Artigos - Mulheres

MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2   |   Sentimento 0.0

DATA: 2014-08-20 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20140820170208/http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/as-escolhas-de-sequin-para-paredes-de-coura-1667070

TEXTO: Ana Miró, ou seja Sequin, que lançou este ano o seu álbum de estreia, "Penelope", fez a pedido do PÚBLICO uma selecção de músicas a propósito do festival Vodafone Paredes de Coura que está a decorrer no Minho. A cantora actuará no festival no dia 23 de Agosto, às 18h00, no Palco Vodafone FM. Sequin nasceu em Évora há 25 anos, foi lá que começou a tocar com amigos, formando os Ballis Band, de quem era vocalista e, mais tarde, também teclista. Quando se mudou para Lisboa a música não estava nos seus horizontes, até que um dia o amigo e músico Óscar Silva, do projecto Jibóia, a desafiou a cantar uma versão de Gal Costa. “Por brincadeira, numa tarde, fizemos essa versão que viemos a apresentar no festival Milhões de Festa e, depois desse momento, comecei a trabalhar com ele a título de convidada”, contou ao Ípsilon em Abril.

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Palavras-chave cantora

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DATA: 2002-09-23 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20020923092847/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=179515&idCanal=91

TEXTO: A primeira pílula contraceptiva sem efeitos secundários prejudiciais à saúde, mas com a mesma eficácia da convencional, está à venda nas farmácias a partir de hoje, sujeita a receita médica obrigatória. Trata-se da primeira pílula livre de estrogénios - hormona responsável pelos principais efeitos secundários que levam "tantas mulheres a ter que deixar de tomar a pílula", como explicou à Lusa Miguel Oliveira e Silva, ginecologista do Hospital de Santa Maria. Segundo o médico, também professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, "os estrogénios não são precisos para nada, a não ser para ajudar a controlar o período". Por isso mesmo, a nova pílula sem estrogénios não permite que o período seja regular, podendo haver ausências, pequenas perdas, ou atrasos da menstruação. De qualquer forma, um período irregular tem efeitos meramente "psicológicos", garantiu o médico. Os principais efeitos secundários das pílulas convencionais são aumento de peso, de tensão, dores de cabeça ou tensão mamária. A Cerazete tem uma taxa de inibição de ovulação de 97 por cento, ou seja, a mesma eficácia que as pílulas combinadas convencionais.

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Partidos LIVRE

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DATA: 2003-10-10 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20031010231335/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1170133&idCanal=21

TEXTO: O CDS-PP entregou hoje na Assembleia da República um voto de protesto pelas declarações proferidas pelo presidente da Comissão de Ética, o socialista Jorge Lacão, sobre o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa relativo à libertação de Paulo Pedroso. No documento, os populares sublinham ter sido expressamente deliberado na Comissão de Ética que a ordem de trabalhos de ontem se deveria limitar à deliberação sobre a retoma do mandato solicitada por Paulo Pedroso. "Foi ainda entendido que, em obediência ao princípio constitucional de separação de poderes, não se deveria proceder à apreciação e discussão de uma decisão judicial do Tribunal da Relação de Lisboa", refere o voto, sublinhando que esta seria uma matéria de reserva dos deputados da Comissão de Ética. O CDS-PP indicam ainda que o voto de protesto, que será alvo de dicussão na próxima quinta-feira, lembra que a Comissão de Ética "representa todos os deputados que nela têm assento" e "que este incidente, a par de outros no passado, têm vindo a fragilizar a imagem de responsabilidade, eficácia e unidade" do órgão. Já ontem, o PSD tinha-se manifestado crítico quanto às afirmações de Jorge Lacão, através do próprio vice-presidente da Comissão Ética, Luís Rodrigues. "Tínhamos decidido na reunião que o acórdão era matéria de reserva dos deputados da comissão de Ética. O dr. Jorge Lacão exacerbou e excedeu as suas funções com essas declarações", acusou o responsável, sustentando que "se não mudar de conduta, o dr. Jorge Lacão não tem condições para continuar à frente da comissão de Ética". Porém, apesar das críticas da maioria parlamentar, o PS já fez saber que "nem se coloca" a hipótese da demissão do deputado Jorge Lacão. Segundo o dirigente socialista Alberto Martins, o acórdão da Relação "foi aberto ao conhecimento de todos os deputados da Comissão de Ética". "Na qualidade de presidente da comissão de Ética, Jorge Lacão pronunciou-se sobre o significado político do acórdão, salvaguardando o dever de reserva de não publicitar o teor do documento, tal como foi acordado", defendeu, realçando que Lacão "tem todo o direito de se pronunciar sobre o documento, fazendo dele uma leitura política". As declarações polémicas de Jorge LacãoOntem, após o anúncio da aprovação por unanimidade do levantamento da suspensão do mandato de deputado de Paulo Pedroso, confirmando a deliberação da comissão parlamentar de Ética, Jorge Lacão criticou as afirmações do procurador-geral da República, Souto Moura. "Ao contrário do que disse o procurador-geral da República, o Tribunal da Relação de Lisboa não se pronunciou apenas sobre os requisitos para a prisão preventiva" de Paulo Pedroso, disse o socialista, indicando que a Relação pronunciou-se "abundantemente" sobre os indícios existentes contra o antigo porta-voz do PS, no que respeita a eventuais actos de abuso sexual contra menores. "A Relação concluiu inequivocamente que não há indícios suficientemente fortes" contra o Paulo Pedroso e "concluiu não haver fundamento legal para a prisão preventiva" do mesmo, acrescentou Jorge Lacão. O presidente da comissão parlamentar de Ética adiantou ainda que a Relação desmontou outros fundamentos que levaram o juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa Rui Teixeira a decretar a prisão preventiva de Paulo Pedroso a 22 de Maio passado. De acordo com o deputado socialista, o acórdão da Relação concluiu que "não havia risco de perturbação do processo" e que "não houve qualquer pressão sobre a Justiça". "Pelo contrário, a Relação sublinhou a forma como Paulo Pedroso se colocou à disposição da Justiça", salientou o dirigente socialista.

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Partidos PS PSD

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DATA: 2003-10-21 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20031021031527/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1171748&idCanal=95

TEXTO: O Tribunal de Círculo de Valongo decidiu hoje manter em prisão preventiva os dois suspeitos do homicídio de uma menina de dois anos e meio, em Ermesinde. José Gomes, 30 anos, servente da construção civil, pai da criança, e Clara Gomes, 24 anos, foram interrogados durante doze horas, estando indiciados por homicídio qualificado e maus tratos a uma menor em co-autoria. Segundo a TSF, José Gomes seguiu para a prisão da PJ do Porto e Clara Gomes para o estabelecimento prisional de Custóias. O terceiro crime de que eram suspeitos - a violação sexual - não ficou esclarecido, pelo que, de momento, os arguidos ficaram detidos apenas pela referida prática de homicídio qualificado e maus tratos. Os dois arguidos saíram do tribunal - à porta do qual estavam cerca de 400 populares - pela porta da garagem, no momento em que uma funcionária informava os jornalistas sobre o conteúdo da decisão judicial. Apesar disso, a protecção policial - cerca de 30 agentes - não impediu o apedrejamento da viatura que deixava o local a grande velocidade. A menina foi encontrada morta em casa do pai no sábado, em Ermesinde, apresentando sinais de violação e violência física.

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Entidades PJ

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DATA: 2004-05-23 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040523003732/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1194550&idCanal=90

TEXTO: O príncipe das Astúrias, Felipe de Borbón e Grécia, e a ex-jornalista hoje convertida em princesa das Astúrias, Letizia Ortiz Rocasolano, casaram-se esta manhã na Catedral de Almudena, debaixo do olhar atento de 1400 convidados. A chuva e os fortes dispositivos de segurança nas ruas de Madrid marcaram a jornada. Às 09h00 começaram a chegar os primeiros convidados à Almudena, e uma hora depois entravam na igreja os membros do governo e presidentes das comunidades autónomas espanholas, juntamente com os membros da realeza e restantes convidados. Às 10h45 saía do Palácio Real o cortejo nupcial, composto pelas irmãs do príncipe das Astúrias e respectivos maridos, e pelos reis de Espanha. Felipe entrou na Almudena pelo braço da sua mãe e cerca de um quarto de hora depois chegava à entrada da catedral Letizia Ortiz, num Rolls Royce, revelando, pela primeira vez, o vestido que por estes dias era um dos segredos mais bem guardados em Espanha. Um modelo de seda, branco-tunisino, longilíneo, com bordados heráldicos, cauda de quatro metros e decote em "v", desenhado e confeccionado pelo criador Manuel Pertegaz. Por volta das 11h00, Letizia chegava ao altar, onde a esperava Felipe - vestido com o fato de gala azul-escuro do Exército - começando a cerimónia de casamento, presidida pelo monsenhor Rouco Varela, arcebispo de Madrid. O "sim" de ambos foi dado por volta das 11h50, depois de o príncipe das Astúrias ter pedido autorização ao seu pai, com a pequena vénia de praxe. Depois de casados, os princípes da Astúrias saíram da nave principal da Almudena de braço dado e entraram no Rolls-Royce Royale Phantom IV para começarem o cortejo real pelas principais ruas da cidade, onde os esperava uma multidão molhada e menos eufórica do que o habitual, talvez devido ao cinzento do céu e ao frio. Cortejo real pelas ruas de MadridPor esta altura, o PUBLICO. PT chegava à fala com algumas das pessoas que esperavam, junto da Estação da Atocha, a passagem dos recém-casados. Soraya, de 28 anos, vive em Madrid mas é asturiana, tal como Letizia. Leva um impermeável azul e está com uma amiga que tem na mão uma máquina descartável para tirar fotografias. Mas de nada lhe serviu. O cortejo passou do outro lado da avenida e apenas puderam ver Felipe e Letizia de relance. O resto dos detalhes do vestido de Letizia - a grande atracção - já tinham visto pela televisão. Mais à frente, junto ao Bosque dos Ausentes - uma pequena colina artificial construída nas últimas semanas, onde despontam ciprestes que relembram cada uma das vítimas dos atentados de 11 de Março - está Virgínia, de Logroño (La Rioja). Levantou-se às 04h00 e veio com o marido até à capital espanhola. Antes de se dirigirem para um dos pontos por onde passava o cortejo, foram depositar duas velas na estação de Atocha, em memória dos mortos nos atentados, e depois ajeitaram-se às grades, à espera da passagem do casal, tendo aguentado "chuva e raios", nas palavras dos próprios. Numa das pontas do trajecto pelas ruas de Madrid, antes do percurso em sentido contrário, os noivos detiveram-se na Basílica de Atocha, onde Letizia deixou o seu ramo de noiva. De regresso à zona da Almudena e do Palácio Real, Felipe e Letizia subiram a uma das varandas deste último edifício para saudarem a população que os esperava em frente, na Praça do Oriente, tendo fugido a um beijo efusivo na presença dos espectadores, ficando-se por um cumprimento tímido na bochecha.

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Palavras-chave princesa casamento

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DATA: 2004-06-19 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040619184952/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1197020&idCanal=26

TEXTO: Os autarcas sociais-democratas vão pedir ao Governo "uma atitude rápida e eficiente" para inverter o descontentamento mostrado pelos portugueses para com a coligação PSD/CDS-PP nas eleições europeias do passado domingo. O presidente da Comissão Política Nacional da associação dos autarcas sociais-democratas, Arménio Pereira, disse hoje que "os resultados [das eleições europeias] foram um sinal evidente de descontentamento e é urgente alterar a estratégia com uma atitude rápida e eficiente para se inverter esta tendência". "É preciso encontrar uma fórmula mágica para cumprir com as expectativas dos jovens", disse Arménio Pereira, considerando a juventude e o ambiente como duas áreas fundamentais nas quais o Governo deveria intervir, subscrevendo as declarações já feitas nesse sentido pelo ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento. Os autarcas sociais-democratas, que se reuniram hoje nas Caldas da Rainha para analisarem os resultados eleitorais das europeias, discutiram também as próximas eleições autárquicas de 2005. "As autárquicas preocupam-nos muito e entendemos ser urgente efectuar um levantamento e uma leitura em muitas autarquias [dos resultados de domingo] e dotar os colegas [presidentes de Câmara] dos apoios necessários para que não venham a perder essas autarquias", considerou Arménio Pereira, que também é presidente da Câmara de Paços de Ferreira. Os autarcas consideram que um dos apoios que deveria ser dado às Câmaras é o reforço de verbas no próximo Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central. "Esperamos que esse documento satisfaça, ao menos desta vez, os vários pedidos e reivindicações que durante o ano passado foram formulados pelos autarcas", referem os presidentes de Câmara em comunicado divulgado após o encontro. Os autarcas decidiram ainda pedir uma audiência ao primeiro-ministro e ao ministro das Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território, Arlindo Cunha, que tutela as autarquias. Na reunião de hoje, os seis presidentes de Câmara presentes agendaram o próximo congresso dos autarcas sociais-democratas para 30 de Outubro, encontro considerado por Arménio Pereira como "o grande arranque para as eleições autárquicas" de 2005. No encontro das Caldas da Rainha estiveram presentes também os presidentes de Câmara de Vila Nova de Poiares, Ílhavo, Caldas da Rainha, Oeiras e Entroncamento.

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Partidos PSD

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DATA: 2004-06-27 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040627081244/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1197726&idCanal=95

TEXTO: Os prazos para as respostas dos advogados do processo da Casa Pia aos recursos do Ministério Público (MP) e do advogado das vítimas, António Pinto Pereira, relativos ao despacho de pronúncia da juíza de instrução criminal Ana Teixeira e Silva têm que dar entrada no Tribunal de Instrução Criminal até 9 de Julho, o prazo máximo, que inclui já o pagamento de multas. Os arguidos abrangidos pelo recurso do MP são Paulo Pedroso, acusado de vários crimes de abuso sexual de crianças, Herman José, acusado do crime de acto sexual com adolescente, que a juíza de instrução criminal decidiu não pronunciar, e ainda Francisco Alves, acusado de lenocínio pelo MP e pronunciado apenas pelo crime de posse de arma proibida. O recurso ainda se refere à revogação, pela juíza Ana Teixeira e Silva, das medidas de coação aplicadas aos arguidos Carlos Cruz, Ferreira Dinis, Manuel Abrantes e Maria Gertrudes Nunes - a obrigação de permanência na habitação - que o MP pretende que sejam retomadas. Para o MP, desde a imposição destas medidas aos referidos arguidos "não sobrevieram quaisquer factos ou circunstâncias que apontassem no sentido do enfraquecimento das exigências" que as motivaram, mantendo-se "o perigo de alarme social e de perturbação da ordem pública", além de que "se acentuou o perigo de pressão sobre os assistentes e testemunhas que irão depor em audiência". Pelo menos os advogados de defesa de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes e Serra Lopes, vão alegar contra o pedido de agravamento pelo MP da medida de coacção imposta ao seu constituinte. Um despacho da juíza de instrução criminal, no dia 15 de Junho passado, decreta a "máxima celeridade na tramitação dos autos" e, invocando a "já declarada especial vulnerabilidade" de algumas das testemunhas. declara "a urgência deste processo, cujos prazos decorrerão em férias". Assim, a 9 de Julho o processo da Casa Pia estará pronto para enviar para julgamento no Tribunal da Boa-Hora, e poderá ser distribuído ainda antes de se iniciarem as férias judiciais, a 15 de Julho, mesmo que nessa altura ainda se ignore se Paulo Pedroso e Herman José irão ou não fazer parte do grupo que se vai sentar no banco dos réus. Tal decisão compete ao Tribunal da Relação, que, neste caso, deverá também agir com "a máxima celeridade", decretada pela juíza Ana Teixeira e Silva, já que a decisão em causa foi originada durante a fase da instrução. Um advogado muito teimosoCom esta evolução dos acontecimentos, cada dia parece mais viável a junção dos dois processos judiciais relativos a abusos sexuais cometidos sobre alunos da Casa Pia, aquele em que Carlos Silvino é o único arguido, e o processo que senta no banco dos réus, além dele, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Hugo Marçal, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Gertrudes Nunes e Francisco Alves. A junção dos dois processos é um objectivo do advogado de "Bibi", José Maria Martins, desde que, em 7 de Outubro passado, num golpe de teatro, ele interrompeu o julgamento que tinha começado minutos antes, suscitando um incidente de recusa do juiz presidente do colectivo, Paulo Pinto de Albuquerque. Nessa altura, o julgamento ficou adiado "sine die". E, enquanto "Bibi" começava a colaborar com o Ministério Público, na fase do inquérito do mega-processo, o incidente de recusa do juiz que ia começar a julgar este ex-funcionário da Casa Pia passava de instância em instância. Indeferido pelo Tribunal da Relação, teve a mesma sorte no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), mas José Maria Martins recorreu ainda para o Tribunal Constitucional (TC) não já relativamente a esta questão - que não suscitava problemas de constitucionalidade - mas relativamente ao pagamento de uma multa imposta pelo STJ, "por apresentação de peça fora do prazo normal". O TC, a 3 de Junho. logo no dia seguinte a receber o recurso, decidiu "não tomar conhecimento" deste, mas a decisão, com data de 4 de Junho, ficou a correr prazos no TC até quarta-feira passada. Devolvida ao STJ, deverá ser dada a conhecer ao juiz conselheiro que se ocupou da questão e comunicada ao Tribunal da Boa-Hora, "ainda antes das férias judiciais", segundo fonte do STJ. Nessa altura, regressará às mãos do juiz Paulo Pinto de Albuquerque, que poderá marcar o julgamento. Nessa altura, o segundo processo da Casa Pia que envolve maior número de réus poderá já estar também na fase da distribuição, para julgamento. E estando os dois casos na mesma fase processual poderá ser possível juntar os dois, que era o objectivo inicial do advogado de "Bibi", algo que, em Outubro passado, parecia impossível de atingir. A decisão caberá, nesse caso, ao juiz titular do processo mais antigo, porque é a este que o processo mais recente é apensado. E, nesse caso, se Carlos Silvino continuar a colaborar com o Ministério Público, como fez na fase do inquérito, poderá não vir a sofrer um castigo tão pesado como aquele que lhe caberia se respondesse sozinho pelas centenas de crimes de abusos sexuais de menores de que é acusado no primeiro processo.

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Palavras-chave crime tribunal adolescente social sexual abuso

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DATA: 2004-07-04 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040704044900/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1198275&idCanal=37

TEXTO: O corpo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen está a partir das 15h00 de hoje na igreja da Graça, a freguesia lisboeta onde residia, e o funeral realiza-se amanhã. Após a missa de corpo presente, que será celebrada pelas 12h00 na igreja da Graça, a urna sairá para o novo cemitério de Carnide, em cortejo acompanhado por familiares e amigos, disse à Lusa a filha da escritora e poetisa. Sophia de Mello Breyner Andresen, um dos maiores vultos da literatura portuguesa, morreu ontem no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, onde estava internada há cerca de 15 dias. Natural do Porto, onde nasceu a 6 de Novembro de 1919, deixa editados 17 livros de poesia, nove antologias, 13 livros de prosa entre contos e histórias para a infância, seis ensaios e uma peça de teatro. O seu primeiro livro, intitulado "Poesia", foi publicado em 1944, numa edição de autor paga pelo pai, com uma tiragem de apenas 300 examplares. Quase meio século depois, em 1990, reúne em três volumes toda a sua obra poética, numa edição da Editorial Caminho. Pelo caminho ficaram obras como "Dia do Mar" (1947), "O Nome das Coisas", que lhe valeu em 1977 o Prémio Teixeira de Pascoaes, e "Ilhas", que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia Inasset/Inapa. "O Rapaz de Bronze" (1956), "A Menina do Mar", a "A Fada Oriana" (1958 ), "O Cavaleiro da Dinamarca" (1964) ou a "Floresta" (1968) são apenas alguns dos mais conhecidos livros de ficção infantil que escreveu e que lhe valeriam, em 1992, o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Sete anos seria galardoada com o Prémio Camões, a mais alta distinção da cultural da lusofonia. Na cerimónia de entrega, o Presidente da República, Jorge Sampaio, salientou a "beleza tão alta e exacta" da sua obra. Sophia de Mello Breyner foi distinguida com 13 galardões, o primeiro dos quais em 1964, o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores, pelo seu livro "Canto Sexto". Em 1984, a Associação Internacional de Críticos Literários entregou-lhe o Prémio da Crítica pela totalidade da sua obra. Em Outubro 2003 foi distinguida com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, tornando-se na segunda autora de língua portuguesa a receber o galardão, depois João Cabral de Melo Neto. A sua saúde débil impediu-a de receber em mãos a distinção, tendo-se feito representar pelo filho Miguel Sousa Tavares. A última distinção atribuída à escritora foi a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do poeta Pablo Neruda, que se comemora no próximo dia 12 de Julho e que pretende este ano homenagear cem personalidades mundiais, entre as quais também o escritor José Saramago. A 9 de Abril de 1981, foi condecorada com o grau de Grã Oficial da Ordem de Santiago e Espada, a 13 de Fevereiro de 1987 recebeu a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a 27 de Outubro de 1998 a Grã Cruz da Ordem de Santiago e Espada. Eleita deputada à Assembleia Constituinte em 1975 pelo Partido Socialista, a sua actividade político-partidária não foi longa, mas ao longo da sua vida sempre foi uma lutadora empenhada pelas causas da liberdade e justiça. Antes do 25 de Abril, pertenceu mesmo à Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. O Movimento Democrático das Mulheres entregou-lhe, em 2000, a Distinção de Honra. Casada com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, a poetisa foi mãe de cinco filhos, o primeiro público das suas histórias infantis. Quando recebeu o Prémio Camões, revelou que foi numa viagem de autocarro que intuiu a natureza do mistério da poesia, ao reparar que a janela através da qual olhava coincidia por vezes com as janelas das casas. "Pensei que talvez fosse isso: as palavras às vezes coincidiam com os seus significados, e depois deixam de coincidir, e voltam a coincidir outra vez", disse.

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Palavras-chave filha filho rainha mulheres corpo infantil

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DATA: 2004-08-13 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040813085916/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1201054&idCanal=90

TEXTO: Os trabalhadores portugueses estão entre os mais mal pagos da Europa, de acordo com um estudo do gabinete estatístico do Governo federal suíço. O estudo refere que o salário médio bruto dos portugueses aumentou cerca de mil euros, entre 2000 e 2002, para 13. 500 euros, ficando a par de Malta e apenas à frente de oito países europeus, todos eles novos membros da UE. A lista é encabeçada pela Suíça, onde o salário médio bruto anual ascende a quase 50 mil euros. Os italianos recebem, em média, 21 mil euros, e Espanha fica-se pelos 18 mil euros, ligeiramente à frente de Chipre (17, 5 mil euros) e Grécia (16 mil euros). Portugal ocupa o mesmo lugar no "ranking" no que toca ao poder de compra. O estudo indica que Portugal fica em 15º lugar na taxa de desemprego (6, 2 por cento) - o nível mais elevado é o da Polónia (19, 4 por cento) e o mais baixo na Islândia (três por cento), descendo para 19º lugar no que se refere ao nível masculino (5, 2 por cento). O nível de desemprego feminino em Portugal é de 7, 4 por cento (16º nível mais elevado) e o desemprego para os mais jovens (15 aos 24 anos) ronda os 13, 6 por cento, o que coloca Portugal em 18º lugar entre os 27 países analisados. Os trabalhadores portugueses são os nonos dos países analisados que mais horas trabalham por semana (40, 1), comparativamente com as 38, 6 horas dos italianos e noruegueses e as 47, 3 horas na Islândia, os dois extremos do "ranking". A nível de trabalho parcial, Portugal regista um valor de 11, 8 por cento (15º no ranking), subindo para sétimo lugar no caso dos homens (7, 2 por cento) e caindo para 16º no que toca às mulheres. Neste caso os níveis mais elevados de trabalho parcial registam-se na Holanda (45 por cento) e os mais baixos na Eslováquia (2, 4 por cento). Preparado como forma de comparação entre as realidades dos antigos 15 da UE e dos membros da EFTA e os novos estados membros da União Europeia, o estudo demonstra as disparidades que se encontram no continente. A análise suíça confirma ainda que Portugal, Espanha, Grécia e Itália registam taxas bastante baixas de participação laboral, da ordem dos 64, 6 por cento, comparadas com o nível médio de 70 por cento dos antigos 15 Estados membros da UE. Na Suíça a taxa de participação ascende aos 81 por cento, ficando-se pelos 65, 6 (valor médio) entre os novos Estados membros da UE. O documento refere que há em Portugal 4, 74 milhões de adultos a trabalhar, com 335 mil desempregados e 1, 96 milhões "não activos". A taxa de participação portuguesa é de 72, 1 por cento (a décima mais elevada dos países estudados), caindo para 14º lugar se analisada a participação dos homens (78, 6 por cento) e ficando em sétimo lugar no que se refere à participação feminina (65, 8 por cento). Nas faixas etárias, a taxa de participação de jovens entre os 15 e os 24 é de 45, 1 por cento (11º lugar no ranking), a de adultos dos 25 aos 49 ascende a 87, 6 por cento (14º lugar) e a dos trabalhadores com 50 a 64 anos é a nona mais elevada dos 27 países (62 por cento). A nível sectorial, o estudo confirma que Portugal regista dos níveis mais elevados de participação laboral nos sectores primários e secundários, ficando em antepenúltimo no que se refere aos serviços. Assim 12, 9 por cento dos portugueses trabalham no sector primário, um valor que só é ultrapassado na Grécia (16, 3 por cento) e em três dos novos membros da UE - Lituânia (18, 7 por cento), Polónia (18, 2 por cento) e Letónia (14, 6 por cento). No sector secundário estão empregues 32, 9 por cento dos portugueses, o valor mais elevado dos antigos Estados membros da UE mais os países da EFTA, e apenas atrás da República Checa, Hungria, Eslovénia e Eslováquia. Finalmente, e no sentido inverso, no sector terciário participam 54, 2 por cento dos portugueses, o valor mais reduzido dos antigos 15 membros mais EFTA, e num valor que é apenas mais baixo em dois Estados: Lituânia e Polónia. De referir que 25, 6 por cento dos trabalhadores portugueses são identificados como "independentes", um valor que empurra Portugal para segundo lugar, apenas atrás da Grécia (32, 4 por cento). As mulheres portuguesas têm uma "taxa de actividade" de cerca de 65 por cento, com cerca de 15 por cento em trabalho parcial. Além de incluir dados dos 25 membros da UE, o estudo analisa igualmente a situação na Suíça, Islândia, Liechtenstein e Noruega, referindo que em média 70 por cento dos europeus entre os 15 e 64 anos estão activos no mercado de trabalho. O estudo demonstra que os alemães, seguidos dos luxemburgueses e ingleses têm os poderes de compra mais elevados, apesar de ficarem aquém dos salários suíços, afectados pelo elevado custo de vida. O documento demonstra que a taxa de participação laboral é mais elevada nas nações do Norte da Europa e mais baixa no Sul e nos novos Estados membros da UE.

REFERÊNCIAS:

Entidades UE

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DATA: 2004-08-24 | Jornal Público

URL: https://arquivo.pt/wayback/20040824042959/http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1201881&idCanal=91

TEXTO: O navio holandês equipado com uma clínica que permite a prática de abortos em alto mar vai estar ao largo de Portugal entre 29 de Agosto e 12 de Setembro, a convite de quatro associações portuguesas. A informação está no sítio da organização Women on Waves (ver link abaixo), que conduz o projecto a bordo do navio e que luta pelo direito das mulheres ao aborto, concentrando a sua actividade nos países europeus com legislação mais restrita em matéria de Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG): Polónia, Irlanda, Malta e Portugal. O objectivo da viagem a Portugal é chamar a atenção para a necessidade de uma educação sexual objectiva, pela disponibilização de preservativos e de serviços legais e seguros para prática do aborto, diz a organização. Segundo a Women on Waves, cerca de cinco mil mulheres são hospitalizadas por ano em Portugal, em resultado de complicações pós-aborto e entre duas a três acabam por morrer em consequência da prática de abortos ilegais e sem segurança. A mesma organização adianta no seu sítio que Portugal é o único país da União Europeia que leva a julgamento mulheres e profissionais de saúde pelo crime de aborto, apesar de um relatório do Parlamento Europeu datado de Junho de 2002 que recomenda que a IVG seja tornada legal e praticada em condições de segurança e que apela aos Estados membros para que não sejam julgadas mulheres que tenham abortado ilegalmente. "Em países nos quais o aborto é ilegal, a legislação nacional aplica-se apenas dentro das águas territoriais. Fora das 12 milhas aplica-se a lei holandesa a bordo do navio", explica a organização, acrescentando que "em 2002, o ministro da Saúde holandês confirmou por escrito que a Women on Waves pode disponibilizar legalmente a pílula abortiva a bordo do navio". Esta é a terceira vez que a organização, fundada em 1999, leva o navio até um país onde o aborto é ilegal, depois de já ter rumado à Irlanda em 2001 e à Polónia em 2003. A Women on Waves vem a Portugal a convite das associações Não te prives - grupo de defesa dos direitos sexuais, Clube Safo, União de Mulheres Alternativa e Resposta e Acção Jovem para a Paz. O navio parte hoje da Holanda em direcção à costa portuguesa, onde começará a disponibilizar os seus serviços a partir de 29 deste mês e até 12 de Setembro.

REFERÊNCIAS:

Palavras-chave aborto crime direitos lei educação sexual mulheres ilegal