Perfil de Dunga: o homem de Florença e do Renascimento
É ao romantismo do futebol da selecção brasileira de 1982 que todos voltam. (...)

Perfil de Dunga: o homem de Florença e do Renascimento
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: É ao romantismo do futebol da selecção brasileira de 1982 que todos voltam.
TEXTO: Não ao da equipa deslumbrante de 1970, a de Pelé com 29 anos que diziam velho para jogar, porque essa venceu (e dos campeões não se guarda esse sabor amargo que a derrota teima em deixar recordações). Mas àquela que foi ao Mundial de Espanha e foi morta na arena, a céu aberto, com a pior das mortes e pelo pior dos carceireiros - a Itália de Paolo Rossi. Essa dor parece perdurar no tempo. Ad eternum para muitos, ad nauseum para Dunga. A dor nobre dos românticos não é partilhada pelo seleccionador do Brasil - a isso chama lição e é o mais duro dos duros na sua análise. "Vivem fazendo comparações com a selecção de 1982, que jogava bonito. Mas qual foi a sua grande actuação, além das vitórias contra a Escócia e a Nova Zelândia, mais uma reviravolta difícil diante da União Soviética, antes da derrota com a Italia? Só o 3-1 com a Argentina", lembrou Dunga há um mês, ainda antes do Mundial comecar, quando as críticas já se abatiam sobre si. Conta o jornalista Carlos Maranhão, da revista Veja, que depois de beber um gole de Cabernet Sauvignon durante a conversa num hotel em São Paulo, o técnico lançou a pergunta: "E quem foi o nosso grande jogador nesse dia contra a Argentina, hein?". Foi o trinco Batista, cujo estilo em campo era muito parecido com o de Dunga. Carlos Caetano Bledorn Verri é de Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1963. A cara fechada e o ar germânico depressa fizeram-no ganhar a alcunha de Dunga, o único dos sete anões da Branca de Neve, que não tinha barbas e não falava. Ha quatro anos, quando iniciou o percurso à frente da selecção do Brasil, a alcunha ganhou um sentido ainda mais carregado. A sua relação com a imprensa é difícil, bem diferente do tempo de Luiz Felipe Scolari, último campeão pelo "escrete", em 2002. Numa das últimas conferências de imprensa, já na África do Sul, voltou a pegar-se com um repórter e não desistiu até se levantar e ir embora no final. No campo, não é diferente, virou também a cara ao jogo bonito, à ousadia criativa, ao encanto do drible brasileiro. "Pensa que é o dono da razão", diz outro jornalista. "Só os resultados na Taça das Confederações e na qualificação o seguram. . . " Nos 55 jogos à frente da selecção, Dunga venceu 71 por cento e em 56 por cento não sofreu golos. É em Maquiavel e ao seu "Príncipe" que o seleccionador brasileiro vai buscar a força para se fechar no seu casulo e não abdicar dos seus ideais. Mesmo quando tem um país contra si e são as vitórias que o vão salvando. Até quando?Os anos passados em Itália enquanto jogador, onde passou entre 1987 e 1993 por clubes como o Pisa, Fiorentina e Pescara, terá começado a formar um carácter ainda mais fechado. Principalmente em Florença, onde esteve quatro anos (ali também se cruzou com o sueco Eriksson, treinador de temperamento frio que o marcou). Apaixonou-se pela Renascença, a sua arte, cultura e ciência, confessou. "Em Florença, aprendi a língua, vi os melhores museus, inclusive nos horários em que estavam fechados para o público, pois os directores do clube concediam-me esse privilégio". "E descobri Maquiavel". Conheceu o "Príncipe", a sua maior obra. O filósofo e político italiano do séc. XVI colocou a questão. "Para o príncipe, é melhor ser amado ou ser temido?" Na impossibilidade de ser as duas coisas, deve optar-se pela segunda opção. Foi isso que Dunga escolheu. Só tem uma alternativa, ganhar o Mundial. E ouvir todos os dias críticas como esta, do jornalista brasileiro Mainardi Diogo: "Felipe Melo é o jogador do Brasil com o qual me identifico. Mostra ao mundo do que é capaz uma pessoa sem talento, sem juízo e sem discernimento". Melo foi uma das escolhas mais contestadas do técnico, mas um príncipe temido não abdica das suas escolhas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo morta
Portugal com o objectivo de ganhar e a prioridade de não perder
Carlos Queiroz não faz poupanças frente ao Brasil e dar-se-á como satisfeito com o empate, embora o primeiro lugar, em teoria, ofereça caminho menos difícil - a ideia é evitar a Espanha nos "oitavos". (...)

Portugal com o objectivo de ganhar e a prioridade de não perder
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2010-06-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Carlos Queiroz não faz poupanças frente ao Brasil e dar-se-á como satisfeito com o empate, embora o primeiro lugar, em teoria, ofereça caminho menos difícil - a ideia é evitar a Espanha nos "oitavos".
TEXTO: Defender o prestígio, igualar o recorde de 19 jogos sem perder, garantir matematicamente a qualificação para os oitavos-de-final e, se possível, ganhar o grupo, para, teoricamente, ficar com um caminho mais fácil nas fases seguintes. São estes os objectivos de Portugal, quando hoje (15h, RTP1) entrar em campo frente ao Brasil, num dos estádios mais impressionantes da África do Sul, o Moses Mabhida de Durban. "Quem joga para empatar geralmente perde. Vamos tentar ganhar o jogo e garantir pontos para passar à próxima fase", disse, ontem, Carlos Queiroz, embora admitindo que o empate é um resultado que "não desdenharia". Ou seja, a estratégia de Portugal será similar à do primeiro encontro com a Costa do Marfim, em que a prioridade passou por não perder, tentando ganhar. Se Portugal sair do Moses Mabhida sem perder, terá garantido o segundo lugar do Grupo G e a qualificação para os oitavos-de-final, igualando também o recorde de 19 jogos consecutivos sem perder, que pertence à selecção de Luiz Felipe Scolari, entre Março de 2005 e as meias-finais do Mundial 2006. A última derrota da selecção portuguesa foi, precisamente, frente ao Brasil, em Novembro de 2008 (2-6), em Gama. "Não me lembro onde fica Gama. Passaram quase dois anos de trabalho e esse jogo ocorreu em circunstâncias muito especiais", desvalorizou, ontem, Queiroz, recusando falar em vinganças e lembrando que Portugal também venceu recentemente a equipa "canarinha", com Scolari em 2007 (2-0 em Londres) e em 2003 (2-1 no Porto) - no balanço global, a equipa portuguesa venceu quatro jogos (um deles no Mundial de 1966, o único realmente oficial), empatou dois e perdeu 12. Deco e Amorim lesionadosA goleada de Gama serviu para recolher ensinamentos: "Sabemos que se dermos condições [aos jogadores brasileiros] para contra-atacar, são mortíferos e podem destruir qualquer equipa. " O treinador português deverá, por isso, lançar Paulo Ferreira como lateral direito, em detrimento de Miguel, um jogador mais ofensivo. E como o técnico fez questão de salientar que não vai poupar jogadores por terem cartões amarelos - dos três jogadores em risco de suspensão (Pedro Mendes, Ronaldo e Hugo Almeida), apenas o avançado deverá perder a titularidade, em detrimento de Liedson, um jogador mais móvel. A opção por Simão permitirá à equipa jogar tanto em 4-3-3 como em 4-4-2, num encontro em que Deco e Amorim não estarão disponíveis, por lesão. Pepe, por sua vez, deverá ainda aguardar mais tempo para jogar alguns minutos (talvez na segunda parte), até porque Queiroz destacou, ontem, que a prioridade de Portugal é garantir a qualificação, algo que, no entanto, só pode fugir, em caso catastrófico: seria necessário a selecção perder, a Costa do Marfim vencer a Coreia do Norte e conseguir, na conjunto dos dois resultados, anular a vantagem de nove golos de Portugal. Evitar a Espanha?Assim que foi realizado o sorteio do Mundial, o Portugal-Brasil emergiu como um jogos mais interessantes da primeira fase, um facto bem visível na procura de bilhetes - os 62. 760 lugares que o recinto de Durban pode receber em jogos do Mundial deverão estar cheios de portugueses e brasileiros, naquele que será o primeiro encontro de Portugal na prova com tempo de Verão (sol e temperaturas a rondar os 25 graus), embora com um relvado em más condições. Antes de a competição se iniciar, todos viam o vencedor deste grupo como o sortudo que iria evitar a Espanha, provável ganhadora do Grupo H. Só que a derrota espanhola frente à Suíça complicou as contas: Portugal e Brasil jogarão sem saber se o primeiro lugar permitirá evitar a campeã europeia e enfrentar antes Chile ou Suíça. Se a Espanha vencer o seu grupo, ser primeiro permitirá um calendário teoricamente mais fácil nas fases seguintes. Quem ganhar o Grupo G e seguir em frente terá como possíveis adversários nos quartos-de-final Holanda ou Eslováquia e nas meias-finais Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos ou Gana. Já o segundo classificado do Grupo G, se ultrapassar os "oitavos", também terá uma missão teoricamente mais fácil nos quartos-de-final (Paraguai ou Japão), mas nas meias-finais poderá ter de defrontar Argentina, Inglaterra ou Alemanha.
REFERÊNCIAS:
Entidades DECO
Doses baixas de radioterapia em tecidos que rodeiam o tumor podem potenciá-lo
Estudo de investigadores portugueses publicado na revista científica "PLosOne" esclarece efeitos da radiação ionizante nos tecidos à volta do tumor para optimizar tratamento oncológico. (...)

Doses baixas de radioterapia em tecidos que rodeiam o tumor podem potenciá-lo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo de investigadores portugueses publicado na revista científica "PLosOne" esclarece efeitos da radiação ionizante nos tecidos à volta do tumor para optimizar tratamento oncológico.
TEXTO: Nas investigações sobre radioterapia - que, a par com a quimioterapia, é um dos tratamentos mais comuns nas patologias oncológicas - os olhos têm estado postos no tumor. Investigadores portugueses do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina Lisboa decidiram, contudo, ir mais além e estudar o que acontece com os tecidos que estão à volta da área tumoral e que são expostos à radiação, ainda que em doses muito baixas. Os testes laboratoriais permitiram concluir que estes pequenos níveis ionizantes potenciam a formação de novos vasos sanguíneos: uma "cama" perfeita para o desenvolvimento de novos tumores ou de metástases. A boa notícia é que os equipamentos actuais já são muito eficientes e permitem ir ao encontro do estudo. "Os trabalhos têm olhado para a área tumoral onde estão as doses terapêuticas e cujo objectivo é eliminar o tumor. Aí o problema são as células resistentes à radiação ionizante e em que a sua eliminação ou morte se torna difícil", explicou ao PÚBLICO Susana Constantino, investigadora do IMM responsável pelo estudo e que está à frente da Unidade de Angiogénese. A equipa do IMM decidiu, por isso, olhar para as áreas à volta do tumor que são expostas à radioterapia em doses que já não são tão tóxicas como no passado, mas que continuam a ter efeitos. "Estas doses baixas vão promover a formação de vasos sanguíneos que são essenciais para dar nutrientes e oxigénio às células saudáveis mas também às células tumorais", concretizou a investigadora. O trabalho, que acaba de ser publicado na revista científica PLosOne, foi conduzido ao longo de dois anos em células humanas in vitro e em modelos animais: no peixe-zebra, um vertebrado transparente com forte capacidade de regeneração, que quando exposto a radiação baixa aumentou a vascularização, e no ratinho, onde foi usado um modelo de leucemia (apesar de nesta patologia não se receber radioterapia) e um de cancro da mama. A radiação baixa mostrou potenciar uma proteína designada como "receptor 2 do factor de crescimento do endotélio vascular" (VEGF-R2, na sigla em inglês), responsável pela activação das células. "O VEGF é um factor de crescimento que ao chegar à célula que reveste o vaso sanguíneo comunica com a mesma através de um receptor, o VEGF-R2, que é uma porta de entrada para o interior da célula e dá-lhe um sinal de crescimento. A radiação ionizante tem a capacidade de activar o receptor da célula sem a presença do factor de crescimento. "Sobre a aplicação prática António Quintela, do serviço de Oncologia Médica do Hospital de Santa Maria, afirmou que "abre portas importantes", mas sublinhou que "é uma fase pré-clínica que falta ser reproduzida em humanos". E lembrou que a radioterapia "utiliza máquinas que permitem irradiar partes cada vez mais limitadas". Também Rui Rodrigues, membro da Sociedade Portuguesa de Oncologia, insistiu que "tudo isto se passa a nível laboratorial. O que se passa na realidade clínica não é necessariamente igual". E acrescentou: "Há um risco aumentado de segundas neoplasias após os tratamentos com radiações, o mesmo acontecendo com os tratamentos com citostáticos e mesmo com a utilização de RX. No entanto, ninguém irá, para já, abandonar estes tratamentos, já que os benefícios ultrapassam, largamente, os potenciais riscos. Este estudo é interessante, porque define detalhadamente o mecanismo que poderá estar na base das neoplasias secundárias aos tratamentos com radiações. "Susana Constantino ressalvou também que estas conclusões não querem dizer que a radioterapia é um mau tratamento e sublinhou que este estudo vai no sentido do que já se tem vindo a fazer para a melhorar: "A radioterapia hoje já é feita de forma extremamente eficaz e precisa e até já tem em conta a conformação dos órgãos e o movimento deles dentro do corpo da pessoa. "Faltam máquinas e técnicos de radioterapiaO Alto Comissariado da Saúde divulgou no ano passado um estudo, referente a 2008, sobre a realidade da radioterapia em Portugal no qual destacava grandes insuficiências. Este organismo alertava para a necessidade de substituir 15 equipamentos de radioterapia, assim como duplicar o número de aparelhos e de profissionais a operar neste sector. "O equipamento existente na maioria dos serviços está envelhecido e é insuficiente para tratar em tempo útil os doentes oncológicos", acentuava o relatório, onde se explicava também que, actualmente, há 70 médicos nos centros de radioterapia e 250 técnicos, sendo preciso o dobro. Sobre a fiscalização das radiações em exames médicos já em 2001 um relatório da Sociedade Portuguesa de Física dava conta da falta de especialistas em física médica, a quem cabe o controlo para que os exames e tratamentos tenham segurança e qualidade - um problema que tem vindo a aumentar por haver mais doentes.
REFERÊNCIAS:
Raios X ao Brasil de Dunga, uma equipa eficaz e ganhadora
A falta de fantasia é uma acusação que já vem de 1994, quando Parreira aplicou o rigor europeu à "canarinha". Dunga segue-lhe as pisadas, contra ventos e marés. (...)

Raios X ao Brasil de Dunga, uma equipa eficaz e ganhadora
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.55
DATA: 2010-06-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A falta de fantasia é uma acusação que já vem de 1994, quando Parreira aplicou o rigor europeu à "canarinha". Dunga segue-lhe as pisadas, contra ventos e marés.
TEXTO: O fácies e as atitudes avinagradas de Carlos Caetano Bledorn Verri, conhecido por Dunga, contrastam com o colorido e a alegria dos adeptos brasileiros e têm servido para inflacionar o coro de críticas dos jornalistas que não aceitam os treinos à porta fechada, os insultos do seleccionador em plena conferência de imprensa e, principalmente, o futebol dito musculado e defensivo de um Brasil que sempre gostou de vender o talento puro. Mas Dunga segue imperturbável, como se as suas atitudes de afrontamento fizessem parte de uma estratégia em que não há lugar para a paz e a harmonia. E isso nota-se até quando um jornalista tenta uma aproximação mais patriota e lhe pergunta como está "a nossa equipa?". "É a minha equipa, não a tua", responde. Como escreveu Diego Torres no El País, "a vingança é o combustível de Dunga desde 1990". Ele foi então apontado como o culpado, à frente de outros como Ricardo Rocha, Alemão, Valdo, Careca e Branco, pelo fracasso da "pior selecção do futebol brasileiro". Por ser o porta-voz do balneário, Dunga foi humilhado, fazendo-o alimentar um ódio que cada vez disfarça menos e que teve o seu expoente máximo quando, quatro anos depois, levantou a taça de campeão do mundo e disse do alto da tribuna para os seus detractores: "Esta é para vocês, bando de traidores, filhos da puta". E os repórteres respondem agora, aproveitando um slogan em voga no Brasil, para criticar as ausências, na África do Sul, dos talentosos Ronaldinho, Pato e Ganso: "Quando Dunga convocou os jogadores "mundialistas", aderiu à campanha antidroga: crack, nem pensar. . . ". A imprensa brasileira não percebe que Dunga se serve também desta estratégia de conflito para retirar pressão à própria equipa, como reconhece Júlio César, campeão europeu pelo Inter de Milão: "Cada treinador tem a sua forma de trabalhar. Mourinho fez o mesmo no Inter e ganhou tudo. Sua filosofia deve ser respeitada". Dunga tem a protecção de Ricardo Teixeira, presidente da federação brasileira, na aposta em jogadores pretorianos como são os casos de Elano, Josué, Júlio Baptista, Gilberto Silva e Felipe Melo. Qualquer um deles possui um ADN idêntico ao que Dunga revelava quando jogava em Itália, sendo que os dois últimos têm formado o tão discutido duplo pivot de que Dunga não abdica à frente da defesa. Mas é justo reconhecer que já tinha sido uma forte organização defensiva a levar o Brasil ao sucesso no Mundial de 1994, quando, sob a direcção de Carlos Alberto Parreira, iniciou um processo de colagem ao futebol europeu, repetido, também com sucesso, por Scolari em 2002. Quatro anos depois, na Alemanha, Parreira quis perder a fama de "retranqueiro", mas o "quadrado mágico" formado por Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano sucumbiu face à França de Zidane. Dunga aconselha-se principalmente com Jorginho, adjunto que foi seu colega na "canarinha" e que agora é o seu "guarda-chuva" psicológico. Foi muito comentada a decisão de Jorginho de incluir no grupo um sacerdote apostólico que organiza encontros de oração em que participam Kaká e Lúcio, por exemplo. Dunga levou o Brasil à conquista da Copa América 2007 e, mais recentemente, da Taça das Confederações. E conseguiu um apuramento tranquilo para o Mundial. Apurou-se a três rondas do fim, o que não impediu a equipa de ser vaiada em vários jogos, principalmente nos empates caseiros com Argentina, Bolívia e Colômbia. TácticaO Brasil joga em 4x2x3x1. Os dois médios defensivos são fundamentais para dar equilíbrio à equipa - compensam as subidas dos laterais e dão respaldo aos homens mais adiantados, todos com pouca apetência defensiva. Investe muito na velocidade das transições ofensivas, principalmente quando a bola chega a Kaká ou a Robinho. O Brasil é forte nas bolas paradas (os livres são marcados por Daniel Alves e Michel Bastos, que divide os cantos com Maicon). Nos livres laterais, mete na área seis homens mais altos. A defender, permite a circulação da bola ao adversário na primeira fase de construção, mas é agressivo e pressionante nos últimos 40 metros. Marca à zona nos cantos, deixando um homem no primeiro poste. DefesaJúlio César (30 anos/1, 85m de altura) é um dos três ou quatro melhores guarda-redes da actualidade. Maicon (28/1, 84) e Daniel Alves (26/1, 74), por esta ordem, são os melhores laterais-direitos do mundo. O primeiro é fundamental na saída de bola e na profundidade do corredor. No outro lado, foi preciso adaptar Michel Bastos (26/1, 79), que no Lyon joga a médio. Tem um pé esquerdo fenomenal, mas limitações defensivas. Lúcio (31/1, 88) e Juan (31/1, 82) são experientes e insuperáveis no jogo aéreo, mas as suas subidas no terreno criam problemas. É possível que um deles seja hoje substituído por Luisão. Meio-campoDunga não abdica dos dois médios defensivos guerreiros, quase sempre Gilberto Silva (33/1, 84), que já nem é indiscutível no Panathinaikos, e Felipe Melo (26/1, 83), que fez uma má época na Juventus. Esta opção tem sido relacionada com a falta de criatividade do sector. O médio interior direito costuma ser Elano (28/1, 74). No Galatasaray joga mais no meio, mas na selecção compensa as subidas de Maicon. Recupera de uma lesão e deve ser substituído por Ramires ou por Daniel Alves, que também faz bem a posição. No outro lado, jogando com mais liberdade, surge Robinho (26/1, 72), que no Santos voltou a ser o jogador alegre e mágico que nunca conseguiu ser no Manchester City. O número dez voltou a ser Kaká, um Bola de Ouro de 2007 que tem padecido da pubalgia em Madrid, mas, que frente à Costa do Marfim, voltou às boas exibições. Castigado pela injusta expulsão, vai ser substituído pelo "tanque" Júlio Baptista (28/1, 83), normalmente suplente na Roma. Outra hipótese passaria pela derivação de Robinho para o centro e a entrada de Nilmar (25/1, 80) para a esquerda. AtaqueDepois de 452 minutos sem marcar, o ex-portista Luís Fabiano (29/1, 83) voltou a ser duplamente feliz frente à Costa do Marfim. Não é um nome mítico como Pelé, Zico, Romário ou Ronaldo, mas vem de uma época em que marcou 21 golos em 35 jogos pelo Sevilha, onde acabou a época com alguns problemas físicos. E foi o goleador da Taça das Confederações (cinco golos). As alternativas são Nilmar (Villarreal) e Grafite (31/1, 89), do Wolfsburgo.
REFERÊNCIAS:
Dunga em guerra: "Deixem-me trabalhar"
Já se escreveu que a imprensa é o quarto adversário de Dunga neste Mundial. E, pelo menos para o seleccionador brasileiro, parece que é mesmo. (...)

Dunga em guerra: "Deixem-me trabalhar"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2010-06-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Já se escreveu que a imprensa é o quarto adversário de Dunga neste Mundial. E, pelo menos para o seleccionador brasileiro, parece que é mesmo.
TEXTO: O técnico brasileiro pediu ontem desculpa aos adeptos brasileiros por ter insultado um jornalista da rede Globo, após o jogo com a Costa do Marfim, mas o mea culpa saiu acompanhado de mais recados. "Quero pedir desculpa ao torcedor brasileiro pela forma como me comportei. O torcedor não tem a ver com os meus problemas pessoais, nem tem de ouvir os meus desabafos. Só quero que me deixem trabalhar", disse o técnico brasileiro, que em várias respostas aproveitou para dar bicadas nos críticos. Até uma pergunta sobre o estado de saúde do pai serviu para Dunga explicar a sua filosofia de vida, outra vez com recados para jornalista ouvir. "[A doença do meu pai] é só mais uma oportunidade de demonstrar o que o meu pai me ensinou: que para ser homem tem de ter virtude, coerência, dignidade e tem de saber pedir desculpa quando erra", disse Dunga, argumentando que está a ser mal-tratado. "Minha mãe sabe que o que estão fazendo com o filho dela não é para fazer com ser humano, mas também me ensinou que temos de ser patriotas e fazer o melhor pelo nosso país. "De futebol falou-se pouco e até Dunga não resistiu a mandar recados. Mesmo já qualificado, o técnico diz que tem a obrigação de ganhar, se não "a metralhadora vai disparar". E confirmou que Júlio Baptista alinhará no lugar de Kaká, castigado, dando a entender que poupará Elano, cujo lugar deverá ser ocupado por Daniel Alves.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho homem doença marfim
Opinião de Bruno Prata: Queiroz "atou" o jogo e Coentrão deu nós cegos
1. Tantas vezes injustamente vilipendiado, Queiroz somou o 19.º jogo consecutivo sem perder, igualando o recorde de Scolari. (...)

Opinião de Bruno Prata: Queiroz "atou" o jogo e Coentrão deu nós cegos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2010-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: 1. Tantas vezes injustamente vilipendiado, Queiroz somou o 19.º jogo consecutivo sem perder, igualando o recorde de Scolari.
TEXTO: E conseguiu-o de forma inteligente frente a um Brasil que também não se apresentou na máxima força, mas que, em Novembro de 2008, tinha devastado Portugal (6-2) com apenas sete dos jogadores que fazem parte do actual "onze-tipo" de Dunga. Aquele jogo marcou um antes e um depois. Foi à custa da fiabilidade defensiva e do equilíbrio ganhos desde então que Portugal terminou a primeira fase deste Mundial sem sofrer golos no chamado "grupo de morte". Cresceu em inteligência dejogo, facto bem expresso na diferente forma como geriu os sucessivos duelos, percebendo designadamente que um empate com a Costa do Marfim era um bom resultado, até levando em conta o calendário. 2. Admitia-se que Portugal assumisse o modelo alternativo (4x4x2 losango), mas Queiroz limitou-se a ajustar a posição dos "alas" (Duda e Danny), recuando-os nalguns metros, num sistema próximo do 4x5x1 quando o Brasil tinha a bola. Com isso, garantiu superioridade numérica no "miolo". Percebeu-se a intenção de fechar os três corredores, principalmente o central, onde Meireles e Tiago foram mais posicionais do que é hábito e raramente arriscaram entrar nos últimos 30 metros ofensivos. Os centrais, que estiveram insuperáveis e não cometeram uma única falta, tinham ordens para não socorrer os laterais, que tinham as ajudas dos "alas" e de Meireles e Tiago. À frente da defesa surgiu Pepe, que provou estar bem melhor do que muitos alvitravam. Ganhou inúmeros lances a Fabiano e ainda pode vir a ser muito útil. A entrada de Ricardo Costa para a direita visava ter mais um elemento forte no jogo aéreo e que encostasse aos centrais, mas os dois calafrios por que Portugal passou no primeiro tempo resultaram do seu mau posicionamento e reacção lenta. 3. Sufocado neste espartilho, o Brasil cedo mostrou não ter velocidade e ideias, sentindo dificuldade na zona de construção - teve muito mais bola, mas as oportunidades de golo acabaram repartidas. Debilidades previsíveis quando se opta por poupar Robinho e não se pode contar com Kaká (e até com Elano). Ao pé deles, Júlio Baptista só se distingue pelo físico de porteiro de discoteca. Sobrava apenas o corredor direito formado pelos "ciclistas" Maicon e Daniel Alves, invariavelmente batidos por um cada vez mais surpreendente Coentrão. Começa, imagine-se, a afirmar-se como um dos grandes laterais do Mundial. 4. O jogo correu sempre longe das balizas. O Brasil nunca arriscou descompor-se (excepção a algumas aventuras arriscadas do central Lúcio). Por outro lado, a estratégia de Portugal condicionou-o em termos ofensivos. Ronaldo nunca tinha ninguém perto. Mesmo assim, provou ser o único que pode desempenhar aquela espinhosa missão e criou dois ou três bons lances. Mas exagerou nos pontapés de meia-distância. 5. Simão entrou concentrado e trouxe alguma dimensão e qualidade ofensiva a Portugal, que só aí explorou o lado de Bastos. Antes, as transições não funcionavam e os desequilíbrios eram conseguidos à custa das investidas de Coentrão, que merecia novo gesto altruísta de Ronaldo. Ficava bem ao caxineiro o título de melhor em campo (só teve uma falha grave, aos 60"). Mas Eduardo fez o que se exige a um guarda-redes de top: duas grandes defesas em outros tantos momentos críticos. E já vai no 16. º jogo sem sofrer golos. 6. O árbitro perdoou a expulsão a Juan e um penálti a Lúcio. As equipas são todas iguais, mas pentacampeão só há um. . . bprata@publico. pt
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte campo marfim
Crónica do jogo: Defesa portuguesa resiste ao Brasil
Portugal garantiu apuramento e igualou recorde de 19 jogos sem perder. Espanha será o próximo desafio de uma selecção que já cumpriu os mínimos. (...)

Crónica do jogo: Defesa portuguesa resiste ao Brasil
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2010-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal garantiu apuramento e igualou recorde de 19 jogos sem perder. Espanha será o próximo desafio de uma selecção que já cumpriu os mínimos.
TEXTO: Carlos Queiroz ergueu as mãos e foi abraçado por jogadores e equipa técnica. Carlos Dunga saiu disparado do banco, com cara de poucos amigos. O empate a zero entre Portugal e Brasil foi recebido de forma bem diferentes pelos dois seleccionadores, dois homens com trajectos opostos, mas actualmente unidos numa concepção pragmática do futebol. Os dois seguem em frente, embora a missão portuguesa nos oitavos-de-final (Espanha) seja no papel bem mais difícil do que a brasileira (Chile). O jogo mais esperado da fase de grupos gerou sentimentos contraditórios. Por um lado, não houve golos entre duas equipas com tradição de ataque, mas com um presente assente na segurança defensiva. Por outro, Portugal confirmou que é hoje uma equipa difícil de bater. A selecção de Queiroz igualou o recorde de 19 jogos consecutivos sem perder (pertencia a Scolari entre Março de 2005 e as meias-finais do Mundial 2006) e prossegue com um registo assinalável em matéria defensiva: nos 25 jogos sob o comando do actual seleccionador, Portugal apenas sofreu golos em cinco, tendo ficado 20 com a folha em branco. E passou pelo grupo da morte sem sofrer qualquer golo, sendo a primeira vez que passa à fase seguinte com as redes invioladas, seja num Mundial ou num Europeu – na África do Sul, só mesmo o Uruguai tem trajecto igual. Os festejos eufóricos de Queiroz percebem-se, acima de tudo, porque a selecção cumpriu o mínimo obrigatório, apurando-se para os oitavos-de-final no “grupo da morte”. É a terceira vez na história da equipa portuguesa, que, ao contrário de 1966 mas à semelhança de 2006, faz da defesa a sua principal arma. Com a vantagem da goleada à Coreia (que lhe dava a melhor diferença de golos de todos os grupos), a selecção portuguesa entrou no lotado estádio de Durban com o objectivo de não perder e de tentar ganhar. Uma estratégia bem semelhante à que a Costa do Marfim utilizou frente a Portugal – curiosamente com o mesmo resultado. Desta vez foi Dunga (e não Queiroz) a queixar-se de ter pela frente um adversário ultra-defensivo. Portugal surgiu em campo com Ricardo Costa a lateral-direito, Pepe como “trinco” e Duda e Danny com a dupla missão de auxiliar Ronaldo no ataque e ajudar os médios a defender. Ou seja, a selecção oscilou entre um 4x3x3 a atacar e um 4x5x1 a defender, apontando sempre para lançamentos rápidos para Ronaldo, o que nem sempre resultou. Portugal abdicou da posse de bola e só no segundo tempo esteve perto de marcar, quando Meireles apareceu frente a Júlio César e permitiu a mancha ao guarda-redes brasileiro (60’). Antes do intervalo, já o Brasil tinha visto Eduardo defender uma bola para o poste (30’) e Fabiano atirar ao lado (39’). Na primeira parte, o Brasil foi a melhor equipa, algo até visível na maior tranquilidade de Dunga no banco, enquanto Queiroz gesticulava, de forma agitada, tentando corrigir o posicionamento dos jogadores em campo. No segundo tempo, Portugal surgiu melhor, até pela entrada de Simão e foi a vez de Dunga se irritar com os passes errados de um Brasil que está longe de encantar e que pela primeira vez desde 1978 não marcou golos num jogo da fase de grupos de um Mundial. O dia foi de festa em Durban, onde pairou uma certa irmandade luso-brasileiro, mas dentro de campo o confronto assumiu contornos violentos, especialmente na primeira parte, com uma série de entradas duras e sete amarelos. Duda, Tiago, Pepe e Coentrão juntam-se agora a Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida e Pedro Mendes no lote de jogadores em risco de suspensão caso vejam mais um amarelo, até porque a FIFA só limpará o cadastro dos jogadores com um cartão após os “quartos”. Essa, no entanto, será uma preocupação secundária, não só porque Paraguai e Japão são os hipotéticos adversários nessa fase, mas acima de tudo porque na terça-feira (19h30, hora de Lisboa) Portugal enfrenta a Espanha, campeã europeia. E embora o último confronto tenha corrido bem (1-0 no Euro 2004), o saldo português frente aos espanhóis não é famoso: cinco vitórias, 12 empates e 15 derrotas, 37 golos marcados e 71 sofridos. O lado positivo é que a selecção parte com menos responsabilidade para os “oitavos”, além de ser hoje uma equipa mais confortável quando defronta adversários mais fortes e pode apostar no contra-ataque.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens campo ataque marfim
Antigo teatro da alta-roda em Sete Rios transforma-se em auditório
Projecto de Gonçalo Byrne aprovado pelo Instituto do Património prevê que edifício arruinado do século XIX seja recoberto de betão. (...)

Antigo teatro da alta-roda em Sete Rios transforma-se em auditório
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DATA: 2010-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Projecto de Gonçalo Byrne aprovado pelo Instituto do Património prevê que edifício arruinado do século XIX seja recoberto de betão.
TEXTO: O Ministério da Ciência e Ensino Superior está a transformar um antigo teatro da Estrada das Laranjeiras, junto ao Jardim Zoológico, num auditório destinado a conferências, seminários e espectáculos. A obra, que começou em Maio e deverá prolongar-se até ao final do ano que vem, vai custar 2, 66 milhões de euros mais IVA. Obedece a um projecto de Gonçalo Byrne, em parceria com o atelier de arquitectura de Patrícia Barbas e Diogo Lopes, estando previsto que o edifício arruinado do séc. XIX seja recoberto por uma "pele de betão" pintada de amarelo e envolvido por um pavilhão transparente mais baixo do que o velho teatro. As velhas paredes de pedra e tijolo ficarão à vista apenas no interior do edifício, naquilo que constitui, segundo a memória descritiva do projecto, a preservação do valor patrimonial da ruína. "A qualidade do projecto e do seu autor mereceram o parecer favorável do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e da Câmara de Lisboa", esclarece uma nota informativa do Ministério da Ciência. "Será um monólito de betão", descreve Patrícia Barbas, explicando que o telhado, há muito derrubado, será também feito neste material. A memória descritiva justifica esta opção por razões de segurança: "O risco de colapso da estrutura existente, a necessidade de voltar a construir as coberturas e principalmente a vontade de manter intacta a ruína pelo seu interior (. . . ) reduziram as possibilidades de consolidação da construção". Também por isso, a obra está a ser acompanhada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. O Ministério da Ciência salienta que a "nova imagem urbana" do Teatro Thalia é marcada "pela conservação e restauro dos volumes correspondentes aos espaços cénicos primitivos - foyer, plateia e cena", que serão rodeados pelo novo edifício em vidro, no qual funcionarão serviços de apoio ao auditório, além de uma cafetaria com ligação directa ao jardim adjacente. Em curso estão neste momento demolições de construções anexas ao teatro, "de carácter provisório e traça modesta". A reabilitação desta sala de espectáculos frequentada pela corte e pela nobreza lisboeta do século XIX era há muito reivindicada pelo movimento cívico Fórum Cidadania, que recentemente sugeriu que ali fosse instalado o Museu da Música. "Poderia albergar um sem-número de actividades culturais, a começar por teatro infantil ou de marionetas, à semelhança de Salzburgo", defendeu antes disso o movimento, que pediu anteontem esclarecimentos a várias entidades sobre as demolições que estão a ser feitas.
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Opinião de Luís Francisco: E agora, falemos de avançados na selecção
Em três jogos no Mundial, a selecção portuguesa apresentou em campo outras tantas soluções para o lugar de ponta-de-lança. (...)

Opinião de Luís Francisco: E agora, falemos de avançados na selecção
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DATA: 2010-06-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em três jogos no Mundial, a selecção portuguesa apresentou em campo outras tantas soluções para o lugar de ponta-de-lança.
TEXTO: Isso fornece aos analistas uma oportunidade rara: a de poder comparar diferentes opções, não apenas em edifício teórico, mas com factos reais. Só que não se pode avaliar o rendimento individual sem ter em conta o desempenho do colectivo. No primeiro jogo, frente à Costa do Marfim, Liedson jogou no meio, à espera dos centros de Cristiano Ronaldo e Danny, homens que costumam finalizar as suas próprias jogadas. Como a equipa jogou encolhida, sem fazer subir os laterais e com os médios interiores pouco afoitos a chegarem-se à área, foi um dia triste para o "Levezinho", com muito pouca bola e ainda menos oportunidades de fazer o que melhor faz: rematar. Veio a Coreia do Norte e Hugo Almeida apareceu na frente para fazer de pivot com um meio-campo mais adiantado e servir de referência na área para as investidas dos laterais. Da fome à fartura, Portugal encheu a barriga de golos e o avançado do Werder Bremen também fez o gosto. . . à cabeça. Terceiro jogo, terceira versão do ataque português. Desta vez, era a mobilidade de Cristiano Ronaldo, com Danny e Duda no apoio mais directo. Pela segunda vez em três jogos, Portugal ficou a zero. Mas desta vez o adversário era o Brasil. Que conclusões se podem tirar daqui? A primeira, e óbvia, é que o brilho do ponta-de-lança depende da capacidade de uma equipa para o solicitar com qualidade. A segunda é que Carlos Queiroz aborda os jogos com uma ideia do resultado ideal na cabeça e monta a equipa a pensar nele. O único problema é que, por ser um técnico conservador, opta muitas vezes por jogar "para o empate". . . Agora, é a eliminar. Jogar para o empate nunca é boa solução, quando tudo está em jogo. Será o adversário a "determinar" como vai jogar Portugal? É bem provável que sim, pelo menos no que toca às opções de ataque. Um Mundial não é o palco ideal para romantismos, mas seria bem mais bonito termos uma equipa que jogasse sempre à sua maneira. Porque são essas que podem dizer sem medos: quem vier que se cuide!
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Encontrado corpo de um dos três tripulantes ainda desaparecidos no naufrágio de Aveiro
O corpo de um dos três tripulantes que continuavam desaparecidos após o naufrágio ocorrido ao largo de Aveiro foi encontrado sábado a sul da Praia da Tocha, revelou o capitão do Porto da Figueira da Foz. (...)

Encontrado corpo de um dos três tripulantes ainda desaparecidos no naufrágio de Aveiro
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-06-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: O corpo de um dos três tripulantes que continuavam desaparecidos após o naufrágio ocorrido ao largo de Aveiro foi encontrado sábado a sul da Praia da Tocha, revelou o capitão do Porto da Figueira da Foz.
TEXTO: Segundo o capitão Malaquias Domingues, o cadáver foi detectado ao final da tarde de sábado a três quilómetros a sul da Praia da Tocha (concelho de Cantanhede), na zona de rebentação. O cadáver foi transportado para o Gabinete de Medicina Legal da Figueira da Foz e foi reconhecido, à noite, por um familiar como sendo o proprietário da embarcação de pesca e recreio que naufragou no domingo passado ao largo de Aveiro, adiantou. Dos cinco tripulantes que se encontravam a bordo da embarcação, houve apenas um sobrevivente, que teve alta hospitalar na quinta-feira. Na sexta-feira, mergulhadores da Marinha recuperaram um primeiro corpo. “Mantemo-nos atentos à orla marítima para o eventual aparecimento de mais algum cadáver”, adiantou o capitão do Porto da Figueira da Foz (Coimbra). Estão ainda desaparecidos pai e filho devido ao acidente com a embarcação “Super Águia 2”, que ocorreu no domingo passado, cerca das 09h30, no “Pesqueiro da Galega”, a cerca de 13 milhas da costa a oeste da praia do Furadouro, em Ovar.
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