Medicamentos sem comparticipação não baixam de preço
Portaria muda redução de seis por cento do preço para dedução, a ser feita pelas farmácias e distribuidores. (...)

Medicamentos sem comparticipação não baixam de preço
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DATA: 2010-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portaria muda redução de seis por cento do preço para dedução, a ser feita pelas farmácias e distribuidores.
TEXTO: Os medicamentos não comparticipados não estão incluídos na baixa de preços de seis por cento anunciada pela tutela para entrar em vigor em 15 deste mês, conclui-se da portaria ontem publicada em Diário da República e que vem regulamentar esta medida. Quando anunciou as últimas medidas de contenção no sector dos medicamentos, o Ministério da Saúde (MS) disse que ia reduzir em seis por cento o preço de todos os fármacos. Mas o que a portaria estipula é uma "dedução" que apenas se reflecte nos medicamentos comparticipados pelo Estado. De fora ficam, assim, mais de mil medicamentos, um quinto do total, segundo uma especialista. Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa do MS confirmou que a dedução de seis por cento se aplica apenas aos fármacos comparticipados, uma vez que os restantes estão "noutro mercado concorrencial", mas não justificou a mudança de palavras. Substituir redução por dedução pode ser explicado por razões técnicas, defende a especialista ouvida pelo PÚBLICO. Como o preço dos fármacos em Portugal serve para a definição do preço de referência (usado para cálculo das comparticipações) noutros países, uma redução teria impacto a esse nível, diz. Por outro lado, desta forma, os laboratórios não são obrigados a reduzir preços e há "uma transferência" para os distribuidores e as farmácias da responsabilidade das deduções. "Mais uma vez, o Governo mentiu. Anunciou que baixava o preço de todos os medicamentos e agora só está a baixar os comparticipados", reage o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo. Que vê nesta alteração uma outra intenção: "Está-se a introduzir pela porta do cavalo o sistema de margens livres [entre os vários parceiros do circuito do medicamento]. Isto é inconcebível. Agora percebe-se porque querem tirar o preço das embalagens".
REFERÊNCIAS:
Fernando Rosas abandona Parlamento para se dedicar ao ensino e investigação
Deputado do Bloco de Esquerda durante oito anos, Fernando Rosas entendeu que chegou o momento de renunciar ao seu mandato parlamentar, sucedendo-lhe, a partir de 1 de Novembro, Jorge Costa, terceiro candidato por Setúbal. (...)

Fernando Rosas abandona Parlamento para se dedicar ao ensino e investigação
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DATA: 2010-10-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Deputado do Bloco de Esquerda durante oito anos, Fernando Rosas entendeu que chegou o momento de renunciar ao seu mandato parlamentar, sucedendo-lhe, a partir de 1 de Novembro, Jorge Costa, terceiro candidato por Setúbal.
TEXTO: Vai regressar plenamente à vida académica (que chegou a acumular com as funções no Parlamento) e à investigação, mas não abandonará a política. “Continuarei a fazer política até morrer”, afirma o historiador, que sai da Assembleia da República (AR) sem sentimentos nostálgicos, embora admita que terá saudades do ambiente “fraternal e solidário” da sua bancada. Foi eleito há pouco mais de um ano. Por que é que decidiu sair agora da AR?Há razões de ordem pessoal e profissional. Se esta legislatura fosse levada até ao fim, eu ficaria aqui até 2013…Acredita então que a legislatura não vai ser cumprida. Acho que não. Como me jubilo da universidade este ano, ficaria sem tempo para o ensino. E eu sempre estive na política como um historiador que também faz política e não como um político que de vez em quando faz História. Devemos saber quando saímos. Esta é a minha altura. Nunca deixei de dar aulas nem de escrever. Mas uma coisa é ler bibliografia, dirigir teses e dar aulas; outra é fazer investigação. E eu quero fazer investigação. A acumulação do meu trabalho na AR e a docência era um esforço físico enorme. Não está a defraudar os seus eleitores?Creio que não. Sempre defendi a circulação de deputados. Mas agora isso está dificultado, com a lei aprovada em 2009 e que estipula que as rescisões só aconteçam em circunstâncias extremas. Isso tem um lado perverso, que é transformar isto numa espécie de clube de bonzos: políticos profissionalizados na vida parlamentar. Dar aos partidos a possibilidade de renovar o quadro parlamentar é da maior importância. Qual é o balanço que faz dos seus anos enquanto deputado?Foi uma grande honra representar o distrito de Setúbal. Aprendi muito com o intenso contacto com as populações. Foi uma escola extraordinária de aprendizagem sobre o que são as realidades do país e os processos de fazer política, ou seja, tentar resolver os problemas concretos das pessoas. O Parlamento ensina-nos a legislar, a tentar resolver os problemas através das leis e de iniciativas. Ensina-nos essa técnica de representar aquilo que entendemos serem os interesses legítimos das pessoas. Isso é extraordinariamente importante. Se não se aprende a fazer isso, é só retórica. O Parlamento é uma escola fundamental. Mas em contraponto pode ser um clube endogâmico e centrípeto, que puxa mais para dentro do que para fora. Todos os Parlamentos são um pouco assim: uma forma de desligar os representantes dos representados e de os aproximar do Estado. No fundo, uma forma de criar um consenso artificial quando, por vezes, os verdadeiros consensos só se atingem pelo dissenso. E os partidos que são portadores de projectos alternativos, como o BE, têm de manter viva essa capacidade de dissensão, de crítica. Vai dedicar-se ao ensino e à investigação. Mas deixa a vida política?Nasci com ela e vou fazê-la até ao fim. Faço parte da Mesa Nacional e continuarei a fazer intervenção política. Não partilho a leitura que coloca os académicos numa espécie de torre de marfim. Acho isso uma hipocrisia. Mas sublinho que como historiador não faço política; e como político a História é-me indiscutivelmente de grande utilidade. Os políticos ganhariam muito em conhecer a História. É algo que falta à classe política?A cultura média dos parlamentares é fraca no que diz respeito à História. Existe o conhecimento da banalidade e o do lugar-comum, pouco aprofundado. Mas há situações muito diferentes e temos um presidente do Parlamento que é um grande conhecedor da História portuguesa.
REFERÊNCIAS:
Partidos BE
Pequim cancela encontro com ministra norueguesa
Como protesto contra a escolha do Nobel da Paz, atribuído ao dissidente Liu Xiaobo, a China cancelou hoje um encontro com uma ministra norueguesa, afirmaram as autoridades em Oslo. (...)

Pequim cancela encontro com ministra norueguesa
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DATA: 2010-10-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Como protesto contra a escolha do Nobel da Paz, atribuído ao dissidente Liu Xiaobo, a China cancelou hoje um encontro com uma ministra norueguesa, afirmaram as autoridades em Oslo.
TEXTO: A ministra das Pescas, Lisbeth Berg-Hansen, já estava no país a preparar a reunião de quarta-feira, em Xangai. Berg-Hansen iria discutir a exportação do salmão norueguês para a China, de acordo com o Conselho Norueguês de Exportação de Peixe. “O Comité Nobel é independente do Governo e do Parlamento”, afirmara a ministra ao diário “Dagbladet” antes de partir. “Por isso não há uma base para medidas contra a Noruega se alguém não gostar da atribuição do prémio”. Pequim não só não gostou da escolha – que classificou de uma “obscenidade” – como na própria sexta-feira mandou chamar o embaixador norueguês. As autoridades já tinham avisado que escolher Liu para o prémio traria consequências nas relações entre os dois países, numa altura em que se preparavam para assinar um acordo de comércio livre (o primeiro entre a China e um país europeu). Várias empresas norueguesas ficarão vulneráveis a uma eventual retaliação da China.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Primeiro ensaio clínico com células estaminais de embriões já arrancou
Nada se sabe sobre o paciente em causa. Apenas se sabe que tem uma lesão da espinal medula, com dias, e que está parcialmente paralisado. Mas aquilo que metade do mundo científico esperava – as terapias de regeneração da espinal medula com células estaminais embrionárias – já começaram. Os resultados deste ensaio, ainda em fase inicial, são aguardados com expectativa perante a polémica do tema. (...)

Primeiro ensaio clínico com células estaminais de embriões já arrancou
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DATA: 2010-10-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nada se sabe sobre o paciente em causa. Apenas se sabe que tem uma lesão da espinal medula, com dias, e que está parcialmente paralisado. Mas aquilo que metade do mundo científico esperava – as terapias de regeneração da espinal medula com células estaminais embrionárias – já começaram. Os resultados deste ensaio, ainda em fase inicial, são aguardados com expectativa perante a polémica do tema.
TEXTO: O arranque deste ensaio clínico tornou-se possível desde que, em Agosto a Food and Drug Administration, a entidade que regula a saúde nos EUA, autorizou que fosse levado a cabo. “Estamos muito optimistas, disse ao Washington Post Thomas Okarma, presidente da Geron Corp, a empresa da Califórnia que está a conduzir os ensaios. “Se estivermos certos podemos revolucionar o tratamento de muitas doenças crónicas”. Para já trata-se de tentar recuperar os movimentos de um paciente paralisado, não há mais de 14 dias, e com uma paralisia parcial. O paciente, hospitalizado no Sheperd Centar de Atlanta receberá milhões de células embrionárias durante alguns dias. O objectivo, nesta fase clínica, é testar a tolerância do paciente ao tratamento. Da diabetes ao Alzheimer, passando pela medicina regenerativa em certos casos de cegueira ou de lesões medulares, as estaminais embrionárias, porque são células pluripotentes, capazes de se transformarem em qualquer tipo de célula do corpo, são vistas como muito promissoras. Este não é só um tema de ciência. É um tema político e ético-religioso também. Sem conseguirem uma resposta consensual à pergunta – quando começa a vida humana? – apoiantes e críticos das terapias com células estaminais de embriões excedentários das técnicas de reprodução medicamente assistida dividem-se sobre alcançar o El Dorado da medicina regenerativa e a ideia de perder uma vida, a do embrião (mesmo um embrião congelado sem projecto parental), para salvar outra. Com a certeza de que um e outro lado não sabem ainda responder ao certo quão eficazes seriam estas terapias. Mas os testes laboratoriais e em animais com estas células têm fornecido pistas entusiasmantes para a ciência. Depois de anos de entraves do executivo de George W. Bush ao financiamento público da investigação com embriões, a era Obama veio trazer uma lufada de ar fresco a esta área levantando esta proibição. Mas em Agosto passado um juiz do tribunal federal invocou a ilegalidade da autorização dada pelo executivo Obama com base numa premissa constitucional que impede o uso de dinheiro público para destruir embriões. A investigação privada tem seguido de vento em poupa no país que apresenta o estado da arte na matéria. E o financiamento público também não parou em estados como a Califórnia, onde desde 2004 um referendo deu luz verde ao financiamento público com estaminais embrionárias. Embora com regras muito apertadas. Estaminais e mitos urbanosHelena Alves, directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte, que gere o primeiro banco público de células estaminais do cordão umbilical, frisa a importãncia destes estudos clínicos controlados para dignificar a ciência em torno deste tema. "Acho que estes estudos controlados são muito importantes. Há demasiadas notícias e estórias de pseudo tratamentos. Os resultados de melhorias necessitam de base científica e controlo clínico por entidades sanitárias independentes", disse ao PÚBLICO. "Por motivos menos nobres as terapias com células estaminais estão a transformar-se em mitos urbanos". A especialista não nega contudo a expectativa da comunidade científica em trono destes ensaios. mas frisa que é um princípio: "Todos nós temos a maior expectativa sobre a aplicação terapêutica das células estaminais, mas o que vem na notícia é pouco mais do que uma injecção, esperando-se que venham a nidificar células no sítio da lesão e que haja melhoria de reconstituição da função. " E lembra que há que evitar a comercialização selvagem deste tipo de tratamentos. Notícia actualizada às 21h13
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Primeiro ensaio clínico de células estaminais embrionárias é boa notícia?
Enquanto a Geron testa a segurança do tratamento para a paralisia, a política norte-americana pode parar investigação nesta área. (...)

Primeiro ensaio clínico de células estaminais embrionárias é boa notícia?
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DATA: 2010-10-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Enquanto a Geron testa a segurança do tratamento para a paralisia, a política norte-americana pode parar investigação nesta área.
TEXTO: O primeiro ensaio em humanos devidamente autorizado e controlado de uma terapia que usa células estaminais embrionárias - isoladas pela primeira vez há apenas 12 anos - iniciou-se esta semana, nos Estados Unidos. E, apesar de prometer muito, pode nem ser o princípio tão desejado de uma nova era, a da medicina regenerativa. Porque pode não ser um tratamento seguro, claro, mas também por causa dos meandros da política norte-americana e da influência que tem no avanço da ciência. Não é de esperar muito - apenas se pretende verificar se a injecção destas células num local danificado da espinal medula é um procedimento seguro, não há ambição de curar o doente. A empresa Geron teve autorização da Food and Drug Administration (FDA, a agência que controla os medicamentos e os alimentos nos EUA) de injectar numa pessoa que ficou paralisada há menos de duas semanas milhões de células precursoras de oligodendrócitos. Os oligodendrócitos são células do sistema nervoso que produzem mielina, substância que envolve os prolongamentos dos neurónios, protegendo-os como as capas de plástico coloridas protegem os fios eléctricos. Produzem também proteínas que ajudam os neurónios a sobreviver e a funcionar, pelo que, quando se perdem - como num traumatismo da espinal medula -, a paralisia é frequente. As células usadas no ensaio clínico, conhecidas pela sigla GRNOPC1, só foram testadas em animais de laboratório, pela equipa de Hans Keirstead, cientista da Universidade da Califórnia em Irvine. Nos ratinhos, as melhorias foram significativas - tanto assim que, em Janeiro, a FDA deu luz verde ao ensaio em humanos. Mas as preocupações permaneceram, pelo que a FDA exigiu mais testes, para calcular as possibilidades destas células darem origem a tumores. Por isso, só em Agosto a Geron teve a autorização final para avançar. Todos os cuidados são poucos: se algo correr mal, como já aconteceu em ensaios de terapias genéticas, este campo ainda nascente e promissor, mas também polémico, pode ser atirado muitos anos para trás. As rivais adultasFaz a 6 de Novembro 12 anos que a equipa de James Thompson, da Universidade de Wisconsin (EUA), anunciou ter conseguido isolar pela primeira vez células estaminais embrionárias humanas. Abria-se uma cornucópia de esperanças: estas células, que dão origem a todas as outras nos embriões, poderiam um dia ser usadas para tratar doenças hoje incuráveis, como a diabetes, a doença de Alzheimer, as paralisias - enfim, tudo o que pudesse beneficiar da criação de novos tecidos. Mas, como são colhidas em embriões - o que implica a sua destruição -, estas células estão indissoluvelmente ligadas aos dilemas morais do aborto. Por tudo isto, têm ocupado nos media, na nossa consciência e na política, um espaço desmesurado. Então, será que faz mesmo sentido avançar com este ensaio clínico? Ian Wilmut, o cientista escocês que coordenou a equipa que fez nascer o primeiro mamífero clonado - a ovelha Dolly, usando a técnica da transferência nuclear -, considerou esta "uma notícia muito excitante". Mas "é muito importante sublinhar que o objectivo é garantir que os pacientes não sofrem problemas". "Iniciar o ensaio clínico é um marco para as terapias com base em células estaminais embrionárias", defende Thomas Okarna, presidente da Geron, uma das duas empresas americanas que mais têm apostado nas células colhidas nos embriões. A outra é a Advanced Cell Technologies - que também está à espera de autorização para iniciar um ensaio clínico, injectando 50 mil a 200 mil células estaminais embrionárias nos olhos de 12 pessoas que sofrem de distrofia macular de Stargardt, que leva à cegueira.
REFERÊNCIAS:
Fotógrafo de origem portuguesa gravemente ferido por mina no Afeganistão
O fotógrafo português João Silva, de 44 anos, ao serviço do jornal “The New York Times”, foi hoje gravemente ferido quando pisou uma mina durante uma patrulha com tropas norte-americanas no Sul do Afeganistão. (...)

Fotógrafo de origem portuguesa gravemente ferido por mina no Afeganistão
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DATA: 2010-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O fotógrafo português João Silva, de 44 anos, ao serviço do jornal “The New York Times”, foi hoje gravemente ferido quando pisou uma mina durante uma patrulha com tropas norte-americanas no Sul do Afeganistão.
TEXTO: João Silva, nascido em Lisboa a 9 de Agosto de 1966, ficou ferido nas pernas quando percorria uma área perto da cidade de Arghandab, contou o seu jornal. Aquele destacado profissional foi retirado do local e levado para a base aérea de Kandahar, que serve tanto tropas dos Estados Unidos como da NATO. É aí que está a receber assistência médica. Nenhum soldado norte-americano foi ferido na explosão, mas três sofreram o impacto da mesma. Um grupo de sapadores e de cães tinha já passado pela zona alguns passos à frente de João Silva quando a bomba deflagrou. Engenhos de fabrico rudimentar e minas contribuem para as frequentes baixas entre as tropas estrangeiras destacadas no Afeganistão. Mais do que qualquer outro tipo de armamento. Muitas das bombas são feitas com uma pequena quantidade de metal e por isso mesmo extremamente difíceis de detectar. João Silva e um repórter do “New York Times” viajavam com uma unidade da Divisão Aerotransportada 101. Os soldados norte-americanos andavam em missão a expulsar os rebeldes taliban de Arghandab e dos campos em redor, desde há semanas, no âmbito de um grande esforço para garantir a segurança de todo o território próximo de Kandahar. Silva tem fotografado guerras no Afeganistão, Iraque, África Austral, Balcãs e Médio Oriente. E tem ganho muitos prémios pelo seu trabalho, incluindo o The Worl Press Photo. É autor, juntamente com Greg Marinovich, de “The Bang-Bang Club”, crónica de um grupo de quatro fotógrafos que na década de 1990 cobriram a violência na África do Sul. Os outros dois eram Kevin Carter e Ken Oosterbroek. “João é o repórter de guerra por excelência, destemido mas cuidadoso, com uma visão surpreendente”, comentou Bill Keller, director executivo do “The New York Times”. “Estamos todos a aguardar ansiosamente e a rezar pela sua rápida recuperação”. João Silva, que apesar de nascido em Portugal viveu a partir de dada altura na África do Sul, depois de uma passagem por Moçambique, começou a trabalhar como fotógrafo no “Albert Record”, de Joanesburgo, e a cobrir a violência em Thokoza, nos arredores da cidade. Depois começou a exercer a profissão como freelancer e a fornecer o seu trabalho tanto para o jornal “The Star” como para a Reuters. A embaixada dos Estados Unidos em Lisboa lamentou profundamente “o acidente que hoje atingiu o fotógrafo de guerra de origem portuguesa João Silva” e prestou-lhe “uma sentida homenagem”, extensiva “a todos os repórteres e militares que diariamente prestam serviço em condições de teatro de guerra”. Notícia actualizada às 12h50
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO
José Mattoso diz que não é um génio
Vamos a algumas datas da vida de José Mattoso. (Que nunca foi bom em datas.) Nasceu em 1933. Entrou para o mosteiro beneditino de Singeverga em 1950. Doutorou-se em História Medieval pela Universidade de Lovaina em 1966. Regressou à vida laica em 1970. Foi Prémio Pessoa em 1987. Dirigiu uma História de Portugal,que ainda é uma referência, em 1993/95. Foi professor universitário, dirigiu a Torre do Tombo, tem uma obra extensa. Acaba de ser lançado um livro que tem a sua coordenação,História da Vida Privada em Portugal - A Idade Média. O seu cognome poderia ser: José Mattoso, o Medievalista. (...)

José Mattoso diz que não é um génio
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DATA: 2010-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vamos a algumas datas da vida de José Mattoso. (Que nunca foi bom em datas.) Nasceu em 1933. Entrou para o mosteiro beneditino de Singeverga em 1950. Doutorou-se em História Medieval pela Universidade de Lovaina em 1966. Regressou à vida laica em 1970. Foi Prémio Pessoa em 1987. Dirigiu uma História de Portugal,que ainda é uma referência, em 1993/95. Foi professor universitário, dirigiu a Torre do Tombo, tem uma obra extensa. Acaba de ser lançado um livro que tem a sua coordenação,História da Vida Privada em Portugal - A Idade Média. O seu cognome poderia ser: José Mattoso, o Medievalista.
TEXTO: Vive numa aldeia de meia dúzia de casas. Cá fora há um azulejo onde se avisa: "Cuidado com o cão. " Um rottweiler parece não fazer sentido no universo quieto, pacífico de José Mattoso. Mas a aldeia fica desviada do mundo e é preciso precaver os assaltos. Ao fundo vê-se a A25. A agitação do mundo urbano parece longínqua. Há árvores de diferentes espécies, flores, socalcos, Internet e telemóvel. Há uma zona de trabalho rente a uma janela, que é o mundo dele. Há a casa onde vive com a mulher e que pertenceu à família desta. Falámos de Tchekhov durante as fotografias. Entra uma luz branca, quase de Inverno, pela janela, sob a qual nos sentámos. Pelas cinco, a mulher trouxe chá e bolachas. A entrevista durou mais de duas horas e teve dois tempos: a vida em diferentes capítulos que viveu e alguns dos diferentes capítulos do livro sobre a vida privada na Idade Média que acaba de lançar. Seria tentador dizer que José Mattoso, o historiador que se especializou na Idade Média, e que um dia foi monge beneditino, nos abriu um pouco da sua vida privada. Mas será que abriu? Quando nos despedíamos, confessou que ficara a pensar em muito do que dissera. Mas como se sabe, a vida privada, quem somos em privado, é uma zona obscura e de difícil acesso. Ficámos na antecâmara. Ficámos muito bem. Este sítio onde vive possibilita-lhe estar mais perto da "espantosa realidade das coisas" (para citar um verso de Alberto Caeiro de que gosta especialmente)? De certo modo. Permite-me um autodomínio e uma inserção na espantosa realidade das coisas. Permite-me reflectir. Sou lento na apreensão e expressão verbal, e estar longe da cidade, sem a pressão do tempo e das pessoas, dá-me uma certa liberdade. É uma procura de quietude também? Interior, quero dizer. Ah, sim. Vivi num mosteiro durante 20 anos. Foi para cumprir um desejo e uma tendência que me acompanharam desde sempre. Estava relacionado com a busca de interioridade e do mistério da vida que só se pode alcançar de uma forma meditativa, com tempo. Para os Padres do Deserto, a meditação não é a descoberta do Ser, é a descoberta de Deus. Mas não sei se há grande diferença entre Deus e o Ser. Acho que é na concentração que o homem pode encontrar a verdade das coisas, a natureza, a autenticidade. Aquilo que está por detrás. Um dos textos que estou a ler é uma introdução ao pensamento hindu; os Vedas têm muito essa ideia, de que é na concentração que encontramos a realidade das coisas. Quando vinha para a sua casa, deparei-me com uma bifurcação. Há no começo da aldeia uma confluência de caminhos. Como na vida, há que tomar um caminho. O tal. Os escritores antigos falavam no ípsilon. É um caminho que se divide em duas partes, nós vamos por um lado ou por outro. É uma expressão simbólica, porque na realidade há muitos caminhos. Mas há "o" caminho. O seu caminho parece errático. Há essa primeira fase no mosteiro, depois há a vida mundana e depois uma vida em que parece estar novamente exilado, isolado, contemplativo, apesar da intensa produtividade. Percebi que o mosteiro onde vivia não correspondia à minha concepção de vida monástica e resolvi pedir a dispensa dos meus votos e passar à vida laica. Tive um período de uma certa busca e hesitação, porque tinha de viver. Surgiu a possibilidade de começar a dar aulas na universidade. Passei a tentar encontrar o meu caminho através de uma aplicação das minhas competências. Percebi que podia fazer do ensino da História uma certa realização desse serviço. Percebeu que a História podia ser um ofício?
REFERÊNCIAS:
Indonésia: Vulcão do Monte Merapi volta a entrar em erupção
O vulcão do Monte Merapi, na Indonésia, entrou em erupção pela terceira vez. Uma nuvem de cinzas de mais de 12 quilómetros, mais forte do que aquela que matou 34 pessoas na terça-feira, obrigou à saída das populações da província de Java Central ontem à noite. (...)

Indonésia: Vulcão do Monte Merapi volta a entrar em erupção
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DATA: 2010-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O vulcão do Monte Merapi, na Indonésia, entrou em erupção pela terceira vez. Uma nuvem de cinzas de mais de 12 quilómetros, mais forte do que aquela que matou 34 pessoas na terça-feira, obrigou à saída das populações da província de Java Central ontem à noite.
TEXTO: A nova erupção do Montanha de Fogo – denominação do Merapi em javanês – aconteceu quando eram cerca de uma da madrugada locais (19 horas de ontem em Lisboa) e voltou a assustar os habitantes da ilha de Java. Mesmo a polícia e soldados indonésios tentavam fugir em carros e motociclos, segundo descreve a AFP. Um estudante de fotografia australiano presente em Yogyakarta, a maior cidade mais próxima do vulcão, a cerca de 60 quilómetros, contou à BBC que se via um monte de cinza “a cair como neve. ”As autoridades de Yogyakarta asseguram que o perigo está circunscrito a um perímetro de 10 quilómetros a partir do Merapi. Ainda assim, o aeroporto de Yogyakarta foi temporariamente encerrado para retirar a cinza que cobria a pista. Pelo 47 mil pessoas estão a viver resguardadas em acampamentos, disse a Agência Nacional de Desastres da Indonésia. Algumas voltaram a casa para ver como estavam as propriedades e os animais. 298 vítimas do tsunami desaparecidasA Indonésia enfrenta neste momento duas catástrofes naturais oa mesmo tempo. O outro é o tsunami que, na segunda-feira, arrasou cerca de uma dezena de aldeias do arquipélago de Mentawai, em Sumatra Ocidental. O último balanço das autoridades aponta para a morte de 451 pessoas, entre as vítimas afectadas pelas erupções da Montanha de Fogo e do tsunami. O Merapi é um dos 129 vulcões activos com maior actividade na Indonésia, do qual há registo de ter entrado em erupção perto de 70 vezes desde meados do século XVI, numa média de quatro em quatro anos. À parte dos números oficiais, as autoridades acreditam que o número de mortes do tsunami possa ultrapassar as 600. O número de vítimas mortais tem sido revisto em alta desde segunda-feira. Suryadi, um dos responsáveis pelas operações de socorro, precisou à AFP que estão confirmados 413 mortos e que continuam desaparecidas 298 pessoas. “A ajuda chegou em grande quantidade. Infelizmente, o número de barcos [de salvamento] é insuficiente para [os] distribuir rapidamente” nas aldeias remotas de pescadores devastadas pela onda de mais de três metros do tsunami, explicou à AFP Suryadi. Muitos países mostraram-se disponíveis a ajudar vítimas dos desastres que têm afectado a Indonésia nos últimos dias. A Comissão Europeia prometeu, há dois dias, enviar 1, 5 milhões de euros, um montante capaz de socorrer 87 mil pessoas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte ajuda
O álcool, a droga "mais perigosa", afecta 500 mil portugueses
O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais. (...)

O álcool, a droga "mais perigosa", afecta 500 mil portugueses
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.04
DATA: 2010-11-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais.
TEXTO: Mas em Portugal, apesar dos sucessivos planos de combate, os jovens começam a consumir álcool muito cedo. Confrontado com os resultados do ranking elaborado pelo Comité Científico Independente sobre as Drogas do Reino Unido, o ex-director do Centro de Alcoologia de Lisboa Domingos Neto não se mostra minimamente surpreendido. "O álcool é muito mais perigoso do que se imagina", comenta o psiquiatra. É responsável por "cerca de 40 doenças, além de muita violência, conflitos e perturbação da ordem pública", enumera. Ainda assim, "há imensas forças a favor do consumo dos jovens", um "lobby fortíssimo que protege as bebidas alcoólicas". E a dependência do álcool continua a ser "muito tolerada" em Portugal, onde, para um máximo de "entre 70 a 80 mil toxicodependentes pesados", existem cerca de 500 mil pessoas com síndrome de dependência de álcool. Mas o problema não é só português. "O álcool é a cocaína da Europa", diz o psiquiatra, que lamenta que em Portugal "falte uma atitude de saúde pública integrada para combater" este problema. A cocaína também surge no ranking britânico, mas bem longe do álcool, da heroína e do crack. E o tabaco aparece logo a seguir, acima das anfetaminas, do ecstasy e dos cogumelos mágicos (ver gráfico). Realizado pelo comité liderado pelo ex-consultor governamental britânico David Nutt - demitido em 2009 depois de propor a alteração da classificação das drogas e de chegar a afirmar que andar a cavalo era mais perigoso do que consumir ecstasy -, o ranking foi ontem apresentado em Londres, numa reunião em que participou o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência, João Goulão, agora responsável pela aplicação da política portuguesa do álcool. O que pensa Goulão do estudo? "É uma metodologia que, não sendo perfeita, pode ser uma nova forma de avaliar, sem pressupostos ideológicos, o que realmente é perigoso", concede. Sobre a política portuguesa a este nível João Goulão lembra que o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool - aprovado este ano e que prevê o aumento da idade de proibição de venda dos 16 para os 18 anos e a redução da taxa de alcoolemia para recém-encartados até 2012 - contempla metas que "vão demorar algum tempo" a concretizar. Defende, aliás, que a primeira medida "não faz sentido sem que a proibição de venda a menores de 16 anos seja efectiva". E isto passa mais "pela educação e formação dos pais, envolvendo os jovens e os vendedores", do que pela "repressão". Mas reconhece que há aspectos da lei que devem ser revistos. Dá o exemplo da fiscalização, a cargo da ASAE e das polícias. As autoridades apenas podem abrir processos se apanharem os jovens em flagrante delito. Num estudo divulgado este ano, a associação de defesa dos consumidores Deco concluiu que mais de metade dos jovens com idade inferior a 16 anos compravam bebidas alcoólicas, apesar da proibição legal.
REFERÊNCIAS:
Blindados da PSP não deverão chegar a tempo da Cimeira
Comandante da PSP admite atraso na entrega das viaturas e polícias dizem que é necessário tempo de adaptação às mesmas. (...)

Blindados da PSP não deverão chegar a tempo da Cimeira
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2010-11-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Comandante da PSP admite atraso na entrega das viaturas e polícias dizem que é necessário tempo de adaptação às mesmas.
TEXTO: Os seis blindados comprados por cinco milhões de euros para serem utilizados na Cimeira da Nato, nos dias 19 e 20 deste mês, em Lisboa, não devem chegar mesmo a tempo da reunião. "Os cinco blindados e a viatura pesada para desobstrução das ruas não devem chegar a tempo de serem utilizadas na cimeira e, mesmo que tal aconteça, não haverá tempo para que o pessoal se adapte nas condições desejáveis", disse ao PÚBLICO um elemento da Unidade Especial de Polícia (UEP), lembrando que o atraso na chegada deste equipamento (custa cerca de cinco milhões de euros e terá sido pago com verbas cedidas pelo Governo Civil de Lisboa) até já foi admitido pelo director nacional da PSP, Oliveira Pereira. O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos sobre a compra dos blindados (comprados por ajuste directo para que a sua chegada fosse mais rápida), mas apesar das insistências, o MAI não se mostrou disponível para responder às questões, nomeadamente a data de chegada das viaturas. Sabe-se, no entanto, que a PSP entende que as viaturas são consideradas essenciais pois pretende-se a sua utilização posterior em acções nos mais de 300 bairros problemáticos de todo o país. Para além da previsível falta dos blindados, algumas subunidades da UEP debatem-se ainda com a falta de outro equipamento que consideram necessário. Responsáveis policiais dizem que não há protecção em muitas das viaturas que estarão nas ruas e falam de escassez de pessoal em áreas como o sector cinotécnico. A principal preocupação da PSP prende-se, de momento, com a pouca operacionalidade das viaturas destinadas a assegurar a ordem pública, uma vez que se trata das carrinhas Ford Transit que foram compradas para o Euro 2004, e que, na sua maioria, não são blindadas e nem sequer possuem protecções (redes metálicas colocadas em frente aos vidros) que permitam suportar apedrejamentos. "O grupo cinotécnico possui apenas cerca de 30 operacionais para trabalhar na vertente da ordem pública. Destes, apenas 15 são binómios [homem e cão], o que poderá ser muito pouco para fazer frente a manifestações que, pelos vistos, podem reunir alguns milhares de pessoas", disse um dos polícias contactados. Maior operação de sempreProblemas de equipamento à parte, o PÚBLICO sabe que as autoridades estão a preparar a maior operação de segurança de sempre em Portugal, incluindo a visita do Papa Bento XVI. Em Lisboa, no decurso da cimeira, estarão todos os efectivos da UEP, nomeadamente do Corpo de Intervenção, da Defesa Pessoal, da Inactivação de Explosivos no Subsolo, do grupo Cinotécnico e da Grupo de Operações Especiais. Ao todo, tendo em conta que também se deslocam os efectivos colocados no Porto e em Faro e que todo o pessoal está impedido de gozar férias ou folgas durante os dias do evento, prevê-se que sejam mobilizados (só na UEP) mais de 700 polícias. Este número poderá ser menor, uma vez que na PSP já corre uma mensagem (nos telemóveis dos polícias de todos os comandos nacionais) pedindo a cada um para, nos dias 19 e 20, "adoecerem" e consultarem médicos. A PSP irá inspeccionar os locais onde vão trabalhar e pernoitar as principais comitivas. Os hotéis e as salas de reuniões serão passados a pente fino, procurando-se, principalmente, detectar explosivos. Já a segurança das individualidades será assegurada, quase na totalidade, por equipas próprias (só a delegação dos EUA deverá compreender quase 1000 pessoas). A segurança nos trajectos entre os locais onde ficarão as comitivas e o local da cimeira, no Parque das Nações, só será aplicada nas medidas máximas em relação aos países cujo risco de atentado é mais elevado.
REFERÊNCIAS: