Al-Qaeda estará a financiar programa para combater ataques com drones
Documentos obtidos por Edward Snowden mostram que a rede tem uma célula de investigação e desenvolvimento, com o objectivo de desviar, destruir ou assumir o controlo dos aparelhos usados pelos EUA para matar em países como o Afeganistão ou Paquistão. (...)

Al-Qaeda estará a financiar programa para combater ataques com drones
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Documentos obtidos por Edward Snowden mostram que a rede tem uma célula de investigação e desenvolvimento, com o objectivo de desviar, destruir ou assumir o controlo dos aparelhos usados pelos EUA para matar em países como o Afeganistão ou Paquistão.
TEXTO: Os serviços secretos norte-americanos estão preocupados com a aparente determinação da liderança da Al-Qaeda em desenvolver tecnologia para abater ou assumir o controlo dos drones usados pela CIA e pelo Pentágono em países como o Afeganistão, Paquistão, Iémen ou Somália. Os pormenores dos relatórios dos serviços secretos, revelados nesta quarta-feira pelo jornal The Washington Post, a partir de documentos obtidos pelo analista informático Edward Snowden, mostram que a Al-Qaeda criou células especializadas em engenharia e tecnologia – uma espécie de centro de investigação e desenvolvimento para explorar as vulnerabilidades dos aviões não tripulados, cujos ataques assassinaram cerca de 3000 pessoas na última década, muitas dos quais combatentes mas também um elevado número de civis. Os mesmos documentos garantem que ainda não foi registada nenhuma operação bem-sucedida para impedir um ataque com um drone, mas não têm faltado ideias aos engenheiros recrutados pela Al-Qaeda, especialmente a partir de 2010. Intitulado "Ameaças aos Veículos Aéreos Não Tripulados", o relatório obtido por Edward Snowden é, na prática, um resumo de "dezenas de avaliações feitas pelos serviços secretos dos EUA desde 2006", segundo o The Washington Post. A principal preocupação das autoridades norte-americanas é a quebra da ligação entre os drones e os satélites. Na maioria dos casos, a ligação é restabelecida em pouco tempo e os aparelhos têm instruções para regressarem ao seu ponto de partida se a falha não for solucionada rapidamente. Apesar desta precaução, a falha de ligação com os satélites terá sido a causa da queda de pelo menos dois drones norte-americanos – um na fronteira entre o Iraque e a Turquia e outro no Irão, em Dezembro de 2011, que as autoridades locais dizem ter abatido. Um outro drone norte-americano foi atingido por caças iranianos em Novembro de 2012, mas era um aparelho de vigilância. A informação transmitida entre os drones e os satélites é codificada, pelo que será mais difícil desenvolver tecnologia para assumir o controlo de um dos sofisticados Predator ou Reaper do Pentágono e da CIA (uma equipa de investigadores da Universidade do Texas em Austin conseguiu assumir os comandos de um drone através da manipulação do sinal de GPS, mas tratava-se de um pequeno drone civil). Al-Qaeda "financia vários projectos"Apesar das dificuldades técnicas, um relatório da Agência de Serviços Secretos de Defesa (DIA, na sigla original), elaborado em Julho de 2010, informa que a Al-Qaeda "está a financiar vários projectos de investigação para desenvolver dispositivos que interfiram com os sinais de GPS e com os marcadores de infravermelhos, usados pelos operadores de drones para determinarem os alvos dos mísseis". Mais do que financiar vários projectos, os serviços secretos norte-americanos acreditam que a liderança da Al-Qaeda "acompanha os progressos de cada projecto e tem a capacidade para transferir componentes de um projecto para outro". Apesar de a Administração Obama ter declarado em várias ocasiões que as capacidades militares da Al-Qaeda estão "muito enfraquecidas" – em grande parte graças ao programa de drones, lançado ainda na Presidência de George W. Bush mas muito reforçado por Barack Obama –, a rede parece estar bastante activa no recrutamento de militantes com conhecimentos em tecnologia. Segundo os documentos revelados pelo The Washington Post, um relatório de 2010 da CIA indica que um dos líderes operacionais da Al-Qaeda, o líbio Atiya Abd al-Rahman, afirmou mesmo que a rede não precisa de "combatentes comuns", mas sim de "pessoal especializado". Num outro relatório, da DIA, datado de 2011, lê-se que "a célula de investigação e desenvolvimento com ligações à Al-Qaeda não tem, presentemente, conhecimento técnico para criar um sistema anti-drones", mas admite que a rede pode vir a ter sucesso, "se conseguir ultrapassar obstáculos de monta". "Acreditamos que um sistema desse tipo poderia ser altamente disruptivo para as operações norte-americanas no Afeganistão e no Paquistão", conclui o documento. Expressões proibidasPara além das considerações sobre a estratégia de combate aos ataques com drones, os serviços secretos norte-americanos mostram-se também preocupados com os termos usados em público. Num relatório de 2010, as autoridades dos EUA admitiam que os assassinatos com drones podiam ser "alvo de um escrutínio cada vez mais apertado, entendidos como ilegítimos e abertamente contrariados ou enfraquecidos". Para fazer face a este cenário, seria necessário evitar a utilização de determinados termos. "'Drones' transmite a ideia de autómatos sem discernimento, sem capacidade para produzirem pensamentos e acções com independência. 'Ataques' transmite a ideia de um primeiro ataque, que deixa a vítima sem capacidade de resposta. Outras expressões que provocam uma resposta emocional incluem 'Lista de assassinatos', 'Esquadrões de ataque', 'Guerra robótica' ou 'Assassinos aéreos'", lê-se no documento. Em alternativa, as autoridades norte-americanas sugerem o uso de expressões como "operações letais com veículos aéreos não tripulados"; "direito legítimo à auto-defesa"; e "acção militar preventiva".
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Portugal perde pontos no ranking da felicidade mundial
País ocupa 85.ª posição, menos 12 que no ano passado. Instabilidade económica apontada como causa. (...)

Portugal perde pontos no ranking da felicidade mundial
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.199
DATA: 2013-09-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: País ocupa 85.ª posição, menos 12 que no ano passado. Instabilidade económica apontada como causa.
TEXTO: Os países mais felizes do mundo estão no Norte da Europa. Esta é a conclusão, e pelo segundo ano consecutivo, do Relatório Mundial sobre Felicidade, elaborado pela Universidade de Columbia para a ONU, e que coloca a Dinamarca, Noruega e Suíça nos primeiros três lugares do ranking. Também sem alterações, o Togo, Benim e República Centro-Africana estão no fim da lista. Há novidades para Portugal e não são as melhores - desceu da 73. ª posição para a 85. ª, entre 156 países classificados. Segundo o estudo, a queda de 12 lugares deve-se ao “impacto da crise na zona euro”, que afectou de forma idêntica a Grécia, Itália e Espanha. Lançado pela primeira vez no ano passado, o Relatório Mundial sobre Felicidade de 2013 apresentado esta segunda-feira faz uma leitura de dados recolhidos entre 2010 e 2012. Aos inquiridos em mais de 150 países foi pedido que medissem numa escala de 0 a 10 factores como a família, educação, saúde, esperança de vida, liberdade de escolha, ou ainda capacidade económica e relações com a comunidade e instituições públicas. Em 2012, Portugal teve uma avaliação de média de felicidade de 5, 4. Um ano depois, essa média caiu 0, 305 para 5, 1, o que concluiu que os portugueses mantêm-se num estado de bem-estar moderado onde as incertezas provocadas pela instabilidade económica impedem uma variação mais positiva da felicidade. Portugal foi um dos 41 países analisados onde se registou uma descida do nível de felicidade, enquanto em 60 outras nações os inquiridos mostraram-se mais satisfeitos com a vida. No topo está a Dinamarca, Noruega, Suíça, Holanda, e Suécia e nos últimos lugares o Ruanda, Burundi, República Centro-Africana, Benim e Togo, todos países da África subsariana. O Canadá entra no sexto lugar, os Estados Unidos em 17. º e a Alemanha em 26. º, por exemplo. Em termos de União Europeia, Portugal continua atrás de países como a Roménia, Hungria e Bulgária. Felicidade comprometida com crise económica Apesar de o “mundo se ter tornado ligeiramente mais feliz e generoso nos últimos cinco anos”, o relatório concluiu que problemas económicos e políticos comprometeram a felicidade em alguns países. É o caso de Portugal. Colocado lado-a-lado com a Grécia (70º lugar no ranking), Espanha (38º) e Itália (45º) é um dos países mais afectados pela crise na zona euro onde foram registadas descidas significativas de felicidade devido à redução do poder económico. Quando analisados países que sofreram grandes perdas económicas nos períodos de 2005-2007 a 2010-2012, Portugal está em 20. º lugar, Itália em oitavo, Espanha em sexto e Grécia em segundo. Os portugueses apresentaram o desemprego como a causa para a descida na média de bem-estar. Se a questão económica é apresentada como uma das principais razões para a limitação da felicidade dos portugueses, a crise política é avançada como causa principal para a descida no ranking para países como o Egipto, por exemplo, um daqueles em que se registou a “Primavera Árabe” e que no último mês ficou marcado por confrontos violentos entre civis e forças de segurança. Se em 2007, os egípcios tinham uma média de felicidade de 5, 4; cinco anos depois situa-se nos 4, 3 numa escala de 0 a 10. A redução da liberdade para fazer escolhas de vida, um dos factores analisados pelo relatório, explica essa descida. O Relatório Mundial sobre Felicidade de 2013 vem reforçar que o bem-estar deve ser um “componente crítico para a forma como o mundo mede o seu desenvolvimento económico e social”. O director do Instituto da Terra da Universidade de Columbia e conselheiro especial para o secretário-geral da ONU, Jeffrey D. Sachs, um dos responsáveis que assina este relatório, sublinha que “existe, neste momento, uma exigência crescente de que a política esteja mais alinhada com o que realmente importa às pessoas”, acrescentando que “cada vez mais os líderes mundiais falam sobre a importância do bem-estar como um guia para as suas nações e para o mundo”. O relatório defende a importância de “equilibrar medidas económicas para o progresso social com medidas de bem-estar para garantir que o progresso económico leva a grandes melhorias em vários domínios da vida, e não apenas uma maior capacidade económica". A saúde mental é apontada no relatório realizado a pedido da ONU como um dos factores prioritários a apoiar, mesmo nos países desenvolvidos. “As pessoas podem estar infelizes por muitas razões, desde a pobreza ao desemprego ou a crise familiares e doenças físicas”, sublinha o documento. “Se queremos um mundo mais feliz, precisamos de um novo acordo sobre a saúde mental”, reforça.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Samuel Eto’o abandona selecção dos Camarões aos 32 anos
O avançado do Chelsea despediu-se dos companheiros no final do jogo com a Líbia. (...)

Samuel Eto’o abandona selecção dos Camarões aos 32 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O avançado do Chelsea despediu-se dos companheiros no final do jogo com a Líbia.
TEXTO: O avançado Samuel Eto’o, de 32 anos, confirmou no domingo aos seus companheiros que vai pôr termo à carreira internacional, de acordo com um responsável da Federação Camaronesa de Futebol (Fécafoot), citado pela AFP. O capitão da selecção dos Camarões anunciou a decisão de não voltar a envergar a camisola nacional (que vestiu, pela primeira vez, em 1997), nos balneários, depois da vitória frente à Líbia, em Yaoundé, disse à agência de notícias francesa um responsável da Fécafoot, sob anonimato. A vitória alcançada domingo permitirá à selecção dos Camarões integrar a última fase de qualificação da zona africana para o Mundial de futebol de 2014. “Ele disse-lhes que iriam continuar sem ele. Agradeceu-lhes por tudo e desejou-lhes boa sorte para o futuro”, avançou o responsável da Fécafoot, referindo que Eto’o não avançou qualquer razão para a sua retirada da selecção nacional.
REFERÊNCIAS:
Tempo domingo
Cabo Verde afastado da qualificação para o Mundial 2014
Castigo aplicado pela FIFA por utilização irregular de um jogador. (...)

Cabo Verde afastado da qualificação para o Mundial 2014
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Castigo aplicado pela FIFA por utilização irregular de um jogador.
TEXTO: A selecção de Cabo Verde foi punida nesta quinta-feira com uma derrota por 3-0 frente à Tunísia, ficando assim fora do play-off africano de apuramento para o Mundial 2014, anunciou a FIFA. De acordo com um comunicado do organismo que tutela o futebol mundial, Cabo Verde utilizou irregularmente o defesa Fernando Varela, que não cumpriu os quatro jogos de castigo – falhou apenas dois –, com que tinha sido punido por comportamento antidesportivo em relação ao árbitro no encontro com a Guiné Equatorial, a 24 de Março. Com esta punição, Cabo Verde acabou o Grupo B com nove pontos, contra 14 da Tunísia, que segue para o play-off final, cujo sorteio se realiza na segunda-feira. Além da derrota, Cabo Verde, que tinha vencido a 7 de Setembro a Tunísia, por 2-0, foi ainda multado em seis mil francos suíços (mais de 4800 euros). Cabo Verde já tinha beneficiado de uma decisão idêntica da FIFA, que deu um triunfo por 3-0 aos “tubarões azuis” sobre a Guiné Equatorial, por utilização irregular de jogadores na partida de 24 de Março, o mesmo em que Fernando Varela foi expulso. A Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) já reagiu ao castigo, considerando que os jogos com a Guiné Equatorial foram anulados e que as sanções disciplinares desses encontros tinham sido levantadas, pelo que não utilizou irregularmente Fernando Varela contra a Tunísia. “No âmbito da abertura do processo disciplinar mencionado, o comité disciplinar da FIFA comunicou à FCF que um jogador cabo-verdiano estava impedido de jogar frente à Tunísia, dado que este mesmo jogador se encontrava a cumprir um período de suspensão de quatro jogos em consequência de factos ocorridos durante o jogo frente à Guiné Equatorial, que ocorreu em Malabo no dia 24 de Março de 2013", escreve a FCF, em comunicado. A FCF informa que respondeu ao processo disciplinar da FIFA, após denúncia da Federação da Tunísia, considerando que os jogos com a Guiné Equatorial foram anulados, pelo que as “sanções aplicadas aos jogadores com a amostragem de cartões amarelos ou vermelhos deverão ser limpas, não procedendo para efeito dos jogos posteriores”. “Contudo, os jogos que opuseram Cabo Verde à Guiné Equatorial foram declarados anulados, com vitórias de Cabo Verde por 3-0, e os efeitos provenientes da anulação de tais jogos fazem com que todas as sanções disciplinares que tenham ocorrido durante os jogos sejam levantadas, não existindo quaisquer sanções (cartões amarelos e vermelhos)”, lê-se. A FCF garante que se mantém “confiante” de que irá prevalecer o seu argumento e que as regras do jogo, em especial os regulamentos da FIFA, “são para ser cumpridos”. A notícia chega num dia em que a FIFA actualizou o ranking mundial, com a selecção cabo-verdiana a subir cinco posições, de 36. º para 31. º, posição que lhe garantia o estatuto de cabeça de série para o sorteio para o play-off de apuramento africano, marcado para segunda-feira. Trata-se da melhor classificação de sempre dos “tubarões azuis”, que ultrapassaram agora selecções como a República Checa, Costa Rica, Peru, Panamá, Venezuela e a própria campeã africana, a Nigéria.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Tudo a postos para endireitar o Costa Concordia
Uma gigantesca operação que levou meses a montar vai culminar esta segunda-feira na colocação na vertical do gigantesco navio que naufragou em Itália em 2012. (...)

Tudo a postos para endireitar o Costa Concordia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2013-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma gigantesca operação que levou meses a montar vai culminar esta segunda-feira na colocação na vertical do gigantesco navio que naufragou em Itália em 2012.
TEXTO: A pequena ilha toscana de Giglio prepara-se para a épica operação de endireitamento do navio de cruzeiros Costa Concordia, que ali está encalhado há mais de um ano e meio, como se já fizesse parte da paisagem, depois do seu naufrágio a 13 de Janeiro de 2012, que provocou 32 mortos. A luz verde oficial para a operação que decorre esta segunda-feira só está dependente das condições meteorológicas, porque de resto já está tudo a postos. A protecção civil italiana anunciou na tarde deste domingo que o estado da meteorologia e do mar são "compatíveis", o que permite que por volta das seis horas da manhã (7h00 em Portugal continental) arranquem os trabalhos. “Endireitar o Concordia representa o menor risco”, garantiu o chefe da protecção civil Franco Gabrielli, igualmente comissário especial do Governo para a gestão do caso Concordia. A operação avança neste fim de Verão porque os técnicos consideraram que o navio dificilmente resistiria inteiro a um terceiro Inverno, deitado contra as rochas da ilha de Giglio. “A nossa principal preocupação relaciona-se com eventuais problemas de natureza ambiental”, disse Gabrielli, citado pela AFP. À volta do navio foram colocadas barreiras marinas flutuantes antipoluição e está também previsto um dispositivo para bombear líquidos tóxicos que possam sair do navio durante a operação. Pelo menos uma centena de pessoas vão participar nesta operação, uma estreia mundial para um navio deste tamanho, sob a direcção do perito sul-africano em resgates de navios, Nick Sloane. Os trabalhos, cuidadosamente orquestrados, devem começar de madrugada e irão continuar ao longo de todo o dia. O navio, que está completamente deitado sobre o flanco direito, foi estabilizado graças a centenas de sacos de cimento colocados por mergulhadores no fundo do mar, e por uma plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada e se encontra debaixo de água, e na qual vão repousar os blocos colocados no flanco esquerdo do navio assim que este estiver na vertical. O barco será levantado com a ajuda de enormes cabos até ao momento que em que será a força da gravidade a fazer o seu trabalho. Quando o Concordia estiver direito serão imediatamente colocados contrapesos flutuantes no seu flanco direito, para equilibrar o barco de modo a que este não se deite para o outro lado.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Costa Concordia já mexe, operação para endireitar o navio deve demorar 12 horas
Centenas de pessoas participam no resgate inédito de um navio destas dimensões. (...)

Costa Concordia já mexe, operação para endireitar o navio deve demorar 12 horas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Centenas de pessoas participam no resgate inédito de um navio destas dimensões.
TEXTO: O navio de cruzeiro Costa Concordia, encalhado há 20 meses na ilha toscana de Giglio, já começou a ser endireitado, numa complexa e inédita operação de resgaste. Por volta das 11h00 desta segunda-feira, duas horas depois do início dos trabalhos, já era possível vislumbrar um metro de casco enferrujado que emergiu da água. Segundo Marcelo Luschi, um engenheiro do observatório ambiental, “a fase crítica de separar o navio das rochas já foi ultrapassada”, mesmo que, a olho nu, o navio pareça estar exactamente como estava no início dos trabalhos. A operação para pôr na vertical o gigantesco navio deverá durar cerca de 12 horas. Cerca de 500 pessoas estão a participar nesta operação, uma estreia mundial para um navio deste tamanho – 114 mil toneladas, 290 metros de comprimento, 35 metros de largura, 57 metros de altura –, sob a direcção do perito sul-africano em resgates de navios Nick Sloane. O navio, que está completamente deitado sobre o flanco direito, foi estabilizado graças a centenas de sacos de cimento colocados por mergulhadores no fundo do mar, e por uma plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada e se encontra debaixo de água, e na qual vão repousar os blocos colocados no flanco esquerdo do navio assim que este estiver na vertical. O barco será levantado com a ajuda de enormes cabos até ao momento em que será a força da gravidade a fazer o seu trabalho. Quando o Concordia estiver direito, serão imediatamente colocados contrapesos flutuantes no seu flanco direito, para equilibrar o barco, de modo a que este não se deite para o outro lado. A rotação está a ser gerida à distância, numa “sala de comando”, por 12 pessoas, cada uma frente a um computador com uma tarefa distinta a desempenhar. A plataforma flutuante onde estes se encontram está ligada ao navio por dois “cordões umbilicais” (um principal e um suplente). “Endireitar o Concordia representa o menor risco”, garantiu no domingo o chefe da protecção civil Franco Gabrielli, igualmente comissário especial do Governo para a gestão do caso Concordia. “A nossa principal preocupação relaciona-se com eventuais problemas de natureza ambiental”, disse Gabrielli, citado pela AFP. À volta do navio foram colocadas barreiras marinas flutuantes antipoluição e está também previsto um dispositivo para bombear líquidos tóxicos que possam sair do navio durante a operação. “Estamos a retirar amostras da água do mar a 50 cm e a um metro de profundidade com regularidade. Não estamos à espera de valores alarmantes em termos de concentração tóxica, mas sim de algumas perturbações temporárias do ambiente marinho”, disse à AFP Marcello Mossa Verre, um responsável da agência regional de controlo ambiental. O Costa Concordia naufragou a 13 de Janeiro de 2012 e no acidente morreram 32 pessoas.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Mais de 20 horas depois, o Costa Concordia está finalmente direito
Cerca de 20 meses depois do acidente que matou 32 pessoas, mais de 500 pessoas conseguiram finalmente endireitar o navio encalhado na ilha toscana de Giglio. (...)

Mais de 20 horas depois, o Costa Concordia está finalmente direito
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.261
DATA: 2013-09-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cerca de 20 meses depois do acidente que matou 32 pessoas, mais de 500 pessoas conseguiram finalmente endireitar o navio encalhado na ilha toscana de Giglio.
TEXTO: Depois de 20 meses encalhado na ilha toscana de Giglio e de mais de 20 horas de trabalho, o navio de cruzeiro Costa Concordia está finalmente direito, naquela que foi uma complexa e inédita operação de resgaste. A manobra começou ao início da manhã de segunda-feira e já só foi concluída durante a madrugada, perto das 5h (4h em Lisboa). Porém, ainda durante o dia de segunda-feira já era possível vislumbrar o casco enferrujado a emergir da água, apesar de as manobras que se previam demorar 12 horas estarem claramente atrasadas. “A operação de rotação terminou e o barco está na posição vertical”, anunciou Franco Gabrielli, chefe da protecção civil italiana à imprensa, que considerou que os trabalhos terminaram com sucesso. “É realmente impressionante ver o estado em que está o barco. E isso incomoda porque temos os olhos postos numa tragédia”, acrescentou, por seu lado, o almirante Stefano Tortora, um dos especialistas presentes nas manobras. Já o perito que dirigiu todas as operações, Nick Sloane, foi recebido com uma grande ovação assim que o barco ficou na posição pretendida. “Grande Nick! Bom trabalho!”, ouviam-se vários curiosos a dizer no local, onde se trocaram vários abraços. “Vê-lo ressurgir da água foi muito emocionante para mim”, acrescentou Luciano Castro, um dos sobreviventes do acidente que quis assistir às operações. Agora, o El País descreve que à vista ficou o estado do barco envolvido num dos acidentes mais aparatosos da história, nomeadamente devido aos meses de contacto da embarcação com o fundo rochoso. O Costa Concordia naufragou a 13 de Janeiro de 2012 e no acidente morreram 32 pessoas. O jornal diz que no local estão mais de 350 jornalistas a acompanhar as operações e que as autoridades italianas e a Costa Cruceros (proprietária do Costa Concordia) têm tentado com esta manobra inédita apagar o fatídico incidente que resultou de uma manobra inconsequente do comandante Francesco Schettino, que está ainda a ser julgado, sendo que outros cinco co-responsáveis já foram condenados. Francesco Schettino terá ordenado a aproximação do grande paquete à ilha de Giglio, na Toscânia, uma prática comum para proporcionar uma boa vista aos turistas a bordo, mas que neste caso terá ido longe demais. O navio encalhou e tombou sobre um dos lados. Seguiram-se momentos de caos, com procedimentos de emergência mal conduzidos e com o comandante a abandonar o navio antes de este ter sido totalmente evacuado. 500 pessoas para endireitar o barco Agora, cerca de 500 pessoas participaram nesta operação para endireitar o barco, uma estreia mundial para um navio deste tamanho — 114 mil toneladas, 290 metros de comprimento, 35 metros de largura, 57 metros de altura —, sob a direcção do perito sul-africano em resgates de navios Nick Sloane. Ao todo, o processo custará cerca de 600 milhões de euros, sendo que só o barco custou em 2006 450 milhões. O navio, que estava completamente deitado sobre o flanco direito, foi estabilizado graças a centenas de sacos de cimento colocados por mergulhadores no fundo do mar, e por uma plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada debaixo de água, e na qual foram postos a repousar os blocos colocados no flanco esquerdo do navio assim que este ficou na vertical. Cuidados ambientais Para o barco ser levantado foram necessários enormes cabos, até ao momento em que foi a força da gravidade a fazer o seu trabalho. Depois foram imediatamente colocados contrapesos flutuantes no seu flanco direito, para equilibrar o barco, de modo a que este não se deite para o outro lado. A rotação foi gerida à distância, numa “sala de comando”, por 12 pessoas, cada uma frente a um computador com uma tarefa distinta a desempenhar. A plataforma flutuante onde estes se encontravam está ligada ao navio por dois “cordões umbilicais” (um principal e um suplente). “Endireitar o Concordia representa o menor risco”, garantiu no domingo o chefe da protecção civil Franco Gabrielli, igualmente comissário especial do Governo para a gestão do caso Concordia. “A nossa principal preocupação relaciona-se com eventuais problemas de natureza ambiental”, disse Gabrielli, citado pela AFP. À volta do navio foram colocadas barreiras marinhas flutuantes antipoluição e está também previsto um dispositivo para bombear líquidos tóxicos que possam sair do navio durante a operação.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
O português conquistou a Internet, agora quer ser língua oficial nas organizações internacionais
Terceira nas redes sociais e nos negócios de gás e petróleo, a língua portuguesa é a quinta mais falada na Internet. A 2.ª Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial realiza-se no fim de Outubro em Lisboa. (...)

O português conquistou a Internet, agora quer ser língua oficial nas organizações internacionais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-09-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Terceira nas redes sociais e nos negócios de gás e petróleo, a língua portuguesa é a quinta mais falada na Internet. A 2.ª Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial realiza-se no fim de Outubro em Lisboa.
TEXTO: A difusão da língua portuguesa entrou num “novo patamar” – passou de um objectivo centrado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para se projectar além-fronteiras. A ambição é também outra quando o Instituto Camões, a CPLP e um conjunto de universidades portuguesas se juntam na organização de uma conferência em Lisboa para desbravar caminhos no sentido da "difusão do português como língua internacional”. “A língua portuguesa já não é apenas a língua dos povos da CPLP", diz Ana Paula Laborinho, presidente do Instituto Camões. O mote está assim lançado para a 2. ª Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que se segue à 1. ª Conferência de 2010 em Brasília. O evento vai juntar em Lisboa dezenas de importantes académicos e especialistas da língua portuguesa, nos dias 29 e 30 de Outubro. E vai anteceder reuniões políticas e um conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP durante o qual será adoptado um Plano de Acção de Lisboa – à semelhança do Plano de Acção de Brasília que em 2010 definiu a internacionalização da língua portuguesa como objectivo comum dos países lusófonos. O programa da 2. ª conferência foi ontem apresentado aos jornalistas na sede da CPLP em Lisboa. “O esforço de promoção da língua portuguesa entrou num novo patamar depois dos esforços de promoção interna do português”, sintetiza Ana Paula Laborinho, que preside a comissão organizadora da conferência, antes de adiantar resultados e delinear objectivos. Na Internet, o português já é a quinta língua mais usada. Nas redes sociais – Facebook e Twitter – é a terceira. Também alcançou esse ranking, terceiro mundial, nos negócios de gás e petróleo, em grande parte graças a Angola e Brasil. Entre as áreas a conquistar, estão a ciência e a diplomacia. Pagar para falar portuguêsNa Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na próxima terça-feira em Nova Iorque, os Presidentes de Moçambique, Timor-Leste e Brasil, o presidente interino da Guiné-Bissau, o vice-Presidente de Angola, o primeiro-ministro de Cabo Verde e os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e de São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau vão discursar em português. Não é inédito, mas corresponde a uma tentativa de concertação, dentro da CPLP, para “incentivar o uso da língua portuguesa”, explicou o secretário executivo da CPLP, o moçambicano Murade Murargy. “Temos de ser nós a dar o exemplo. ” O exemplo começa nos “responsáveis”, enfatizou. Para tornar isso possível, na Assembleia Geral deste ano, a CPLP teve de pagar 700 dólares por dia (cerca de 550 euros), segundo informou a organização ao PÚBLICO. Os oito países participam em vários dias de Assembleia Geral mas também em reuniões paralelas. O objectivo na ONU e outras organizações internacionais é ter o português como língua de trabalho (o que tornaria imperativa a tradução em simultâneo das intervenções) ou ir mais longe e conquistar o estatuto de língua oficial (o que faria da interpretação uma ferramenta obrigatória mas também a disponibilização de todo o material e documentação em português). O Presidente da República, Cavaco Silva, manifestou em 2010 esse desejo e desafiou os países lusófonos a incentivar o uso da língua portuguesa nas organizações internacionais, dizendo justificar-se plenamente a sua passagem a língua oficial da ONU. Na ciência, ao lado do inglêsO caminho é longo mesmo para uma língua com 250 milhões de falantes. Para que seja considerada língua de trabalho, “é preciso que as organizações considerem que ela é suficientemente representativa”, disse ao PÚBLICO o diplomata Rui Aleixo, ex-embaixador na Líbia e actualmente no Ministério dos Negócios Estrangeiros, também presente na conferência de imprensa desta sexta-feira. E é desejável uma "acção diplomática dos países interessados". Na União Africana, o português tem o estatuto de língua oficial justificado, no entender da organização, pela presença de cinco Estados (os países africanos de língua portuguesa). O mesmo acontece na União Europeia, que adoptou todas as línguas dos países-membros. Em organizações regionais, como a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) ou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o português também é utilizado. A ambição de internacionalizar a língua portuguesa estende-se também à área científica, e esse será um dos temas da conferência de Outubro. “A língua de ciência a nível mundial é o inglês. Mas isso não significa que outras não se assumam como línguas em que se pode escrever o resultado da ciência realizada”, disse o professor universitário Ivo de Castro, que preside a comissão científica da conferência. Este objectivo não é pensado “contra o evidente domínio do inglês”, mas apenas porque, “ao lado do inglês, há espaço para outras línguas científicas”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU CPLP
Dezenas de mortos em ataque a centro comercial em Nairobi
Ministério do Interior não afasta a hipótese de terrorismo. A Al-Shabab ameaçou atacar o local. (...)

Dezenas de mortos em ataque a centro comercial em Nairobi
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2013-09-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministério do Interior não afasta a hipótese de terrorismo. A Al-Shabab ameaçou atacar o local.
TEXTO: A polícia de Nairobi, a capital do Quénia, cercou na manhã deste sábado um centro comercial onde um grupo armado abriu fogo sobre os clientes e funcionários. A polícia confirmou que há 13 mortos, a Cruz Vermelha queniana fala em 20. “Posso anunciar que há um novo balanço e que o número de vítimas é o seguinte: 20 mortos e pelo menos 50 feridos”, disse o chefe da Cruz Vermelha local, Abbas Gullet, que estava junto ao local do tiroteio. Como o número de vítimas, os motivos do ataque também eram imprecisos. Alguns meios de comunicação falavam em “acto terrorista” pois o grupo extremista islâmico Al-Shabab, que actua na Somália mas tem feito incursões no Quénia, tinha feito ameaças contra o Westgate Mall, que aglomera lojas de luxo e é frequentado por quenianos ricos e expatriados de outros países africanos. A Al-Shabab condenou o Governo do Quénia por enviar tropas para a Somália, onde ajudam o governo a combater as milícias islamistas. Algumas testemunhas disseram que os assaltantes tinham metralhadoras AK47 e disseram aos muçulanos para saírem, tendo começado a executar os que pareciam não muçulmanos. “É possível que tenha sido um ataque terrorista, por isso estamos a lidar para o que aconteceu como um assunto muito sério”, disse à Reuters o secretário do Ministério do Interior queniano, Mutea Iringo. Outros media quenianos diziam que se tratou de um assalto que correu mal e citavam o chefe da polícia, Benson Kibue, que em declarações à Associated Press também disse que os homens armados tentavam roubar uma loja quando o tiroteio começou. O ataque aconteceu ao meio-dia (10h em Lisboa). De acordo com as testemunhas ouvidas pelas agências internacionais e pelos media locais, o grupo de homens armados entrou no Westgate Mall depois de terem sido atiradas granadas para o interior. A polícia cercou rapidamente o centro comercial. Foram enviadas patrulhas para o interior, onde os homens armados permanecem. A polícia conseguiu retirar dezenas de clientes e funcionários de dentro do complexo e não se sabe quantos ainda lá permanecem e em que condições — escondidos ou reféns? Uma fonte policial disse à AFP que poderia haver “pelo menos” sete reféns. A polícia montou um perímetro de segurança e o governo apelou às pessoas para se manterem afastadas do local. “Eles não falam swaili, falam uma língua que parece árabe ou somali. Mas não tenho a certeza porque não falo essas línguas”, disse à AFP uma testemunha que só quis dar o primeiro nome, Jay. “Vi pessoas a serem executadas”. Jay acrescentou que viu 11 corpos no interior do centro comercial. “Dispararam contra a minha cabeça mas falharam. As balas atingiram pelo menos 50 pessoas”, disse um funcionário do Westgate Mall, Sudjar Singh. “Vi um rapazinho ser transportado por uma pessoa, tinha cinco ou seis anos e não se mexia”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens ataque assalto
“Em Angola, estão a perseguir as poucas pessoas dispostas a falar”
Depois da detenção de um grupo de activistas na semana passada quando também Rafael Marques foi detido e libertado, a Human Rights Watch diz que casos recentes como este "num país estratégico como Angola" são "alarmantes". (...)

“Em Angola, estão a perseguir as poucas pessoas dispostas a falar”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.024
DATA: 2013-09-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois da detenção de um grupo de activistas na semana passada quando também Rafael Marques foi detido e libertado, a Human Rights Watch diz que casos recentes como este "num país estratégico como Angola" são "alarmantes".
TEXTO: Sete dos nove jovens que tinham sido detidos numa manifestação não autorizada, no Largo da Independência em Luanda, na quinta-feira, ficaram na prisão no fim-de-semana à espera de julgamento esta segunda-feira, sem saberem de que eram acusados. Acabaram por ser libertados, depois de um julgamento no Tribunal de Polícia de Luanda, tendo cada um de pagar uma uma caução de dois mil dólares. O processo seguirá para um tribunal de instância superior. Situações como esta têm-se repetido em Angola. Desta vez, o caso ganhou projecção porque, com eles, também foi detido, embora libertado pouco depois, o activista angolano Rafael Marques, autor de várias denúncias de abusos de direitos humanos e corrupção em Angola. Detidos e libertados com ele, os jornalistas Alexandre Solombe e Coque Mukuta, correspondente da rádio Voz da América. No site que fundou e dirige, o Maka Angola, Rafael Marques chama aos jovens que ficaram na prisão os "Sete Magníficos". Fazem parte do Movimento Revolucionário, que viu muitos dos seus militantes serem presos, alguns sem culpa formada, alguns torturados, nos últimos dois anos. Deles diz: “Sou testemunha da coragem destes jovens e da sua teimosia em conquistar a liberdade e provocar mudanças na sociedade. Esses sete magníficos, entre muitos outros que já passaram pelas celas da polícia por acreditarem numa Angola mais livre e mais justa, são disso um exemplo maior. ”Desta vez, e depois da tentativa falhada de manifestação na quinta-feira, os jovens ficaram na sexta-feira em liberdade preventiva, por decisão do tribunal, mas pouco depois foram de novo detidos pela polícia. Nesta segunda-feira estavam a ser julgados. “Este incidente é por si só preocupante pelos abusos cometidos contra indivíduos”, disse ao PÚBLICO a directora-adjunta para África da organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), Leslie Lefkow, numa entrevista por telefone a partir de Amesterdão. “Mas é preocupante também pelo quadro geral” que se desenha em Angola com “as várias detenções nos últimos meses de jovens que pacificamente querem protestar”. “Este caso é um entre vários em que a polícia recorreu à força contra os manifestantes” e é parte de um quadro mais geral da “repressão do Governo”, acrescenta. Pessoas sob pressãoO movimento “entrou agora numa nova fase” com a detenção de jornalistas, que até aqui não acontecia, nota a responsável da HRW. “É evidente que estão a perseguir as poucas pessoas dispostas a falar, a denunciar”, diz Leslie Lefkow. Angola está no topo das preocupações no panorama do continente, acrescenta a directora-adjunta para África da organização, porque de lá chegam “sinais muito inquietantes”. A situação dos direitos humanos, a restrição imposta aos media, e a repressão contra grupos que protestam, são exemplos. “Esse quadro, num país tão estratégico e importante como Angola, é alarmante”, frisa. E descreve: “As pessoas estão sob uma enorme pressão” para poderem manifestar-se. O movimento começou há dois anos e, apesar da repressão, continuou com maior ou menor intensidade. Recentemente, notou-se “um padrão de maior violência policial” em situações que estão a ressurgir em Angola como os desalojamentos forçados numa parte da periferia de Luanda, as proibições impostas aos vendedores ambulantes ou aos manifestantes do Movimento Revolucionário que pedem a melhoria das condições de vida da população e mais transparência nas contas públicas, o fim da corrupção e a saída do Presidente José Eduardo dos Santos, há quase 34 anos no poder. "Intolerância" à dissensãoA vaga de manifestações começou em 2011, inspirada pela Primavera Árabe na Tunísia, Egipto e Líbia. Mas sem uma adesão popular expressiva. “As pessoas sentem medo”, diz Leslie Lefkow. Os protestos reúnem poucas pessoas nas ruas. “Apesar de serem de pequena dimensão e pacíficas, o Governo reage a estas acções duramente, como se responde a uma ameaça. ” E conclui: “É evidente que este partido [o MPLA], no poder há mais de três décadas, não tolera a dissensão pacífica. ”Rafael Marques, no site Maka Angola, denuncia “a bestialidade dos homens do Presidente”, de quem diz já não conseguirem “disfarçar a sua incapacidade política e intelectual" face à "pressão" destes jovens" sem ser pelo recurso à "violência”. Do outro lado, estão os jovens que, lembra Rafael Marques, num “dos países mais jovens do mundo”, constituem dois terços da população (os que têm menos de 25 anos). E conclui: “Perante a corrupção e as injustiças do seu país, a força e a coragem da juventude são uma esperança para todos os angolanos. ”Notícia actualizada às 22h17. O primeiro parágrafo foi alterado para incluir que os sete jovens foram condenados ao pagamento de uma caução e libertados.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE