Roménia vota para que Constituição proíba casamentos homossexuais
Apesar de as uniões entre pessoas do mesmo sexo não serem legais na Roménia, foi convocado um referendo para tornar essa possibilidade ainda mais difícil. (...)

Roménia vota para que Constituição proíba casamentos homossexuais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Apesar de as uniões entre pessoas do mesmo sexo não serem legais na Roménia, foi convocado um referendo para tornar essa possibilidade ainda mais difícil.
TEXTO: Os romenos começaram a votar este sábado num referendo de dois dias que pode fechar ainda mais a porta à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os críticos dizem que a consulta é apenas uma manobra do Governo para distrair a opinião pública de escândalos de corrupção. A Roménia já é um dos poucos Estados-membro da União Europeia que proíbe tanto o casamento como as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, mas o referendo propõe uma redefinição do conceito de casamento na Constituição para que declare textualmente que só uma união entre um homem e uma mulher é legal. Os grandes apoiantes da alteração estão congregados na Coligação pela Família, uma organização conservadora, e contam com o apoio da Igreja Ortodoxa. Cartazes a favor do “sim” alertam para o perigo de casais gay roubarem crianças ou para a possibilidade de se permitir no futuro que um homem possa casar com uma árvore, descreve a Reuters. Num país onde a promoção dos direitos da comunidade LGBT não rende muitos votos, praticamente todos os partidos têm estado a favor do “sim”. “Muitos receiam que aquilo que aconteceu noutros países, como a legalização do casamento entre um homem e um animal, possa acontecer aqui”, disse esta semana o líder do Partido Social Democrata (PSD, no poder), Liviu Dragnea, ao canal Romania TV. “Os partidos agarraram a iniciativa oportunisticamente para obterem benefícios eleitorais a partir de uma coisa que é uma questão praticamente inexistente”, disse ao Guardian a investigadora do Instituto de Estudos Humanos de Viena, Veronica Anghel. Os grupos de defesa dos direitos humanos encaram o referendo como uma estratégia do Governo para esconder o escândalo de corrupção em que Dragnea está envolvido – o líder partidário foi condenado a três anos e meio de prisão por abuso de poder e a sentença do recurso que apresentou é conhecida na segunda-feira. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Um recuo dos direitos dos casais homossexuais deverá aprofundar ainda mais o clima de desconfiança entre a União Europeia e o Governo romeno, visto em Bruxelas como cada vez mais autoritário. “O plano é óbvio: criar um sentimento anti-europeu na Roménia que Liviu Dragnea possa utilizar quando os dirigentes europeus lhe exigirem que não destrua o sistema judicial, o Estado de Direito e a luta anti-corrupção”, disse à Reuters o antigo primeiro-ministro Dacian Ciolos. Os activistas LGBT têm apelado ao boicote à consulta, na esperança de que a participação não atinja o limiar necessário para tornar o seu resultado vinculativo. Porém, o Governo parece estar a fazer os possíveis para que a consulta permita alterar a Constituição. Para além de ter autorizado que o voto se prolongasse durante dois dias, foi aprovada uma nova lei que baixa de 50% para 30% o limite mínimo de participação para que o resultado seja válido.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Governador da Tanzânia abre caça aos homossexuais
"Se conhecerem algum homossexual… denunciem-no”, pediu Paul Makonda, governador de Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia. A homossexualidade está criminalizada naquele país africano, à semelhança de muitos outros no mesmo continente. (...)

Governador da Tanzânia abre caça aos homossexuais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 5 Homossexuais Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Se conhecerem algum homossexual… denunciem-no”, pediu Paul Makonda, governador de Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia. A homossexualidade está criminalizada naquele país africano, à semelhança de muitos outros no mesmo continente.
TEXTO: O governador de Dar es Salam, a maior cidade da Tanzânia, decidu abrir caça aos homossexuais. Paul Makonda anunciou a criação de um comité de vigilância de homossexuais, que deverá entrar em acção já na segunda-feira, e pediu aos tanzanianos que denunciem, através de um número de telefone, as pessoas LBGTQ+ que conhecerem. “Recebi relatos de que há muitos homossexuais na nossa cidade, e que esses homossexuais estão a promover e a vender os seus serviços na internet”, disse o governador num vídeo publicado no Youtube. “Por isso peço a todos os cidadãos de Dar es Salam: se conhecerem algum homossexual… denunciem-no”, continuou, indicando um número de telefone. De acordo com o governador, e desde a data da publicação do vídeo no Youtube, já foram recebidas mais de 18 mil denúncias relativas a cerca de 200 pessoas. Na Tanzânia, a homossexualidade é considerada crime e é punida com pena de 30 anos de cadeia a prisão perpétua. Pessoas consideradas suspeitas são forçadas a submeter-se a exames clínicos de duvidosa validade científica para comprovar a prática de actos homossexuais. A homossexualidade é crime em 32 países africanos. No Sudão e na Mauritânia é punida com pena de morte. Na Tanzânia, a pena varia entre os 30 anos de cadeia e a pena perpétua. O comité reunido pelo governador, composto por agentes da polícia, psicólogos e responsáveis de serviços de telecomunicações, vai ainda vigiar as redes socias em busca de suspeitos de práticas homossexuais. Numa conferência de imprensa realizada esta semana, Makonda deixou ainda uma mensagem às organizações internacionais: que não intervenham, uma vez que a Tanzânia rege-se pelas suas próprias “normas”. De acordo com um activista ouvido sob anonimato pela cadeia de televisão norte-americana NBC News, um clima de medo já se instalou em Dar es Salaam: há homossexuais que “não conseguem dormir desde segunda-feira” devido ao receio de estarem a ser vigiados por pessoas próximas. Makonda já era conhecido por ter adoptado, em 2016, uma série de medidas repressivas das pessoas LBGTQ+ na Tanzânia, como o encerramento de serviços de detecção e tratamento de HIV, a proibição da importação de lubrificantes à base de água (uma importante ferramenta de prevenção da transmissão do HIV), e a ameaça de fecho de organizações de direitos humanos, como refere a Human Rights Watch (HRW). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Este não é um caso único no continente africano. No vizinho Quénia, os "actos homossexuais" podem ser punidos com uma pena até 14 anos de prisão. Pena igual está prevista no código penal do Uganda, onde os suspeitos também são sujeitos a exames clínicos que a HRW considera serem “uma forma de tratamento cruel, inumano e degradante” comparável à tortura. E estes são apenas três dos 32 países africanos onde a homossexualidade é criminalizada. As punições mais severas são aplicadas em algumas províncias da Nigéria e da Somália e na totalidade da Mauritânia e Sudão, onde está prevista a pena de morte. A justificação é quase sempre a mesma: a condenação de “comportamentos não naturais”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
A dor na sexualidade feminina
A dor sexual afecta um número significativo de mulheres em diferentes culturas, idades e fases de vida, havendo valores de prevalência que podem chegar aos 61%. (...)

A dor na sexualidade feminina
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A dor sexual afecta um número significativo de mulheres em diferentes culturas, idades e fases de vida, havendo valores de prevalência que podem chegar aos 61%.
TEXTO: É já só em meados do século XX que a sexualidade feminina ganha um maior destaque social e científico, desenvolvendo-se a pouco e pouco uma visão e conhecimento cada vez mais integrativos da sexualidade da mulher, tendo em conta o seu contexto individual, social e relacional. Apesar de todos os avanços, a sexualidade feminina (assim como a masculina) encontra-se, ainda hoje, associada a muitos desafios relacionados com a falta de formação académica e técnica, sensibilização (quase inexistente) dos serviços de saúde para abordarem e integrarem esta temática, a consequente negligência da complexidade psicológica e relacional da sexualidade humana e a sua excessiva medicalização e a ameaça à liberdade e não discriminação sexual. É neste mesmo contexto que se enquadra a vivência e abordagem científica da dor sexual ou a Perturbação de Dor Genitopélvica/Penetração, que é definida, no Manual de Diagnóstico de Perturbações Mentais da American Psychiatric Association, como uma dificuldade persistente e frequente na penetração vaginal durante a actividade sexual, muitas vezes associada à presença de dor, à compressão marcada dos músculos do pavimento pélvico, e à presença de níveis significativos de medo e ansiedade no antes, durante e depois da actividade sexual. São vários os factores que podem vulnerabilizar e manter este tipo de dificuldade, aos quais as mulheres e profissionais devem estar atentos. Em termos biológicos podem existir anormalidades no hímen, atrofia vaginal, infecções e lesões vaginais, endometriose, quistos ováricos, alterações hormonais, gravidez, parto, menopausa, tratamentos oncológicos, entre outros. Ao nível de factores psicossociais, surgem frequentemente associados problemas como ansiedade e humor, baixa auto-estima e imagem corporal, educação conservadora e severa, falta de educação sexual ou inadequação da mesma, experiências sexuais prévias traumáticas. Ao nível de factores relacionais, surge o tipo de resposta do parceiro face à dor, a pobre comunicação com o parceiro, os baixos níveis de satisfação na relação e fracas expectativas em relação ao futuro da mesma, como determinantes no surgimento e manutenção destas dificuldades. A dor sexual afecta um número significativo de mulheres em diferentes culturas, idades e fases de vida, havendo valores de prevalência que podem chegar aos 61%. A destacar o facto de a maioria destas mulheres viverem esta dificuldade em silêncio e sem recorrerem a ajuda médica ou psicológica, mesmo na presença de valores de intensidade da dor médios/altos e com níveis de interferência e mal-estar muito significativos. Das mulheres que quebram este padrão, são vários os relatos que evidenciam a presença de um diagnóstico errado e a tentativa de vários tratamentos sem resultados positivos. Em consulta são visíveis níveis elevados de stress emocional, sentimentos de culpa, vergonha, frustração, raiva e confusão, um aumento de dúvidas e incertezas em relação à problemática, um crescente isolamento e um aumento de sensibilidade a exames médicos, que exacerbam e aumentam a sintomatologia, nem sempre favorecendo o timing e significado do tratamento actual. Contudo, hoje, existem vários tratamentos cujos estudos demonstram eficácia e cujos efeitos são visíveis na experiência clínica, desde que devidamente adaptados a cada caso. O uso de diferentes substâncias usadas de forma local ou sistémica e procedimentos cirúrgicos, como a perineoplastia e a vestibulectomia, parecem ter efeitos positivos ao nível da vivência e intensidade da dor. Os mesmos resultados surgem após a Terapia Sexual e Psicoterapia, onde as mulheres adquirem a capacidade de lidar com os seus pensamentos, emoções e comportamentos em torno da dor, sexualidade e relação com o/a parceiro/a. Com o novo desenvolvimento das terapias cognitivo-comportamentais de 3. ª geração e do mindfulness, surgem igualmente resultados significativos ao nível da diminuição da intensidade da dor, mas também na qualidade de vida em geral e ao nível da comunicação e da intimidade sexual com o parceiro. Finalmente, a fisioterapia com intervenção ao nível do pavimento pélvico, nomeadamente através de técnicas de biofeedback ou estimulação eléctrica, tem demonstrado resultados muito animadores, sendo os mesmos aparentemente mais determinantes quando conjugados com a psicoterapia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Assim, apesar de a dor sexual ser um quadro complexo e frequente, o seu tratamento parece estar significativamente dependente de mudanças, quer da parte dos sistemas e profissionais de saúde quer da parte das mulheres e casais que vivem com estas dificuldades. É consensual a necessidade de uma avaliação e tratamento multidimensionais e multidisciplinares para o alcance de resultados terapêuticos satisfatórios, logo, a formação, encaminhamento clínico e sensibilidade para a sexualidade da parte dos profissionais de saúde é essencial. Ao nível científico, é necessário o desenvolvimento de estudos que permitam o aperfeiçoamento dos protocolos de avaliação e intervenção na dor sexual. Finalmente, as mulheres e casais que vivem a sua sexualidade condicionada devido à presença da dor contribuirão para o desenvolvimento deste sistema se abordarem as suas dificuldades nos contextos de saúde, sem tabus. Viver a sexualidade com qualidade não é um privilégio, é, sim, um direito e uma das componentes essenciais à nossa qualidade de vida, saúde e bem-estar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação mulher ajuda social medo sexual mulheres sexualidade feminina vergonha discriminação ansiedade
Empresas e membros do Partido Republicano em defesa do casamento gay
Facebook, Google, Apple e Microsoft e outras 375 empresas pedem ao Supremo que estabeleça a igualdade no casamento em todos os estados, sendo acompanhados por 303 antigas e actuais personalidades ligadas aos republicanos. (...)

Empresas e membros do Partido Republicano em defesa do casamento gay
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 Asiáticos Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.416
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Facebook, Google, Apple e Microsoft e outras 375 empresas pedem ao Supremo que estabeleça a igualdade no casamento em todos os estados, sendo acompanhados por 303 antigas e actuais personalidades ligadas aos republicanos.
TEXTO: Quase 400 empresas norte-americanas e 303 personalidades ligadas ao Partido Republicano defendem que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser legalizado em todo o território dos Estados Unidos, em dois documentos enviados ao Supremo Tribunal. O Supremo vai debruçar-se no próximo mês sobre duas questões fundamentais relacionadas com quatro processos distintos – por um lado, se os cidadãos norte-americanos têm o direito constitucional de se casarem com pessoas do mesmo sexo em qualquer estado; por outro lado, se os estados que ainda se opõem à igualdade no casamento devem reconhecer a legalidade dos casamentos celebrados nos estados que os autorizam. O que se espera é que a decisão final do Supremo (que será anunciada até Junho) ponha fim à confusão legal no país sobre os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, e que estabeleça um critério único a nível federal. O mais provável, de acordo com a tendência dos últimos anos, é que a igualdade no casamento passe a ser reconhecida em todo o território dos EUA. Para fazerem ouvir a sua voz, as empresas e as personalidades ligadas ao Partido Republicano recorreram a uma figura legal semelhante à que permite aos cidadãos portugueses constituirem-se como assistentes – no caso norte-americano, quando alguém se envolve num processo como amicus curiae, o objectivo é fazer chegar ao tribunal um conjunto de argumentos que considera não estar a ser apreciado pelos juízes. Num desses documentos, 379 empresas, desde pequenos negócios a gigantes da tecnologia como o Facebook, a Apple, o Google ou a Amazon (mas também de outras áreas, como a Coca-Cola, a Pepsi, a Disney, a CBS ou a Goldman Sachs), defendem que o Supremo deve decidir a favor da igualdade no casamento em todo o território dos EUA, baseando os seus argumentos nas perdas económicas e financeiras provocadas pela actual confusão na legislação. "A inconsistente legislação estadual sobre o casamento constitui um fardo económico acrescido para as empresas americanas, com um custo estimado em mil milhões de dólares [cerca de 905 milhões de euros] por ano", lê-se no documento. "A nossa capacidade para crescer e manter os nossos negócios através de medidas para atrair e manter os melhores talentos está a ser prejudicada. A miscelânea de leis estaduais aplicáveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo prejudica os nossos interesses e as relações entre empregador e empregado", argumentam. As empresas queixam-se, em particular, da ginástica que têm de fazer para acomodar vários planos de benefícios sociais para os seus trabalhadores, e da dificuldade em atrair potenciais funcionários que são casados com pessoas do mesmo sexo para estados onde essa ligação ainda não é reconhecida. Num outro documento, 303 republicanos – entre os quais o antigo mayor de Nova Iorque Rudolph Giuliani, 23 actuais e antigos membros do Congresso e sete actuais e antigos governadores – juntaram-se com o mesmo objectivo. O autor da proposta é Ken Mehlman, antigo presidente da Comissão Nacional Republicana. Na apresentação do documento, Mehlman salientou que "os republicanos costumam ter um grande respeito pelas decisões dos tribunais, em particular pelas do Supremo Tribunal". "Os dados indicam que a aceitação pública [da igualdade no casamento] tem crescido muito rapidamente, e de forma muito significativa", sublinhou. No texto enviado ao Supremo, antigos e actuais membros e conselheiros do Partido Republicano consideram que as leis que excluem os casais de pessoas do mesmo sexo da "instituição do casamento civil" são "inconsistentes com as promessas constitucionais de protecção e de igualdade de tratamento". Por trás desta iniciativa estará também o desejo de afastar este tema da campanha eleitoral para as presidenciais de 2016 – depois da derrota de Mitt Romney contra Barack Obama, em 2012, um relatório da Comissão Nacional Republicana sublinhou que o partido teria de aproximar-se mais "dos hispânicos, negros, asiáticos e dos gays americanos". Em 2013, o Supremo norte-americano decidiu, por cinco votos a favor e quatro contra, que uma das cláusulas mais importantes da Lei de Defesa do Casamento (DOMA, na sigla original) é inconstitucional – contrariando a Secção 3 dessa lei, aprovada em 1996, o Supremo considerou que é contrário à Constituição negar a validade de um casamento entre pessoas do mesmo sexo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Lei contra homossexuais na Rússia gera apelo a boicote aos Jogos de Inverno
Popular actor e comediante britânico compara Rússia de Putin à Alemanha de Hitler. (...)

Lei contra homossexuais na Rússia gera apelo a boicote aos Jogos de Inverno
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Popular actor e comediante britânico compara Rússia de Putin à Alemanha de Hitler.
TEXTO: O actor britânico Stephen Fry pediu ao Comité Olímpico Internacional (COI) que retire a organização dos Jogos de Inverno à Rússia, em protesto contra a aprovação de leis que condenam a "propaganda da sexualidade não-tradicional". Numa carta aberta ao COI e ao primeiro-ministro do Reino Unido, Stephen Fry compara a Rússia de Putin à Alemanha de Hitler. "Escrevo com a sincera esperança de que todos os que amam o desporto e o espírito olímpico reflictam sobre a mancha que caiu sobre os cinco anéis nos Jogos de Berlim de 1936, que se realizaram sob a égide de um tirano que tinha aprovado uma lei, dois anos antes, que levou à perseguição de uma minoria cujo único crime foi o acaso do seu nascimento", começa a carta escrita por Stephen Fry, publicada no Tumblr. Depois da perseguição e extermínio de judeus na Alemanha nazi, nas décadas de 1930 e 1940, o actor considera que a Rússia de Vladimir Putin ameaça tornar-se num caso semelhante, desta vez em relação aos homossexuais. "Putin está assustadoramente a repetir este crime demente com russos LGBT [sigla para lésbica, gay, bissexual e trangénero]. Espancamentos, assassinatos e humilhações são ignorados pela polícia. Qualquer defesa ou discussão sensata sobre homossexualidade é contrária à lei", denuncia o actor e comediante. Por isso, "o COI tem a obrigação de assumir uma posição firme em nome da partilha humanitária, que é suposto representar, contra a lei fascista e bárbara que Putin fez aprovar através da Duma [a câmara baixa do Parlamento russo]", defende. O apelo do popular actor britânico dirige-se ao Comité Olímpico Internacional, na pessoa do seu presidente, o belga Jacques Rogge: "Peço-vos que resistam às pressões do pragmatismo, ao dinheiro, à cobardia dos diplomatas, e que marquem uma posição de forma resoluta e orgulhosa pela humanidade em todo o mundo, tal como o vosso movimento se comprometeu a fazer. Agitem a vossa bandeira olímpica com orgulho, ao mesmo tempo que nós, homens e mulheres gay, agitamos a nossa bandeira do arco-íris com orgulho. Sejam suficientemente corajosos para estarem à altura dos juramentos e dos protocolos do vosso movimento. "Na mesma carta, Stephen Fry deixa de lado as diferenças partidárias em relação ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, e sublinha o que os une: "Como líder de um partido ao qual me tenho oposto quase toda a minha vida, você revelou um compromisso determinado, apaixonado e claramente honesto com os direitos LGBT e ajudou a passar o casamento gay por ambas as câmaras do nosso Parlamento, face à veemente oposição de muitas pessoas no seu próprio partido. Irei admirá-lo para sempre por isso, independentemente de outras diferenças que existam entre nós. Em última análise, acredito que você sabe distinguir o que é certo e o que é errado. Por favor, aja de acordo com esse instinto neste caso. "Em conclusão, Stephen Fry defende que "é essencial que os Jogos Olímpicos de Inverno na Rússia sejam proibidos. Realizem-nos em outro sítio qualquer, no Utah [Estados Unidos], em Lillehammer [Noruega], onde quiserem. É preciso evitar a qualquer custo que Putin seja visto a receber a aprovação do mundo civilizado". A próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno está marcada para Fevereiro de 2014, na cidade russa de Sochi. Em 1980, o então Presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, decertou um boicote aos Jogos Olímpicos de Moscovo, em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Quatro anos depois, o Governo de Konstantin Chernenko decidiu boicotar os Jogos Olímpicos de Los Angeles, alegando receios pela segurança dos seus atletas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos homens lei minoria mulheres sexualidade casamento gay humanitária perseguição lgbt bissexual lésbica
Banqueiro português eleito n.º 1 em lista de líderes gay
Presidente do HSBC no Reino Unido, António Simões foi reconhecido por rede de executivos em lista no Financial Times. (...)

Banqueiro português eleito n.º 1 em lista de líderes gay
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.416
DATA: 2013-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente do HSBC no Reino Unido, António Simões foi reconhecido por rede de executivos em lista no Financial Times.
TEXTO: O português António Simões, presidente do HSBC no Reino Unido, o maior banco europeu e um dos maiores mundiais, ficou no primeiro lugar de uma lista dos 50 líderes gay de negócios e empresas que se assumiram publicamente e se afirmaram como modelos, publicada pelo jornal Financial Times (FT). Casado, António Simões, 38 anos, que é ainda responsável para a Europa pela área de retalho e gestão de fortunas do HSBC, ficou no primeiro lugar porque “teve pontuação muito alta em todos os critérios”, disse Suki Sandhu, fundador da rede de executivos LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero) OUTstanding in Business, que seleccionou o top 50 destes líderes publicado no FT. “É um líder executivo, que assume a sua sexualidade no mundo das finanças, tem impulsionado a agenda da diversidade no HSBC, desafiado estereótipos, e ganhou o prémio do líder do ano nos European Diversity Awards”, explicou. Os membros da lista tinham que dar a sua autorização e Simões aceitou por sentir “que há uma responsabilidade de ser um modelo”, disse ao PÚBLICO por telefone, a caminho da cerimónia da distinção. “Sempre vivi num ambiente com muito apoio dos amigos e da família. Quando comecei a trabalhar, o ambiente não era tão inclusivo como é hoje”, lembra, explicando, porém, que nunca “encontrou qualquer tipo de discriminação”, mas que o mesmo não se passa em todo o lado nem em todas as empresas. A importância desta distinção, considera, é o facto de poder “ajudar outros”. A lista OUTstanding in Business estreou-se este ano e quer aumentar a visibilidade, inspirar, ser a voz dos executivos LGBT no mundo dos negócios e promover a diversidade nas empresas (“coming out” é a expressão usada em inglês para quem assume publicamente a sua sexualidade). A publicação do Top 50 apareceu num suplemento do FT dedicado ao tema. “A lista dos 50 OUTstanding é a prova de que os executivos LGBT estão a fazer uma enorme diferença e contribuição para a economia. Mostra que uma pessoa se pode assumir e ter sucesso”, escreve o fundador, que quer encorajar outros a assumirem a sua sexualidade. Na lista dos 50 estão homens como Vincent François, da Société Générale (26. º), Paul Reed, CEO da BP (3. º), e mulheres como Beth Brooke, vice-presidente do conselho de administração da empresa EY (2. º), ou Claudia Brind-Woody, vice-presidente da IBM (6. º). As nomeações foram feitas através de uma campanha nas redes sociais apoiada por personalidades como o realizador Stephen Fry e empresas como a Google, BP e Barclays. As escolhas seguiram cinco critérios: liderança (posição e influência), ser um modelo de inspiração (aberto sobre a sua sexualidade dentro ou fora do trabalho), contribuição para a causa LGBT, ter sucesso e marcar a diferença desafiando os estereótipos. Simões é ainda membro fundador do Conselho da Diáspora Portuguesa, associação apoiada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que junta portugueses a viver e trabalhar no estrangeiro que querem credibilizar a imagem de Portugal no exterior.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulheres sexualidade gay discriminação lgbt bissexual lésbica
DGS apagou menção a gays como grupo de risco porque normas são “documentos vivos”
Em causa documento que define critérios para avaliar quem dá sangue. Francisco George diz que normas são "documentos vivos": “Se os especialistas não estão confortáveis com uma versão, muda-se”. BE pede “clarificação”. (...)

DGS apagou menção a gays como grupo de risco porque normas são “documentos vivos”
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em causa documento que define critérios para avaliar quem dá sangue. Francisco George diz que normas são "documentos vivos": “Se os especialistas não estão confortáveis com uma versão, muda-se”. BE pede “clarificação”.
TEXTO: Em dez dias a Direcção-Geral da Saúde (DGS) mudou de opinião sobre os critérios de dádiva de sangue por homossexuais e bissexuais. A 6 de Fevereiro, aquela entidade publicou uma norma clínica em que classificava “homens que têm sexo com homens” (HSH) como “subpopulação” com “risco infeccioso acrescido” e “elevada prevalência de infecção por VIH”. Uma nova versão com a data desta quinta-feira faz desaparecer aquela classificação. A mudança no texto foi detectada nesta sexta-feira de manhã. Depois de nesta semana o PÚBLICO ter questionado José Alexandre Diniz, director do Departamento da Qualidade na Saúde, acerca da norma de 6 de Fevereiro, que se encontrava publicada no site da DGS, um novo documento digital, em formato PDF, foi divulgado no mesmo local, com uma norma diferente, mas sem informação sobre a existência de versões anteriores. Ao PÚBLICO, o director-geral da Saúde, Francisco George, garantiu nesta sexta-feira ao fim dia que a alteração é da lavra da DGS e não teve qualquer interferência da tutela, dúvida que poderia existir depois de há dias a associação de minorias sexuais ILGA Portugal ter pedido publicamente ao ministro da Saúde que actuasse no sentido de a expressão HSH ser retirada da norma. “As normas clínicas não são resultado de decisões administrativas, políticas ou legislativas, são resultado de decisões unicamente assentes em fundamentação cientifica”, afirmou o director-geral. “Não falei com o senhor ministro, nem nunca ele iria dar orientações. ”A norma em causa já conheceu três versões. Foi originalmente publicada a 19 de Setembro do ano passado e pela primeira vez em quase 20 anos autorizou parcialmente a dádiva de sangue por homo e bissexuais. Depois de um período de consulta pública, que terminou a 19 de Outubro, a DGS redigiu novo texto e publicou-o a 6 de Fevereiro. A terceira versão tem data de dia 16. Francisco George considerou que as normas “clínicas são documentos vivos, não fechados” e “se os especialistas não estão confortáveis com uma versão, muda-se”. “Às vezes até se muda duas vezes no mesmo dia, é uma situação perfeitamente normal, o que prevalece é a data mais recente que surge nos documentos”, sublinhou. O texto de 19 de Setembro, que esteve em discussão pública, dizia que quem tivesse tido “parceiros portadores de VIH” ou “contacto sexual” com pessoas “pertencentes a subpopulações com risco infeccioso acrescido” só poderia dar sangue 12 meses depois dessas ocorrências e se elas entretanto não se repetissem. Estas “subpopulações” eram textualmente referidas: “Nomeadamente utilizadores de drogas e trabalhadores do sexo. ”A norma de 6 de Fevereiro mantinha o prazo de 12 meses de suspensão, mas alargava o conceito de “subpopulações”: “As subpopulações com elevada prevalência de infecção por VIH que foram avaliadas em Portugal, em estudos realizados no ano de 2012, incluem os trabalhadores do sexo e os utilizadores de drogas injectáveis e homens que têm sexo com homens. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Finalmente, na norma mais recente, com data de 16 de Fevereiro, lê-se que estão afastados da dádiva por 12 meses os “indivíduos que mantiveram contacto sexual com indivíduo(s) com risco infeccioso acrescido”. A alínea que descrevia “subpopulações” foi eliminada e deu lugar a uma nova redacção: “O(s) indivíduo(s) com risco infeccioso acrescido para agentes transmissíveis pelo sangue foram avaliados em Portugal, em estudos realizados no ano de 2012, no entanto evidência mais recente, a nível nacional e internacional, tem demonstrado que o risco acrescido varia de país para país. Por esta razão vai ser iniciado um estudo de investigação para avaliar o nível de risco no contexto cultural e social português. ”HSH, trabalhadores do sexo e utilizadores de drogas deixaram de constar, mas não é claro se estão implicitamente suspensos por 12 meses. Não foi possível esclarecer este aspecto junto do director-geral da Saúde. O Bloco de Esquerda, que desde há anos considera discriminatória a referência à orientação sexual nos critérios de triagem, dirigiu na sexta-feira uma pergunta escrita ao Governo pedindo uma “clarificação”. A pergunta pretende também esclarecer qual o prazo e forma de financiamento do estudo referido na mais recente versão da norma. A ILGA informou ter pedido uma “reunião de urgência” com o ministro da Saúde.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens social sexo estudo sexual
Silêncio sobre embaixador homossexual mancha imagem de tolerância do Papa
Há quatro meses que o francês Laurent Stéfanini espera aprovação para ser embaixador na Santa Sé. Fontes do Vaticano dizem que o seu nome já foi chumbado. (...)

Silêncio sobre embaixador homossexual mancha imagem de tolerância do Papa
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150412172432/http://www.publico.pt/1692089
SUMÁRIO: Há quatro meses que o francês Laurent Stéfanini espera aprovação para ser embaixador na Santa Sé. Fontes do Vaticano dizem que o seu nome já foi chumbado.
TEXTO: O Vaticano ainda não respondeu à nomeação de Laurent Stéfanini para o cargo de embaixador francês na Santa Sé. O pedido de confirmação já foi enviado no dia 5 de Janeiro pelo Governo de Paris. O gabinete de imprensa do Vaticano recusou comentar o caso, mas o silêncio está a ser interpretado como uma maneira subtil – uma “maneira muito jesuíta”, nas palavras do Libération – de afirmar que a Santa Sé não vê com bons olhos o nome de Stéfanini por este ser homossexual. Esperava-se que o pedido de aprovação da nomeação tivesse tido resposta à data de saída do antigo embaixador francês, em Fevereiro. Caso se confirme que o nome de Stéfanini tenha sido recusado pela Santa Sé devido ao facto de este ser abertamente homossexual – como já avançaram fontes anónimas do Vaticano à imprensa francesa e italiana –, o caso pode manchar a imagem de tolerância associada ao Papa Francisco. Bergoglio disse em 2013 que não lhe cabia a ele “julgar” a orientação sexual de um católico e que os homossexuais “não devem ser julgados nem marginalizados”, mas sim “integrados na sociedade”. Porém, é contra o casamento gay e contra a adopção por casais do mesmo sexo. Laurent Stéfanini foi escolhido directamente pelo Presidente francês, François Hollande e recebeu a aprovação do arcebispo de Paris. Este último escreveu pessoalmente ao Papa Francisco sobre o tema, de acordo com o Libération. Stéfanini, aliás, é encarado como o candidato de eleição para o cargo de embaixador francês na Santa Sé. O Corriere della Sera fala de “um homem com uma cultura excepcional” e, ao Independent, fontes do ministério francês dos Negócios Estrangeiros afirmaram que Stéfanini é “o melhor candidato possível para o cargo”. Stéfanini foi já o número dois da embaixada de França na Santa Sé, cargo que desempenhou de 2001 a 2005, durante o papado de Bento XVI, agora Papa emérito. Laurent Stéfanini passou depois para o Eliseu, onde ocupou o cargo de chefe de protocolo ao longo das presidências de Nikolas Sarkozy e Hollande. Esta não seria a primeira vez que um candidato a embaixador na Santa Sé seria recusado pelo Vaticano, embora, em casos anteriores, as decisões fossem justificadas com o civil dos nomeados. Em 2008, o Vaticano recusou aceitar como embaixador outro francês, Jean-Loup Kuhn-Delforge, por este viver em regime de união de facto com outro homem. Também um candidato argentino a embaixador na Santa Sé, este heterossexual, esbarrou contra a vontade do Vaticano, neste caso por se ter voltado a casar depois de um divórcio. Francisco e a homossexualidadeOs comentários do Papa Francisco em 2013 foram recebidos como um sinal de que a Igreja Católica poderia estar prestes a entrar num período de relativa abertura ao tema da homossexualidade. Em Outubro do ano passado, o Papa reuniu o sínodo de bispos no Vaticano para debater o assunto da família na sociedade contemporânea. A Santa Sé manteve a condenação à homossexualidade, mas o comunicado que saiu do sínodo apontou para alguma abertura, ao dizer que a comunidade católica deveria “aceitar e valorizar” indivíduos homossexuais. Mas, mais recentemente, o Papa foi mais severo nas suas declarações sobre o casamento homossexual. “A família está também ameaçada pelo esforço crescente de alguns para que se redefina a própria instituição do casamento, pela relativização, pela cultura do efémero”, disse o Papa em visita às Filipinas, em Janeiro. Francisco fez ainda referência ao que designou por “colonização ideológica”, abordando assim a liberalização do casamento em vários países desenvolvidos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura homem comunidade sexo sexual casamento homossexual gay divórcio
Comité Olímpico pede à Rússia informações sobre lei contra propaganda homossexual
Ministro do Desporto diz que a Rússia não tem razões para temer apelos ao boicote e acusa críticos de quererem apenas denegrir imagem do país (...)

Comité Olímpico pede à Rússia informações sobre lei contra propaganda homossexual
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministro do Desporto diz que a Rússia não tem razões para temer apelos ao boicote e acusa críticos de quererem apenas denegrir imagem do país
TEXTO: O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou ter pedido esclarecimentos adicionais ao Governo russo sobre a lei que pune a “propaganda da sexualidade não-tradicional”, promulgada em Junho pelo Presidente Vladimir Putin e que está na origem de apelos ao boicote dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, na cidade de Sochi. Em Moscovo para a abertura, no sábado, dos Mundiais de Atletismo, Jacques Rogge explicou que, quando a lei foi aprovada, o COI recebeu “todas as garantias” da parte dos organizadores russos de que o diploma não infringia a Carta Olímpica, mas decidiu ainda assim pedir que o compromisso ficasse escrito. “Recebemos as garantias ontem [quinta-feira] e estivemos a estudá-las, mas há ainda incertezas e por isso decidimos pedir uma clarificação. Estamos há espera disso para tomar uma decisão final”, disse Rogge, no final de uma reunião entre o comité executivo do COI e a Federação Internacional de Atletismo, na capital russa. Questionado sobre quais os pontos que levantaram dúvidas, o presidente do COI disse que não se tratar de um “assunto fundamental”, mas de “uma questão de tradução”. “Há dois parágrafos que queremos garantir que estão bem traduzidos antes de podermos emitir um comentário geral”, acrescentou. Esta é a primeira vez que o COI se pronuncia sobre o polémico diploma que, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, legitima a homofobia e a perseguição aos gays na Rússia. O texto criminaliza actos de “propaganda homossexual” na presença de menores, prevendo, no caso de estrangeiros, multas até 2300 euros, penas de até 15 dias de prisão e a expulsão do país, refere a AFP. Os críticos dizem ainda que a lei, ao não estipular exactamente o que constitui propaganda, abre caminho à prisão a quem participar em marchas gay ou falar publicamente a favor dos direitos homossexuais. Com a atenção internacional concentrada no Campeonato do Mundo de Atletismo, activistas contra a homofobia, aproveitaram para fazer apelos ao boicote dos Jogos ou, como fez o actor britânico Stephen Fry numa carta aberta ao presidente do COI, defender que seja retirada à Rússia a organização do evento. Sem pronunciar sobre estes apelos, Rogge recordou que a Carta Olímpica é bem clara “quando estipula que todos os atletas têm direito de competir, sejam qual for a sua raça, religião ou orientação sexual”. Rússia desvaloriza apelosO ministro do Desporto da Rússia, Vitali Mutko, disse nesta sexta-feira que a Rússia “não tem razões para temer os apelos ao boicote” e acusou quem os faz de querer apenas denegrir a imagem do país. “Quanto mais forte é a Rússia, mais desagrada a algumas pessoas”, afirmou Vitali Mukto. O governanente já se tinha pronunciado sobre a polémica na quinta-feira, ao assegurar que "todos os atletas e organizações devem ficar tranquilos, pois os seus direitos serão protegidos”. A lei aprovada pela Duma “não se destina a privar ninguém dos seus direitos, seja qual for a sua religião, raça ou orientação sexual, mas apenas a proibir a promoção de relações não-tradicionais entre as gerações mais novas”. acrescentou o ministro, durante uma conferência de imprensa com o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack. “É preciso respeitar as leis do país onde se está, mas este é um acontecimento desportivo e é só sobre isso que devemos falar”. Questionado sobre o mesmo assunto, Diack disse não ter "qualquer problema" com o diploma. A Rússia tem as suas leis. E cada atleta tem a sua vida privada. Não vamos estar levantar questões a propósito de tudo e de nada”, respondeu o senegalês, antes de acrescentar: “Estamos aqui para o Campeonato do Mundo e não temos qualquer problema, nem estamos de todo preocupados.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos prisão sexual sexualidade homossexual gay perseguição raça homofobia
Papa Francisco diz que a Igreja tem estado "obcecada" com o aborto e o casamento homossexual
Na primeira entrevista de fundo Francisco traça as suas prioridades. (...)

Papa Francisco diz que a Igreja tem estado "obcecada" com o aborto e o casamento homossexual
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 18 | Sentimento -0.5
DATA: 2013-09-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na primeira entrevista de fundo Francisco traça as suas prioridades.
TEXTO: Na sua primeira entrevista de fundo após seis meses como Papa, Francisco declara que a Igreja Católica se tornou “obcecada” com os temas do aborto, do casamento homossexual e da contracepção. “Não podemos concentrar-nos só nestes temas. Não tenho falado muito sobre estes temas e por vezes isso tem-me sido apontado. Mas quando se fala destes assuntos, deve ser no devido contexto. Sabemos qual é a opinião da Igreja e eu sou um filho da Igreja, mas não é preciso continuarmos a falar disto assim. ”Estas palavras do Papa Francisco foram publicadas no jornal jesuíta italiano La Civiltà Cattolica e resultam de uma longa entrevista, de 29 páginas, realizada nos dias 19, 23 e 29 de Agosto, explica o site Vatican Insider, ligado ao jornal italiano La Stampa. Nela, o argentino Jorge Mario Bergoglio traça as prioridades da sua acção pastoral e revela alguns pormenores sobre si próprio. A entrevista, que é publicada em inglês pela revista America, dos jesuítas norte-americanos, foi revista pessoalmente pelo Papa, adianta o New York Times. “Temos de encontrar um novo equilíbrio, se não o edifício moral da Igreja pode cair como um palácio de cartas”, disse Francisco. Os ministros da Igreja devem ter como primeira missão levar uma palavra de “misericórdia”, a mensagem de salvação de Jesus Cristo, sublinhou. “Proclamar o amor redentor de Deus é um dever prioritário, antes do dever moral e religioso. Mas hoje parece que muitas vezes acontece o contrário”, afirmou. Deus sempre presenteO Papa falou abertamente da questão da homossexualidade – que tanta violência e polémica tem causado pelo mundo fora, por vezes incentivada pela própria Igreja Católica. Veja-se o caso da legalização do casamento gay em França, em que os bispos franceses e organizações católicas foram motores da contestação. “Quando estava em Buenos Aires, recebi cartas de pessoas homossexuais que estavam ‘socialmente feridas’ porque me diziam que a Igreja sempre os tinha rejeitado. Mas essa não é a intenção da Igreja. No avião de regresso do Rio de Janeiro, disse: 'Se um gay procurar Deus, quem sou eu para o julgar. '” Reitera o Catecismo da Igreja Católica – que diz que as pessoas homossexuais são chamadas à castidade –, mas sublinha o primado da liberdade: “Deus deu-nos a liberdade quando nos criou: não é possível a interferência espiritual na vida pessoal de outra pessoa. ”As reformas não se fazem num abrir e fechar de olhos, sublinha. “Muitos pensam que a mudança e as reformas podem acontecer num período muito curto. Eu acredito que leva tempo a construir as fundações de uma mudança real e eficaz. E esta é a altura do discernimento. Às vezes o discernimento leva-nos a agir no imediato, quando inicialmente íamos deixar uma acção para mais tarde. Isto é o que me tem acontecido nos últimos meses”, confessou o Papa Francisco. Não fala com apreço dos tradicionalistas. “A visão dos que procuram soluções disciplinares, que dão excessiva importância a resguardar a doutrina e estão obcecados em trazer de volta um passado que já lá vai é estática e regressiva”, afirma. A certeza que o orienta na sua acção, a sua “certeza dogmática”, é que “Deus está presente na vida de todas as pessoas, mesmo se essa vida tiver sido destruída por maus hábitos, por drogas ou seja o que for”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto violência filho casamento homossexual gay