ACT detecta nove mil trabalhadores em situação ilegal por todo o país
Lisboa e Setúbal concentram o maior número de casos. Multas ascendem a 6,6 milhões de euros. (...)

ACT detecta nove mil trabalhadores em situação ilegal por todo o país
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lisboa e Setúbal concentram o maior número de casos. Multas ascendem a 6,6 milhões de euros.
TEXTO: No âmbito da Campanha Nacional contra o Trabalho não Declarado, que decorreu entre Julho de 2014 e Março de 2015, cerca de 250 inspectores da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), realizaram 8324 acções e detectaram cerca de nove mil trabalhadores em situação ilegal em cerca de 5000 empresas de norte a sul do país. Até ao momento, a ACT “ levantou autos de notícia no valor de 6, 6 milhões de euros” em coimas. Nestas acções, foram também detectadas 1582 situações de falsos trabalhadores independentes, das quais 952 eram mulheres e 626 homens. Os distritos de Lisboa e Setúbal, com 40%, e os do Porto, Aveiro e Braga, com 38%, foram as regiões onde a ACT detectou a maioria das situações de trabalho não declarado. Ao nível da informação e sensibilização, realizaram-se 129 acções locais, abrangendo mais de 6600 participantes, nomeadamente entidades empregadoras, trabalhadores e técnicos, e foram distribuídos mais de 100 mil folhetos sobre o tema em português, russo, romeno, inglês e francês. Nestas sessões de informação e sensibilização participaram o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Alto Comissariado para as Migrações, assim como diversos parceiros sindicais e empresariais, e ainda várias câmaras municipais. O objectivo destas acções “foi mostrar as consequências negativas do trabalho não declarado”, tanto para as empresas como para os trabalhadores, salienta a ACT, frisando “a importância dos valores subjacentes” ao combate a esta forma de trabalho clandestino. Estes dados foram apresentados no seminário de encerramento da campanha que decorreu terça-feira no auditório do Centro Cultural Casapiano, em Lisboa, com a participação do secretário de Estado do Emprego, Octávio Oliveira, do inspector-geral da ACT, Pedro Pimenta Braz, e de representantes dos parceiros sociais e institucionais que participaram na iniciativa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulheres ilegal
Dez escritores em diálogos luso-brasileiros
Durante seis dias na Livraria Cultura Shopping Iguatemi, em São Paulo, escritores portugueses e brasileiros participam no evento Minha Língua, Minha Pátria (...)

Dez escritores em diálogos luso-brasileiros
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Durante seis dias na Livraria Cultura Shopping Iguatemi, em São Paulo, escritores portugueses e brasileiros participam no evento Minha Língua, Minha Pátria
TEXTO: Minha Língua, Minha Pátria vai juntar, a partir de 10 de Abril, escritores que partilham a mesma língua, portugueses e brasileiros, na Livraria Cultura Shopping Iguatemi, em São Paulo. Gonçalo M. Tavares, Adriana Calcanhotto, Gregorio Duvivier, Alexandra Lucas Coelho, Matilde Campilho, Carlos Reis, Karina Buhr, Emilio Fraia e Afonso Reis Cabral estão entre os convidados do evento que decorre de 10 a 15 de Abril. Este é o segundo projecto realizado pela brasileira Livraria Cultura e pelo jornal PÚBLICO, que desde Novembro do ano passado publica uma versão mensal do suplemento Ípsilon, no Brasil. O Ípsilon Brasil é distribuído gratuitamente com a Revista da Cultura nas 19 lojas da livraria brasileira. O evento tem ainda como parceiro o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua em Brasília e conta com o apoio da Embaixada de Portugal no Brasil e da Universidade de Coimbra. As sessões que decorrem no terceiro piso da Livraria Cultura Shopping Iguatemi São Paulo são gratuitas. A 10 de Abril, o autor de Estudos Queirosianos – Ensaios sobre Eça de Queirós e a sua obra, o professor catedrático da Universidade de Coimbra Carlos Reis, abrirá o acontecimento numa conversa com directora-adjunta do PÚBLICO, Simone Duarte. Eça de Queirós ou a língua como pátria ausente é o tema da mesa com o especialista na obra do escritor português, sexta-feira, às 19h30. Sábado, 11, Gonçalo M. Tavares, que já recebeu os prémios de literatura José Saramago e Portugal Telecom, conversará sobre sua carreira com o académico Samuel Titan Jr. , do Instituto Moreira Salles. A conversa A Viagem do Senhor Tavares ocorre às 19h30. No Brasil, o escritor português acaba de lançar Os Velhos também querem viver. Domingo, dia 12, às 16h, será a vez da sessão Fernando Pessoa: A língua é onde não estou. A cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que foi directora do PÚBLICO por um dia, na edição de 5 de Março de 2014, aceitou o desafio de “entrevistar” Jerónimo Pizarro, o académico luso-colombiano especializado na obra do poeta português. Mais tarde, às 18h, Afonso Reis Cabral, o mais jovem vencedor do Prémio Leya (2014) com o romance O Meu Irmão, conversará com o editor da Revista da Cultura, Gustavo Ranieri, na sessão O novíssimo de uma velha tradição. Literatura em trânsito é o tema da conversa da escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho - vencedora do Grande Prémio de Romance e Novela da APE 2012, que foi também correspondente do PÚBLICO no Rio do Janeiro - com Paulo Werneck, o curador da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). A sessão decorre na segunda-feira, dia 13, 19h30. No dia 14, o tema é a novíssima geração de escritores nos dois lados do Atlântico, com o português Norberto Morais, autor de O Pecado de Porto Negro (obra finalista do Prémio Leya), e o brasileiro Emilio Fraia, considerado pela revista Granta em 2012 um dos melhores escritores brasileiros com menos de 40 anos. A conversa Mosaico de histórias, os dois lados do Atlântico será moderada pela actriz Karina Buhr, da Revista da Cultura, terça-feira, às 19h30. Esta artista brasileira lança em Abril o seu primeiro livro, Desperdiçando rima, que reúne música, poesia, cartas, recados, bilhetes, crónicas e desenhos e é uma das convidadas da próxima FLIP. Por fim, dia 15 de Abril, a portuguesa Matilde Campilho, que será também uma das convidadas da FLIP deste ano e lançará o seu livro de poesia Jóquei, no Brasil, dividirá o palco com o poeta brasileiro, argumentista e um dos fundadores do colectivo Porta dos Fundos, Gregorio Duvivier. Duelo/Dueto de poesia será moderado, quarta-feira, 15 de Abril às 19h30, por Simone Duarte, do PÚBLICO.
REFERÊNCIAS:
Irene Flunser Pimentel abre Festival Literário da Madeira
Programa inclui espectáculo Olhos de Onda, de Adriana Calcanhotto. (...)

Irene Flunser Pimentel abre Festival Literário da Madeira
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Programa inclui espectáculo Olhos de Onda, de Adriana Calcanhotto.
TEXTO: Irene Flunser Pimentel abre nesta quarta-feira, o Festival Literário da Madeira (FLM), numa “conversa à mesa” com Paula Moura Pinheiro, sobre o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Além da historiadora e investigadora Universidade Nova de Lisboa, distinguida com o Prémio Pessoa em 2007, participam na quarta edição do FLM Paulo Scott e Alexandra Lucas Coelho, vencedora do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2012 com o seu romance de estreia E a Noite Roda. A anteceder a abertura oficial do festival, o escritor brasileiro e a jornalista portuguesa tiveram ontem uma “conversa cruzada”, a bordo de um navio de cruzeiros, sobre uma obra de Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, tendo como base o Oceano Atlântico e as relações entre Portugal e o BrasilO diversificado programa do festival prevê intervenções de 40 autores portugueses e estrangeiros, entre os quais Gonçalo M. Tavares, Ricardo Araújo Pereira, João Miguel Tavares, Nuno Lobo Antunes, João de Melo, Valério Romão, Manuel Jorge Marmelo, Carlos Quiroga, Raquel Varela, João Tordo, Golgona Anghel, Paulo Moura, o brasileiro Luiz Ruffato e o angolano José Eduardo Agualusa. O FLM, que decorre no Funchal até 23 de Março, integra conversas no Teatro Municipal Baltazar Dias, conferências e diversos espectáculos, para além do Festivalinho Literário Infantil, uma iniciativa que tem como objectivo promover a leitura junto dos mais novos. O quarto festival, este ano subordinada ao mote Queria de ti um país, de Mário Cesariny, inclui a apresentação de 12 novas obras, como Mãe, o que é que é Deus?, de Maria João Saraiva de Menezes, e História do Povo na Revolução Portuguesa, de Raquel Varela. Será também lançada a edição portuguesa de Vagina – uma Nova Biografia, livro da autora e activista norte-americana Naomi Wolf, que participou no festival do ano passado. A apresentação da obra estará a cargo do padre e filósofo Anselmo Borges, que prefacia a edição com a chancela da Nova Delphi. O festival inclui, no dia 21, o espectáculo Olhos de Onda, da cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que foi directora por bum dia do PÚBLICO, na sua edição do 24º aniversário. Apostado na internacionalização do evento, a organização pretende no futuro “alargar o programa a mais autores estrangeiros e divulgar a literatura lusófona no exterior", revelou Francesco Valentini, da editora Nova Delphi, promotora da iniciativa.
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Suzana de Moraes, filha de Vinicius de Moraes, morre no Rio de Janeiro
A produtora do documentário Vinicius, de Miguel Faria Jr. sofria de cancro. (...)

Suzana de Moraes, filha de Vinicius de Moraes, morre no Rio de Janeiro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A produtora do documentário Vinicius, de Miguel Faria Jr. sofria de cancro.
TEXTO: A realizadora, produtora e actriz Suzana de Moraes, filha de Vinicius de Moraes e mulher da cantora Adriana Calcanhotto, morreu na madrugada desta terça-feira no Rio de Janeiro, divulgou a imprensa brasileira. De acordo com o jornal O Globo, Suzana de Moraes, que tinha 74 anos, sofria de cancro no endométrio e estava internada na clínica São Vicente, na zona sul do Rio de Janeiro, desde 5 de Janeiro. A realizadora brasileira casou-se em 2010 com a cantora Adriana Calcanhotto, com quem viveu mais de 25 anos. Num comunicado de imprensa, segundo cita O Globo, a cantora revelou : "Fui a mulher mais feliz do mundo nestes 26 anos em que estive com ela. Uma grande mulher, inteligente, engraçada, culta, amiga dos amigos, que teve uma vida extraordinária, e que viveu cada segundo como nunca mais. Morreu de mãos dadas comigo. Foi-se o amor da minha vida. "Como actriz, Suzana de Moraes participou em produções como O Gigante da América, de Júlio Bressane, de 1978, e na série Véu de Noiva, exibida pela TV Globo em 1969. A mais velha dos cinco filhos do poeta e músico Vinicius de Moraes, nasceu do primeiro dos nove casamentos do pai, com a jornalista Tati de Moraes. Foi uma das principais responsáveis pelo espólio de Vinicius de Moraes, reunindo os irmãos Pedro, Georgiana, Luciana e Maria em torno da obra de Vinicius, e comandou as homenagens ao pai no seu centenário, em 2013. A sua última actuação foi no filme Perfume de Gardênia, de Guilherme de Almeida Prado, lançado em 1992. Como realizadora, Suzana de Moraes assumiu os espectáculos Adriana Partimpim Ao Vivo e Adriana Calcanhoto - Público, ambos da sua mulher. Também produziu o documentário Vinicius, de Miguel Faria Jr. , em 2005.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha mulher cantora
Maria Bethânia revisita os “quintais” da infância num disco de íntima melancolia
Meus Quintais, que é lançado esta quinta-feira em Portugal, fala de memórias de infância mas também do “dono da terra”: o índio brasileiro (...)

Maria Bethânia revisita os “quintais” da infância num disco de íntima melancolia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Meus Quintais, que é lançado esta quinta-feira em Portugal, fala de memórias de infância mas também do “dono da terra”: o índio brasileiro
TEXTO: Maria Bethânia não tencionava lançar discos este ano. Ainda com Carta de Amor, o seu anterior trabalho de estúdio, nos palcos, ela imaginava somente voltar a estúdio em 2015, quando completará 50 anos de carreira (e 69 anos de vida, a 18 de Junho). Mas no intervalo de um show (como ela explica numa entrevista colectiva que deu no Rio de Janeiro, na sede da sua editora, a Biscoito Fino), sentiu “uma vontade, um desejo de cantar o homem no Brasil, o caboclo, o dono da terra, ou seja, o índio. É uma ideia muito pequena mas foi isso que me impulsionou. ” Telefonou para Chico César, cantor e compositor paraíbano que também tem composto para ela, e ele disse-lhe que queria “pensar junto”. E assim começou tudo. Quando Bethânia falou a Adriana Calcanhotto na ideia e no trabalho conjunto já iniciado, esta terá respondido, por mail: “Ciúme de Chico César”. E, claro, juntou-se ao grupo. Que foi crescendo, até gravar o disco. Meus Quintais, que chega esta quinta-feira às lojas nacionais com a chancela da portuguesa JBJ & Viceversa, tem doze temas (mais um extra) que nos remetem não apenas para as memórias pessoais da cantora (a casa, a família, a criação, a liberdade conquistada nos seus “quintais”) mas também para a presença do índio na cultura brasileira. “O índio não sai da minha cabeça”, disse ela na já citada entrevista. “Sabemos que temos uma hereditariedade com os pataxós. Eu acho o índio o dono da terra. Eu sou parda, sou misturada. Mas eles são aqui, inteirinhos. Eles são o chão, são o Brasil. ” Chico César, ao compor, também pensou nele assim. “O Arco da velha índia, que ele fez para mim, é um dos poemas mais bonitos que eu já recebi, em canção. Depois ele fez o Xavante, que aí é um pensamento dele, como autor, lindo, que tem a ver com o meu projecto. ”Nesse projecto cabem vários temas de Roque Ferreira, sozinho ou em parceria (Casa de caboclo, Candieiro velho, Imbelezô eu / Vento de lá, Folha de reis), Chico César (Arco da velha índia e Xavante), Adriana Calcanhotto (Uma Yara, a que se juntou o poema A perigosa Yara, de Clarice Lispector), Leandro Fregonesi, sambista carioca da nova geração que Bethânia gravou pela primeira vez (com Povos do Brasil) e ainda temas clássicos como Mãe Maria, que Custódio Mesquita compôs com David Nasser em 1943 e fez parte do repertório de Ângela Maria, ou Lua bonita, de Zé Martins e Zé do Norte, que Bethânia conhece desde a infância. “A minha mãe cantava lindamente Lua bonita. ” E há ainda uma velha canção folclórica brasileira, Moda da onça, recolhida por Paulo Vanzolini, que ela só conheceu agora. “Quem ma apresentou foi um grupo de professores e alunos de história”. Abrindo e fechando com piano, primeiro o de André Mehmari depois o de Wagner Tiso, Meus Quintais tem uma sonoridade construída em colectivo, diz Bethânia. “Neste disco os músicos são autores. Eu jogava uma ideia de uma canção, um verso ou um pensamento meu, sonoro, e eles iam criando. Eles assinam comigo o disco. ” A dada altura ouve-se soar um prato tocado com faca, e a cantora confirma que se trata de uma referência precisa a Dona Edith do Prato, compositora popular baiana, que se fosse viva completaria 100 anos em 2015. “O prato será sempre uma homenagem a Edith, à nossa região, o recôncavo baiano, e à sua música, que é o samba de roda”. O “quintal” a que alude o título do disco tem uma referência directa ao quintal da sua infância, lugar de liberdade e descoberta, por oposição à casa, o lugar seguro. “Acho o quintal o melhor lugar do mundo, é onde se aprende tudo”, diz Bethânia na entrevista. “Ter um irmão como Caetano para brincar no quintal é um show. A gente gostava das brincadeiras loucas que inventávamos ou então do silêncio, da observação. O quintal, pra mim, é onde aprendi a água, a folha, o vento, o silêncio, a cantar, a errar, acertar, namorar… O quintal pra mim é família, agasalho, sexo, tudo começa ali. ”O disco encerra ainda referências a duas perdas na sua vida: a da mãe, Dona Canô, aos 105 anos, no dia de Natal de 2012; e a do dramaturgo Fauzi Arap (1938-2013), figura essencial à alma de muitos dos seus espectáculos. No livreto do disco há uma fotografia de Maria Bethânia com a mãe, ambas de costas, as cabeças encostadas, e ao lado esta legenda tirada da letra de Dindi, de Aloysio de Oliveira com música de Tom Jobim (é o tema extra do disco): “O vento que fala nas folhas/ Contando as histórias que são de ninguém/ mas que são minhas e de você também. ” É Bethânia a falar de si mesma e da mãe, mas também de todos quantos quiserem partilhar este disco, hoje ou no futuro.
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Palavras-chave cultura homem sexo cantora
Diálogos literários luso-brasileiros: de Eça de Queirós aos novíssimos
Dois países, uma semana, dez autores. Este é o lema de Minha Língua, Minha Pátria, o evento literário organizado pelo PÚBLICO e pela Livraria Cultura, em São Paulo. Até 15 de Abril junta portugueses e brasileiros. (...)

Diálogos literários luso-brasileiros: de Eça de Queirós aos novíssimos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.118
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dois países, uma semana, dez autores. Este é o lema de Minha Língua, Minha Pátria, o evento literário organizado pelo PÚBLICO e pela Livraria Cultura, em São Paulo. Até 15 de Abril junta portugueses e brasileiros.
TEXTO: É com uma sessão dedicada a Eça de Queirós que esta sexta-feira começa Minha Língua, Minha Pátria, na Livraria Cultura Shopping Iguatemi, em São Paulo. O evento literário juntará escritores portugueses e brasileiros até 15 de Abril. Às 19h30 (hora local), o professor catedrático Carlos Reis, em representação da Universidade de Coimbra, estará no palco para falar da relação do escritor português com “a língua literária” e abordar os ecos que a sua obra teve e ainda tem no Brasil. A sessão é moderada pela directora-adjunta do PÚBLICO, Simone Duarte. Tal como todas as que se seguirão, decorre no terceiro piso da livraria e é gratuita. Eça de Queirós ou a língua como pátria ausente é o título escolhido porque “sugere várias coisas”, explica por email o professor Carlos Reis. “Uma: que um escritor que passou a maior parte da sua vida fora de Portugal viveu essa ausência como estímulo e até como condição privilegiada para lançar sobre ambas – a pátria e a língua – um olhar crítica e potencialmente regenerador, como nenhum outro houve na nossa história cultural. Outra: que a ausência expôs Eça a diversas incompreensões e mesmo a atitudes de rejeição crítica com que foi brindado pelos compatriotas, no país fechado e mentalmente limitado que Portugal era, no século XIX. ”O autor de Eça de Queirós (Edições 70) lembra também que a forma como Eça tratou a língua – “com horror pelo purismo e pela vernaculidade conservadora” –, constituiu, muitas vezes, um motivo de crispação na época. Os seus pares, como Pinheiro Chagas, Fialho de Almeida ou Mariano Pina não aceitavam um idioma liberto daquelas imposições. Por isso a Carlos Reis apetece-lhe perguntar: “Quem hoje lê esses que tanto criticaram Eça?”Por outro lado, “a partir do exterior e ressentido na pátria ausente”, vivendo em Inglaterra e em França, Eça de Queirós escreveu para uma outra pátria de língua portuguesa: o Brasil. E foi, em geral, bem acolhido, explica Carlos Reis. Isso não impede que “quando se lê alguma correspondência privada de Eça ou uma carta de Fradique Mendes a Eduardo Prado (carta que Eça, sintomaticamente, deixou inédita)” se perceba que “a imagem que ele tinha do Brasil era ainda, em vários aspectos, a da ex-colónia tratada com alguma displicência. ”À margem da iniciativa Minha Língua, Minha Pátria, que é o segundo projecto realizado pela Livraria Cultura e pelo jornal PÚBLICO - que publica no Brasil uma versão mensal do suplemento de cultura Ípsilon, distribuído gratuitamente com a Revista da Cultura -, Carlos Reis irá trabalhar com colegas brasileiras na edição crítica das Lendas de Santos de Eça. “É esta uma outra forma, mais discreta, mas não menos digna, de aproximar os dois países: trabalhando em conjunto”, diz. Entrevistas nada combinadasNo dia seguinte, sábado, às 19h30 no Brasil, será a vez de o premiado escritor português Gonçalo M. Tavares subir ao palco numa sessão intitulada A viagem do senhor Tavares. Ao seu lado estará o académico brasileiro Samuel Titan Jr, do Instituto Moreira Salles, que moderará a conversa. No Brasil, Gonçalo M. Tavares acaba de publicar Os Velhos Também Querem Viver (ed. Foz) e, já em viagem, explicou rapidamente por email que irá abordar temas como “literatura e violência”, “os clássicos e a modernidade” e “literatura, política e linguagem”. Ao terceiro dia, no domingo, pelas 16h no Brasil, será de Fernando Pessoa que se ouvirá falar na Livraria Cultura Shopping Iguatemi. A cantora Adriana Calcanhotto, que foi directora do PÚBLICO por um dia, a 5 de Março de 2014, aceitou o desafio de “entrevistar” o académico luso-colombiano Jerónimo Pizarro. A compositora anda entusiasmada a ler Eu Sou Uma Antologia (Tinta da China), uma selecção, organizada por Jeronimo Pizarro e Patricio Ferrari, de 136 autores fictícios aos quais Pessoa atribuiu textos. Diz que gosta muito de “entrevistas nada combinadas”, mas conta fazer perguntas que ajudem “a iluminar o ponto de vista do antologista”. A autora de Saga Lusa – o relato de uma viagem vai querer que Jerónimo fale sobre “alguns dos mecanismos de desdobramentos do genial poeta em tantos outros” bem como do assunto dos "meio-heterónimos" e dos quatro heterónimos femininos de Pessoa. O título da sessão Fernando Pessoa: A língua é onde não estou foi sugerido pelo académico especializado na obra do poeta português, porque Pizarro sempre achou que um verso de Opiário (Minha pátria é onde não estou) se devia contrapor à frase do Livro do Desassossego (Minha pátria é a língua portuguesa).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência cultura cantora
Djhokhar Tsarnaev considerado culpado dos atentados em Boston
Sentença deverá ser anunciada nas próximas semanas. O mais provável é a pena de morte, mas a defesa tenta a prisão perpétua. (...)

Djhokhar Tsarnaev considerado culpado dos atentados em Boston
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sentença deverá ser anunciada nas próximas semanas. O mais provável é a pena de morte, mas a defesa tenta a prisão perpétua.
TEXTO: Tal como era esperado, um júri federal norte-americano considerou o jovem Djhokhar Tsarnaev culpado de ter cometido o duplo atentado na maratona de Boston, em 2013, que fez três mortos e 264 feridos. Nos próximos dias deverá começar a segunda fase do julgamento, que vai determinar se Tsarnaev será condenado à pena de morte. Djhokhar Tsarnaev, de 21 anos, foi acusado de 30 crimes, 17 dos quais puníveis com a pena de morte. No final de 11 horas de deliberações, o júri considerou- o culpado de todos os crimes de que era acusado. O facto de ter sido considerado culpado não constituiu uma surpresa, já que nem os seus advogados contestavam o envolvimento de Tsarnaev nos atentados. “Não negamos que Jahar [alcunha dada ao réu] participou no sucedido”, disse a advogada de defesa, Judy Clarke, durante as alegações finais. Mas a principal responsabilidade do atentado, assegurou, foi do irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, que foi morto durante a perseguição policial. “Se não fosse por Tamerlan, isto não teria acontecido”, disse a advogada. A estratégia da defesa é convencer o tribunal a não condenar Djhokhar Tsarnaev à pena de morte, com o argumento de que o jovem foi influenciado e forçado a participar no crime pelo seu irmão mais velho – se não for executado por injecção letal, a única alternativa que resta a Djhokhar Tsarnaev é a prisão perpétua. De acordo com os relatos dos media norte-americanos, o jovem assistiu impassível à deliberação do júri – um colectivo constituído por sete mulheres e cinco homens. No lado da acusação, o Departamento de Estado quis passar a imagem de que Tsarnaev agiu como um extremista islâmico auto-radicalizado, com o objectivo de se vingar da morte de muçulmanos pelo Exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão. O argumento da defesa – de que Djhokhar Tsarnaev só participou nos atentados por pressão do seu irmão – foi atacado pelo Departamento de Estado: “Naquele dia, eles sentiram-se soldados. Eles eram os mujahedin e estavam a trazer a guerra para Boston”, disse o procurador norte-americano Aloke Chakravarty.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte homens guerra tribunal prisão mulheres morto perseguição
Um herbário cheio de planos para o Verão de 2015 no Portugal Fashion
João Melo Costa e Hibu abriram a 35.º edição em Lisboa, com Storytailors e Alves/Gonçalves a fechar a noite. (...)

Um herbário cheio de planos para o Verão de 2015 no Portugal Fashion
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.35
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: João Melo Costa e Hibu abriram a 35.º edição em Lisboa, com Storytailors e Alves/Gonçalves a fechar a noite.
TEXTO: Primeiro era um herbário, delicado e natural, depois uma festa de neoprene e organza de seda, farripas de uma festa de Verão dada pelo jovem criador João Melo Costa. A primeira noite do 35. º Portugal Fashion começou assim no requalificado Teatro Thalia, em Lisboa, e na companhia do colectivo Hibu e dos consagrados e sonhadores Storytailors. We Have Plans é a colecção que o designer formado na Modatex levara já, com umas peças a mais e outras a menos no puzzle criativo, a Londres e a Paris. Os seus projectos para o próximo Verão delineiam-se em dois momentos: planear e plantar. Daí as folhas que flutuavam entre linhos e tecidos por si criados (entretelas de algodão termocoladas com uma rede de jardim, por exemplo) para dar lugar aos volumes e texturas de um momento de sementeira. Melo Costa gerou interesse da imprensa estrangeira em Portugal, mas também dos compradores com que contactou através da plataforma Fashion Scout em Londres - “muito importante para exposição para as nossas marcas” – mas sobretudo em Paris – “senti que estava no show-room certo”, contactos feitos com algumas das lojas multimarcas alternativas mais conhecidas do mundo como a Assembly, Dover Street Market ou Opening Ceremony. Acredita que “o mercado internacional pede coisas diferentes e de qualidade”, disse ao PÚBLICO nos bastidores após o seu desfile. Nesta quarta-feira à noite mostraram-se também dois colectivos: o trio Hibu, pela segunda vez no Bloom depois de se terem estreado no Sangue Novo da ModaLisboa, continuou o seu trabalho em torno das roupas urbanas para o menino e para a menina sob o tema Cru. A dupla Storytailors, que apresentou o segundo capítulo da sua história Luz, Voyage Voyage de armas e bagagens nos braços para uma aventura em plissados e fluidez. Rosa, brancos, pardais no arame estampados e aplicados e muitos, muitos plissados em várias cores. O styling apontou caminhos tanto para a zona de conforto da dupla - o ideário dos contos de fadas, as meninas-princesa - quanto rumo uma contemporaneidade mais citadina e quotidiana. Já noutra zona de Lisboa, preocupados com a "usabilidade" mas com vontade de criar "um guarda-roupa especial", Manuel Alves e José Manuel Gonçalves apresentaram numa (demasiado) longa passerelle no Museu de História Natural uma colecção que começou com bolas e sapatos rasos, riscas e azul navy. Mas a tentação do crepúsculo e dos tecidos mais nobres como os chiffons e as sedas levou a dupla (re)conhecida pela sua clientela célebre ao território que melhor conhece - o dos vestidos para a noite. Rejuvenescidos pelos sapatos de tipo masculino ou pelas peças laranja formadas por penas que afinal são asas, mas também pela desconstrução de ganchos e fivelas e pelas fitas despreocupadas que delas pendem. No final, os aplausos estenderam-se pela sala comprida como uma onda gradual, difusos pela dimensão do espaço, que, aliás, fizera com que parte da audiência estivesse alheada do início do desfile. A noite terminou com a colecção Tantomar da TM Collection, na linha habitual natural chic de Teresa Martins com os tecidos (algodões, linhos, sedas e jerseys) no centro das atenções. O Portugal Fashion prossegue até sábado no Porto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave princesa
O pai da blogosfera iraniana saiu finalmente da prisão
Hossein Derakhshan foi preso em 2008 na capital iraniana, por suspeitas de ser um espião ao serviço de Israel. (...)

O pai da blogosfera iraniana saiu finalmente da prisão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Hossein Derakhshan foi preso em 2008 na capital iraniana, por suspeitas de ser um espião ao serviço de Israel.
TEXTO: O blogger canadiano-iraniano, detido em 2008 e condenado dois anos depois a 19 anos e meio de prisão por “espalhar propaganda, insultar o islão e cooperar com países hostis”, foi perdoado pelo guia supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei. “Estou livre depois de seis anos”, escreveu Hossein Derakhshan na sua página do Google +. “Agradeço a Deus. Estou muito agradecido ao ayatollah Khamenei”, disse, agradecendo ainda à família e a todos os que o apoiaram e lutaram pela sua libertação. Em 2005, na campanha que acabou por dar a primeira vitória ao conservador Mahmoud Ahmadinejad, que ficou na Presidência até ao ano passado, Derakhshan regressou ao seu país depois de uma ausência de dois anos e falou ao PÚBLICO. Na altura, dizia-se confiante na juventude do país e acreditar na possibilidade de reformas reais. Apesar da censura, dizia, a Internet tinha feito daquela eleição “uma das mais abertas e transparentes” que o país já vira. A vitória de Ahmadinejad foi uma surpresa para a maioria dos analistas, aos quais tinha escapado que o candidato contava com o apoio de grande parte da hierarquia religiosa do país. Entretanto, muito aconteceu no Irão. Derakhshan não pôde assistir às gigantescas manifestações de 2009, quando centenas de milhares de iranianos saíram à rua para denunciar a vitória, que consideraram fraudulenta, de Ahmadinejad contra os candidatos reformistas Mir-Hossein Moussavi e Mehdi Karoubi, em prisão domiciliária desde 2011, na maior vaga de protestos desde a fundação da República Islâmica, em 1979. Derakhshan também não viu os iranianos festejarem a vitória do Presidente Hassan Rohani, eleito em Junho do ano passado com o apoio de muitos jovens que querem ver reformas no país. Paradoxalmente ou talvez não, desde esta eleição que a situação dos direitos humanos, particularmente das mulheres, não tem melhorado. Um comité da Assembleia Geral da ONU adoptou na terça-feira uma resolução a condenar a situação dos direitos humanos no país e a pedir ao Governo de Rohani que cumpra as suas promessas de reformas.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Exclusivo: veja aqui o trailer do documentário sobre o radialista António Sérgio
Realizado por Eduardo Morais, Uivo conta a história de um dos mais influentes radialistas e divulgadores musicais portugueses, falecido em 2009. (...)

Exclusivo: veja aqui o trailer do documentário sobre o radialista António Sérgio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Realizado por Eduardo Morais, Uivo conta a história de um dos mais influentes radialistas e divulgadores musicais portugueses, falecido em 2009.
TEXTO: António Sérgio foi radialista e divulgador musical. Foi a voz que, através de programas como Rotação ou O Som da Frente, formou e alertou mais que uma geração para a música mais exigente, expressão que lhe era cara, que ia fermentando mundo fora. António Sérgio, activo desde 1968, quando entrou na Rádio Renascença, e 2009, quando a morte o levou dia 1 de Novembro, aos 59 anos (ouvíamo-lo então no programa Viriato 25, na Radar), é uma figura ímpar da história da música moderna portuguesa. Foi, por exemplo, fulcral para a geração que despertou musicalmente no final da década de 1970 com o punk e a new wave, de que foi o principal divulgador em Portugal. Ao mesmo tempo, a cadência da sua voz grave e as palavras que lhe ouvíamos tornaram-se inspiração para novas gerações de radialistas empenhados na divulgação musical. Eduardo Morais, apesar de não ter crescido a ouvir os programas de António Sérgio, sabia de tudo isto. E queria conhecer mais. Há cerca de um ano, o realizador de Meio Metro de Pedra e de Música em Pó, explicava ao Ípsilon que, apesar do estatuto e da dimensão de António Sérgio, pouco conseguia encontrar sobre o seu percurso. Decidiu então ser ele próprio a contá-lo. Uma bem-sucedida campanha de crowdfunding, muita pesquisa em arquivos e 12 horas de entrevistas depois, o resultado é Uivo, documentário com estreia marcada para 1 de Novembro, quando se assinalam cinco anos sobre a morte de António Sérgio, no Palácio Foz, em Lisboa – passará depois por mais de vinte cidades, como Porto, Coimbra, Guarda, Guimarães, Caldas da Rainha, Aveiro ou Faro. Produzido de forma independente, tal como os documentários anteriores de Eduardo Morais, Uivo acompanha a vida de António Sérgio desde o nascimento em Angola até à chegada a Lisboa, em 1963, aos treze anos, acompanhando depois o seu percurso profissional através de depoimentos da família (a mulher Ana Cristina Ferrão ou os três filhos), de músicos (Zé Pedro, João Peste, Tó Trips ou António Manuel Ribeiro), jornalistas (Nuno Galopim, Jorge Mourinha, Ricardo Saló) ou colegas de rádio (João David Nunes, Luís Filipe Barros, Álvaro Costa, Nuno Calado, Henrique Amaro).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte mulher rainha