta-feira, 8 de Março, a McDonald’s também mudou o logótipo: deu-lhe uma volta de 180 graus e o M transformou-se em W (a primeira letra de women, a palavra inglesa para “mulheres”). Fisicamente, os arcos só mudaram num restaurante na Califórnia, noticia a CNN. Já nas redes sociais da multinacional todos os símbolos estão virados ao contrário. Ainda no início de Março a marca de whisky Johnnie Walker anunciou uma edição limitada com uma Jane Walker no rótulo. Por cada garrafa comprada (cerca de 30 euros), um dólar (81 cêntimos) reverte a favor de organizações líderes na defesa dos direitos das mulheres. Vai um brinde?Notícia actualizada às 13h36 de 9 de Março com o último paráfrago do texto. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. PUB
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos mulher igualdade género mulheres
Divulgada lista oficial dos secretários de Estado
A lista oficial dos secretários de Estado do XVI Governo Constitucional foi divulgada hoje. Os novos responsáveis tomam posse ao fim da tarde no Palácio da Ajuda, quatro dias depois dos 19 ministros do Executivo de Santana Lopes. A cerimónia de tomada de posse estava agendada para as 18h00, mas alterações de última hora nos nomes para algumas das secretarias de Estado terão obrigado ao adiamento do início da sessão. Um dos casos é o de Teresa Caeiro. Inicialmente confirmada pelo próprio ministro da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Paulo Portas, como futura secretária de Estado Adjunta e dos Antigos Combaten... (etc.)

Divulgada lista oficial dos secretários de Estado
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DATA: 2004-07-22 | Jornal Público
TEXTO: A lista oficial dos secretários de Estado do XVI Governo Constitucional foi divulgada hoje. Os novos responsáveis tomam posse ao fim da tarde no Palácio da Ajuda, quatro dias depois dos 19 ministros do Executivo de Santana Lopes. A cerimónia de tomada de posse estava agendada para as 18h00, mas alterações de última hora nos nomes para algumas das secretarias de Estado terão obrigado ao adiamento do início da sessão. Um dos casos é o de Teresa Caeiro. Inicialmente confirmada pelo próprio ministro da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Paulo Portas, como futura secretária de Estado Adjunta e dos Antigos Combatentes, Teresa Caeiro surge na lista oficial como secretária de Estado das Artes e Espectáculos. Depois de ter apresentado Caeiro como a primeira mulher a exercer "um cargo governativo no sector da Defesa", Paulo Portas acabou por explicar mais tarde aos jornalistas que "houve um acerto final" na lista dos secretários de Estado e que "Teresa Caeiro revelou-se mais necessária na Cultura do que na Defesa". Para secretário de Estado Adjunto e dos Antigos Combatentes foi nomeado José Manuel Pereira da Costa. Apenas Mário David, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, não será empossado hoje por se encontrar em Estrasburgo com o presidente indigitado da Comissão Europeia, Durão Barroso. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Domingos Jerónimo, já tinha sido empossado no passado sábado, juntamente com o primeiro-ministro, Santana Lopes, e os ministros do novo Governo. O Governo conta com 38 secretarias de Estado, mais duas do que no anterior Executivo, e 19 ministérios, mais dois que no elenco governativo liderado por Durão Barroso. Lista dos secretários de Estado do XVI Governo Constitucional:Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho Secretário de Estado Adjunto e do Trabalho: Luís Miguel Paes AntunesSecretário de Estado do Desenvolvimento Económico: Manuel Correa de Barros de LencastreSecretária de Estado da Indústria, Comércio e Serviços: Maria da Graça Ferreira Proença de CarvalhoMinistério da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar Secretário de Estado Adjunta e dos Antigos Combatentes: José Manuel Pereira da CostaSecretário de Estado para os Assuntos do Mar: Nuno Maria Fernandes Pinto Magalhães ThomazMinistério da Presidência do Conselho de Ministros Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Presidência: Feliciano José Barreiras DuarteMinistério das Finanças e da Administração Pública Secretário de Estado do Orçamento: Manuel Ferreira Teixeira Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: Orlando Pinguinha CaliçoSecretário de Estado do Tesouro e das Finanças: Luís Miguel Gubert Morais LeitãoSecretária de Estado da Administração Pública: Sofia de Sequeira Teixeira GalvãoMinistério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades PortuguesasSecretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: Henrique José Praia da Rocha de FreitasSecretário de Estado dos Assuntos Europeus: Mário Henrique de Almeida Santos DavidSecretário de Estado das Comunidades Portuguesas: Carlos Alberto Silva GonçalvesMinistério da Administração InternaSecretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna: António Paulo Martins Pereira CoelhoSecretário de Estado Adjunto da Administração Interna: Nuno Miguel Miranda de MagalhãesMinistério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento RegionalSecretário de Estado da Administração Local: José de Almeida CesárioSecretário de Estado do Desenvolvimento Regional: José Eduardo Rego Mendes MartinsMinistério da JustiçaSecretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça: Paulo Artur dos Santos Castro de Campos RangelSecretário de Estado da Justiça: Miguel Bento Martins da Costa Macedo e SilvaSecretário de Estado da Administração Judiciária: António Alberto Rodrigues RibeiroMinistério da Agricultura, Pescas e FlorestasSecretário de Estado Adjunto do Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas: Carlos Manuel Duarte de OliveiraSecretário de Estado da Agricultura e Alimentação: David Ribeiro de Sousa GeraldesSecretário de Estado das Florestas: Luís António de Pires PinheiroMinistério da EducaçãoSecretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa: José Manuel de Albuquerque Portocarrero CanavarroSecretário de Estado da Educação: Diogo Nuno de Gouveia Torres FeioMinistério da Ciência e do Ensino SuperiorSecretário de Estado da Ciência e Inovação: Pedro Miguel Santos de Sampaio NunesMinistério da SaúdeSecretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: Mário Patinha AntãoSecretária de Estado da Saúde: Regina Maria Pinto da Fonseca Ramos BastosMinistério da Segurança Social, da Família e da Criança Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança: Maria do Rosário Cardoso ÁguasMinistério das Obras Públicas, Transportes e ComunicaçõesSecretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas: Jorge Fernando Magalhães da CostaSecretário de Estado dos Transportes e Comunicações: Jorge Manuel Martins BorregoMinistério da CulturaSecretária de Estado das Artes e Espectáculos: Teresa Margarida Figueiredo de Vasconcelos CaeiroSecretário de Estado dos Bens Culturais: José Amaral LopesMinistério do Ambiente e do Ordenamento do TerritórioSecretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território: Jorge Manuel Lopes Moreira da SilvaMinistério do TurismoSecretário de Estado Adjunto do Ministro do Turismo: Carlos José das Neves MartinsMinistro-Adjunto do Primeiro-MinistroSecretário de Estado da Juventude: Pedro Miguel de Azeredo DuarteSecretário de Estado do Desporto: Hermínio José Sobral Loureiro Gonçalves
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura educação mulher ajuda social criança
Parlamento Europeu debate decisão portuguesa sobre barco da "Women on Waves"
A Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu debate hoje, em Bruxelas, a interdição por parte do Governo do aportamento do barco "Borndiep" em Portugal. A embarcação da holandesa "Women on Waves" continua ao largo da costa portuguesa, onde hoje será visitada por deputados da oposição. A decisão do ministro Paulo Portas será também exposta ao ministro dos Negócios Estrangeiros holandês. Em Bruxelas, a discussão é feita a pedido das eurodeputadas Edite Estrela (PS) e Ilda Figueiredo (PCP) que ontem denunciaram a situação numa reunião da mesma comissão parlamentar. Edite Estrela... (etc.)

Parlamento Europeu debate decisão portuguesa sobre barco da "Women on Waves"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2004-08-31 | Jornal Público
TEXTO: A Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu debate hoje, em Bruxelas, a interdição por parte do Governo do aportamento do barco "Borndiep" em Portugal. A embarcação da holandesa "Women on Waves" continua ao largo da costa portuguesa, onde hoje será visitada por deputados da oposição. A decisão do ministro Paulo Portas será também exposta ao ministro dos Negócios Estrangeiros holandês. Em Bruxelas, a discussão é feita a pedido das eurodeputadas Edite Estrela (PS) e Ilda Figueiredo (PCP) que ontem denunciaram a situação numa reunião da mesma comissão parlamentar. Edite Estrela adiantou que já transmitiu a sua preocupação à Comissão Europeia e que amanhã, no debate da Comissão dos Direitos das Mulheres do Parlamento Europeu, irá levar a questão à representante ministerial da actual presidência holandesa da União Europeia, que estará presente. Ilda Figueiredo enviou uma carta ao presidente do Parlamento Europeu, onde pede a intervenção de Josep Borrell na resolução desta questão. "Solicitamos, Senhor Presidente, que desenvolva todos os esforços junto da Presidência do Conselho e da Comissão da União Europeia, visando sensibilizar o Governo português para uma alteração da sua acção violadora do direito à liberdade de expressão e de informação, cessando o impedimento à entrada em Portugal do barco holandês da organização Women on Waves", lê-se na carta. A eurodeputada Jamila Madeira (PS) enviou uma "pergunta escrita" à Comissão Europeia para pedir esclarecimentos sobre o eventual desrespeito dos tratados comunitários e violação das regras comunitárias pelo governo português, que sustenta a sua decisão com motivos de "respeito pelas leis nacionais" e questões de "saúde pública". Ontem, em declarações à TVI, o ministro Paulo Portas, tido como o principal decisor da interdição do barco em águas portuguesas, justificou que se a medida não for tomada, Portugal não terá qualquer "autoridade" para impedir actividades como a pesca ilegal ou o tráfico de droga no mar. "O nosso mar territorial não é uma selva", disse o ministro. O "Borndiep", embarcação da organização holandesa Women On Waves, mantém-se em águas internacionais, ao largo da Figueira da Foz, a cerca de 13 milhas (24 quilómetros) da costa, acompanhado por dois navios da Marinha portuguesa. O navio holandês, com clínica ginecológica a bordo, pretendia atracar domingo na Figueira da Foz e aí permanecer até 12 de Setembro, para relançar o debate em torno da interrupção voluntária da gravidez e distribuir a pílula abortiva às mulheres grávidas até às seis semanas e meia que estiverem interessadas. O que será feito em águas internacionais, de forma a não violar a legislação portuguesa em vigor. No navio-clínica, um pequeno barco azul e laranja, seguem 14 passageiros e três tripulantes. "Women on Waves" reagem com pressão diplomáticaA organização pró-descriminalização do aborto revelou hoje que a oposição partidária holandesa vai questionar o governo do seu país relativamente ao comportamento do ministro da Defesa. Segundo a associação, o PvdA, partido trabalhista e maior força da oposição, e o D466, um dos partidos da coligação governamental, vão questionar o ministro dos Negócios Estrangeiros e o secretário dos Assuntos Europeus holandeses na sessão parlamentar de hoje. Num comunicado em que reage às declarações de Paulo Portas no Jornal Nacional da TVI, a associação holandesa garante que o ministro da Defesa português voltou a "fazer falsas acusações" e repete que todas as suas actividades em território português vão respeitar as leis portuguesas. "Paulo Portas não parece querer ouvir que o navio nunca teve nem tem a intenção de distribuir medicamentos em Portugal. A Women on Waves não está a incitar qualquer crime em Portugal", indicou a associação no mesmo texto. "A clínica móvel da Women on Waves é oficialmente reconhecida pela inspecção de saúde holandesa como uma clínica de aborto que pode efectuar abortos durante o primeiro trimestre (de gravidez) em Amesterdão. Também está autorizada pelo ministro holandês da saúde a fornecer a pílula abortiva Mifepriston em águas internacionais, segundo a lei holandesa, a mulheres com gravidez indesejada, durante as primeiras seis semanas e meia de gravidez", explicou. Reconhecendo que Portugal é um país soberano, a Women on Waves relembra, no entanto, que ao proibir a entrada do "Borndiep" em Portugal o governo português está a desrespeitar convenções internacionais que permitem a livre entrada do barco nos portos portugueses, a menos que a segurança do Estado esteja em perigo, e que garantem a livre circulação de pessoas entre estados membros. Oposição portuguesa no marHoje, perante o impasse criado pela decisão do Governo de impedir a acostagem do barco holandês, deputados do PS, PCP e do Bloco de Esquerda deslocam-se ao barco, acompanhados por activistas que promoveram a vinda do navio a Portugal. "Todos os grupos parlamentares foram convidados a acompanhar-nos numa visita ao navio e o PS, PCP e BE aceitaram" disse Cristina Santos, da associação de defesa dos direitos sexuais "Não Te Prives". Jamila Madeira (eurodeputada do PS), Odete Santos (deputada do PCP), Margarida Botelho (dirigente do PCP) e Francisco Louçã (deputado do Bloco de Esquerda) são os representantes que participam na visita, apurou a Lusa junto dos partidos. A deslocação terá lugar na mesma embarcação que já transportou às imediações do barco jornalistas, elementos da "Women On Waves" e da Juventude Socialista. "Nada nos garante que consigamos ir a bordo, depende do estado do mar. Mas a intenção é que os deputados possam ficar a conhecer o navio e a tripulação" afirmou. "Sabemos que há gente do PSD indignada com esta situação, não se manifestam publicamente por uma questão de fidelidade partidária mas seriam muito bem vindos", sustentou a responsável, aludindo a apoios recebidos. Rebecca Gomperts, presidente e fundadora da "Women on Waves", manifestou "alguma satisfação" pelos apoios recebidos a nível nacional e europeu, mas deixou um lamento: "Não chega. Gostava que a população portuguesa se manifestasse porque isto está a acontecer aqui".
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD LIVRE PCP BE
valter hugo mãe venceu Prémio Literário José Saramago 2007
O poeta e editor valter hugo mãe (na escrita do autor as maiúsculas estão ausentes) venceu hoje a edição de 2007 do Prémio Literário José Saramago com a obra “o remorso de baltazar serapião”. No anúncio a presidente do júri, Guilhermina Gomes, revelou a unanimidade da decisão de um júri "especial e dificilmente alcançável": Maria de Santa Cruz, Nazaré Gomes dos Santos, Manuel Frias Martins, Nélida Piñon, Pilar del Rio, Vasco Graça Moura e Ana Paula Tavares. Ao receber o prémio, valter hugo mãe afirmou: “Estou muito aflito. É profundamente chocante receber este prémio desta forma. Estou habituado a pensar na escri... (etc.)

valter hugo mãe venceu Prémio Literário José Saramago 2007
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2007-10-28 | Jornal Público
TEXTO: O poeta e editor valter hugo mãe (na escrita do autor as maiúsculas estão ausentes) venceu hoje a edição de 2007 do Prémio Literário José Saramago com a obra “o remorso de baltazar serapião”. No anúncio a presidente do júri, Guilhermina Gomes, revelou a unanimidade da decisão de um júri "especial e dificilmente alcançável": Maria de Santa Cruz, Nazaré Gomes dos Santos, Manuel Frias Martins, Nélida Piñon, Pilar del Rio, Vasco Graça Moura e Ana Paula Tavares. Ao receber o prémio, valter hugo mãe afirmou: “Estou muito aflito. É profundamente chocante receber este prémio desta forma. Estou habituado a pensar na escrita como um exercício de solidão e hoje sinto-me muito acompanhado”. O escritor que dá o nome ao galardão, José Saramago, classificou o livro como um “tsunami”. Saramago acrescentou que o adjectiva assim “no sentido total, linguístico, estilístico, semântico e sintáctico. Não no sentido destrutivo, mas no sentido do ímpeto e da força”. O premiado garante que a sua “forma de protestar é expôr, e o livro manifesta de uma forma asquerosa o que alguns homens pensam sobre as mulheres”. A obra premiada conta a história de uma família na Idade Média, onde o protagonista, baltazar, que vive entre a pobreza e a violência, descobre que a vaca, animal de estimação, tem tanta importância como a sua mãe. Porém, no meio da escuridão, baltazar vê a luz: Chama-se ermesinda e é a mais bela e ajuizada da aldeia. Os protagonistas casam-se e, pouco tempo depois, o senhor exige a ermesinda que o visite todos os dias pela manhã, antes da sua mulher acordar. O que se passa nos encontros ninguém sabe, mas é o suficiente para baltazar enlouquecer. Escrito numa linguagem que pretende representar a língua arcaica e rude do povo ignorante medieval, “o remorso de baltazar serapião” é um romance sobre o poder sinistro do amor e uma metáfora da violência doméstica. valter hugo mãe é poeta e editor. Nasceu em 1971 na cidade angolana Henrique de Carvalho. Vive em Vila do Conde. Publicou nove livros de poesia, entre os quais "egon schielle auto-retrato de dupla encarnação" (Prémio de Poesia Almeida Garrett), "três minutos antes de a maré encher", "cobrição das filhas" e "útero e o resto da minha alegria". É autor das seguintes antologias: "o encantador de palavras", poesia de Manoel de Barros, "série poeta", homenagem a Julio-Saúl Dias, "quem quer casar com a poetisa", poesia de Adília Lopes, "o futuro em anos-luz, 100 anos, 100 poetas, 100 poemas", para o Porto 2001 e "desfocados pelo vento, a poesia dos Anos 80, agora". Alguns dos seus poemas estão traduzidos e editados em espanhol, francês, inglês, checo e árabe. Foi responsável, juntamente com Jorge Reis-Sá, pelas Quasi edições, editora de autores como Mário Soares, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, António Ramos Rosa, Artur do Cruzeiro Seixas, Ferreira Gullar e muitos outros. Também, co-dirige a revista Apeadeiro. Criou a editora objecto cardíaco. valter hugo mãe prepara uma tese de mestrado sobre Saúl Dias e é licenciado em Direito. O Prémio Literário José Saramago 2007, instituído pela Fundação Círculo de Leitores destina-se a jovens autores com obra editada em língua portuguesa. Instituído pela Fundação Circulo de Leitores em homenagem a José Saramago, depois da conquista do Nobel da Literatura, em 1998, o prémio pecuniário desta quinta edição do galardão ascende a 25 mil euros. Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa e Gonçalo M. Tavares foram, nesta sequência, os eleitos pelos júris das anteriores edições do prémio, destinado a jovens autores até aos 35 anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens violência mulher mulheres doméstica pobreza vaca animal
[email protected] leitorxs (e utentas)
Tudo isto, a juntar ao suntuoso Acordo Ortográfico, tornaria a nossa língua uma verdadeira geringonça! (...)

[email protected] leitorxs (e utentas)
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tudo isto, a juntar ao suntuoso Acordo Ortográfico, tornaria a nossa língua uma verdadeira geringonça!
TEXTO: Os guardiães da ideologia de género, considerando que a língua portuguesa está muito associada a um modelo machista de sociedade, têm procurado avançar com iniciativas para favorecer a agora chamada linguagem inclusiva, eliminando ou atenuando tal dimensão patriarcal. Bem sabemos que a linguagem oral e escrita é, por natureza, evolutiva e dinâmica. E que há expressões social e culturalmente resilientes, que revelam comportamentos misóginos. Acontece que a exageração vem tomando conta deste propósito de erradicar o que apelidam de um “estereótipo de género”. Um dos seus traços mais visíveis relaciona-se com os substantivos uniformes, sobretudo os comuns de dois géneros – p. ex. , estudante – e os sobrecomuns – p. ex. , pessoa – através de pretensos neologismos tão esdrúxulos, quanto ridículos. Se bem me recordo, uma das primeiras ou mais entusiásticas movimentações foi quando Dilma Rousseff virou presidenta, tendo subjacente a ideia de contrariar a prevalência das desinências masculinas sobre as femininas. Parece que esta moda não pegou tanto quanto as utentas pretendiam. Assim, não vingaram as concorrentas, as estudantas, as dirigentas e gerentas, as comandantas, as adolescentas ou as doentas. Mesmo nos partidos mais envolvidos, não se diz “militantes e militantas”, aqui até com o risco de alguém entender “militantes e mil e tantas”. CITAÇÃO I: Em ciência leia sempre os livros mais novos. Em literatura, os mais velhos (Millôr Fernandes, 1923-2012)CITAÇÃO II: “A linguagem é uma fonte de mal-entendidos” (Antoine de Saint Exupéry, 1900-44)OXÍMORO: Neologismo antigoPLEONASMO: Surpresa inesperadaARCAISMO: OutrossimPALÍNDROMO (capicua de letras): Ato idiotaPARANOMÁSIA: O torneiro chamou uma colega torneira para reparar a torneiraNoutra perspectiva e face à ausência de um género gramatical neutro em português, há quem use o símbolo @ (arroba, ela própria feminina) para se referir a grupos dos dois sexos. Assim temos, por exemplo, [email protected] [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. Entretanto, ainda que mais esparsamente, surgiu o "x", numa versão mais LGBT: carxs, meninxs, delegadxs, etc. e até o tímido asterisco * para el*s, professor*s, trabalhador*s, etc. MUSGOAproxima-se o Natal e o musgo associa-se ao presépio. Talvez porque tenha um envolvimento muito sinestésico. No seu cheiro inigualável em terra molhada, no seu aveludado tatuar, na quietude da sua extensão, na mistura do seu verde e da terra que lhe vem junta. Haverá mais de 700 géneros e 12. 000 espécies de musgos, ainda que para nós musgo é simplesmente o musgo, ponto final. Trata-se de uma planta criptogâmica (isto é, sem flor) briófita tendo caule e folhas, mas não raízes. Vive em colónias de indivíduos semelhantes, que formam tapetes de um verde profundo que implora por humidade e sombra do sol. Com uma lupa, pode ver-se melhor o notável pormenor das suas delicadas cápsulas (esporófitos) em cima de delgados pedicelos. Há quem lhes chame até o fruto dos musgos. Não que o seja, mas porque envolve uns minúsculos esporos que, na hora do parto possibilitado pela abertura da cápsula, caem sobre a terra humedecida e dão novas vidas à vida. Um milagre da natureza: estes minúsculos corpos nem provêm dos óvulos de um ovário, nem têm um embrião e, no entanto, germinam como uma semente. É Natal!Passou também a ser politicamente conveniente referir os dois géneros gramaticais, em frases como “portuguesas e portugueses”, “todos e todas”, “alunos e alunas” e tantas outras, numa prática aritmética de juntar um subconjunto ao conjunto que já o contém. Todavia, tal prática é selectiva e não se aplica a situações negativas ou indesejáveis (por exemplo, ninguém diz “desempregadas e desempregados”, “mortas e mortos”, “presas e presos”). Na mesma lógica, poder-se-ia perguntar se a Loja do Cidadão (ou o cartão de cidadão) não incluiria as cidadãs, se o Conselho de Ministros deveria ser também das Ministras, ou se uma câmara de deputados não teria deputadas? Ou ainda, se numa referência aos seres humanos, deveria acrescentar-se “e humanas”? Voltando ao nosso gentílico, vida facilitada teriam (com o nosso idioma) outros países. É o caso dos belgas (não imagino alguém a dizer “belgas e belgas”), tal e qual como com timorenses, são-tomenses, guineenses, croatas, vietnamitas. Mais recentemente, numa reunião magna do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares interveio começando com “camaradas e camarados” (suponho eu referindo-se aos aderentes e aderentas do partido). Em artigo posteriormente publicado neste jornal, o dirigente bloquista reconhece que foi um “erro prontamente corrigido na frase seguinte”, acrescentando, de seguida, que “há males que vêm por bem, dado que serviu, uma vez mais, para desmascarar o fanatismo da campanha contra a linguagem inclusiva”. Não percebo como de um erro se corporiza alguma vantagem no propósito enunciado. É certo que houve comentários precipitados, como precipitado me parece não se aceitar a ironia de quem também aproveitou o lapsus linguae (quem sabe se originado pelo subconsciente inclusivo do deputado) para, ao invés, criticar o também fanatismo da campanha da linguagem inclusiva. Brincando com o sucedido – se senhores e senhoras inclusivos e inclusivas me permitem –, quase me imaginei a ouvir “bloquistas e bloquistos”, “comunistas e comunistos”, “socialistas e socialistos”, bem como colegos, jornalistos, economistos, atletos ou estrelos de cinema. E, feminizando substantivos machos, por que não dizer o intérprete e a intérpreta? Ou chamar quadra a uma quadro de uma empresa?Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E o que dizer de substantivos sobrecomuns mais femininos (pois que também os há e muitos) passarem a ter dois géneros? Afinal eu fui criança ou crianço? Sou uma pessoa ou um pessoo? Uma criatura ou um criaturo? Bem confuso seria testemunha passar a ser a testemunha só no género feminino e o testemunho no masculino…Começo a pensar que o extremoso PAN possa ter, nesta matéria, uma oportunidade para alargar a ideologia de género ao mundo animal, onde muitos são chamados por um nome epiceno, ou seja, de só um género gramatical para animais de ambos os sexos. Por exemplo: teríamos a foca, mas também o foco, o ouriço e a ouriça, a cigarra e o cigarro, a cobra e o cobro. E nos animais designados pelos dois géneros gramaticais, que bem e animalmente correcto seria dizer “gatos e gatas” e escrever [email protected], “ratos e ratas” ([email protected]), “burros e burras” (burr*s), “javalis e javalinas”?Tudo isto, a juntar ao suntuoso (não confundir com untuoso, e muito menos com sumptuoso) Acordo Ortográfico, tornaria a nossa língua uma verdadeira geringonça!
REFERÊNCIAS:
Dilma, Serra e Marina têm 15 anos e estudam na Paulista
Dilma pode ser um menino de poupa? E Marina um mulato muito vivo? E Serra uma menina de gravata? Numa escola histórica de São Paulo, pode. (...)

Dilma, Serra e Marina têm 15 anos e estudam na Paulista
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 Homossexuais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-09-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dilma pode ser um menino de poupa? E Marina um mulato muito vivo? E Serra uma menina de gravata? Numa escola histórica de São Paulo, pode.
TEXTO: À esquerda um arranha-céus, à direita um arranha-céus, no meio isto: um casarão com cem anos. É o número 227 da Avenida Paulista, onde o metro quadrado há-de ser dos mais caros do Brasil. E eis esta resistente de um piso só, a Escola Rodrigues Alves, bela escola pública, memória do fervor republicano. Enquanto aqui à volta moram e trabalham os ricos, nesta escola estudam os filhos dos zeladores, das recepcionistas, das enfermeiras que trabalham no hospital em frente. Meninos de classe média-baixa rodeados de classe alta. E com as turmas do 8. º ano - o último do ensino fundamental, entre os 14 e os 15 anos - a professora de Português Priscilla Obrecht tem estado a trabalhar a matéria do momento: a eleição. Ao longo de semanas, os alunos estudaram os candidatos, os programas, os assuntos. E hoje vão fazer um debate, como na televisão. O PÚBLICO é o convidado, trazido por Priscilla. Aqui vem ela, cheia de dossiers, no corredor centenário. Madeiras, vitrais, eco. "Mas o outro edifício não é assim, não. . . ", vai avisando. No casarão estão as turmas dos pequenos, e no anexo estão os mais velhos. É um espaço bem batido pelo uso, sem charme de restauro, uma verdadeira escola pública brasileira: carteiras riscadas, recreio de cimento, alunos brancos, mulatos, negros, asiáticos. Percorremos corredores, com colegas de Priscilla a aparecer. Vão todas votar em Marina Silva, a candidata do Partido Verde que só tem subido nas sondagens. "Já viu os candidatos exdrúxulos que a gente tem? Tiririca [um comediante]. . . Mulher Pêra, Mulher Melancia [garotas de revista]. . . "7h15 da manhã, aula aqui é cedo. E o 8. º C já está todo na sala, mesas em volta, preparadas para o grande debate. Cada candidato tem um papel à frente com o nome, e uma equipa de assessores, o que significa que toda a turma participa. Espectadores só Priscilla e o PÚBLICO (ah, sim, e aquele par de meninas alheadas, lá atrás). Os candidatos apresentam-se. Género: "Eu sou o João Pedro. Sou a Dilma, do PT. " Um rapazinho de poupa com gel. Ou:"Bom dia, sou o Luís. Sou a candidata Marina Silva, do PV. " Um mulato com jeito de quem vai ganhar o debate. Ou ainda:"Eu sou Rafael. Sou o José Serra, e o meu partido é o PSDB. " Um cabeludo tímido, voz num fio. Depois há os candidatos a governador de São Paulo, nomes que não são tão familiares aos leitores portugueses - Geraldo Alckmin (PSDB), Aloizio Mercadante (PT), Celso Russomanno (PP), Paulo Skaf (PSB) ou Luís Carlos Prates, conhecido como "O Mancha" (PSTU) - mas significam a disputa pelo maior estado do Brasil, 40 milhões de pessoas. Vários estão representados nesta sala. "Marina, começa com a pergunta", diz Priscilla, apontado para Luís, o mulato bem-seguro. "Dilma Rousseff", começa ele. "Há 18 milhões de pessoas em fila de espera para o programa Minha Casa Minha Vida. O que você pretende fazer em relação a isso?"Dilma, o rapazinho da poupa, volta-se para trás e conferencia com os assessores. Resposta: "Manter a calma. " É a idade antes da política. A sala ri. Educação, saúde, ambienteO candidato a governador Skaf pergunta agora ao actual governador Alckmin (que provavelmente vai ser reeleito) se manterá a progressão continuada nas escolas, quando "tem muita gente no 8. º ano que não sabe ler nem escrever". "É que aqui em São Paulo até ao 8. º ano os alunos não reprovam, a progressão continuada é isso", explica Priscilla. Resposta do governador Alckmin: "Essa questão de passar alunos que não sabem ler e escrever é coisa séria. Eu vou aumentar o período escolar. "José Serra, candidato a presidente do mesmo partido, vem em seu socorro. "Nós vamos reforçar a ajuda aos alunos", diz, repetindo as palavras que a sua assessora de rabo-de-cavalo lhe bichana ao ouvido.
REFERÊNCIAS:
Ser mulher é difícil mas também é bom
Mulheres, africanas, guineenses. Trabalham de sol a sol para sustentar a família e pagar a escola dos filhos, que sonham um dia ver na universidade.A 31 de Julho celebra-se o Dia Internacional da Mulher Africana. (...)

Ser mulher é difícil mas também é bom
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.099
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mulheres, africanas, guineenses. Trabalham de sol a sol para sustentar a família e pagar a escola dos filhos, que sonham um dia ver na universidade.A 31 de Julho celebra-se o Dia Internacional da Mulher Africana.
TEXTO: Jorgete tem porte de diva, é uma activista pelos Direitos da Mulher embora na Guiné-Bissau não lhe atribuam expressões com tanta pompa. “Inspiração”, “mamã”, “modelo a seguir”, “exemplo de força e coragem”, “alguém que não se cansa de lutar por nós”, é assim que as colegas da associação de costura onde trabalha a referem. Gosta de falar — alto, pausadamente, com garra a transpirar do discurso —, especialmente quando tem muita gente a ouvi-la: “Aqui os homens não trabalham, são as mulheres que batalham para pôr os filhos na escola, para os vestir, para lhes dar de comer. Se tivermos o nosso próprio dinheiro, deixaremos de ser tão dependentes. ”Quase metade da população guineense (46%) não sabe ler nem escrever. As mulheres representam 63, 2% deste universo (a percentagem de analfabetismo masculino é de 36, 8%), de acordo com os últimos censos realizados no país em 2009. Jorgete finta as estatísticas. Sim, gostava de ter estudado mais do que o 6. º ano de escolaridade, mas aprendeu a virar-se como sabia: “Não é preciso ir à escola para trabalhar com agulhas. Mesmo quem vai à escola pode nunca saber coser. ”Viver o melhor que pode, o melhor que sabe, esse é também o lema de Júlia. Há duas coisas a que nunca diz não: ao trabalho e à oportunidade de aprender mais. Produz óleo de palma, vende frutas e legumes na praça, trabalha nos campos de caju e ainda está a aprender Português, Inglês e Francês, duas vezes por semana, ao final da tarde. Julia tem tantos ofícios que, quando os conta com a ponta dos dedos, acaba sempre por se perder. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), refere que na Guiné-Bissau há mais homens (78, 5%) economicamente activos do que mulheres (68, 1%), mas contabiliza apenas a “força de trabalho que se destina à produção de bens e serviços num determinado período de tempo”, deixando de fora as actividades praticadas pela maioria das mulheres diariamente e que garantem o sustento das famílias. Ao contrário de Júlia, Safieto não sente vontade de ir à escola, lugar que nunca conheceu. Tinha 15 anos quando se casou com um homem três décadas mais velho, que só conheceu no dia do casamento. É uma das mulheres que dão rosto aos números: 37, 1% das meninas guineenses casam-se antes dos 18 anos e 59, 6% das adolescentes entre os 14 e os 19 anos estão casadas com um homem pelo menos dez anos mais velho, segundo o Inquérito aos Indicadores Múltiplos de 2014 publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Hoje, com quatro filhos, Safieto não se queixa do que tem — “acho que vivo bem” — e diz que gosta muito do marido: “Sou eu que trabalho para comprar comida, mas, quando não tenho dinheiro, ele dá-me. ”Cecília está a passar uma fase menos boa. Vive com o marido em Elalab, uma ilha isolada com cerca de 200 habitantes no Norte da Guiné-Bissau. É uma saudosista dos tempos em que tinha a casa cheia com os cinco filhos, que entretanto se mudaram para Bissau, a capital. Diz que está tudo a mudar: “A tabanca [aldeia] não tem nada para oferecer aos mais jovens, só os velhos é que cá ficam. Cada vez faz mais calor, chove menos e quase não há variedade de peixe. ” No ano passado, com a subida do nível da água do mar, a sua plantação de arroz inundou-se e ficou sem comida para enfrentar a época seca [entre Outubro e Junho]. A pobreza não monetária atinge 40% da população da Guiné-Bissau, desta, 60, 3% vive em áreas rurais e apenas 8, 4% em centros urbanos — os números são do relatório “Guiné-Bissau: Segundo Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza”, realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2011. “Tem sido um período difícil mas este ano vai ser diferente. Comemos arroz de manhã, à tarde e à noite. Para os flupes [uma das mais de 30 etnias do país], arroz é riqueza, se não tens arroz, estás na desgraça. ”Como sobrevivi? Os vizinhos convidaram-me a participar na colheita nos seus terrenos e deram-me algum arroz. Comi uma parte com o meu marido e a outra guardei, para ter sementes e poder plantar este ano sem ter de pedir a mais ninguém. Vendi os animais domésticos — cabras e porcos —, e os meus dois filhos que estavam a estudar em Bissau tiveram de ir trabalhar para ganhar algum dinheiro. Compraram-nos três sacas, é isso que temos comido durante a época seca. Quando o meu marido consegue apanhar peixe, eu vou na piroga [canoa de madeira] com outras mulheres e vendo-o no mercado. Procurei alternativas, precisava de fazer alguma coisa para poder comprar outros alimentos: comecei a costurar na máquina que a minha irmã mais velha me ofereceu — as pessoas trazem os tecidos, pagam-me o serviço e com esse dinheiro compro comida. Também tento plantar batatas, milho, tomates, mas não é fácil, o terreno de Elalab é pouco fértil e os porcos destroem as plantações. Na tabanca de Elalab somos todos flupes, a maioria é animista mas a minha família é católica, vivemos no bairro católico. Por tradição, quando o homem morre primeiro do que a mulher, a casa e os animais do casal têm de ser destruídos. A mulher terá de ir viver para um anexo na casa do irmão mais velho do marido ou pedir aos filhos para lhe construírem uma nova casa. Não é bem visto manter os bens de alguém que morreu. Connosco isso não vai acontecer, somos católicos. Se o Zé morrer primeiro do que eu, ficarei com a casa e com os animais. Esta tradição é uma forma de tirar poder às mulheres, não faz sentido nos dias de hoje. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A primeira vez que vi o meu marido foi no dia do casamento, o meu irmão mais velho é que o conhecia. Quando olhei para ele, quis desistir, mas ia fazer a minha mãe passar por uma grande vergonha, tive de aceitar. Casámos há 16 anos, ele tem mais uns 40 anos do que eu, temos quatro filhos. Dantes se a mulher rejeitasse casar, era espancada, mas agora com a escola isso já não acontece… Como não fui à escola, gosto de ver a telenovela na TV Record, aprendo muita coisa que não sabia, dá-me ideias. Aprendi a mimar, a abraçar, a falar bem com o meu marido e os meus filhos. Se não vais à escola e não vês novelas, não sabes nada, nada, ficas burra. Quando chega às nove da noite, as mulheres da vizinhança reúnem-se todas a ver televisão num sítio aqui próximo. Se eu não tiver trabalho para fazer, vou com os meus filhos, só o meu marido é que fica em casa. Gostava de ter um painel solar no telhado para poder ter um ecrã só para mim. Acho que vivo bem: pago a escola dos meninos e compro comida. A diversão é só no Tabaski e no Ramadão [as duas maiores festas muçulmanas] ou quando há um casamento… Se vamos a uma cerimónia, nós os fulas [outra das etnias guineenses] compramos sempre roupa nova, matamos um porco e oferecemos algum dinheiro. Gosto da Guiné-Bissau, aqui és livre, ninguém te chateia. No Senegal há melhores condições, mais limpeza, mais verduras, mas se não tens dinheiro, não vives. Na Guiné podes viver sem dinheiro porque o guineense tem pena do seu companheiro.
REFERÊNCIAS:
O momento em que Patti Smith leu Fernando Pessoa
Casa Fernando Pessoa divulgou vídeo em que cantora lê Álvaro de Campos. (...)

O momento em que Patti Smith leu Fernando Pessoa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Casa Fernando Pessoa divulgou vídeo em que cantora lê Álvaro de Campos.
TEXTO: 2015 foi um ano em cheio para a relação de Portugal com Patti Smith. Vimo-la em Junho em dose dupla no Nos Primavera Sound, primeiro em concerto de base acústica, depois apresentando o seu histórico álbum de estreia, Horses, com a electricidade indispensável. Em Setembro, Patti regressou a Portugal, desta vez a Lisboa, ao Coliseu dos Recreios, para voltar a recriar Horses. Como documento da visita não ficou apenas a memória do concerto. A convite da EGEAC, Patti Smith visitou a Casa Fernando Pessoa e, em particular, a biblioteca do escritor, onde admirou livros de William Blake, Walt Whitman ou Arthur Rimbaud, poetas da eleição da cantora americana. Tal como o é, de resto, o próprio Pessoa. Em entrevista ao Ípsilon em 2009, ao falar da sua relação com Portugal, recordou como o seu marido, Fred Sonic Smith, falecido em 1994, lhe costumava dizer que, dada a quantidade de livros de fotografia sobre o Portugal dos anos 1930 que detinha, um dia iria acordar e “começar a falar como um pescador português”. Acrescentou então: “Claro que, como muita gente, adorava Pessoa. Tom Verlaine [vocalista e guitarrista dos Television] e eu costumávamos ler Pessoa o tempo todo, quando éramos novos”. Na casa Fernando Pessoa, Patti Smith, terminou a visita com um dois-em-um. Pessoa e Whitman. Ou seja, Patti a ler um excerto de Saudação a Walt Whitman, de Álvaro de Campos. O momento ficou registado e foi disponibilizado esta terça-feira na página de Facebook da Casa Fernando Pessoa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cantora