Pacheco Pereira ameaça divulgar despachos do Ministério Público
Pacheco Pereira entende que a comissão de inquérito sobre o negócio PT/TVI “deixou de ter um funcionamento democrático”. O deputado acusa Mota Amaral de não reunir a comissão e ameaça divulgar na sexta-feira os despachos do procurador Marques Vidal. (...)

Pacheco Pereira ameaça divulgar despachos do Ministério Público
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DATA: 2010-06-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pacheco Pereira entende que a comissão de inquérito sobre o negócio PT/TVI “deixou de ter um funcionamento democrático”. O deputado acusa Mota Amaral de não reunir a comissão e ameaça divulgar na sexta-feira os despachos do procurador Marques Vidal.
TEXTO: Uma semana depois de chegar ao Parlamento a resposta do procurador do caso Face Oculta, Marques Vidal, que defende que a publicitação dos dois despachos não confidenciais apensos às escutas deve ser decidida pelos deputados, Pacheco Pereira critica a ausência do “funcionamento regular” da comissão. “Se a mesa entende que devem ser os coordenadores a decidir sobre a divulgação dos despachos não se compreende porque é que o presidente não convocou qualquer reunião”, afirma, apontando que estamos nas vésperas do fim da comissão e que as decisões “não devem ser tomadas a mata-cavalos”. Perante a ausência de reuniões para debater a resposta de Marques Vidal, o deputado do PSD ameaça: “Se a situação continua nestes termos eu divulgo os documentos na sexta-feira. ” Pacheco Pereira nota ainda que, tal como foi explicitado por Marques Vidal, os despachos foram “abusivamente classificados como confidenciais” pelo presidente da comissão, Mota Amaral. “Desde o momento em que eu disse que as escutas eram avassaladoras deixou de haver reuniões”, considera, sublinhando que nem mesmo o despacho de Mota Amaral, que determinava a não utilização dos resumos das escutas do caso Face Oculta em quaisquer diligências da comissão, foi debatido pelos deputados. “Deixou de haver um funcionamento democrático e aberto”, acusa. Sobre o relatório do deputado bloquista João Semedo, que começará a ser discutido na sexta-feira, o deputado social-democrata nota que os parlamentares vão precisar de “tempo e condições para uma discussão séria”. Refira-se que o relatório, que terá cerca de 100 páginas, será distribuído aos deputados apenas no início da reunião da comissão, marcada para as 14h30. Pacheco Pereira não fecha a porta a um eventual requerimento para que seja protelado, por mais alguns dias, o prazo limite da comissão. “Não prescindo de uma discussão detalhada e séria do relatório”, explica, acrescentando que a declaração de voto do PSD será “definida” em função do documento de João Semedo.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Rui Pedro Soares compara comissão de inquérito ao “caso TVI” a “julgamentos da Inquisição”
O ex-administrador da PT Rui Pedro Soares comparou o relatório da comissão de inquérito ao “caso TVI” aos “julgamentos da Inquisição”, acusando o relator, João Semedo, de já ter “divulgado publicamente estas mesmas conclusões”. (...)

Rui Pedro Soares compara comissão de inquérito ao “caso TVI” a “julgamentos da Inquisição”
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DATA: 2010-06-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ex-administrador da PT Rui Pedro Soares comparou o relatório da comissão de inquérito ao “caso TVI” aos “julgamentos da Inquisição”, acusando o relator, João Semedo, de já ter “divulgado publicamente estas mesmas conclusões”.
TEXTO: Numa breve declaração à agência Lusa, ontem à noite, Rui Pedro Soares afirmou que “o relatório apresentado hoje [ontem] é como a pescada: antes de o ser já o era. Antes de a comissão iniciar os trabalhos, já o relator tinha divulgado publicamente estas mesmas conclusões”. “As semelhanças entre este relatório e os julgamentos da inquisição não são pura coincidência”, rematou o antigo administrador da Portugal Telecom. O relatório da comissão de inquérito ao “caso TVI” conclui que o negócio teve “a perspectiva” de alteração da linha editorial daquela estação e destaca o “papel proeminente” e as ligações políticas do ex-administrador Rui Pedro Soares. Nas conclusões do relatório, ontem divulgado na reunião da comissão de inquérito, o deputado relator, do BE, começou por referir que, em 2008 e 2009, a TVI foi alvo de duas tentativas de aquisição”, a primeira pelo Taguspark e uma segunda conduzida pela PT. Entre as duas tentativas “há um elo comum”: a participação do ex-administrador da PT Rui Pedro Soares, “ex-dirigente nacional do PS”, que desempenhou em ambas as tentativas “um papel proeminente”. João Semedo sublinha que Rui Pedro Soares, “membro do PS, amigo de José Sócrates, Armando Vara, Paulo Penedos e Mário Lino, todos eles militantes” do PS, “empenhou-se pessoal e profissionalmente” nas duas tentativas “conduzidas sob grande reserva e nas quais “desenvolve diligências da sua exclusiva iniciativa”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS BE
Cristiano Ronaldo: "Os golos são como o ketchup"
Cristiano Ronaldo afirmou neste domingo que a sua meta pessoal é “explodir neste Mundial”, usando esta expressão para passar a ideia de que deseja ser uma das figuras da competição. (...)

Cristiano Ronaldo: "Os golos são como o ketchup"
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DATA: 2010-06-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cristiano Ronaldo afirmou neste domingo que a sua meta pessoal é “explodir neste Mundial”, usando esta expressão para passar a ideia de que deseja ser uma das figuras da competição.
TEXTO: “A equipa está preparada e claro que quero fazer um bom Mundial e ser o melhor. A minha ambição é ser sempre o melhor”, afirmou o extremo português, em conferência de imprensa, em Magaliesburg, antes do penúltimo treino de preparação para a estreia no Mundial, terça-feira frente à Costa do Marfim, em Port Elizabeth (16h locais, menos uma em Lisboa). O uso da palavra “explodir” não quer dizer que Ronaldo esteja descontente com o que fez no passado: “Não gosto de explodir só uma vez. Não tenho de demonstrar nada a ninguém, já fiz muitas coisas no futebol. Quando digo explodir é jogar bem, fazer um bom Mundial, como fiz no Europeu e no Mundial. ”Para ser uma das figuras do Mundial Ronaldo precisa de marcar golos, o que não faz pela selecção quase há 16 meses. “Não estou nada preocupado. Os golos são o como ketchup: quando aparecem, é tudo de uma vez”, argumentou o avançado do Real Madrid, confiante que vai cumprir a promessa de marcar golos no Mundial, embora recuse colocar-se na lista de candidatos ao posto de melhor marcador. A ausência de golos, diz Ronaldo, não lhe causa ansiedade: “Deus sabe quem trabalha e quem merece. Estou tranquilo, faço o mesmo o que fazia há cinco, há quatro e há dois anos”, acrescentou o avançado, confessando que mantém o “feeling” de que vai acertar nas balizas adversárias: “Estou com esse ‘feeling’. Espero que se possa concretiza. Que a selecção me possa ajudar e eu à selecção, porque só juntos podemos ganhar. ”A dois dias do jogo com a Costa do Marfim, o mais mediático jogador português salientou a importância desse encontro: “Para mim o mais importante é o primeiro jogo. Não vale a pena pôr mais pressão. Se ganharmos dois jogos, podemos passar à próxima fase. Temos de ganhar. ”Ronaldo desvalorizou ainda as dúvidas quanto à presença de Drobga, afirmando que a Costa do Marfim jogará sempre com “11 jogadores”. Numa conferência com muita imprensa estrangeira, Ronaldo assumiu ainda não ter medo de encontrar a Espanha nos oitavos-de-final: “Se jogarmos contra Espanha, não há que ter medo. Espanha é uma das candidatas, mas não temos medo de nada. Vamos jogar e tentar ganhar”, disse Ronaldo, confessando que tem motivação extra por esta ser uma prova que só se realiza de quatro em quatro anos. Ronaldo recusou ainda a ideia de o Mundial da África do Sul ser um duelo entre ele e Messi. “Duelo é só nos ringues”, disse o avançado do Real Madrid. “Não o vejo como um rival, mas como um companheiro de profissão. É um jogador que admiro bastante. Ele vai dar o melhor pela selecção dele e eu pela minha. ”As vuvuzelas, e o barulho que elas causam, também estiveram em cima da mesa na conferência de imprensa. E Ronaldo seguiu o caminho das críticas de outros futebolistas. “Quase todos os jogadores se irritam. Não sou só eu. O pessoal só diz mal das vuvuzelas, mas temos de respeitar. Faz parte das pessoas que gostam de soprar e fazer barulho”, disse o português, confessando que é mais difícil concentrar-se em campo. O madeirense revelou ainda estar muito mais adaptado à bola, apesar de a considerar “difícil”: “. Temos treinado bem e, por isso, tenho a convicção que os dribles e os livres vão sair bem. É uma bola difícil, mas não vai ser o principal problema. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo medo marfim ansiedade
Queiroz: "Se o Nani estiver bem em quatro dias, fantástico"
O seleccionador nacional, Carlos Queiroz, mostrou-se hoje um pouco desconfortável quando foi questionado sobre a reacção de Nani à lesão que o afastou do Mundial 2010. Depois de o avançado do Manchester United ter afirmado que já estará apto para jogar "numa semana", Queiroz afirmou que "se o Nani estiver bem em quatro dias, fantástico". (...)

Queiroz: "Se o Nani estiver bem em quatro dias, fantástico"
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DATA: 2010-06-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O seleccionador nacional, Carlos Queiroz, mostrou-se hoje um pouco desconfortável quando foi questionado sobre a reacção de Nani à lesão que o afastou do Mundial 2010. Depois de o avançado do Manchester United ter afirmado que já estará apto para jogar "numa semana", Queiroz afirmou que "se o Nani estiver bem em quatro dias, fantástico".
TEXTO: "Para nós, o importante é estarmos concentrados nos jogos, nos golos. Com todo o respeito pelo Nani, só conta o jogo de amanhã", afirmou Queiroz em conferência de imprensa nas instalações do Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth – onde a selecção portuguesa defrontará amanhã a Costa do Marfim, a partir das 15h00 (hora de Lisboa, transmissão na RTP1). Para além da pergunta sobre Nani, o seleccionador nacional foi também questionado sobre o estado do relvado para o jogo de amanhã. Segundo a agência Lusa, Carlos Queiroz foi o primeiro a subir ao relvado e a deparar-se com um tapete com várias falhas, situação que visivelmente o desagradou. O técnico conversou com um responsável local e depois conferenciou com os seus adjuntos: o facto de um conjunto de cones de marcação terem sido retirados pode indiciar que Queiroz terá optado por alterar o programa do treino. Já na conferência de imprensa, Carlos Queiroz optou por desvalorizar esta questão, dizendo apenas que "é tempo de jogar e é tempo de expressar o futebol" da selecção portuguesa. A lesão de DrogbaOutra das questões que motivou uma reacção mais polémica de Carlos Queiroz na conferência de imprensa foi a lesão do avançado costa-marfinense Didier Drogba. Depois de frisar que o mais importante é estar concentrado nos jogadores portugueses e de dizer que só os médicos da selecção da Costa do Marfim e o seleccionado Sven-Goran Eriksson podem tomar a decisão de incluir Drogba na partida de amanhã contra a selecção portuguesa, Carlos Queiroz terminou com uma frase enigmática: "Ao fim de 30 anos de futebol já nada me surpreende, mesmo com a lesão que o Drogba tem". Quanto ao onze inicial para o jogo inaugural da selecção portuguesa no Mundial 2010, Queiroz contornou a questão: "Desconfio que esteja aqui alguém da Costa do Marfim e, por isso, não vou adiantar muito. Vamos esperar por amanhã para saber o onze inicial". Sobre a importância de vencer o primeiro jogo, o seleccionador nacional admitiu que "é sempre importante ganhar todas as partidas, mas numa competição curta os primeiros pontos dão estímulo e confiança". "Não há espaços para errar e queremos desde o princípio ganhar esses três pontos”, reforçou Queiroz, embora concluindo que "os últimos três pontos valem tanto como os primeiros".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave marfim
Descobertos pêlos de mamífero conservados em âmbar com 100 milhões de anos
Os pêlos de mamífero a três dimensões mais antigos foram encontrados num fóssil de âmbar. Com 100 milhões de anos, estes pêlos pertenceram a uma espécie que viveu ao lado dos dinossauros. (...)

Descobertos pêlos de mamífero conservados em âmbar com 100 milhões de anos
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DATA: 2010-06-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os pêlos de mamífero a três dimensões mais antigos foram encontrados num fóssil de âmbar. Com 100 milhões de anos, estes pêlos pertenceram a uma espécie que viveu ao lado dos dinossauros.
TEXTO: A descoberta foi feita no sudoeste de França, no âmbar, juntamente com os pêlos, ficou também preservado uma pupa de moscas. O âmbar foi produzido no período Cretácico, que decorreu entre os 145 milhões de anos e 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram pulverizados da Terra. Conhecem-se pêlos fossilizados do Jurássico, o período anterior. “Temos impressões de pêlo a duas dimensões, tão antigas como o Jurássico Médio”, disse citado pela BBC News Romain Vullo, da Universidade de Rennes, em França, que estudou os pêlos. “No entanto, os pêlos carbonizados dão muito menos informação sobre a estrutura do que os pêlos a três soesnsões, preservados em âmbar”, explicou Vullo. Os fragmentos são mínimos, um tem 2, 4 milímetros de comprimento e 32 até 48 micrómetros de largura. O outro tem 0, 6 milímetros de comprimento e 49 a 78 micrómetros de largura. Segundo o investigador este é o fóssil de pêlo mais antigo em que se pode observar a estrutura cuticular – a parte mais externa dos pêlos feito de células mortas. A estrutura é parecida com os pêlos dos mamíferos de hoje, mas a identidade do animal ainda é desconhecida. Quatro dentes do mamífero marsupial conhecido Arcantiodelphys foram encontrados no mesmo local. “A hipótese mais parcimoniosa é considerar que os pêlos no âmbar pertencem a este animal ou a uma espécie parecida”, disse o investigador. Existem três hipóteses que podem explicar a forma como os pêlos ficaram agarrados à resina que depois fossilizou em âmbar. Ou a resina caiu em cima do animal morto, e a pupa é o resultado de ovos que foram postos na carcaça. Ou o animal encostou-se à resina quando estava a passar e os pêlos ficaram agarrados ao material. A terceira hipótese é o animal ter-se aproximado da árvore para alimentar-se de insectos que estavam presos na resina.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie morto animal
Drogba autorizado a jogar com protecção
O árbitro uruguaio Jorge Larrionda autorizou o costa-marfinense Didier Drogba a utilizar uma protecção no braço direito, no encontro desta tarde (15h, hora de Lisboa), frente a Portugal, na abertura do Grupo G. (...)

Drogba autorizado a jogar com protecção
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DATA: 2010-06-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O árbitro uruguaio Jorge Larrionda autorizou o costa-marfinense Didier Drogba a utilizar uma protecção no braço direito, no encontro desta tarde (15h, hora de Lisboa), frente a Portugal, na abertura do Grupo G.
TEXTO: A informação foi confirmada por Nicolas Maingot, chefe de imprensa da FIFA, citado pela AFP. A protecção foi ontem mostrada ao árbitro e à comitiva portuguesa, numa reunião técnica. O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Amândio de Carvalho, disse esta manhã que a selecção não colocará entraves, desde que não esteja em risco a integridade física dos jogadores. “Desde que a protecção não seja prejudicial para qualquer outro jogador, não é por aí que vamos levantar problema. É evidente que a federação e a selecção não se podem responsabilizar por qualquer dano que possa surgir”, explicou Amândio de Carvalho, à porta do hotel da selecção portuguesa, em Port Elizabeth. Com esta aprovação da FIFA e do árbitro, a entrada em campo de Drogba fica apenas dependente da decisão médica e técnica dos responsáveis da Costa do Marfim. Eriksson disse ontem que uma decisão seria tomada hoje, horas antes do jogo, e que Drogba teria um papel fundamental na decisão de participar ou não no encontro de hoje. Drogba foi operado a 5 de Junho a uma fractura no cúbito direito e ontem treinou-se, aparentemente, sem limitações.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo marfim
PJ investiga furto de meia tonelada de explosivos em Nelas
Os 500 quilos de gelomonite e cordão detonante furtados no concelho de Canas de Senhorim, Nelas, devem ter sido roubados por criminalidade comum, no domingo passado, admitiu fonte oficial da Polícia Judiciária em declarações ao PÚBLICO, descartando a eventualidade de os explosivos poderem ter como destino a ETA, organização terrorista basca. (...)

PJ investiga furto de meia tonelada de explosivos em Nelas
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DATA: 2010-06-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os 500 quilos de gelomonite e cordão detonante furtados no concelho de Canas de Senhorim, Nelas, devem ter sido roubados por criminalidade comum, no domingo passado, admitiu fonte oficial da Polícia Judiciária em declarações ao PÚBLICO, descartando a eventualidade de os explosivos poderem ter como destino a ETA, organização terrorista basca.
TEXTO: As instalações de onde foi roubada a meia tonelada de explosivos não estavam guardadas, o que contraria as normas definidas para a segurança dos paióis e terá facilitado a acção dos assaltantes. A elevada quantidade de explosivos roubada levou a Unidade Nacional Contra o Terrorismo PJ a accionar os canais de comunicação com as autoridades espanholas responsáveis pelo combate ao terrorismo da ETA, que tem promovido assaltos em pedreiras em Espanha e em França. Os dados já recolhidos pelos investigadores levam a presumir que o destino dos explosivos poderia ser o mercado negro onde se abastecem indivíduos envolvidos na exploração clandestina de pedreiras e na pesca ilegal. As verbas recebidas pelos traficantes são significativas. A gelamonite é um “explosivo industrial da classe das dinamites” tendo como “composto base nitroglicol ou nitroglicerina” utilizado para abrir túneis, rebentamento de pedra, demolições, crateras para os postes de média e alta tensão. Notícia substituída às 11h28
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Obama garante que BP vai pagar a recuperação do golfo do México
O Presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou ontem que uma equipa liderada pelo secretário da Marinha, Ray Mabus, vai desenvolver um plano de longo prazo para a recuperação do Golfo do México, que terá de ser pago pela BP, a companhia petrolífera responsável pela maior maré negra de sempre nos Estados Unidos. (...)

Obama garante que BP vai pagar a recuperação do golfo do México
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DATA: 2010-06-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou ontem que uma equipa liderada pelo secretário da Marinha, Ray Mabus, vai desenvolver um plano de longo prazo para a recuperação do Golfo do México, que terá de ser pago pela BP, a companhia petrolífera responsável pela maior maré negra de sempre nos Estados Unidos.
TEXTO: Numa comunicação oficial ao país desde a Sala Oval, Obama definiu como “uma epidemia” o derrame de mais de 100 milhões de galões de petróleo desde a explosão do poço Deepwater Horizon ao largo do estado do Luisiana, a 20 de Abril. “Vamos ter de lutar contra esta epidemia por muitos meses e talvez anos”, reconheceu o Presidente. “Vamos combater este derrame com tudo o que temos, pelo tempo que for preciso. Vamos fazer a BP pagar pelos danos que causou. E vamos fazer tudo o que for necessário para ajudar as populações do golfo a recuperar desta tragédia”, prometeu. Grande parte do discurso de Obama destinou-se a tranquilizar as ansiosas populações do golfo, cuja economia, assente na exploração pesqueira e petrolífera, está em risco de colapso. Não só a pesca está vedada em mais de 40 por cento das águas do golfo, como o governo estabeleceu uma moratória de seis meses na actividade das plataformas de petróleo de grande profundidade – enquanto decorre um inquérito ao acidente do Deepwater Horizon e uma revisão das normas e regulamentos que abrangem a indústria. “Compreendo que [a moratória] cria dificuldades às pessoas que trabalham nestas plataformas, mas em nome da sua segurança e da segurança da região temos de estar na posse de todos os factos antes de voltarmos a autorizar a exploração”, referiu Obama. Aliás, o Presidente antecipou mudanças futuras no licenciamento, regulação e supervisão da indústria petrolífera. Criticando a “filosofia falhada que aceita que as empresas escrevam as regras do jogo e sirvam como árbitro”, Obama disse ter nomeado o antigo inspector e procurador federal Michael Bromwich para dirigir o Minerals Management Service do Departamento do Interior. “Ele será um vigilante da indústria, não um parceiro”, sublinhou. Depois, seguindo a máxima celebrizada pelo seu “chief of staff” de que “uma boa crise não deve ser desperdiçada”, Obama argumentou que a crise no golfo afecta todos os americanos e apelou a uma mudança de comportamento que permita ao país ultrapassar a sua dependência pelos combustíveis fósseis e avançar para uma economia assente em energias alternativas, limpas e renováveis. Na prática, o Presidente reabriu o debate político em torno da nova lei de energia e alterações climáticas que o Congresso parece estar disposto a adiar ou mesmo enterrar em função do calculismo eleitoral. “A tragédia em curso na nossa costa é o mais doloroso e poderoso aviso de que chegou o tempo de abraçar um futuro com energias limpas”, observou o Presidente, dizendo que essa devia ser uma nova “missão nacional”. “À medida que recuperamos da recessão [económica], a transição para as energias alternativas tem o potencial de assegurar ainda mais postos de trabalho”, acrescentou. Pressionando os legisladores do Senado, Obama disse estar disponível para “discutir as ideias e propostas dos dois partidos. A única coisa que não aceitarei é a inacção”, frisou. As primeiras reacções às palavras do Presidente foram positivas. Obama, precisava urgentemente de recuperar a credibilidade e garantir a transparência da sua Administração perante uma opinião pública alarmada e desconfiada da reacção titubeante do governo no início da crise. A maior parte dos comentadores consideraram que o Presidente foi seguro, claro e projectou compreensão, confiança e liderança. Mas não deixaram de assinalar que muito do sucesso na resolução desta crise não repousa nas suas mãos, o que deixa Obama numa posição vulnerável. Obama reúne-se hoje na Casa Branca com os responsáveis máximos da BP – que há uma semana atrás o Presidente confessava querer poder sovar. Ninguém espera um confronto entre as duas partes à volta da mesa, mas (apesar das garantias de cooperação) a tensão é evidente. Ontem, mais uma vez, o painel de cientistas a trabalhar para o governo reviu as suas estimativas relativas à dimensão do derrame: em vez de 25 mil barris de petróleo por dia, o poço do Deepwater Horizon estará a debitar 60 mil barris para as águas do golfo do México a cada 24 horas (qualquer coisa como doze vezes mais do que a estimativa inicial da BP). Com a instalação de uma cúpula de confinamento no canal do poço, a BP está a conseguir recuperar uma média de 15 mil barris por dia. A petrolífera britânica já gastou mais de 1, 5 mil milhões de dólares nas operações de protecção e limpeza de costa e em indemnizações. A Administração quer que a companhia deposite um montante de 20 mil milhões de dólares numa conta caucionada que funcionará como fundo de compensação para as vítimas do derrame. “Esse fundo não será controlado pela BP, será administrado por uma comissão independente que se certificará que todas as queixas legítimas são atendidas de forma justa e expedita”, explicou ontem o Presidente.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei
Australiano Tim Cahill suspenso por um jogo
O Comité Disciplinar da FIFA confirmou hoje a suspensão por um jogo do australiano Tim Cahill, expulso no encontro do Grupo D do Mundial 2010 frente à Alemanha. (...)

Australiano Tim Cahill suspenso por um jogo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Comité Disciplinar da FIFA confirmou hoje a suspensão por um jogo do australiano Tim Cahill, expulso no encontro do Grupo D do Mundial 2010 frente à Alemanha.
TEXTO: Cahill, que viu um cartão vermelho ao minuto 56 do jogo, por uma entrada sobre Bastian Schweinsteiger, não poderá jogar no próximo encontro da Austrália, contra o Gana, marcado para sábado em Joanesburgo. O Comité Disciplinar tem pendente um recurso de apelo apresentado pela delegação portuguesa contra o cartão amarelo mostrado a Cristiano Ronaldo no jogo do Grupo G contra a Costa do Marfim, mas ainda não é conhecida uma data para a decisão do comité.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave marfim
Entrevista: "Como portugueses estamos cansados de viver. Se calhar, a nossa missão histórica acabou"
Na cozinha da residência à Praça de Londres, em Lisboa, onde acabou de nos oferecer café e bolos, Pilar apresenta-nos Rosa, uma familiar de Catarina Eufémia, a trabalhar com ela desde que se conheceram, no final dos anos 80, no Instituto Espanhol, em Lisboa, onde os filhos de ambas estudaram. Pilar - aquela de quem José Saramago dirá, na apaixonada dedicatória de As Pequenas Memórias (ed. Caminho), sobre a infância e juventude vivida na Azinhaga e em Lisboa, "que ainda não havia nascido, e tanto tardou a chegar" - vive intensamente os preparativos do lançamento do livro, na próxima quinta-feira, na aldeia natal do escritor. (...)

Entrevista: "Como portugueses estamos cansados de viver. Se calhar, a nossa missão histórica acabou"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.21
DATA: 2010-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na cozinha da residência à Praça de Londres, em Lisboa, onde acabou de nos oferecer café e bolos, Pilar apresenta-nos Rosa, uma familiar de Catarina Eufémia, a trabalhar com ela desde que se conheceram, no final dos anos 80, no Instituto Espanhol, em Lisboa, onde os filhos de ambas estudaram. Pilar - aquela de quem José Saramago dirá, na apaixonada dedicatória de As Pequenas Memórias (ed. Caminho), sobre a infância e juventude vivida na Azinhaga e em Lisboa, "que ainda não havia nascido, e tanto tardou a chegar" - vive intensamente os preparativos do lançamento do livro, na próxima quinta-feira, na aldeia natal do escritor.
TEXTO: Saíram de casa, na ilha de Lanzarote (Espanha), em 2 de Setembro. Só regressarão no Natal. Gente vinda de Barcelona, de Paris - um milhar de pessoas, calcula Pilar - cantará a Saramago o "Parabéns a Você", numa celebração que marcará simultaneamente o lançamento da autobiografia dos seus primeiros 15 anos de vida. Primeira parte de uma entrevista que publicaremos na próxima edição do Mil Folhas. PÚBLICO - Se eu lhe dissesse, depois de ler a sua autobiografia, que foi um salazarista quando era adolescente, o que é que respondia?JOSÉ SARAMAGO - Que nunca fui salazarista. - E que esteve "ligado ao fascismo", como disse em título [na sexta-feira] o Correio da Manhã"?- A ignorância tem alguma inconveniência. Quando se junta à estupidez, não há remédio. O que não consigo compreender é que não haja um director ou um chefe de redacção atentos. - Mas sabe que, antes do Correio da Manhã, foi O Estado de S. Paulo [edição do dia 4] quem o escreveu, em título?- É estúpido, evidentemente. Perguntaram o que achava [da confissão] do Günter Grass [no livro Beim Häuten der Zwiebel (Descascando a Cebola), edição em Portugal prevista para o ano que vem, de que fora voluntário nas Wafen-SS, de Hitler, aos 17 anos]. Eu estava bem disposto e respondi dizendo que tinha chegado a altura de fazer uma confissão. Eles tomaram à letra a ironia e disseram isso. No livro, conto que todos fomos da Mocidade Portuguesa. O Correio da Manhã é um eco daquilo que O Estado de S. Paulo escreveu, julgando que tinha na mão um escândalo. - No livro, assinala que, no liceu, conseguiu ficar sempre para último, na fila, e nunca usou a farda. - E escrevo, a propósito, que essa foi a minha primeira vitória contra o fascismo. É preciso ter muito cuidado no uso da ironia com jornalistas. Sobretudo tratando-se de uma resposta por escrito. Ele [o entrevistador brasileiro] não sabia nada [sobre a história da Mocidade Portuguesa]. - Ele faz a ligação a Grass, "que confessou, na autobiografia, ter pertencido à juventude hitleriana". Por que é que, a propósito, compreende a confissão tão tardia de Grass?- Ninguém se preocupa muito que as pessoas não revelem os seus segredos. Ninguém os conta, ou conta só algum que casualmente interesse. Todos guardamos segredos. Mas parece, do ponto de vista daqueles que se escandalizaram, que não podemos guardar segredos. Então não vamos guardar segredos, todos. Dizem: "Ah!, mas uma figura pública. . . "- Uma figura que se assumiu como autoridade moral. . . - Podia alegar-se aí que Saulo [de Tarso, nome original de S. Paulo] também perseguiu os cristãos e depois se converteu. Evidentemente que teria sido melhor para Grass se o tivesse confessado desde o princípio. Mas ele usou o jogo das meias-verdades. - O que é censurável. - Mas não haverá também aí uma grande hipocrisia das pessoas que se apresentam como grandes virtuosas, honestas, límpidas de carácter, com passados impolutos? Não será antes o caso, tão ansiado por tanta gente, de descobrir os pés de barro dos gigantes que deviam ser de bronze?- Também. Por Isso é que aqueles que se agigantam têm que estar preparados para isso. - Não será a história daquele homem que andava de terra em terra à espera de que o trapezista do circo caísse? Tomei partido a favor porque aquilo [que Grass fez] não apaga aquilo que foi o futuro desse tempo. Não tinha o direito de se armar em fiscal moral dos outros? Eu não quero julgar isso. Eu não condeno o Günter Grass. Devia ter sido dito? Pois devia. Mas, pelo menos já está dito. Deixem agora o homem em paz. - Sondagens recentes, em Portugal e em Espanha, indicam que há gente de cá e de lá disponível para avançar para uma união dos dois países. Independentemente do valor das sondagens, se lhe fizessem a si a pergunta, o que respondia?- Entregava um ensaio de 12 páginas que publiquei há uns 20 anos e que se chama Sobre o meu iberismo. - Pode resumir?- Eu acho que nós estamos cansados. Como portugueses, estamos cansados de viver. Se calhar, a nossa missão histórica acabou. - E agora?- E agora quê? Não sabemos. Passámos séculos de dependência: dependência da Grã-Bretanha, dependência disto, dependência daquilo. Agora somos também dependentes, o que não é vergonha nenhuma: há panelas de barro e há panelas de ferro. Mas aqui falta uma coisa que se chama brio. Cada vez mais. Somos capazes de fogachos, como o 25 de Abril foi - um fogacho em que nós ingenuamente acreditámos. Não era certo, não era possível, não era crível, mas o tempo da felicidade para Portugal chegou então. Durou, como as rosas de Malherbe, l'espace d'un matin. Acabou. - Deixou coisas boas. - Não. Não deixou nada. As coisas boas que criou, eliminou-as todas. - Os três "D" de que se falava: Democracia, Desenvolvimento, Descolonização? Todas as colónias são independentes. - Não tínhamos outro remédio se não sair de lá, homem. Estávamos simplesmente derrotados. - Salazar estava [politicamente] derrotado desde a II Guerra Mundial, toda a gente acreditava que vinha a democracia para Portugal, sopravam ventos de descolonização e os grandes impérios acolheram-nos, mas Portugal não. - Isso só prova que países democráticos não se importavam nada de conviver com países não democráticos desde que isso, de uma forma ou de outra, servisse os seus interesses. E a história continua, veja-se o caso da China. - Foi preciso jovens militares virem acertar o relógio da História, que tinha os ponteiros atrasados em Portugal. - Talvez. Mas nós estávamos na Europa, numa comunidade como esta não era possível manter uma ditadura, mesmo que ela fosse ou se tornasse soft. Acabaríamos por fazer aquilo que a Espanha fez, mas, para isso, também precisou que morresse o ditador: uma transição. - Influenciada por nós, como aconteceu, aliás, noutros países do Mundo. - Há dias Freitas do Amaral contou a história de quando chamou os embaixadores dos países do Conselho de Segurança a quem comunicou estar a pensar reformá-lo. Resposta de todos eles: "Nem pense nisso. Nós vetamos". O 25 de Abril é uma data, apenas. Converteram-no numa data, nada mais. Já o disse em público e repito: eu já não celebro o 25 de Abril. Há um ante-25 de Abril que eu celebraria, se fosse disso que se tratasse, que é justamente o movimento que levou ao 25 de Abril. Feito por esses militares que a democracia liquidou, na maior parte dos casos, passando-os à reforma, perseguindo-os. A esses, sim, a esses tiro eu o meu chapéu. Mas há o tempo que vem depois. Muitos pensaram que tinha chegado a hora de mudar o país, que era de uma certa maneira mudar a História ou ter, sobre ela, outra visão. Não vale a pena entrar nos excessos, na reforma agrária, nas nacionalizações, mas isso é que eram consequências do 25 de Abril. - Volto aos três "D". - Não aceito que se diga que ficámos com a Democracia. - E também com a independência das colónias; e com algum desenvolvimento. . . - O desenvolvimento em Espanha, nos anos 60, ocorreu sob o franquismo. Não foi necessário uma revolução. A China não é já uma ameaça para os EUA? [mostra uma entrevista que deu ao Nouvel Observateur, quando foi lançar a Paris o Ensaio sobre a Lucidez]. - Nessa entrevista diz: não há democracia, mas um poder que está por cima dos governantes em quem votámos e que não são, afinal, quem decide. A pergunta que dá vontade de lhe dirigir, ao senhor, um céptico que aderiu a uma ideologia que transportava o optimismo histórico é: o que fazer, então?- O que fazer? Temos um cerimonial democrático cada vez mais falto de vergonha: campanhas eleitorais que custam rios de dinheiro, subsidiadas muitas vezes não se sabe por quem ou demasiado se sabe por quem; promessas que se sabe de antemão não serão cumpridas; processos cosméticos do género de termos um Governo de um partido socialista mas não um Governo socialista. Porque, aqui e em qualquer parte do Mundo, o partido no Governo vai poder chamar-se o que quiser porque vai ter que fazer exactamente a mesma política. Uma comédia de enganos. Não servimos para nada mais senão para homologar coisas que não têm nada que ver connosco porque não podemos influir nelas. Aristóteles, na Política, dizia que, num Governo democrático bem entendido, o governo da Polis, os povos deviam estar em maioria, pois são a maioria. - É esse o princípio do sistema representativo. . . - No livro A Morgadinha dos Canaviais, Júlio Diniz, um escritor suave, descreve aquela situação dos votos que se rasgam e são substituídos à última hora para eleger não uma pessoa mas a outra. Há coisas que deviam voltar a ser lidas. - E, no entanto, é extraordinário o avanço nesse campo desde essa altura, entre nós. - Mas quem é que não avançou nestes dois séculos? Seremos excepção? O extraordinário seria não termos avançado. Eu talvez seja demasiado céptico, mas você é demasiado optimista. - O seu discurso quer mostrar-nos que a banalidade está instalada no mundo e que não há nada a fazer. Mas ela é mudável. Este seu livro é a prova viva de que um homem que nasceu numa aldeia entre gente pobre e analfabeta pode libertar-se daquilo que parece ser o seu destino. - Ela é mudável, de acordo. Mas então mudemo-la! O que eu ando a dizer já há tempos é que é preciso mudarmos a vida se queremos mudar de vida. E isto aplica-se a tudo. - Esclareça-me qual o 25 de Abril que valia a pena celebrar?- Um 25 de Abril que realmente tivesse mudado a mentalidade dos portugueses. Que tivesse feito de nós pessoas capazes de construir. Que, dentro de nós, eliminássemos essa espécie de fatalidade de que, desde o D. Sebastião, temos sempre que depender de alguém que nos ajude a atravessar a rua. - Por exemplo?- Transformações como as nacionalizações. Agora, até para obter fundos para pagar dívidas se privatiza e se vende. Não foi isto que nós quisemos. Já sabemos que não há independência, que a soberania é relativa, que a autonomia é consoante os interesses dos vizinhos, mas podíamos ser outra coisa e não somos. Almeida Garrett escreveu: "A terra é pequena. E a gente que nela vive também não é grande". - Alguma vez se interrogou sobre se, com esse 25 de Abril com que sonhava, não estaríamos hoje - tendo em conta o que se passou noutras latitudes - num 25 de Abril completamente pervertido, pior e, seguramente, com menos liberdade?- Sou suficientemente céptico para lhe responder assim: considerando a palavra "não" a mais importante do vocabulário, posso dizer que uma revolução é um "não". Mas sei, perfeitamente, que, feita a revolução, o "sim" recuperará posições pouco a pouco. Tanto faz num sistema capitalista ou socialista. O sistema ensina hipocrisia a partir dos bancos da escola. Não mudaremos a vida, se não mudarmos de vida. Texto publicado no suplemento Mil Folhas a 12 de Novembro de 2006
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA