Federação dos Sindicatos da Função Pública receia pela normal abertura do ano lectivo
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública afirmou hoje que está em risco a normal abertura do ano lectivo, por causa dos atrasos na colocação de pessoal não docente e das mudanças decididas pelo Ministério da Educação. (...)

Federação dos Sindicatos da Função Pública receia pela normal abertura do ano lectivo
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DATA: 2010-07-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública afirmou hoje que está em risco a normal abertura do ano lectivo, por causa dos atrasos na colocação de pessoal não docente e das mudanças decididas pelo Ministério da Educação.
TEXTO: A federação teve hoje, em Coimbra, uma reunião de trabalho com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para abordar diversas questões relacionadas com a aplicação de transferência de competências do Ministério da Educação para as autarquias, nomeadamente sobre a contratação do pessoal não docente. “As mesmas preocupações que a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública tem são quase iguais às preocupações dos municípios”, sublinhou o dirigente sindical Luís Pesca, explicando que elas incidem, nomeadamente, naqueles trabalhadores contratados e que terminam o seu vínculo laboral no próximo dia 30 Agosto. Segundo o dirigente da federação, o Ministério da Educação tinha garantido que abria “os procedimentos concursais para estes trabalhadores cuja gestão ainda pertence ao Ministério, para que tivessem a sua situação resolvida”, o que não aconteceu ainda. “A ANMP também partilha desta preocupação, porque há trabalhadores cuja gestão pertence às câmaras municipais e que também estão nesta situação”, acrescentou. Luís Pesca salientou que o Ministério da Educação “disse que ia abrir os procedimentos, mas ainda não abriu”, o que coloca a questão de saber qual vai ser a situação dos trabalhadores, se vai surgir um despacho a prorrogar os contratos até aos novos concursos, para que a ANMP possa também proceder da mesma forma. O dirigente referiu que opinião idêntica negativa têm a ANMP e a sua federação sobre a criação dos mega agrupamentos de escolas, designadamente sobre a sua formulação, e quanto à mobilidade e contratação de trabalhadores e às competências do director executivo das escolas e do presidente da Câmara neste domínio. “São estas preocupações que põem em causa, e podem pôr em causa, a qualidade do ensino público em Portugal. Concretamente este ano podem pôr em causa a abertura normal do ano lectivo, derivado destas dúvidas que existem nas escolas”, concluiu Luís Pesca.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação
Ministério garante lançamento de concursos para não docentes dentro de duas semanas
O Ministério da Educação garantiu hoje que vai lançar até dia 18 os concursos para o pessoal não docente cujos contratos terminam no final deste mês, resolvendo, assim, a situação de 1829 trabalhadores. (...)

Ministério garante lançamento de concursos para não docentes dentro de duas semanas
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DATA: 2010-08-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ministério da Educação garantiu hoje que vai lançar até dia 18 os concursos para o pessoal não docente cujos contratos terminam no final deste mês, resolvendo, assim, a situação de 1829 trabalhadores.
TEXTO: A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública reuniu-se hoje com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, a quem apresentou as suas preocupações relativas à situação dos trabalhadores não docentes dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário da rede pública, nomeadamente aqueles cujos contratos a termos certo terminam no final deste mês. “O Ministério da Educação está em condições de afirmar que serão lançados em Agosto, previsivelmente no dia 18 ou antes, os procedimentos concursais para assistentes operacionais e assistentes técnicos num total de 1829 postos de trabalho”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Educação à Lusa, no final do encontro. Trata-se de procedimentos para colmatar as necessidades permanentes de pessoal não docente nas escolas, sendo “garantidos os princípios da legalidade e igualdade de oportunidades no desenvolvimento destes concursos”, acrescentou Alexandre Ventura. O procedimento decorrerá num prazo máximo de dois meses, não estando em causa a normal abertura do ano lectivo, dentro das datas previstas. “Como entretanto começarão as aulas, o Ministério da Educação comunicará a estas escolas, onde se encontram estes postos de trabalho, que foi autorizada a prorrogação dos contratos a termo resolutivo destes funcionários”, afirmou. O secretário de Estado adiantou ainda que esta situação não se circunscreve apenas aos que terminam os contratos a 31 de Agosto, abrangerá também os funcionários não docentes que terminam os contratos a termo resolutivo mais tarde. Luis Pesca, da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, alertou contudo para a necessidade de adoptar igual procedimento para os funcionários não docentes cuja gestão já está nas câmaras municipais, uma vez que os 1829 postos de trabalho assegurados dizem respeito aos funcionários que estão sob a alçada do Ministério da Educação. “Achamos que esta responsabilidade é do Ministério da Educação articulado com as autarquias”, disse, em declarações à Lusa, defendendo a mesma abertura dos processos concursais para estes trabalhadores e que as autarquias também adoptem a prorrogação dos contratos. Luis Pesca adiantou ainda que na reunião foram apresentadas ao secretário de Estado outras reivindicações do sindicato. “Queremos a definição clara dos conteúdos funcionais destes trabalhadores, que seja definido ate onde vai a competência do presidente da câmara e até onde vai a competência do director executivo das escolas e a definição de algumas situações menos claras de aplicação da avaliação de desempenho”. Estas preocupações surgem na sequência da transferência de competências do Ministério da Educação para as autarquias.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação igualdade
BE defende apoio à pequena agricultura em áreas afectadas pelos incêndios
O Bloco de Esquerda tenciona propor, no Parlamento, medidas de apoio à pequena agricultura atingida pelos incêndios, anunciou hoje o deputado Pedro Soares, que classificou o incêndio de S. Pedro do Sul como uma “situação grave”. (...)

BE defende apoio à pequena agricultura em áreas afectadas pelos incêndios
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DATA: 2010-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Bloco de Esquerda tenciona propor, no Parlamento, medidas de apoio à pequena agricultura atingida pelos incêndios, anunciou hoje o deputado Pedro Soares, que classificou o incêndio de S. Pedro do Sul como uma “situação grave”.
TEXTO: Pedro Soares, que preside à Comissão Parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, visitou, na noite desta segunda-feira, vários locais da serra da Gralheira atingidos pelas chamas, considerando “muito difícil” a situação no terreno. O deputado acrescentou que a principal preocupação das autoridades é a defesa das povoações. “Sem alarmismos, há uma situação grave. Porque este incêndio na serra da Gralheira desde há vários dias que vem consumindo florestas e habitats naturais e ameaçando as populações”, disse. A situação, enfatizou, foi agravada com o acidente que matou um bombeiro da corporação de Alcobaça e que, “naturalmente, obrigou à deslocação de meios de combate ao incêndio para o salvamento de vidas”. Na deslocação à serra da Gralheira, Pedro Soares reuniu com responsáveis da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e com o governador civil de Viseu. “Têm a situação identificada, mas não podem afirmar nenhuma expectativa sobre o final deste incêndio. A principal preocupação é a defesa das populações”, declarou. Segundo informações que lhe foram transmitidas pelos responsáveis da ANPC na reunião, existem algumas povoações “perto” do estimado “cone de progressão [do incêndio] das próximas horas”. “E há uma especial preocupação na defesa desses núcleos populacionais”, frisou. Perante o incêndio, o deputado bloquista destacou a importância do reordenamento da floresta portuguesa, dando como exemplo as “manchas enormes de espécies resinosas, como o eucalipto” que “dificultam extremamente o combate”. Assinalou, por outro lado, a necessidade da prevenção “todo o ano”, aludindo, concretamente, à limpeza das matas. “Este fogo demonstra à saciedade essa necessidade de prevenção”, sublinhou. O deputado considerou, por outro lado, a actividade agrícola em zonas do interior do país como “fundamental” na prevenção dos fogos florestais, anunciando a intenção do Bloco de Esquerda de propor, na Assembleia de República, medidas de apoio à pequena agricultura atingida pelos incêndios, na reabertura dos trabalhos parlamentares, em Setembro. “Hoje passámos por várias povoações que vivem exclusivamente da agricultura e criação de gado. São 70 a 80 famílias e 2000 cabeças de gado que não podem ficar em causa com estes incêndios”, argumentou.
REFERÊNCIAS:
Tempo Setembro
Provas no inquérito à maré negra deverão ser recolhidas pelos principais suspeitos
As autoridades americanas responsáveis pelo inquérito às causas da maré negra no Golfo do México não têm os meios técnicos para recuperar as provas, a 1500 metros de profundidade. A missão deverá ser entregue aos principais suspeitos, entre eles a BP. (...)

Provas no inquérito à maré negra deverão ser recolhidas pelos principais suspeitos
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DATA: 2010-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: As autoridades americanas responsáveis pelo inquérito às causas da maré negra no Golfo do México não têm os meios técnicos para recuperar as provas, a 1500 metros de profundidade. A missão deverá ser entregue aos principais suspeitos, entre eles a BP.
TEXTO: Em causa está a recolha das provas junto dos destroços da plataforma Deepwater Horizon, a 1500 metros de profundidade. A empresa Transocean, que alugava a plataforma à BP, deverá assumir as operações de recuperação. Um porta-voz contactado pela AFP recusou dizer quando vão começar. A British Petroleum (BP) recusou dar informações sobre o assunto. Os especialistas receiam que o processo de recuperação de destroços da plataforma possa perder-se em querelas jurídicas, uma vez que a BP, a Transocean e as outras empresas sub-contratadas são os principais suspeitos de responsabilidade na catástrofe. Stephen Herman, advogado de Nova Orleães que representa centenas de queixosos contra a BP, não se mostra muito pessimista. “Normalmente, poderíamos recear ter a raposa a guardar a capoeira. Mas a BP será forçada a ser honesta pela Transocean, cujos interesses vão ao encontro dos seus”. Além da BP e da Transocean, a Cameron International - que fabricou o sistema de segurança que deveria ter travado a fuga - e a Halliburton - que enviou uma equipa para cimentar o poço - deverão também participar nas operações. Acima de tudo interessa-lhes provar que não são responsáveis por aquilo que aconteceu. Ontem, 77 queixas apresentadas contra a BP foram confiadas a um juiz único do Luisiana, o estado que mais sofreu com a maré negra. Mas, explica Martin Davies, professor de direito marítimo na Universidade de Tulane, se "a BP conseguir provar que houve negligência manifesta de qualquer uma das outras partes, poderá desembaraçar-se de uma parte de custos". A BP poderá ainda ser processada por outras companhias petrolíferas que viram as suas actividades bloqueadas pela moratória de seis meses às explorações em alto mar, decretada pelas autoridades. Além disso, a maré negra poderá custar à BP até 17, 6 mil milhões (13, 3 mil milhões de euros) de multas. O Governo americano está a conduzir um inquérito, que poderá acabar nos tribunais, sobre a origem da explosão da plataforma a 20 de Abril e do seu naufrágio, dois dias depois. Onze funcionários morreram no acidente e cerca de 4, 9 milhões de barris de crude – representando 780 milhões de litros – escaparam para o oceano, até que a 15 de Julho foi colocada uma cúpula por cima da fuga. Uma tempestade que se está a aproximar do Golfo do México vai adiar por dois ou três a perfuração dos poços de apoio pela BP, considerada o passo final para dar como concluído o processo definitivo de encerramento da fuga. O Centro Nacional americano de Furacões previu que uma tempestade tropical atravesse o local da fuga, no Golfo do México, antes de atingir o Luisiana amanhã. Ontem, o Governo norte-americano reabriu 13. 323 quilómetros quadrados de águas à pesca; actualmente 22 por cento das águas federais continuam encerradas.
REFERÊNCIAS:
Obama garante que luta contra a fuga está “quase terminada”
A luta para selar a fuga de crude, na origem da maré negra no Golfo do México, está “quase terminada”, garantiu ontem o Presidente norte-americano, Barack Obama. (...)

Obama garante que luta contra a fuga está “quase terminada”
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DATA: 2010-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A luta para selar a fuga de crude, na origem da maré negra no Golfo do México, está “quase terminada”, garantiu ontem o Presidente norte-americano, Barack Obama.
TEXTO: “Na semana passada ouvimos a notícia que estávamos à espera (. . . ): o processo para impedir a fuga de crude, com a ajuda de uma cúpula de cimento, parece ter tido sucesso”, declarou o Presidente durante uma cerimónia para homenagear a equipa de futebol americano de Nova Orleães. “A etapa final só vai acontecer mais para o final de Agosto, quando os poços de apoio estiverem terminados. Mas o que é evidente é que a batalha para estancar a fuga está quase terminada”, acrescentou o Presidente, numa rara manifestação de optimismo em relação a esta catástrofe, que pesa na sua presidência desde finais de Abril. No entanto, Obama lembrou que “o trabalho continua” para limpar as costas do Golfo do México. “Prometi aos habitantes da costa do Golfo que me vou dedicar ao seu litoral, não apenas à cimentação do poço, até que os prejuízos (da maré negra) estejam reparados. E este é um compromisso que o meu Governo vai respeitar”, garantiu. Encorajando os norte-americanos a relançar a economia do Golfo, Obama apelou ao consumo de produtos do mar daquela região. “Os americanos podem, com toda a confiança e segurança, apreciar de novo os produtos da pesca do Golfo. Nós vamos apreciá-los na Casa Branca”, prometeu o Presidente. Perfuração de poços de apoio deverá terminar esta semanaO almirante da Guarda Costeira Thad Allen, responsável pelas operações de luta contra a maré negra, anunciou que a perfuração dos poços de apoio deverá estar concluída esta semana. “Estamos a menos de 30 metros da intercepção” do poço, explicou Allen aos jornalistas. “Estimamos que até ao final da semana consigamos atingir o poço principal e aí injectar cimento para o selar definitivamente”, acrescentou. Ontem, a BP anunciou que a maré negra já lhe custou 6, 1 mil milhões de dólares (4, 6 mil milhões de euros). A empresa britânica revelou ter efectuado um primeiro pagamento de três mil milhões de dólares (2, 2 mil milhões de euros) para o fundo de indemnização criado em meados de Junho pela administração Obama; o seu montante total deverá atingir os 20 mil milhões de dólares (15 mil milhões de euros).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda consumo negra
Ruy Duarte de Carvalho dá a ver o que tem andado a dar a ler
Ruy Duarte de Carvalho pode agora dar a ver o que tem andado a dar a ler. Agradecidos ficam os leitores, e os futuros descobridores, por se mostrar e discutir a obra deste antropólogo e escritor angolano, cineasta, fotógrafo e poeta e já agora viajante, característica disseminada nas restantes a quem se dedica um ciclo no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, de 11 a 17 (ciclo a que já tiveram direito os escritores Paul Bowles e Thomas Bernhard). (...)

Ruy Duarte de Carvalho dá a ver o que tem andado a dar a ler
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DATA: 2010-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ruy Duarte de Carvalho pode agora dar a ver o que tem andado a dar a ler. Agradecidos ficam os leitores, e os futuros descobridores, por se mostrar e discutir a obra deste antropólogo e escritor angolano, cineasta, fotógrafo e poeta e já agora viajante, característica disseminada nas restantes a quem se dedica um ciclo no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, de 11 a 17 (ciclo a que já tiveram direito os escritores Paul Bowles e Thomas Bernhard).
TEXTO: É nessa ocasião que será lançado um livro de textos do autor, "A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita. ", haverá debates sobre a sua escrita (dia 12, 18h30) participam António Mega Ferreira, David Borges, Osvaldo Silvestre, Luís Quintais e sobre a imagem na sua obra (dia 13, com participações de Miguel Vale de Almeida, Paulo Branco, José Eduardo Agualusa, Teresa Nicolau e Catarina Alves Costa). A ideia surgiu de Mega Ferreira, seu leitor assíduo e administrador do CCB, que, como nos contou, quis tornar mais visível o caso raro de "um grande escritor de língua portuguesa, cuja obra se distribui por diversos campos de actividade permitindo uma abordagem multidisciplinar ao seu universo". Ruy Duarte de Carvalho já fez muitas peças de vidro colorido para rodar no espelho do caleidoscópio (preparem-se para a enumeração). Nascido biologicamente em Santarém, rumou com a família para Angola, onde trabalhou como regente agrícola em café e pecuária. Foi criador de ovelhas e fabricou cerveja. Escreveu poesia distinta da dos poetas engajados, sem deixar de o ser. Estudou cinema em Londres. Realizou filmes para televisão e para o instituto de cinema angolano, entre os quais "Nelisita" (1982), programado para este ciclo. Fez o doutoramento em Antropologia em Paris sobre pescadores da costa de Luanda, tese com o título "Ana a Manda" (1989). Continuou a pesquisar em Angola e não só, enquanto leccionava em universidades de Luanda, São Paulo, Coimbra brevemente será a vez de Berkley, Califórnia. A sua poesia encontra-se reunida em "Lavra" (2005) e os livros "Vou lá Visitar Pastores" (1999), "Actas da Maianga" (2003), "Os Papéis do Inglês", "As Paisagens Propícias" (2005) e "Desmedida" (2007) transfiguram-se de ficção, ensaio, antropologia e literatura de viagem, revelando interesses e subjectividades numa "meia-ficção-erudito-poéticoviajeira", nas palavras do autor. Podiam-se contar outras histórias ligadas a essas: a de um angolano "de opção e condição" que andou por Gabela, Calulo, Catumbela, uma temporada na Europa, e que no regresso filmou, em plena noite da proclamação da independência, a bandeira angolana a substituir a portuguesa. A de um curioso que entre viagens (uma a Cabo Verde para outro filme que também vamos ver no ciclo, "Moia, Recado das Ilhas"), foi ficando no Namibe, no Sul de Angola, onde estudou o povo kuvale e as suas formas de organização. A de um olhar analítico que pensou a ocidentalização do país e as implicações da guerra a partir da sua varanda na Maianga (e as várias maneiras de ver Angola, dentro e fora). Ou a de um apaixonado pelo sertão que seguiu o rio São Francisco, o território de Guimarães Rosa e de Euclides da Cunha, no Brasil, que lemos em "Desmedida". Geografia afectivaPara incluir este modo de convocar tudo e dar uma ponta com nó, pensou-se o ciclo como um "microcosmos da multiplicidade de discursos e textos da sua [Ruy Duarte de Carvalho] obra mas que permitisse a apreciação de cada elemento individualmente", explica ao Ípsilon José António Fernandes Dias, o comissário da exposição. Esta, intitulada "Essa maneira de convocar tudo", exibe fotografia, desenhos, documentários e textos, atravessando os lugares por onde o escritor andou e cartografou pela escrita e não só, numa geografia também afectiva que nos direcciona no percurso de uma obra.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra
Morreu o escritor Ruy Duarte de Carvalho
O escritor, poeta, cineasta, artista plástico, ensaísta e antropólogo Ruy Duarte Carvalho morreu na sua casa na cidade de Swakopmund, na Namíbia, aos 69 anos. (...)

Morreu o escritor Ruy Duarte de Carvalho
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DATA: 2010-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O escritor, poeta, cineasta, artista plástico, ensaísta e antropólogo Ruy Duarte Carvalho morreu na sua casa na cidade de Swakopmund, na Namíbia, aos 69 anos.
TEXTO: Desde que se reformara, o escritor passou a residir em Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia, e foi ali que hoje foi encontrado já sem vida. Não são ainda conhecidas as causas da sua morte, soube o PÚBLICO. De acordo com o filho do escritor, Ruy Duarte de Carvalho não dava notícias há alguns dias. Nascido em Portugal, naturalizou-se angolano em 1983 por motivos que, como explica no catálogo do ciclo que o Centro Cultural de Belém lhe dedicou em 2008, se prendem com o sentimento, de que teve consciência aos 12 anos, depois de a sua família ter emigrado para Moçâmedes (Angola), de que tinha ali a sua "matriz geográfica". Em 1989 recebeu o Prémio Nacional de Literatura e o seu "Desmedida Luanda, São Paulo, São Francisco e Volta, Crónicas do Brasil" (Livros Cotovia), recebeu o Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do encontro Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim, em 2008. A sua formação passou pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, pelo curso de realização de cinema e televisão em Londres (realizou filmes para a TV angolana e para o Instituto do Cinema de Angola) e pelo doutoramento pela École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris com uma tese dedicada aos pescadores da costa de Luanda, com o título "Ana a Manda" (1989). Filmou a noite da independência de Angola (10/11 de 1975), quando estava a rodar no município do Prenda, "a bandeira portuguesa a ser arreada e a de Angola a ser hasteada", como se lê no catálogo do ciclo do CCB. Foi professor das universidades de Luanda, Coimbra e São Paulo, além de ter sido professor convidado da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e realizou dos filmes "Nelisita: narrativas nyaneka" (1982) e "Moia: o recado das ilhas" (1989). É autor de "Vou lá visitar pastores" (1999), da poesia de "Chão de Oferta" (1972) ou "A Decisão da Idade" (1976) - a sua poesia está reunida em "Lavra" (2005). Assinou ainda os diferentes estilos de "A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita. . . Fitas, Textos e Palestras" (2008), "Actas da Maianga" (2003), "Os Papéis do Inglês", "As Paisagens Propícias" (2005) e descrevia a sua obra como "meia-ficção-erudito-poéticoviajeira". Em 2008, Rui Guilherme Lopes adaptou a obra "Vou lá visitar pastores" (1988), sobre os Kuvale, uma sociedade pastoril do sudoeste de Angola, encenada e interpretada por Manuel Wiborg e que esteve em cena noTeatro A Barraca, na Culturgest, no FITEI (Porto), no Festival de Almada e no Festival de Agosto em Maputo, Moçambique. Notícia em actualização
REFERÊNCIAS:
Dois fogos por dominar no Gerês esta tarde
Dois fogos continuam por dominar no Parque Nacional da Peneda Gerês esta tarde, um deles a lavrar desde terça-feira na zona de Mezio, Arcos de Valdevez. No Parque Natural da Serra da Estrela, na Aldeia da Serra, está também por circunscrever um incêndio que deflagrou há três dias e que mobiliza o maior número de meios no terreno, segundo os últimos dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil. (...)

Dois fogos por dominar no Gerês esta tarde
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DATA: 2010-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dois fogos continuam por dominar no Parque Nacional da Peneda Gerês esta tarde, um deles a lavrar desde terça-feira na zona de Mezio, Arcos de Valdevez. No Parque Natural da Serra da Estrela, na Aldeia da Serra, está também por circunscrever um incêndio que deflagrou há três dias e que mobiliza o maior número de meios no terreno, segundo os últimos dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
TEXTO: De acordo com o balanço do mapa de incêndios avançado pela Protecção Civil pelas 13h30, o incêndio que teve início em Mezio, distrito de Viana do Castelo, e que lavra com duas frentes activas, mantém no terreno 177 bombeiros, apoiados por 38 viaturas, um helicóptero e cinco aviões de combate às chamas. Ainda no Gerês, os bombeiros tentam controlar o fogo que começou na manhã de ontem na Mata do Cabril, concelho de Ponte da Barca, e que esta madrugada sofreu uma reactivação. Mais de cem operacionais, 21 viaturas e dois helicópteros estão no local. No parque natural, lavra também um incêndio em Carris, concelho de Terras de Bouro, Braga, desde as 09h50 de hoje, que entretanto foi dado por dominado. Dezasseis bombeiros, dois veículos, um helicóptero e um avião compõem, para já, as equipas e meios de combate. No Parque Natural da Serra da Estrela, 280 bombeiros tentam circunscrever o fogo que deflagrou na madrugada de quarta-feira em Aldeia da Serra, concelho de Seia, Guarda. O incêndio tinha esta tarde uma frente activa e mobilizada ainda 76 viaturas e três helicópteros no seu combate. Ainda no distrito da Guarda, 90 bombeiros, apoiados por 23 veículos, tentam extinguir o fogo com duas frentes activas a consumir uma zona de mato de Arcozelo, concelho de Gouveia. Outro dos incêndios que mais meios tem no terreno está por controlar há quase 24 horas e consome uma área de floresta de Agualva, concelho de São Pedro do Sul, Viseu. Com duas frentes activas, este fogo é combatido por 187 elementos, 53 viaturas e um helicóptero. No distrito de Vila Real, a Protecção Civil dá por dominar dois fogos: um em Amieiro, concelho de Alijó, e um segundo em Gestosa, concelho de Boticas, mas deflagrados ontem. Um total de 88 bombeiros, 23 viaturas e um helicóptero combatem estes fogos. Em Abrunhosa Velha, concelho de Mangualde, no distrito de Viseu, mantém-se activo o fogo que teve início na tarde de ontem, o mesmo acontecendo em Souteiro, concelho de Caminha, Viana do Castelo, e em Porto Novo, concelho de Vale de Cambra (Aveiro). Situação mais calma na MadeiraNa Madeira, Serviço Regional de Protecção Civil adiantou que a situação de fogos está mais calma. “Houve uma evolução muito positiva desde ontem à noite pelo combate e intervenção dos vários agentes e pela melhoria das condições meteorológicas, designadamente a diminuição do vento, das rajadas e da temperatura”, referiu o presidente daquele serviço, Luís Neri, após uma reunião com o presidente do governo regional em exercício, Brazão de Castro. “Aquilo que ontem foram grandes preocupações hoje continuam mas os incêndios estão menos activos e a partir das 14h00 prevê-se a diminuição do vento e das rajadas”, acrescentou. Os focos de incêndios ainda existentes afectam as zonas de Águas Mansas, parte alta de Gaula e Ribeiro Serrão, em Santa Cruz, na Achada do Teixeira, em Santana, na Encumeada, na Ribeira Brava, no Jardim da Serra, em Câmara de Lobos e Carreiras/Pico do Silva e na Barreira, no Funchal. O responsável governamental pela área do ambiente e recursos naturais, Manuel António Correia, salientou que as prioridades nestas circunstâncias são a defesa das pessoas e dos bens mas enumerou três casos preocupantes nomeadamente o Parque Ecológico do Funchal, a Fajã da Nogueira, uma área de laurissilva, na qual foi destruído algum manto vegetal de urzal, e o Pico do Aireiro, onde nidifica a freira da Madeira cuja colónia tem vindo a crescer e onde tinha sido já monitorizadas várias aves juvenis. “O Governo Regional vai começar de imediato a reflorestação das áreas atingidas”, garantiu.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aves
Ruptura em conduta de água interrompe abastecimento em várias zonas de Lisboa
Uma ruptura de grande proporção numa conduta de água no Campo Pequeno, em Lisboa, levou hoje ao corte do abastecimento em vários bairros da cidade, prevendo-se que a situação esteja resolvida pela meia-noite. (...)

Ruptura em conduta de água interrompe abastecimento em várias zonas de Lisboa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma ruptura de grande proporção numa conduta de água no Campo Pequeno, em Lisboa, levou hoje ao corte do abastecimento em vários bairros da cidade, prevendo-se que a situação esteja resolvida pela meia-noite.
TEXTO: Segundo fonte dos bombeiros sapadores, a ruptura ocorreu cerca das 13h00 no cruzamento da Avenida Defensores de Chaves com a Avenida João XXI, onde a EPAL, empresa responsável pelo abastecimento da cidade, está já a intervir. “É uma ruptura bastante grande, que provoca uma grande perda de água. Está previsto normalizar a situação às 24h00”, disse à Lusa fonte da EPAL. A empresa adiantou que as zonas do Campo Pequeno, Alvalade e Saldanha estão sem fornecimento de água. Apenas um primeiro troço à entrada da Avenida Defensores de Chaves foi cortado ao trânsito. Nessa área, com cerca de 15 metros, são visíveis as pedras e as terras que foram empurradas pela água. A pequena ribeira que se formou a partir desse ponto, e que percorre uma das laterais da praça do Campo Pequeno, obrigou ao corte de uma das três faixas na direção do túnel da Avenida João XXI. O trânsito na zona está congestionado, mas a PSP informou no local que não haverá mais interrupções de trânsito. Após a abertura de alguns bueiros para escorrer as águas, os bombeiros terminaram a sua intervenção, estando agora a EPAL a continuar os trabalhos. A ruptura ocorreu por baixo de uma viatura estacionada que, segundo testemunhas, ficou danificada. Apesar das interrupções de abastecimento verificadas na zona, os repuxos do jardim da praça de touros continuam a funcionar. Notícia actualizada às 15h46
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
O Curdistão iraquiano é o novo mundo
A capital dos curdos parece que vai rebentar, de tantas gruas e prédios a meio. Ao resto da região chegam as infra-estruturas e tudo o que faltava. (...)

O Curdistão iraquiano é o novo mundo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2010-08-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A capital dos curdos parece que vai rebentar, de tantas gruas e prédios a meio. Ao resto da região chegam as infra-estruturas e tudo o que faltava.
TEXTO: Salar Baban esteve fora do Iraque entre 1975 e 2005. Viveu na Arábia Saudita e no Bahrein, depois na Alemanha e nos Estados Unidos, a seguir parou no Reino Unido. Desde 1995 que é cidadão britânico. Nasceu em Mossul porque não havia hospitais em Dohuk, no Curdistão iraquiano. Salar voltou pela primeira vez em 2001, veio de barco, pela Síria. "Erbil era um sítio asqueroso. Sujo. Velho. Deserto. Como uma cidade negligenciada. " É difícil acreditar em Salar. Hoje, Erbil é uma cidade limpa, cheia de gente, cuidada, em alucinante crescimento. "Tinha uma empresa de comércio em Londres. Fazíamos exportações para a Líbia, para o Egipto", diz Salar. Depois, decidiu experimentar o regresso ao Curdistão iraquiano. "Quando as coisas mudaram, pensámos em experimentar, em fazer parte deste desenvolvimento. Vim sozinho. A minha mulher e as minhas filhas só chegaram há quatro meses de Londres. Estão a gostar", conta Salar, sentado numa das mesas da sala do seu restaurante de fast food libanesa saudável perto do centro de Erbil, na estrada de Kirkuk. O restaurante é fresco, a comida também. Serve muito para fora, a ideia é mesmo essa, mas tem esta sala, onde jantam famílias e casais. A comida, sanduíches de falafel (bolinhos fritos de grão), hummus (pasta de grão que se come com pão árabe), salada de beringelas, é saborosa. Os restaurantes chamam-se Laffa Fast Food. Laffa é qualquer coisa embrulhada, como as sanduíches de falafel. "Comecei com este restaurante, depois abri o de Ankawa [bairro cristão de Erbil], outro na Cidade Nova. Agora abrimos um de luxo. Estamos a expandir-nos. Quando abrimos este restaurante era um conceito novo. Comida limpa num ambiente limpo. As sanduíches embrulhadas. Acho que estou a iniciar uma nova forma de comer. Planeamos abrir um restaurante em Suleimaniyah [segunda cidade do Curdistão], outro em Dohuk. A seguir, queremos ir para Kirkuk, para Mossul, para Bagdad, para Bassorá", diz Salar, que não é homem de pouca ambição. Dream CitySalar voltou definitivamente em 2007, depois de viagens de prospecção e considerações. Já o Governo regional adoptara como slogan "Curdistão - O Outro Iraque", e nas ruas começava a perceber-se o que isso queria dizer. Primeiro, apareceram as estradas. Depois, as lojas, os centros comerciais, as casas, os bairros inteiros, os novos aeroportos, os prédios de escritórios, as empresas curdas e estrangeiras a abrirem escritórios nesses prédios. O último grito são os subúrbios, dezenas, à americana, casinhas iguais, lado a lado, com pequenos jardins, condomínios fechados chamados Dream City ou Cidade Italiana. Com a construção e as empresas a investir e o Curdistão a prosperar, as cidades ficaram limpas e nas praças surgiram fontes onde nunca falta a água e os jardins foram arranjados. Erbil tem um parque magnífico, chamado Sami, uma espécie de Central Park nova-iorquino com qualquer coisa de Retiro de Madrid. Sem exageros. O Parque Sami tem muitos relvados, pistas para correr, dois lagos (um com gaivotas a pedais que são cisnes, outro com uma lancha a motor), jardins infantis, árvores, um "tapete de flores", pássaros, muitos quiosques e até uma coruja ao entardecer. Cheira a relva fresca no Parque Sami, e no Iraque deste Verão isso é quase um sacrilégio. Apetece viver em Erbil. Foi o que Salar pensou. A mulher e as filhas concordaram. E agora a casa deles está em obras porque enquanto foi solteiro em Erbil podia ter o escritório no andar de baixo e agora já precisa dos dois andares para habitação.
REFERÊNCIAS: